Representatividade negra no Miss Universo




Por colaborador Filipe Pavão

Pela segunda vez na história, o Brasil terá uma representante negra no Miss Universo. A 65° edição do concurso acontecerá no dia 30 de janeiro, na cidade de Pasay, nas Filipinas e elegerá a mulher mais bonita do mundo.

Foto: Divulgação

Raíssa Santana é a atual Miss Brasil, pois venceu a última edição do concurso realizada em outubro de 2016. De Umuarama, no noroeste do Paraná, ela é a segunda mulher negra a vencer o concurso em toda sua história. Isso chama atenção devido ao fato de 54% da população brasileira ser considerada negra segundo pesquisa divulgada pelo IBGE. A primeira a vencer foi a gaúcha Deise Nunes, em 1986, ou seja, exatos 30 anos para que isso acontecesse mais uma vez.

Para a cantora Paula Lima, uma das juradas da edição passada do Miss Brasil, Raíssa foi descrita como “inteligente, engajada e maravilhosa”, além disso, a interprete da canção “Fiu Fiu” disse que ela “ganhou pela leveza, personalidade e muita beleza”. Agora, a jovem paranaense de 20 anos vai representar o Brasil no Miss Universo que acontecerá no final de janeiro. Raíssa concorrerá com outras misses de 100 países e vai mostrar toda a pluralidade que existe em nosso país ao mundo. 

Ainda vivemos em um país racista e é inegável a falta de representatividade negra na mídia e em posições de destaque. Pode-se associar isso a uma questão histórica de nosso país que vem desde a escravidão e possui resquícios até os dias atuais. Entretanto, há momentos que se abrem brechas para a discussão de assuntos como a beleza e a aceitação dos traços negros, além de debater os padrões de beleza impostos pela sociedade.

Segundo Raíssa, ela pretende e quer “usar toda essa repercussão [de ser a segunda negra a vencer o Miss Brasil] para ajudar meninas e mulheres a se aceitarem mais, a estar de bem com seu próprio corpo. Não apenas com o cabelo, mas também com seus traços negros”, afirmou em entrevista ao Estadão. Isso é importante porque influencia positivamente na autoestima dessas mulheres e ajuda a descontruir estereótipos enraizados pelo tempo em nosso país e em grande parte do mundo.