PATRICIA MARX e WADO se unem no disco “MARXWADO”


Créditos: Biga Pessoa


Patricia Marx e Wado se encontram no álbum “MARXWADO”, com lançamento nas plataformas digitais no último dia 3 de março, via LAB 344. Os dois cancerianos mergulham fundo em terras férteis que resultam em um disco extremamente brasileiro e experimental.

O encontro mágico dos premiados artistas se deu por intermédio da amizade em comum com o também cantautor Sergio Martins (Sergiopí), fundador do LAB 344, selo boutique pelo qual o álbum foi gravado. “Depois de uma feliz colaboração em uma regravação de um hit subterrâneo de Caetano Veloso –’Aquele Frevo Axé’ (Caetano/Cezar Mendes) –, o time sentiu uma vibe leve e propícia de trabalho, devido a longa experiência de todos e abordagem low profile”, revela Wado.

Por mais que a raiz brasileira e a coragem estética possam, num primeiro momento, parecer antagônicos, “MARXWADO” alça belo e inusitado voo. Com repertório escolhido por Marx e algumas inéditas de Wado, a obra enxuta, de quase vinte minutos, se mostra um coringa lindo na carreira dos dois artistas. “Sair da minha zona de conforto me fez transitar com liberdade por lindos campos melódicos que há muito tempo não acontecia”, confessa Patricia.

Entre as músicas selecionadas pela dupla, há “Minha Voz, Minha Vida” (1982) – composição de Caetano Veloso apresentada ao Brasil como faixa-título de disco de Gal Costa – com arranjo que evoca sutilmente o funk brasileiro. Outra faixa do álbum é a abordagem do samba “Me Deixa em Paz” (Monsueto Menezes e Airton Amorim, 1951), na cadência sincopada do samba-rock.

Parcerias de Wado com Adriano Siri (“Melhor”, de 2007), Glauber Xavier (“Com a Ponta dos Dedos”, de 2011) e Fernando Coelho (a inédita “Bom Parto”) também integram a fina seleção de “MARXWADO”. Outra boa surpresa é o samba “Orvalho”, inédita de Wado com Zeca Baleiro e Vitor Peixoto.

“Bom Parto” traz em seu DNA a célula de manifestações periféricas voltadas para as regiões semiáridas e menos litorâneas. A letra fala dos locais próximos da tragédia que acometeu Maceió (AL) recentemente, onde mais de três bairros inteiros foram evacuados por conta da mineração predatória. O canto de Marx traz intenções e sinuosidades inéditas, o que posiciona a faixa em um ponto novo e inusitado na discografia dos artistas.

“Com a Ponta dos Dedos” é uma regravação de um dos maiores êxitos de Wado, que ganhou o VMB de melhor canção, em 2012, concorrendo com nomes como Rita Lee e Emicida. A nova versão do artista com Patricia Marx ganha elementos de bossa cubana que remete tanto a João Donato quanto a Beach House. Marx conduz a intensidade e intenção do canto com maestria, explorando novas camadas desta canção de amor feita numa frequência de sentidos um tanto abstrata.

“Vozes Trans”, outra inédita composta por Wado em parceria com Vitor Peixoto, foi lançada como single em outubro passado. A canção é um funk suave com harmonia de bossa nova executado por uma cozinha de primeira para a dupla brilhar com elegância, um ode a liberdade e ao direito de sermos quem quisermos ser.

Com produção de Wado, as gravações contaram com Vitor Peixoto (violão), Igor Peixoto (baixo), Rodrigo Sarmento (bateria) e Dinho Zampier (teclados). Patricia Marx registrou seus vocais em São Paulo, captados por Fabio Hataka, e Jair Donato mixou e masterizou. A capa do single traz Patricia Marx e Wado em registro fotográfico de Biga Pessoa.

O cantautor Wado já lançou 12 álbuns de estúdio. Entre seus parceiros, estão nomes como Chico Cesar, Marcelo Camelo, Zeca Baleiro, MOMO. e Mallu Magalhães. Em 2005 fundou o grupo Fino Coletivo ao lado de Marcelo Frota (MOMO.) e Alvinho Cabral.

A cantora e compositora Patricia Marx tem 13 álbuns de estúdio e acumula milhões de streams nas plataformas digitais. Já foi indicada a vários prêmios da indústria e vendeu 3 milhões de discos, entre CDs e LPs. Colaborou com Seu Jorge, Ed Motta, Tom Zé, Nelson Motta, Jair Oliveira e Marcos Valle, além de ter sido associada à Erykah Badu e Jill Scott pela revista DJMag.