Inspirada em Belchior, Na Parede da Memória prossegue temporada no Teatro Itália




Inspirado na poesia do cantor e compositor cearense Belchior (✧1946 – ✙ 2017), o espetáculo está em cartaz no Teatro Itália até dia 28 de novembro

Por Andréia Bueno
O espetáculo tem direção de Paulo Merisio e texto de Fabrício Branco. Em cena, quatro amigos separados pelo tempo e por suas diferenças se reencontram em um apartamento onde todos já viveram antes. Fechando um ciclo da história, cada personagem deve retirar o que é seu do imóvel. O único desacordo parece estar na propriedade do disco Alucinação, de Belchior, objeto reclamado por todos.
Foto: Tiago Brando
Um reflexo do passado ganha cores contemporâneas, no desenrolar da trama que situa a história política atual do país e do mundo. Cada canção se torna rascunho do destino, tendo a poesia e a ação como forma de narrar essa história.
Músicas de Belchior, como Coração Selvagem, Galos, Noites e Quintais, Como Nossos Pais,À Palo Seco, Paralelas, Inspiração, Velha Roupa Colorida e Apenas um Rapaz Latino Americano são executadas ao vivo em cena e também inspiram a dramaturgia do espetáculo.
A proposta do espetáculo já tinha sido pensada em 2013, mas foi colocada em prática em 2017. “Após a morte de Belchior sentimos que era hora de retomar aquele desejo antigo”, diz o diretor Paulo Merisio. “A percepção de que suas letras tinham potencialidade poética para a construção de uma bela dramaturgia nos inspirou desde aquela época”, completa.
Uma das propostas da encenação é discutir a atemporalidade dos temas de Belchior, artista que teve canções interpretadas por grandes nomes da cena nacional, como Elis Regina, Elba Ramalho e Fagner. “Além de homenagear o artista, a peça traz ainda muitas reflexões e questionamentos sobre sua obra, surpreendentemente contemporânea – Algumas letras que poderiam aparecer anacrônicas passaram a retomar vigor inesperado”, diz a equipe.
Serviço
Na Parede da Memória
Até 28 de novembro. Quartas-feiras, às 21h.
Teatro Itália. Endereço: Av. Ipiranga, 344 – República, São Paulo.
Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia).

Pico da Neblina terá 18 personagens vividos por novos talentos




Parte do elenco, escalado pelo diretor Fernando Meirelles por meio das redes sociais, nasceu na periferia de São Paulo

Por Andréia Bueno
PICO DA NEBLINA, série original da HBO Latin America, terá no elenco 18 atores selecionadas por Fernando Meirelles a partir de um convite na internet que recebeu mais de 2.600 interessados. Com a ação, o diretor descobriu novos talentos e deu oportunidade para jovens que nasceram na periferia de São Paulo.
Foto: Divulgação
A convocação foi realizada por meio do Facebook. Meirelles convidou aspirantes e atores em início de carreira, que deveriam ter entre 20 e 35 anos, a enviar vídeos caseiros, gravados no próprio celular. Os novatos passaram por uma oficina para preparação dos personagens. Entre os escolhidos, Henrique Santana – nascido e criado na Zona Leste da capital – viverá Salim, amigo de infância do protagonista, Biriba. Seis outros escolhidos ocupam papéis secundários e onze participam do elenco de apoio.
Essa não é a primeira vez que Fernando Meirelles faz essa aposta – o diretor já trabalhou com membros da comunidade em “Cidade de Deus”, indicado a quatro categorias do Oscar®.
PICO DA NEBLINA terá dez episódios com uma hora de duração cada e se passa em uma São Paulo ficcional onde a maconha foi recentemente legalizada. A trama gira em torno do jovem traficante paulistano Biriba (Luis Navarro), que decide deixar para trás a vida do crime e usar seus conhecimentos para vender o produto dentro da lei e junto com um sócio investidor pouco experiente, Vini (Daniel Furlan). Para andar dentro da lei, Biriba terá que lidar com o peso e as pressões do seu passado e as inúmeras armadilhas do mundo dos negócios.
Com direção geral de Fernando Meirelles e Quico Meirelles, direção de Rodrigo Pesavento e Luis Carone, a série original da HBO Latin America é produzida por Luis F. Peraza, Roberto Rios e Eduardo Zaca, da HBO Latin America Originals, Fernando Meirelles, Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck da O2 Filmes. O roteiro é de Chico Mattoso, Mariana Trench, Cauê Laratta e Marcelo Starobinas.

