Love, Love, Love em cartaz na capital paulista




Por Andréia Bueno




Com 12 indicações a prêmios na temporada carioca, espetáculo do Grupo 3 de Teatro tem direção de Eric Lenate. As atrizes Débora Falabella e Yara de Novaes (fundadoras do grupo, junto com Gabriel Fontes Paiva – que assina a luz) dividem o palco com Augusto Madeira, Alexandre Cioletti e Mateus Monteiro.

Foto: Leekyung Kim

Adaptação da peça do dramaturgo britânico Mike Barlett, Love, Love, Love recebeu 15 indicações a prêmios, dentre eles, Prêmio Shell (melhor direção e melhor atriz – Yara de Novaes), e Prêmio APTR (Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro), nas categorias de melhores “espetáculo”, “atriz em papel protagonista” e “direção”. 
A peça se passa entre 1967 e 2014. Uma família conta a história de sua geração abordando, de maneira crítica, o contexto político e social de sua época e demonstrando como somos modificados pelo tempo em que vivemos. O espetáculo tem direção de Eric Lenate e segue em cartaz no Teatro Vivo até o dia 16 de setembro. 
Serviço:
Love, Love, Love
Teatro Vivo
Endereço: Av. Dr. Chucri Zaidan, 2.460 
Morumbi – São Paulo – SP(11) 3279-1520
Bilheteria : (11) 3279-1520
De terça a quinta: das 14h às 20h*.
De sexta a domingo: das 14h até o início da peça*.
Estacionamento no local. Valor: R$ 20,00

Love, Love, Love, com Grupo 3 de Teatro estreia em São Paulo




As atrizes Débora Falabella, Yara de Novaes, fundadoras do Grupo 3 de Teatro, junto com Gabriel Fontes Paiva (que assina a luz), dividem o palco com Augusto Madeira, Alexandre Cioletti e Mateus Monteiro

Por Andréia Bueno

Espetáculo que recebeu 12 indicações a prêmios na temporada carioca, estreou no Teatro Vivo dia 23 de março, sob direção de Eric Lenate, com texto inédito no Brasil de Mike Bartlett.

Foto: Leekyung Kim
Depois do sucesso da montagem de “Contrações” (premiações: APCA, APTR, Questão de Crítica e Aplauso Brasil), a companhia monta texto inédito do mesmo autor. No texto Love, Love, Love de Mike Bartlett, de 1967 a 2014, uma família conta a história de sua geração abordando, de maneira crítica, o contexto político e social de sua época e demonstra como somos modificados pelo tempo em que vivemos. 

“O primeiro texto que lemos de Mike Bartlett foi Love, Love, Love, depois de uma imersão de dois anos de leitura de autores contemporâneos, nos conectamos especialmente com esse autor. Ele é contundente com o momento em que vivemos, é profundo e provocador ao mesmo tempo que tem uma escrita clara e objetiva. Para o Grupo 3, o teatro é lugar de revisitar a história e pensar a questão do tempo político e social. E mesmo Mike escrevendo em Londres, cabe muito bem na pesquisa do grupo”. relata Gabriel Fontes Paiva.

Os três ficaram bem impressionados com o tema político revelador de como uma geração é definidora da próxima. Mas, na época, a companhia acabou por decidir montar Contrações. “Era perfeito para o momento do grupo, tratamos o tema de dominação em todas as montagens anteriores. Além disso, “Contrações” foi a peça de maior interlocução direta com o público e decidimos repetir Bartlett porque percebemos como era importante avançar nesse movimento”, conta Débora Falabella. 

Foto: Leekyung Kim
A escolha foi certa. A peça rendeu 7 prêmios ao grupo, que três anos depois pode montar “Love, Love, Love.” “O texto conta a história de uma família bem peculiar, mas está tratando do conflito geracional mais atual que poderia ser. É um texto político e também psicológico. É tudo junto como costumam ser as grandes obras”, reflete Yara de Novaes. 

Uma obra que, além de descrever uma família com todas as suas idiossincrasias e personalidades, também demonstra como somos modificados pelo tempo em que vivemos. A ação começa em 1967, na noite da primeira transmissão ao vivo de TV via satélite, em que os Beatles cantaram All You Need Is Love. Sandra, bonita e sedutora, recém-ingressada na universidade, marcou um encontro com Henry. Mas ela se interessa por seu irmão mais novo, Kenneth, também de 19 anos e calouro universitário. Em 1990, eles estão confortavelmente em outra realidade – são da classe média, curiosamente negligentes com os dois filhos, em um casamento prestes a ruir. Mas o grande momento é o último ato, em 2011, em uma reunião de família, quando a filha do casal, Rose, que foi uma violinista promissora, agora com 37 anos e muito decepcionada, arremessa sobre eles e sua geração de paz e amor a responsabilidade pelo fracasso da geração dela afirmando: “Você não alterou o mundo, você o comprou”.

