Coletivo Impermanente estreia “O Que Meu Corpo Nu Te Conta?”


Créditos: Otto Blodorn


Dispostos em um grande tabuleiro de corpos, 16 artistas do Coletivo Impermanente, dirigido por Marcelo Varzea, se revezam a cada sessão e revelam histórias autobiográficas em “O Que Meu Corpo Nu Te Conta?”. A experiência imersiva e performativa transita por temas universais como assédio sexual, etarismo, gordofobia, racismo, infertilidade, compulsão, entre outros.

Após um processo de investigação de narrativas íntimas iniciado em 2020, atravessando a pandemia, o Coletivo Impermanente foi criado com a junção de alguns atores e atrizes que já caminhavam com Varzea e estiveram em três espetáculos online de sucesso nesse período – “(In)Confessáveis” 1, 2 e 3.

“OQMCNTC?” é o primeiro mergulho da companhia em caráter presencial, exceto uma abertura de processo no festival Satyrianas em 2021. “Escolhi reverenciar a oportunidade de encarar o público novamente de forma intimista apostando que a força do olho no olho transforma totalmente a experiência”, reflete Varzea.

Créditos: Otto Blodorn

Durante o processo de investigação e construção das cenas e da dramaturgia dessas épicas íntimas, o diretor se atentou que a maioria das histórias contadas por artistas de diversos estados brasileiros passava pela experiência de cicatrizes físicas e metafóricas. “A metáfora primária do desnudar-se pulou diante de mim. Aqui cabem, sim, os corpos nus e tudo o que envolve a vulnerabilidade dos artistas e também do público, que faz parte do espetáculo. Cabe aos espectadores algumas decisões das navegações por esses hiperlinks propostos. Nesse encontro de histórias se revela, em cada casa, a micropolítica. O tabuleiro representa parcialmente a sociedade, o macro”, explica o diretor.

São doze quadrados de 2,2 metros quadrados delimitando o espaço cênico de cada atuante. O público escolhe em qual nicho assistirá cada rodada de quatro minutos, passeando pelo tabuleiro todas as vezes em que o sinal tocar.

Essa caminhada tem surpresas e faz cada pessoa construir seu quebra-cabeças. “Sem grandes partituras vocais e corporais, cenários, figurinos ou pirotecnias. Simples, olho no olho, coração com coração – e algumas ideias. O que é o teatro se não alguém diante de alguém?”, finaliza o diretor.

Serviço
O Que Meu Corpo Nu Te Conta?
Estreia 13/5. Até 28/5/2022.
Quintas, sextas e sábados, 21h.
Com Coletivo Impermanente
Criação, dramaturgia e direção: Marcelo Varzea
SESC Pinheiros (Rua Paes Leme, 195, Pinheiros).
Quanto: de R$ 9 a R$ 30. Duração 60 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Ingressos: SESC

 

Peça com Marjorie Estiano, Caco Ciocler e Johnny Massaro encerra temporada em SP


Créditos: Michele Mifano/Divulgação


Com duração de quase 5 horas, o espetáculo “Os Sete Afluentes do Rio Ota” encerra sua primeira temporada neste final de semana no Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, em São Paulo.

A remontagem assinada pela diretora Monique Gardenberg, traz no elenco Bel Kowarick, Caco Ciocler, Charly Braun, Giulia Gam, Helena Ignez, Jiddu Pinheiro, Johnny Massaro, Lorena da Silva, Madalena Bernardes, Marjorie Estiano, Sergio Maciel, Silvia Lourenço e Thierry Tremouroux durante os 7 atos da peça.

O espetáculo é uma montanha-russa de emoções, que traz em sua essência o universo do teatro, dança, canto lírico e popular, mágica, butoh e teatro de sombras, além de colocar os opostos: ocidente e oriente, tragédia e comédia, masculino e feminino, vida e morte; como reflexos da mesma realidade interligando o passado com o presente.

Créditos: Divulgação

Os Sete Afluentes do Rio Ota começa em Hiroshima e passa por Nova York, Amsterdã, Europa Oriental, terminando no Japão, narrando uma saga de 60 anos. A peça é dividida em sete atos de épocas distintas, nos quais os atores se alternam em cena. Os atos são intitulados em:

1 – Fotografias

2 – Jeffreys

3 – Palavras

4 – Casamento

5 – Espelho

6 – Entrevista

7 – Trovão Hiroshima

O espetáculo fica em cartaz somente até domingo, 01/12, na capital paulista. Ainda não temos informações de apresentações para uma nova temporada. Para saber mais sobre os próximos passos de “Os Sete Afluentes do Rio Ota” fique conectado aqui no Acesso Cultural!

