No dia 20 de junho, quando abrirem as cortinas do Teatro II do CCBB Rio, o público irá mergulhar na relação de três irmãs separadas pela vida e que são obrigadas a se reunir para enfrentar a morte iminente de sua mãe. Na trama, Bel Kowarick é Theresa, a mais velha, uma freira que se isolou da família em um retiro religioso. Debora Lamm vive Agnes, a irmã do meio, uma atriz falida, que foi tentar a sorte longe de sua cidade natal. E Maria Flor interpreta Louise, a mais jovem, obcecada por séries de TV e desinteressada pelo mundo além do virtual. Neste reencontro, ambientado na cozinha da casa onde foram criadas, as três revelam os seus valores, crenças e diferenças em busca da possível reconstrução de uma célula familiar há muito tempo fragmentada.
A adaptação de A Ponte nasceu por iniciativa de Maria Flor, que ficou fascinada pela dramaturgia de MacIvor e convidou Bel Kowarick para ser sua parceira no projeto. “É um texto que fala sobre afeto e relações humanas profundas mas o que me chamou mais atenção foram os diálogos e as personagens. É uma peça completamente sobre mulheres, que sobrevivem apesar de todas as dificuldades e que se ajudam, se fazem crescer e amadurecer”.
Para o diretor, o autor constrói a narrativa com diálogos bem resolvidos. “O trabalho foi fazer com que a dramaturgia viesse à tona junto com o elenco e construir um lugar onde isso pudesse acontecer”. E segue: “Ainda que seja um tema recorrente é fundamental abordarmos conflitos pessoais em um momento em que se mostra difícil dialogar com quem é diferente”, ressalta Adriano. O texto tem como recorte a aceitação das diferenças e de reconstrução de uma família.
“As relações familiares expostas são inerentes ao espaço e o tempo, podendo ser retratadas em qualquer país ou época”, observa Bel também produtora da peça. “O maior desafio foi me libertar do estereótipo da figura da freira e criar uma mulher humana. Acredito que conseguimos criar a relação viva entre essas irmãs cheia de conflitos e amor”, analisa a atriz.
Theresa é a irmã mais velha, o alicerce da família. Ela é uma freira em crise com a fé e os caminhos da humanidade. Uma mulher com humor, solar, religiosa e realista. Na visão de Débora, a resolução de conflitos internos é a maior característica de sua personagem. “Agnes tem uma grande ferida em seu passado e a peça trata do momento em que ela dá atenção a isso para poder seguir”. A atriz acredita que todas as personagens apresentam forte capacidade de gerar identificação no espectador. “O ambiente familiar reúne nossas primeiras referências e também nossos primeiros conflitos. É o primeiro espelho para o mundo. Essas três irmãs passam por questões básicas de nós humanos que dizem respeito aos laços de sangue.
Já Agnes é uma personagem complexa que atravessa muitos estados, vai do riso ao choro com facilidade, discute com intensidade questões fundamentais. “É uma das melhores oportunidades que o teatro já me deu” destaca Débora.
E para fechar com chave de ouro, temos Louise: “Meu personagem é muito dependente da mãe é introspectiva, lúcida, direta e literal na sua maneira de lidar com o mundo”. completa Maria Flor.
SERVIÇO
Local | Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro – Teatro II
Data | 20 de junho a 12 de agosto
Horários | De quinta à segunda-feira, às 19h30
Endereço | Rua Primeiro de Março 66, Centro, tel (21) 3808-2020
Entrada | R$30 e R$15 (meia-entrada) – Capacidade | 153 lugares
Classificação: 12 anos
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