SERVIÇO:
Love, Love, Love, de Mike Barlett, com direção de Eric Lenate
Teatro Vivo – Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 – Vila Cordeiro
Temporada: de 23 de março a 27 de maio 
Às sextas-feiras, às 20h; aos sábados, às 21h; e aos domingos, às 18h
Ingressos: sextas: R$50; e sábados e domingos: R$60
Duração: 110 minutos
Classificação: 14 anos
Telefone: (11) 3279-1520 
Capacidade do teatro: 274 lugares
Horário da Bilheteria: De terça a quinta: das 14h às 20h*. De sexta a domingo: das 14h até o início da peça.Fechado em horário de almoço: de terça a sábado, das 16h às 17h; no domingo, das 15h às 16h.
Estacionamento: Valet Estapar – Valor: R$ 20,00

Céus com Rodrigo Pandolfo e Felipe de Carolis em cartaz no Teatro Vivo




Aderbal Freire-Filho dirige espetáculo idealizado por Felipe de Carolis, que faz nova temporada no Teatro Vivo. Texto de Wajdi Mouawad, autor do fenômeno Incêndios questiona o poder da arte diante do horror

Foto: Divulgação

Por Rodrigo Medeiros
O espetáculo Céus entra em sua ultimas semanas, a peça marca o segundo encontro do diretor Aderbal Freire-Filho e do ator e produtor Felipe de Carolis com o teatro de Wajdi Mouawad. O primeiro encontro foi em Incêndios, a peça fenômeno com o maior número de prêmios da história do teatro Brasileiro – foram mais de vinte prêmios, e mais de 50 indicações só entre RJ e SP -, que rodou o país por três anos com absoluto êxito de público e crítica. 
E foi ainda durante os ensaios de Incêndios que Felipe decidiu que montaria Céus. “Houve um episódio específico que foi decisivo para eu bater o martelo e comprar os direitos da peça: estávamos ensaiando dentro do teatro Poeira, em 2013, quando o país ia às ruas para as manifestações que ficaram famosas pelo nome ‘não é por vinte centavos’. No intervalo do ensaio, vimos uma manchete que informava sobre a ameaça da intervenção militar naquelas manifestações. Nos olhos dos meus colegas de elenco eu vi o semblante de tristeza, dor e medo, uma mistura de indignação e angustia. Eu tive uma vontade enorme de ir para a rua, mas naturalmente não poderia abandonar o ensaio. Eu olhei pro Aderbal e disse “esta situação me lembra muito Céus, a ultima peça da tetralogia”.

Então, ator e diretor se reuniram novamente para explorar a dramaturgia do autor que é um dos mais destacados nomes da cena contemporânea internacional. O espetáculo Céus estreou com grande sucesso em 2016 no Teatro Poeira, no Rio de Janeiro e é ainda inédita no resto do país.

Isolados em uma espécie de bunker, as personagens precisam desvendar um iminente atentado terrorista. Especialistas no assunto, eles também são confrontados com o misterioso desaparecimento de um membro da equipe. Atravessado por temas de extrema atualidade, o texto de Mouawad caminha para uma profunda discussão sobre o Terror e o mundo contemporâneo.

“A questão atual do terrorismo não é mais vista como um conflito entre Oriente e Ocidente. Na verdade, a peça caminha para uma discussão mais profunda, que vai muito além das divisões territoriais, muito além de questões religiosas”, analisa Aderbal, que aponta as muitas diferenças entre Céus (2009) e Incêndios (2003), que fazem parte de uma mesma tetralogia denominada ‘Sangue das Promessas’.
Mouawad batiza o local em que as personagens se encontram de ‘célula francófona’, não especificando exatamente um país. Os espectadores apenas sabem que eles estão presos e que só poderão sair após finalizar a missão de desvendar o suposto atentado. É nesta tensão em que os conflitos individuais são apresentados e que a construção de todo o enigma da trama é desvendado.

Foto: Divulgação
Responsável pela obra do Wajdi no Brasil, Felipe de Carolis conta que “chegar até a agência detentora dos direitos do Wajdi foi um processo árduo. Todo dinheiro do meu trabalho ia para pagar os direitos de Incêndios. Era o risco da minha vida. O valor foi altíssimo. Wajdi é o jovem autor mais premiado no mundo. Hoje, recebe homenagens como ator, diretor, dramaturgo e autor em todos os continentes, mas o Brasil ainda não o conhecia.”, completa. 

