Filme: O Abutre (Nightcrawler)




Crítica por: Gabriel Antoniolli

Gosto muito do trabalho de Jake Gyllenhaal, desde Jimmy Bolha (2001). Decidi ver O Abutre (2014) por causa dele.

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O filme se passa basicamente nas madrugadas: é nelas onde o jovem Lou Bloom (personagem de Gyllenhaal) sai pela noite de Los Angeles em busca de seu material de trabalho. 


Ele é um nightcrawler (traduzido como “abutre”, infelizmente), um daqueles cinegrafistas amadores atrás de imagens de crimes e acidentes sensacionalistas e vende seu material a uma emissora de TV, a qual está tentando, aos poucos, se infiltrar. 

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Somos abordados por um cenário mais do que sombrio: por vezes, até angustiante. Os objetivos de Lou acabam se tornando complexos, cada vez mais potencializados pela sua imensa ambição de se tornar o melhor no que faz, custe o que custar. 

Como sua escolha (prefiro chamar assim) estava lhe custando mais do que esperava em termos físicos e práticos de trabalho, Lou decide pela contratação de Rick, um rapaz que tenta fazer dinheiro a qualquer preço. Aproveitando-se disso, o chefe opta por um salário bem baixo ao subordinado desesperado. Mal sabia Rick que um nightcrawler não quer parcerias ou amigos: ele se interessa apenas pelas melhores cenas a fim de lucro cada vez maior.

A ambição de Lou fica ainda mais clara quando ele tenta manipular também Nina (Rene Russo), a diretora da emissora de TV responsável pelo sustento de Lou, de forma exclusiva, em algo que vemos como uma relação de trabalho com os dois pés fora da ética. Engraçado como Lou consegue praticamente tudo o que almeja, tudo com seu surpreendente poder de persuasão.
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Talvez o personagem de Gyllenhaal seja considerado vazio e puramente materialista. Pode ser que também seja considerado até mesmo estudo de caso do sistema econômico que nos estressa a ponto de fazermos praticamente qualquer coisa em busca de dinheiro e reconhecimento – o que fomenta parte da imprensa. 

Disso tudo, tiramos essa belíssima atuação do ator, em um dos grandes filmes de 2014, tanto como obra de arte como uma crítica à mídia sensacionalista.

“E se meu problema não for que eu não entendo as pessoas, mas que eu não gosto delas?”

O filme já está no Netflix, vale muito a pena conferir!