O projeto “Circulação Nerina, a Ovelha Negra”, realizado pelo grupo Maracujá Laboratório de Artes através da 10ª edição do Prêmio Zé Renato de teatro para a cidade de São Paulo, chega à sua conclusão.
Depois de nove meses em processo de produção para esta etapa final, em 8 de julho de 2021 o grupo entregou gratuitamente à Secretaria Municipal de Educação (SME) 900 “kits espetáculo” Nerina, a Ovelha Negra. Composto por um CD com a trilha sonora do espetáculo em novos arranjos, um DVD com as duas versões do espetáculo na íntegra e uma revista didática sobre a peça, os kits foram distribuídos a CEUs e EMEFs da cidade de São Paulo através da SME.
Além disso, estes kits também dão acesso às versões digitais desses mesmos materiais (vídeo, músicas e revista), possibilitando que todas as instituições consigam acessar, de alguma forma, o material entregue.
E desde a última sexta-feira (17) , a trilha sonora do espetáculo está disponível nas principais plataformas de streaming de música (Spotify, Deezer, Apple Music, iTunes, YouTube Music, Tidal, Amazon Music, entre outras) e poderá ser acessada rapidamente pelo link: https://linktr.ee/albumnerina.
O Maracujá Laboratório de Artes decidiu liberar este material para o público em geral, pois é um pedido de grande parte das pessoas que já assistiram à peça desde sua estreia em 2017. Agora já é possível o acesso às músicas do espetáculo independentemente das apresentações teatrais presenciais.
Baseada no livro homônimo do cartunista Michele Iacocca, a premiada opereta com bonecos e atores do Maracujá Laboratório de Artes conta a história de Nerina, uma ovelha que é expulsa do rebanho só por ter uma cor diferente. Ao ir embora sozinha, ela acaba encontrando alguns lobos, que propõem usá-la como isca para atrair e devorar as ovelhas que a expulsaram, como vingança. Mas Nerina vai provar que o ódio nunca é o melhor caminho, tomando uma decisão que mudará a vida de todas.
O espetáculo, voltado para o público de todas as idades, tem como tema o racismo, que ainda persiste em existir em nossa sociedade, sendo urgente o desenvolvimento de ações que contribuam para reeducar o olhar de todos para mudar esta situação. Levar o tema ao teatro, portanto, foi a forma que o grupo encontrou para tentar fazer sua parte nesta luta.
O espetáculo retoma a pesquisa sobre plasticidade visual na cena, utilizando o teatro físico e vídeo cenários com puppet toys (que reproduzem os ambientes mostrados nas ilustrações do livro). Todas as músicas foram compostas pelo autor do livro, Michele Iacocca, e pelo diretor do espetáculo e também do Maracujá Laboratório de Artes, Sidnei Caria. Para os arranjos, foi chamada a diretora musical Fernanda Maia (de “Urinal – o musical”, “Carrossel – o musical”, “Chaves – um tributo musical”, entre outros), que propôs brincar com as diferenças culturais trazidas pelas culturas negra e caucasiana e seus desdobramentos, com referências a música clássica europeia, o reggae, o blues e misturas sonoras como o samba, a bossa nova e o choro, que revelam musicalmente nossa miscigenação cultural. São reconhecíveis clássicos da música erudita, como a valsa Danúbio Azul, de Strauss, a Nona Sinfonia de Beethoven, a Aleluia de Hendel, entre outras, em arranjos para violão executados pelo próprio elenco, que também utiliza o teclado, trombone de vara, caxixi e agogô em cena.