Com Felipe de Carolis, Rodrigo Pandolfo, Marco Antônio Pâmio, Karen Coelho e Isaac Bernat, Céus encerra temporada dia 4 de março.

Serviço
CÉUS
Teatro VIVO (274 lugares)
Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 (antigo 860) – Morumbi
Informações: 3279.1520 e 97420.1520
Bilheteria: de terça a domingo, a partir das 14h. Aceita todos os cartões de crédito e débito. Acessibilidade: 6 lugares para cadeirantes, 2 lugares para mobilidade restrita e 2 cadeiras para obesos. Vallet: R$ 25.
Facebook: facebook.com/vivoencena – Instagram: @vivoencena
Vendas: www.ingressorapido.com.br e 4003.1212

Sexta às 20h | Sábado às 21h | Domingo às 18h

Ingressos:

Sexta R$ 50 | Sábado e Domingo R$ 60

Duração: 110 minutos

Recomendação: 14 anos

Temporada 2018: de 26 de Janeiro até 04 de Março

Espetáculo Por Isso Fui Embora estreia no Teatro Vivo




Empreitada dos irmãos Marcelo e Régis Faria estreia na próxima sexta-feira (26)

Por Redação

Quatro personagens. Suas inquietudes e convicções. No meio deles a Paixão! O amor e seus mistérios, encontros, desencontros, reencontros… A busca pela felicidade? 

Foto: Divulgação
A escritora Cires (Camila Lucciola) amou apenas uma vez, mas seu amor a deixou. Desiludida, não crê no modelo tradicional de casamento e vive encontros fortuitos e superficiais com homens diferentes. O mais assíduo deles é Joker (Flavio Rocha), cúmplice de sua história e dono do bar que ela mais frequenta. Dançando e cantando livremente na porta deste bar, conhece Martin (Joaquim Lopes), casado com Pérola (Juliana Knust). Martin ama sua mulher que ama o casamento. Ele é um fotógrafo cheio de dúvidas que vai se encantar por Cires e sua relação visceral com a vida. Pérola vai encontrar no desencontro uma nova perspectiva pra sua jornada. 

O Grande Sucesso integra o projeto cultural Vivo EnCena, uma iniciativa da Vivo, que acredita que o teatro vai além do espetáculo e investe nele, e na música, como elemento de transformação. Além da temporada em São Paulo, o espetáculo seguirá turnê Vivo EnCena por diversas capitais brasileiras. A programação traz também os “Encontros Vivo EnCena”, que acontecem após o espetáculo e geram a aproximação do público com os artistas, convidando para a reflexão criativa de quem produz e de quem consome cultura. O Vivo EnCena oferece, ainda, workshops gratuitos que buscam a formação de plateia e a inclusão cultural. O projeto beneficia dez estados brasileiros e tem curadoria e gestão do Teatro Vivo, na capital paulista.

Serviço
POR ISSO FUI EMBORA

Teatro VIVO (274 lugares)
Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 (antigo 860) – Morumbi 
Informações: 3279.1520 e 97420.1520

Bilheteria: de terça a domingo, a partir das 14h. Aceita todos os cartões de crédito e débito. Acessibilidade: 6 lugares para cadeirantes, 2 lugares para mobilidade restrita e 2 cadeiras para obesos. Vallet: R$ 25.
Facebook: facebook.com/vivoencena – Instagram: @vivoencena

Vendas: www.ingressorapido.com.br e 4003.1212
Sexta às 21h30 | Sábado às 21h | Domingo às 18h

Ingressos:

Sexta e Domingo: R$ 70 (Setor A) | R$ 40 (Setor B)

Sábado: R$ 80 (Setor A) | R$ 50 (Setor B)

Duração: 75 minutos
Recomendação: 14 anos
Pré-estreia: quinta, dia 25, às 21h30
Estreia dia 26 de Maio de 2017
Curta Temporada: até 30 de Junho

Crítica: JIM




Assistido por mais de 100 mil espectadores, #JIM  com Eriberto Leão e Renata Guida está em cartaz na capital Paulista.

Por Colaboradora Monica Duarte

Crédito: Divulgação

‘Um acerto de contas com o seu ídolo’. Jim um homem que não conheceu o vocalista Jim Morrison pessoalmente, mas que teve sua vida pautada pelos ideais deste ícone do rock, com atuação marcante do ator Eriberto Leão interpretando Mojo reencarnação brasileira do ídolo e João Mota um homem comum de Brasília, fã enlouquecido do astro que  não consegue levar sua vida fora das referências traçadas por seu mito.

