Por Gabriel Antoniolli
Eu não sou fã de filmes de ação, mas tentei ir sem expectativas para Hardcore – Missão Extrema (Hardcore Henry, 2015) e valeu a pena. Valeu demais!
Foto: Divulgação
É uma ação diferente de tudo o que você já viu no cinema. Sabe aqueles filmes de terror com a câmera na mão? Então, esse é “câmera nos olhos”, e a gente acompanha tudo o que o protagonista vê, como se estivéssemos em seu corpo.
Isso em um filme sem censura.
É, rapaz. (foto: STX Entertainment)
O estilo da produção inovadora da Diamond Filmes lembra clipes de Swedish House Mafia e Prodigy, mas nos remete ainda mais a jogos de ação em primeira pessoa.
96 minutos assim. (foto: STX Entertainment)
O diretor russo Ilya Naishuller nos envolve em uma atmosfera cheia de adrenalina desde o início. O enredo nos faz querer ver mais: o protagonista é Henry, um ciborgue que ressuscita sabe-se lá como e que precisa, primeiramente, descobrir mais sobre si. Só que antes mesmo de ter seu pacote de fala instalado, sua esposa é sequestrada por mercenários russos. É nesse contexto que o espectador é convidado para adentrar ao universo de Hardcore – Missão Extrema.
O filme é inteiramente vacinado contra o tédio e a todo o momento você se verá em meio a alguma briga ou correria. A melhor parte (para o espectador) é que Henry é bem disposto e sempre está correndo ou pulando, dando animação à obra. Isso faz muita diferença.
Depois que rola a briga inicial que culmina no sequestro da mulher de Henry, o ciborgue se vê em meio a uma batalha contra o vilão Akan, que comanda os mercenários e que ainda possui poderes telecinéticos. Para piorar e sem ainda se conhecer totalmente, Henry sofre com descargas de bateria.
Deve ter doído (foto: STX Entertainment)
O título diz bastante sobre a obra. É hardcore e é extremo. Possui cenas pesadas de violência que se tornam ainda mais reais pelo estilo do filme. Vá assistir sem ressalvas e preparado para ver tiros, perfurações e muito sangue.
Outro ponto bacana é ver que, mesmo sendo um filme, a preocupação com os detalhes em primeira pessoa é tão grande que por vezes Henry se pega confuso em relação ao que fazer, ao melhor caminho a se tomar, à melhor forma de se entrar em algum lugar. Conseguimos nos colocar no lugar do androide (por mais bizarro que isso pareça) e pensarmos “eu também faria isso”.
Se divirtam com a trilha sonora. Ela é colocada de uma forma por vezes sarcástica, evocando até mesmo Queen em um tiroteio. As canções embalam e divertem, tirando o peso invisível que nos esmaga o tempo todo – afinal, vemos tudo pelos olhos de Henry. Somos o personagem, praticamente.
A experiência foi ótima. Hardcore – Missão Extrema revela um estilo que pode se tornar tendência. Claro que a atuação dos atores Sharlto Copley (Distrito 9), Haley Bennett (Letra e Música), Tim Roth (Os Oito Odiados e Pulp Fiction, pra citar 2 que gosto) e Danila Kozlovsky (que manda muito como vilão) faz muita diferença.
Haley Bennett na mira de um dos muitos mercenários russos do filme. (foto: divulgação)
Um bom comentário que ouvi a respeito do filme foi justamente o último antes de o filme começar: “não se vê nada tão diferente nos cinemas desde Borat”. Não mesmo.
Hardcore – Missão Extrema ainda não tem data de estreia nos cinemas brasileiros, mas a expectativa é que seja em abril de 2016.