Sesc Pinheiros recebe a estreia de O Importado, solo de Odilon Esteves


Créditos: Kika Antunes


O Sesc Pinheiros recebe o espetáculo O Importado, solo do ator Odilon Esteves, concebido a partir do conto “O Importado Vermelho de Noé”, do escritor André Sant’Anna (escrito na década de 90). A peça, que estreia em São Paulo, acontece de 23 de maio a 15 de junho no Auditório, de quinta a sábado, às 20h30.

O Importado gira em torno de um jovem administrador, homem branco, bem-sucedido financeiramente, que dirige seu carro importado, às margens do rio Tietê, rumo ao aeroporto. A chuva faz piorar o trânsito, atrapalhando seus planos.

Créditos: Kika Antunes

Nesse contexto, preso no trânsito, o personagem dispara seus pensamentos, sem os filtros da diplomacia ou da hipocrisia. E este homem revela-se, em seu íntimo, extremamente racista, meritocrata, machista e materialista.

O processo de criação por Odilon

Eu comecei esse processo querendo pesquisar a palavra “loucura”, nas suas várias acepções. Qual é o limiar que separa a sanidade da insanidade, o real da alucinação? Quanto a vida virtual nos aliena do mundo palpável? É mesmo irreal o que é fruto de nossa imaginação?

Depois esta palavra me levou aos seus sinônimos e antônimos. O que poderia ser o oposto de “loucura”? A “normalidade”, a “sanidade”, a “lucidez”? Foi aí que me lembrei deste conto do André Sant’Anna, cujo personagem/narrador é considerado, por uma parte imensa de nossa sociedade, a norma, o projeto de vida almejado, o caminho de uma vida exitosa. Esse personagem é um homem obcecado por dinheiro, por posição, por poder. E me pergunto: aderir plenamente a um projeto de vida cujo único fim é acumular bens, passando por cima do que quer que seja para atingir esse objetivo, atropelando si mesmo, os outros, a natureza… como é possível que isso seja considerado sanidade, normalidade, sensatez?

Créditos: Kika Antunes

Esse texto me parecia, quinze anos atrás, uma alegoria do homem branco racista, privilegiado, meritocrata. Como se fosse preciso exagerá-lo, mostrá-lo com uma lupa, para que o víssemos dissecado. No entanto, nos últimos tempos, esse homem saiu da toca aos montes, explicitamente, está por toda parte, porque ele não é somente um homem. Ele é uma ideia, uma visão de mundo, um projeto de construção da sociedade. E esse ser humano estufa o peito para vangloriar-se daquilo que deveria ser considerado desumano.

Quando um processo de criação é iniciado, conhece-se o ponto de partida, mas aonde o processo vai levar, é uma incógnita. Esse personagem me causa reações que vão do ódio à pena, do asco ao medo, da irritação à prostração. Parece uma montanha-russa. A peça é só um mote para continuarmos a conversar sobre esses temas, porque não dá para fazer vista grossa a tudo o que esse personagem representa.

Serviço
O IMPORTADO
De 23 de maio até 15 de junho de 2019. Quinta a sábado, às 20h30
Local: Auditório (98 lugares)
Valores: R$ 25,00 (inteira), R$ 12,50 (estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência) e R$ 7,50 (credencial plena do Sesc trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes).
Classificação: 16 anos
Duração: 60 minutos

Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195
Bilheteria: Terça a sábado das 10h às 21h. Domingos e feriados das 10 às 18h
Tel.: 11 3095.9400
Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 21h30; Sábado, das 10h às 21h30; domingo e feriado, das 10h às 18h30. Taxas / veículos e motos: para atividades no Teatro Paulo Autran, preço único: R$ 12 (credencial plena do Sesc) e R$ 18 (não credenciados).Transporte Público: Metrô Faria Lima – 500m / Estação Pinheiros – 800m

Sesc Pinheiros nas redes: Facebook, Twitter e Instagram: @sescspinheiros

Espetáculo de dança Celeste – cosmologia de um salto é apresentado no Largo da Batata


Créditos: Gui Galembeck


Inspirada no livro “A queda do céu”, de Davi Kopenawa, e no filme “Nostalgia da Luz” (2010), do chileno Patrício Guzmán, Marina Guzzo cria Celeste – cosmologia de um salto, no Laboratório Corpo e Arte da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo). A ação coreográfica acontece nos dias 8, no Largo da Batata, e nos 9 e 10 de março, na Praça do Sesc Pinheiros.

