Grupos femininos negros da América Latina e Caribe se reuniram no 1º Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas em 1992, quando destacaram os efeitos opressores do machismo e racismo, se organizando para combatê-los. Essa rede de mulheres lutou para que a ONU reconhecesse o dia 25 de julho como Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. E, desde 2014, no Brasil a data também marca o Dia Nacional de Tereza de Benguela, líder quilombola do século 18 que ajudou comunidades negras e indígenas na resistência à escravidão.
As consequências dos preconceitos e as condições da vida das mulheres negras dessas regiões serão analisadas e debatidas em programação especial das Fábricas de Culturas Jardim São Luís e Diadema, instituições da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Poiesis.
Fábrica de Cultura Jardim São Luís
Quantas mulheres rappers você ouve? Em 19 de julho, sexta-feira, das 15h às 17h, o Cine-curta da biblioteca exibirá diferentes curtas-metragens sobre a presença e abordagens delas no Rap. O intuito é debater sobre o cenário desse segmento musical, se o público presente conhece as representantes e se elas costumam abordar as questões de gêneros em suas canções ou não.
Para refletir sobre o porquê do Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha ser celebrado, o Cine-curta do dia 25 de julho, quinta-feira, entre 15h e 17h, debaterá a representatividade, o racismo, o machismo, o feminicídio e a lesbofobia. A partir dos resultados do bate-papo, a equipe mediadora e o público desenvolverão um painel artístico a ser exposto na biblioteca, compartilhando as informações absorvidas na atividade como forma de espalhar a conscientização.
Para fechar o mês, no dia 30 de julho, terça-feira, das 10h30 às 12h30, a biblioteca vai incentivar que os/as participantes criem o próprio diário, aprendendo e aplicando técnicas básicas de encadernação artesanal pela atividade Meu Diário: Carolina. O exercício recebe esse nome justamente por trazer como referência o livro Quarto de despejo – Diário de uma favelada, traduzido em mais de 10 países. A obra é de Carolina Maria de Jesus (1914-1977), escritora negra que apresentava relatos e o cotidiano periférico no qual viveu, contextos que marcaram e fizeram da sua escrita ser reconhecida internacionalmente.
Fábrica de Cultura Diadema
Para destacar a importância do Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, no próprio 25 de julho, das 15h às 17h, a Fábrica de Cultura Diadema convida Shirley Maia, do coletivo Diadenega, para a roda de conversa O Reconhecimento de Mim em Você. O objetivo é exercitar o reconhecimento e a identificação do ser mulher preta numa sociedade que ainda a desvaloriza e silencia em diversas situações. Especialista em História Africana e Africanidades, Shirley vai colaborar nesse reconhecimento por meio da ancestralidade e por trechos do livro Quando me descobri Negra, da jornalista Bianca Santana.
Já a biblioteca da unidade promoverá duas atividades relacionadas à data. A roda de conversa Raiz forte – cuidados com os cabelos crespos será em 23 de julho, terça-feira, das 15h às 17h. Alguns modos de cuidar do cabelo crespo serão apresentados e aplicados, desde o fortalecimento, o exercício da autoestima, a forte identificação que mantém com a memória e como ato de resistência ancestral.
Inspirada nos trabalhos da artista visual e educadora negra Rosana Paulino, que trabalha com a costura como um dos meios para trazer luz à memória e simbolizar a repressão imposta à mulher negra, a oficina de Bordado criativo visa criar bordados a partir de fotografias em preto e branco. Buscará em fotos de mulheres afro latino-americanas e caribenhas alguns detalhes e traços como forma de homenageá-las. Essa atividade será no dia 24 de julho, quarta, entre 10h e 12h.
SERVIÇO:
Fábrica de Cultura Jardim São Luís
Cine-curta com equipe da biblioteca
19/7, sexta-feira, 15h às 17h
Curtas mostrarão como se dá a presença das mulheres no Rap.
Classificação indicativa: maiores de 11 anos
30 vagas
25/7, quinta-feira, 15h às 17h
Curtas relacionados ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
Classificação indicativa: maiores de 12 anos
15 vagas
Meu diário: Carolina – com equipe da biblioteca
30/7, terça-feira, 10h30 às 12h30
A atividade abrirá espaço para que os participantes criem o próprio diário, incluindo a encadernação artesanal e com o objeto de resultar em livro-caderno-diário. O livro Quarto de despejo – Diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus, funcionará como guia quanto à escrita poética.
Classificação indicativa: maiores de 9 anos
15 vagas
Fábrica de Cultura Diadema
O reconhecimento de mim em você
25/7, quinta-feira, 15h às 17h
Roda de conversa com Shirley Maia, do coletivo Diadenega, para refletir a representatividade e ancestralidade da mulher negra.
Classificação indicativa: livre
Biblioteca:
Raiz forte – cuidados com os cabelos crespos
23/7, terça-feira, 15h às 17h
Roda de conversa com coordenação da equipe da biblioteca, onde serão apresentadas as práticas para cuidar dos diversos tipos de cabelo crespo, ato que também firma a resistência ancestral.
30 vagas
Classificação indicativa: livre
Oficina de Bordado criativo
24/7, quarta-feira, 10h às 12h
Também aplicada pela equipe da biblioteca, essa oficina tem o objetivo de criar detalhes em bordados para homenagear as mulheres negras latino-americanas e caribenhas.
25 vagas
Classificação indicativa: livre
*Todas as atividades são gratuitas e sem necessidade de inscrição prévia.
Fábrica de Cultura Jardim São Luís
Rua Antônio Ramos Rosa, 651 – Jd. São Luís
Telefone: (11) 5510-5530
Fábrica de Cultura Diadema
Rua Vereador Gustavo Sonnewend Netto, 135 – Centro – Diadema/SP
Telefone: (11) 4061-3180
Funcionamento das unidades: de terça a sexta-feira, das 9h às 20h, e finais de semana e feriados das 12h às 17h