Desonra é um livro interessante de se ler. O romance escrito por J. M. Coetzee pode ser considerado, no mínimo, desconfortável.
Por Colaboradora Mellanie Anversa
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A história se passa num momento pós apartheid (momento histórico de separação racial adotado pelos sucessivos governos do Partido Nacional da África do Sul, de 1948 à 1994).
O protagonista David Lurie é um homem que, por seguir seus instintos sexuais, cai em desgraçada, tanto em sua vida pessoal quanto profissional. Lurie é professor de literatura em uma universidade, e se envolve com uma de suas alunas. Entre encontros e desencontros com a garota, ele entra em uma situação jamais reversível.
Acostumado a se envolver com prostitutas, o professor não sabe lidar com a garota a qual se relaciona. A moça, ainda muito jovem, se deixa levar como uma boneca por David. A leitura sobre a relação sexual entre os dois se torna perturbadora, e logo de início percebe-se que há algo de errado.
Quando a relação entre os dois se torna pública, a mídia tira, ainda mais, a paz do professor universitário. Após ser afastado de seu trabalho, David decide passar um tempo com sua filha na casa dela, bem diferente do que ele estava acostumado.
Sua filha mora em uma fazenda, onde cuida de animais e conta com a ajuda de um homem, Petrus, para lhe ajudar a tomar conta de seu canil. Lurie não gosta de lá, não gosta das pessoas de lá, muito menos da tranquilidade do local, para ele é muito perigoso.
O livro é marcado por um acontecimento brutal. A meu ver, uma referencia são as próprias atitudes de David, mas em proporções diferentes, é claro.A leitura não é fácil, livros que optam por descrever acontecimentos de violência histórica são sempre desconfortáveis e revoltantes.
Desonra me proporcionou momentos de incomodo, mas de importante reflexão. Para mim, uma realidade muito diferente, já que o tempo e localidade em que a história do livro se passa nos separa. Mas acho importante entendermos como acontecimentos individuais influenciaram a história de um país.