Premiada companhia carioca ‘Os Dezequilibrados’ festeja 20 anos com nova peça


Créditos: Dalton Valério


O ano de 2019 começa com dupla comemoração: os 30 anos do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e os 20 anos da premiada companhia carioca Os Dezequilibrados. O grupo celebra as duas décadas com a estreia do seu 20º espetáculo, a comédia ‘Rio 2065,’ que fica em cartaz de 11 de janeiro (6ª feira) a 25 de fevereiro (2ª feira), no Teatro I do CCBB, no centro. O espetáculo tem direção de Ivan Sugahara e, além de integrantes do grupo (Ângela Câmara, Cristina Flores, José Karini e Letícia Isnard), traz quatro atores convidados: Alcemar Vieira, Guilherme Piva, Jorge Mayae Lucas Gouvêa– que alterna com José Karini.

O texto, de Pedro Brício – autor de destaque da cena nacional – faz uma retrato fictício do Rio em 2065, com a linguagem irreverente, bem-humorada e contemporânea que caracteriza a companhia. Para ele, “a peça é uma alegoria sobre as questões do presente, uma comédia rasgada que faz referência à linguagem do besteirol e filmes b, mas com um viés crítico que brinca com a ficção científica e dialoga com o século XVI.”

A trama principal gira em torno do cotidiano de Machado (José Karini/Lucas Gouvêa), um detetive policial, e sua parceira, a replicante Louise (Letícia Isnard). Eles tentam recuperar a cabeça do bispo calvinista, cortada pela índia Jacira (Cristina Flores). O público acompanha também a disputa entre duas escolas de carnaval: Acadêmicos de Araribóia, do carnavalesco Clóvis Bandeira (Jorge Maya) e da prefeita de Niterói, a francesa Catherine de Bregançon (Ângela Câmara), e a Unidos de São Sebastião, do carnavalesco Johnny Apoteose (Alcemar Vieira) e do prefeito do Rio, Dony de Lorean (Guilherme Piva). A dramaturgia é dinâmica, com várias ramificações e outros personagens que satirizam os nossos tipos urbanos arquetípicos.

Créditos: Dalton Valério

Na história, a cidade de 2065 foi quase toda vendida para os estrangeiros, mas permanece como destino turístico de entretenimento e carnaval. Trata-se, portanto, do clássico quadro apocalíptico, presente em toda narrativa de ficção científica, contado com a velocidade dos tempos atuais. Em cena, mudanças vertiginosas de personagens e conflitos traduzem uma sensação quase tragicômica de não se conseguir controlar a vida.

A peça retrata o tempo cotidiano de um balneário turístico, construído a partir da criatividade cultural dos seus habitantes, que subverte as pressões de futuros utópicos – tão recorrente nas narrativas de ficção científica. Um Rio de Janeiro teatral que aponta tanto para o futuro quanto para o passado, criando o mapa cênico de uma cidade imprevisível e efervescente.

Serviço – Rio 2065

Temporada: de 11 de janeiro a 25 de fevereiro
Local: Teatro I – Centro Cultural Banco do Brasil
Endereço: Rua Primeiro de Março, nº 66 – Centro – Rio de Janeiro
Telefone: (21) 3808-2020
Dias e horários: de Quarta a Segunda às 19h
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia) na bilheteria do CCBB ou no site eventim.com.br
Lotação: 172 lugares
Duração: 100 minutos
Classificação: 14 anos