No palco um túmulo-piano envolto em uma luz divinal abriga o corpo de um homem que de repente balbucia algumas palavras ao som da  música rascante  “Light my fire” e à partir daí o público vivencia um misto de sensações e quimeras com muito rock e poesia.

A sensação que temos é a de que Jim Morrison, vocalista da banda The doors ( 1943-1971)está no palco. É nessa atmosfera que Eriberto Leão recita: “Existe a arte de subir nos telhados e existe a arte de subir nos ombros dos gigantes”.

       Crédito:Divulgação

Mas na peça , Eriberto Leão ator estudioso de seu ofício, não fica no conforto de ser bem nascido na arte. Foge da fácil caracterização e trejeitos do personagem. Com excelente voz caminha por entre 75 minutos de espetáculo certeiramente e bem acompanhado por uma banda competente. O texto de Walter Daguerre e a direção de Paulo de Moraes faz acontecer ao mostrar outros ângulos para admirar Jim Morrison. As ciumentas dizem que a atriz Renata Guida (correta em sua atuação) não acompanha o protagonista, mas os homens não reclamam de sua beleza jovial.

Muito interessante a utilização o tempo todo do microfone no palco para se comunicar (rede social dos ídolos na década de 70). Cenário enxuto para caber toda energia, poesia e fogo do som de Morrison. Aplausos a Eriberto Leão.

Serviço
JIM
Teatro VIVO 
Lotação: 274 lugares
Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 (antigo 860) – Morumbi
Informações: 3279.1520 e 97420.1520
Vendas: www.ingressorapido.com.br e 4003.1212
Sexta às 21h30 | Sábado às 21h | Domingo às 18h
Ingressos:
Sexta e Domingo R$ 80 (Setor A) | R$ 40 (Setor B)
Sábado R$ 80 (Setor A) | R$ 50 (Setor B)
Duração: 75 minutos
Recomendação: 16 anos
Temporada: até 18 de Dezembro

CRÍTICA: O Grande Sucesso




Por Samuel Carrasco

Um espetáculo há 10 anos (ou mais) em cartaz. Um elenco que se reveza em cena incansavelmente. Um entra e sai de protagonistas, uma troca de angústias que se alojam cada hora em um personagem.

Foto: Priscila Prade

O Grande Sucesso parece que acompanha nossas conversas de bar, parece que somos nós, artistas de uma vida não tão fácil quanto se pretende, que estamos lá sendo representados por alguns seres majestosamente irônicos. E rimos de nós, e rimos deles, e engolimos o choro quase que simultaneamente ao riso.

O texto e a direção de Diego Fortes é um primoroso resumo das nossas pequenas frustrações diárias com nossas expectativas mal executadas. O “sucesso” ali tem suas variantes: “alguém que planeja fracassar e fracassa, obteve sucesso?” Indaga um, indagamos nós. O que é fazer sucesso? O que é chegar ao topo? Onde é o topo? O que é o topo?

Os atores da companhia estão no backstage (camarim/coxia) esperando suas deixas para entrarem em cena. Alguns estão desde o começo da longa temporada, outros foram entrando aos poucos substituindo alguém. Logo se percebe que a peça em si não agrada a nenhum deles, quase ninguém entende o que fala, quase ninguém sabe o que está fazendo de fato ali, apenas fazem. O jogo entre o que acontece naquele espaço que antecede à fantasia e a nossa própria vida, se dá o tempo todo: nossas prioridades, nossas buscas incessantes por algo que nem sabemos o que é, a mistificação desmedida do que não é nada, nossa sina de planejar e planejar e, quando chegar a hora, fazer errado e se julgar depois.

Na grande espera pela nossa “deixa” para viver, nos vemos ali, cheios de aparatos que não concordamos, cheios de opiniões que não desenvolvemos sozinhos, mas sempre prontos para entrar e fazer… O que mesmo?

Alexandre Nero e grande elenco dão vida (e que vida!) às palavras de Fortes. As músicas, ácidas e pontuais, dão o andamento e a atmosfera necessária para captarmos, mesmo que inconscientemente (na pior das hipóteses), o peso dessa comédia. A versatilidade dos artistas agrada até o mais leigo da platéia.

Do início ao fim o público se sente convidado a agir e a reagir. Como tudo na vida que “tem um começo, acontece algumas coisas e acaba”, assim é O Grande Sucesso que, como tudo o que é bom, não queremos que termine.

Vida longa aos questionamentos! Vida longa a “O Grande Sucesso”, em cartaz no Teatro Vivo até o dia 16/10.