Andy Summers & Fernanda Takai se apresentam em São Paulo em um encontro histórico. A parceria entre os dois trará ao palco do Teatro Bradesco, no dia 31 de outubro às 21h, um show inesquecível que une repertórios dignos de premiações.
Entre tantos gêneros e estilos desse nosso país diverso, foi a Bossa Nova que levou o Brasil para o mundo. Desde o histórico encontro no Carnegie Hall aos antológicos discos de Sinatra e Jobim, Sergio Mendes e Marcos Valle nas pistas de dança e até a New Bossa de Bebel Gilberto.
Não por acaso, foi a Bossa Nova também que reuniu o pop britânico de Andy Summers com Fernanda Takai. Quem fez a ponte foi nosso mestre do banquinho e violão, Roberto Menescal, o professor de todos. Com Summers, ele fez o “United Kingdom of Ipanema” e com Takai tocou guitarra em “Insensatez” no premiado trabalho com o repertório de Nara Leão. Foi exatamente o CD “Onde Brilhem os Olhos Seus”, entregue por Menescal, que enfeitiçou o guitarrista do The Police. E o encanto foi tanto que Fernanda Takai não só é a voz fundamental desse disco como também é parceira nas versões, dividindo com ele a capa do álbum.
Como a bossa, Summers também tem influência do jazz e seus trabalhos solo trazem esse forte acento com toques de música erudita e música do mundo. Charles Mingus, Wayne Shorter e Thelonius Monk frequentam sua guitarra. Por outro lado, são inesquecíveis os solos e dedilhados em clássicos do pop como “Wraped Around Your Finger” ou “Walking on the Moon”, referências para várias gerações.
Em “Fundamental” ele faz como Caetano Veloso em “Saudosismo”, de 68. O baiano anunciava a Tropicália na canção manifesto/homenagem e reinventava a Bossa Nova assumindo esta como grande e forte influência na sua arte. Andy Summers acrescenta o pop, o jazz e faz um disco de canções todo escrito por ele. Um disco quase brasileiro, com harmonias sofisticadas e temas de amor para cantar junto. Como diz Fernanda, é dissonante e é bonito.
Em seu trabalho como compositora e vocalista do Pato Fu, ela não costuma cantar relacionamentos, mas depois de “Insensatez” e outras pérolas do baú de Nara, já temos mais esse prazer. Nas canções de “Fundamental” sua delicada voz canta o amor, a perda, a dificuldade e a conquista. Summers escreveu pensando nessa voz. Uma voz que tem tudo a ver com o tom mais pop que ele quis dar para sua bossa. E ela escolheu o repertório, dividiu versões com Zélia Duncan e John Ulhoa e ainda fez uma em japonês. Algumas letras lembram um “certo” romance pré-Bossa Nova, qualquer coisa de Antonio Maria como em “Chuva no Oceano”, e outras têm a leveza da praia, como nos clássicos da dupla Menescal/Bôscoli. Entre elas, “No mesmo lugar”.
“Fundamental” foi gravado e mixado em Los Angeles, no estúdio de Andy Summers, e conta ainda com a preciosa contribuição de Marcos Suzano na percussão – que dá o acento mais brasileiro do disco, e com o baixista mexicano Abraham Laboriel Sr., que já tocou com artistas do calibre de Ella Fitzgerald, Stevie Wonder e com os nossos Dori Caymmi e Gilberto Gil.
“Fundamental” é uma prova de que a música não obedece mesmo fronteiras geográficas. Com tantos personagens incríveis, essa história tem tudo pra ganhar o mundo. Esse mundo dissonante que há tanto tempo, tentamos inventar.
ANDY SUMMERS & FERNANDA TAKAI
Data: 31 de outubro, às 21h
Duração: 80 min.
Classificação: Livre
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