As pedras, como objetos e obstáculos para a construção de uma realidade coletiva, servem como a âncora do processo de criação da performance. Do encontro com um objeto – uma pedra – engaja-se um único gesto – o salto – para criar um campo de interesse, no qual os corpos em movimento podem propor ações políticas na cidade e na natureza, na memória e no esquecimento, na vida e na morte.

O salto, ou o gesto de saltar, torna-se dispositivo para interrogar a atual condição de tempo e espaço, em comunhão com esses objetos-ruína. É na relação com o salto e seus vários desdobramentos que a pesquisa aposta na ação, para compartilhar uma experiência de empatia, ritual e transformação, em espaço urbano delimitado para coletivos e comunidades.

“Celeste é para tentar criar o encantamento, mesmo diante de tanta adversidade. Saltar é muito libertador, engaja o corpo em uma transformação enorme, deixa a gente presente, em outro estado corporal”, ressalta a diretora.

Serviço
Celeste – cosmologia de um salto
Dia 8 de março de 2019. Sexta-feira, às 17h
Largo da Batata

Dias 9 e 10 de março de 2019. Sábado e domingo, às 16h
Praça | Sesc Pinheiros

Grátis | Livre

Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195
Bilheteria: Terça a sábado das 10h às 21h. Domingos e feriados das 10 às 18h
Tel.: 11 3095.9400
Transporte Público: Metrô Faria Lima – 500m / Estação Pinheiros – 800m

Em janeiro, Sesc Pinheiros oferece programação de teatro, dança e circo para as crianças




Reestreia dia 6 a peça A Pequena Magdalena, aos domingos em duas sessões, às 15 e às 17 horas. A POIN – Pequena Orquestra Interativa apresenta convidados em dois fins de semana 12 e 13, 19 e 20 de janeiro.

Por Andréia Bueno

Dança, teatro e circo integram a programação para crianças no Sesc Pinheiros em janeiro. Nos dias 5 e 6, sábado e domingo, a performance Balões Vermelhos, da Cia Etra de Dança Contemporânea, será apresentada na praça, às 16 horas. A companhia também oferecerá, gratuitamente, a oficina Corpo Balão e o Universo Lúdico de 8 a 17 de janeiro.
Pequena Magdalena ( Foto: Jéssica G. Teodoro)
A Companhia de Copas apresenta o espetáculo Pequena Magdalena, inspirado na trajetória da pintora mexicana Frida Kahlo, de 6 de janeiro a 10 de fevereiro no auditório do Sesc Pinheiros. A Poin (Pequena Orquestra Interativa) convida a Cia. Solas de Vento (12 e 13 de janeiro) e a Cia. Suno (19 e 20 de janeiro) para realizarem espetáculos em conjunto, experimentando o diálogo entre diferentes linguagens artísticas – as apresentações serão na praça.

PROGRAMAÇÃO


Dança
Espetáculo – Balões Vermelhos
Com Cia Etra de Dança Contemporânea
Dias 5 e 6 de janeiro, sábado e domingo, às 16 horas
Local: Praça
Classificação: Livre. Grátis
O espetáculo reúne em cena dezenas de bexigas que flutuam pouco acima do solo, suspensas pelo gás hélio e dispostas com precisão em linhas e colunas, formando um tabuleiro, que com o auxílio dos sete bailarinos, ganham vida. 
Voltado ao público infantil, a performance tem uma proposta artística com o objetivo de sensibilizar a criança para o universo da dança contemporânea, flertando com a linguagem lúdica e utilizando do olhar infantil para compor a cena.
Oficina – Corpo Balão e o Universo Lúdico
Com Cia. Etra Dança
De 8 a 17 de janeiro, terças e quintas, das 16h às 18h
Classificação: 7 a 12 anos. Grátis
Inscrições no local.
____________________________________________
Teatro

Espetáculo – Pequena Magdalena
Com Companhia de Copas
De 6 de janeiro a 10 de fevereiro, domingos, às 15 e às 17 horas
Local: Auditório (98 lugares). Classificação: 5 anos.
Preços: R$ 17,00 (inteira), R$ 8,50 (meia entrada: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência) e R$ 5,00 (credencial plena do Sesc – trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes)
Na história, que se passa na véspera do Día de Los Muertos (uma importante celebração mexicana que acontece no dia 2 de novembro e corresponde ao Dia de Finados no Brasil), Magdalena (Frida Kahlo) tem a difícil tarefa de salvar a festividade depois de causar um enorme acidente e para isso, conta com a ajuda de Miguel, um menino que é conhecido por todos pelo seu jeitão diferente e hábitos peculiares, como o de caçar morcegos e aranhas; por exemplo. Miguel é filho de Dona Consuelo, a zeladora do cemitério, e por isso mora lá.
Magdalena também possui suas diferenças. Traz consigo, em sua perna direita, as marcas de uma grave doença que teve aos seis anos; doença essa que a obriga a se superar e se manter hábitos bem distintos de outras meninas de sua idade e época, como andar de bicicleta, lutar boxe, jogar futebol etc. O acidente causado por Magdalena, põe em risco uma parte importante de um ritual que consiste em preparar a entrada dos parente e amigos que já se foram ao mundo dos vivos; e sem isso a festa mais tradicional e conhecida do México não poderia acontecer naquele cemitério!


A ideia de trazer Frida Kahlo aos palcos foi concebida por Luciana Castellano, atriz que integra a Companhia de Copas ao lado de Victor Merseguel. A primeira peça do grupo que parte da biografia de uma figura histórica foi Meu Amigo Inventor, de 2016, que conquistou o Prêmio São Paulo de Teatro Infantil e Jovem na categoria de melhor cenógrafo; foi eleito pelo guia da folha em 3° lugar pelo voto popular como melhor espetáculo e foi eleito em sete categorias pelo site especializado Pecinha é a Vovózinha, incluindo melhor espetáculo.
____________________________________________

Circo
Espetáculo – Poin e Circo
A Pequena Orquestra Interativa convida ao palco companhias de circo para realizarem espetáculos em conjunto, promovendo o diálogo entre diferentes linguagens artísticas. Além de seu tradicional repertório, a banda faz trilha sonora ao vivo para os números circenses, contracenando com os grupos e com o público.
Poin convida a Cia. Solas de Vento
Dias 12 e 13 de janeiro, sábado e domingo, às 16 horas
Local: Praça
Classificação: Livre. Grátis

Poin convida a Cia. Suno
Dias 19 e 20 de janeiro, sábado e domingo, às 16 horas
Local: Praã
Classificação: Livre. Grátis
SERVIÇO
SESC PINHEIROS
Endereço: Rua Paes Leme, 195.
Bilheteria: Terça a sábado das 10h às 21h. Domingos e feriados das 10h às 18h.
Tel.: 11 3095.9400.


Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 21h30; Sábado, das 10h às 21h30; domingo e feriado, das 10h às 18h30. Taxas / veículos e motos: para atividades no Teatro Paulo Autran, preço único: R$ 12 (credencial plena do Sesc) e R$ 18 (não credenciados).
Transporte Público: Metrô Faria Lima – 500m / Estação Pinheiros – 800m

SESC PINHEIROS RECEBE CARANGUEJO OVERDRIVE




Espetáculo eleito entre os melhores de 2015 é inspirado em obra do ativista Josué de Castro e no Manguebeat de Chico Science

Foto: Elisa Mendes

“No mangue tudo é, foi ou será caranguejo, inclusive o homem”. Esta frase de Josué de Castro, médico, geógrafo, escritor e ativista no combate à fome, transforma-se em uma sina inescapável em Caranguejo Overdrive, espetáculo que o Sesc Pinheiros recebe de 16 de fevereiro a 10 de março, em sessões às terças, quartas e quintas-feiras, às 21h. Apresentada no segundo andar da unidade, a temporada marca a estreia em São Paulo do grupo carioca Aquela Cia. De Teatro.

Encenado em 2015 no Espaço Sesc (RJ), no repertório comemorativo pelos dez anos d’Aquela Cia., Caranguejo Overdrive é um espetáculo musical dirigido por Marco André Nunes e ambientado em 1868, no contexto da Guerra do Paraguai. Narra a trajetória de Cosme (interpretado por Matheus Macena), um catador de caranguejos que se torna combatente, mas recebe baixa do exército brasileiro após ser acometido por uma crise de loucura em pleno campo de batalha.

No retorno à vida civil, Cosme encontra um Rio de Janeiro em convulsões urbanísticas – uma cidade, para ele, irreconhecível e com sabor de exílio. Descobre que a região do mangue onde nasceu – então chamada Rocio Pequeno, hoje a Praça 11 – está aterrada e decide empregar-se na construção do Canal do Mangue, historicamente a primeira grande obra de saneamento do Rio.

Porém, mais uma vez Cosme sofre um colapso. Abandona o emprego e passa a frequentar a boemia do mangue, onde se relaciona com prostitutas e poetas românticos, envolve-se em brigas e disputas políticas, admitindo o delírio e a poesia como alicerces da sua existência.

Num certo dia, é apanhado por uma tempestade tropical e, além de ex-catador, ex-soldado e ex-operário, perde também a sua condição humana. O desarranjo perante o mundo leva-o, por fim, à animalização: Cosme se torna um caranguejo, uma espécie de entidade espiritual que dialoga com a cultura e o imaginário do mangue.

Inspirado no livro Homens e caranguejos, de 1967, do ativista Josué de Castro, e no movimento Manguebeat do músico Chico Science, o espetáculo sintetiza a estética característica do trabalho da companhia. De um lado, está o vínculo com a literatura, presente em sua trajetória desde a montagem de estreia, Projeto K (2005), inspirado na obra do escritor tcheco Franz Kafka.

De outro, está a potência da música original executada ao vivo (com bateria, percussão, guitarra, baixo e teclado), recurso que habilmente se transforma num organismo vivo nas encenações d’Aquela Cia. “Procuro criar um universo que soe familiar e que ao mesmo tempo traga algo de surpreendente, seduzindo o espectador para além do que está sendo informado ou compreendido, que lance dúvidas e o instigue a questionar o mundo em que vive”, explica o diretor Marco André Nunes.

Entram também em cena dispositivos hipertextuais, que ajudam o público a decifrar os acontecimentos e fluxos de consciência de Cosme, e há, ainda, espaço para o humor, sobretudo nas passagens da cientista e da prostituta paraguaia, personagens vividas por Carolina Virguez em atuação elogiada pela crítica teatral carioca. Completam o elenco os atores Eduardo Speroni, Matheus Macena, Fellipe Marques e Alex Nader.

Caranguejo Overdrive recebeu quatro indicações ao Prêmio Shell (melhor direção, texto, ator e atriz), cinco ao Prêmio Questão de Crítica (melhor espetáculo, direção, texto, atriz e direção musical) e, das quatro indicações ao Prêmio Cesgranrio (melhor espetáculo, direção, texto e ator), foi contemplado nas categorias direção e texto. Foi também eleito um dos melhores espetáculos de 2015, na opinião do jornal O Globo e da revista Veja.
Ficha Técnica
Direção:
Marco André Nunes
Texto: Pedro Kosovski
Elenco: Carolina Virguez, Alex Nader, Eduardo Speroni, Fellipe Marques e Matheus Macena
Músicos em cena: Felipe Storino, Maurício Chiari e Samuel Vieira
Direção musical: Felipe Storino
Iluminação: Renato Machado
Instalação cênica: Marco André Nunes
Ideia original: Maurício Chiari
Realização: Aquela Cia. De Teatro

Serviço
Caranguejo Overdrive – Com Aquela Cia. De Teatro
Data: 16/2 a 10/3 (terças, quartas e quintas-feiras, às 21h)
Local: 2º andar – Sesc Pinheiros (92 lugares)
Duração: 75 minutos
Classificação: 16 anos
Ingressos: R$ 7,50 (Credencial Plena: trabalhador do comércio de bens, turismo e serviços matriculado no Sesc e dependentes); R$ 12,50 (Meia entrada: estudante, servidor de escola pública, +60 anos, aposentado e pessoas com deficiência); R$ 25 (Inteira). Ingressos à venda pelo Portal www.sescsp.org.br e nas bilheterias das unidades do SescSP. Limitação: quatro ingressos por pessoa. Não é permitida a entrada após o início do espetáculo.

SESC PINHEIROS
Endereço: Rua Paes Leme, 195.

Bilheteria: Terça a sábado das 10h às 21h. Domingos e feriados das 10h às 18h.
Tel.: 11 3095.9400.

Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 22h; Sábado, domingo, feriado, das 10h às 19h. Taxas / veículos e motos: Matriculados no Sesc: R$ 7,50 nas três primeiras horas e R$ 1,50 a cada hora adicional. Não matriculados no Sesc: R$ 10,00 nas três primeiras horas e R$ 2,50 a cada hora adicional.