Espetáculo Meus Duzentos Filhos estreia no Teatro Municipal Maria Clara Machado




Espetáculo “Meus Duzentos Filhos” estreia no Teatro Municipal Maria Clara Machado



Por Andréia Bueno

Quando educar é um propósito de vida acima da própria vida. Esse é o norte do espetáculo “Meus duzentos filhos”, de Miriam Halfim, com direção de Ary Coslov, que estreiou dia 2 de novembro no Teatro Municipal Maria Clara Machado, na Gávea (RJ). A peça, estrelada pelo ator Marcelo Aquino, retrata a vida e a obra de Janusz Korczak (1879-1942), médico e pedagogo judeu polonês que fundou o orfanato modelo Dom Sierot, onde trabalhou durante 30 anos e desenvolveu um método pedagógico inovador, até ter a sua trajetória interrompida pelos horrores da guerra e do nazismo, assim como as dos cerca de 200 órfãos que ali aprendiam disciplina, ganhavam instrução e força moral para enfrentar a vida.
Foto: Brunno Dantas
– Quem primeiro me apresentou o texto da Miriam Halfim foi a produtora Maria Alice Silvério. Fiquei fascinado pela vida de Janusz Korczak, sua dedicação a uma causa e todo o impacto que sua trajetória poderia provocar, por se tratar de uma história verídica, repleta de significados e, mais do que tudo, uma história que não deve ser esquecida – fala o diretor Ary Coslov.
Afirmando que “não existem crianças, existem pessoas”, Korczak esforçava-se para assegurar a elas uma infância despreocupada, mas não isenta de obrigações. Elas deveriam compreender e experimentar emocionalmente situações, tirar conclusões por elas mesmas e eventualmente prevenir prováveis consequências. Rejeição à violência física e verbal, interação educativa entre adultos e crianças, a individualidade de cada criança e o conhecimento de que o processo de desenvolvimento de uma criança é um trabalho difícil eram os elementos de seu método, a Pedagogia do Amor, que influenciou pensadores importantes, como Paulo Freire e Jean Piaget.
Com a guerra, o orfanato é transferido para o Gueto de Varsóvia. Várias tentativas foram feitas para salvar sua vida, mas ele nunca admitiu separar-se de suas crianças, pois “um pai não abandona seus filhos em momentos difíceis”, repetia sempre. Em 1942, Janusz e seus duzentos “filhos” são levados para o campo de extermínio em Treblinka. A marcha é relembrada pela sua dignidade e coragem: ele liderou as crianças e, com elas, embarcou, mantendo-as calmas e tranquilas, protegendo-as acima da própria vida.
O objetivo do projeto é revelar ao público a imagem de Janusz Korczak, médico, pedagogo, escritor de histórias infantis e um ser humano de primeira grandeza, que, infelizmente, é ainda desconhecido para a maioria das pessoas. Além disso, o tema se mostra bastante atual no Brasil e no mundo.
Além da temporada no Maria Clara Machado, o espetáculo, que estreou em 8 de agosto no Midrash Centro Cultural, prorrogou sua temporada lá até 13 de dezembro, todas as quintas, às 20h30. Ao todo, o monólogo já fez 32 apresentações até hoje e foi visto e aplaudido por mais de 2 mil pessoas.

Serviço

“Meus duzentos filhos”
Teatro Municipal Maria Clara Machado
Temporada: de 2 até 25 de novembro
Sessões: sextas e sábados, 21h, e domingos 19h
Av. Padre Leonel Franca, 240 – Gávea, Rio de Janeiro
Telefone: (21) 2274-7722
Ingressos: R$ 40
117 lugares
Classificação: 12 anos
Gênero: Drama
Duração: 75 minutos
Midrash Centro Cultural
Temporada: Até 13 de dezembro
Sessões: Quintas às 20h30
Rua General Venâncio Flores 184, Leblon – Rio de Janeiro
(21) 2239-2222
Ingresso – R$ 40 (inteira) / R$ 20 (meia)
42 lugares

Tick, tick…Boom! em cartaz na capital paulista




Obra universal já traduzida para mais de 10 idiomas e há 17 anos em cartaz pelo mundo ganha sua primeira montagem brasileira

Por Andréia Bueno
O que você quer ser? Até que ponto você está disposto a lutar por seus sonhos? Qual é o caminho certo? O que é importante? Como ser alguém em meio à multidão? E se desse tudo errado? E se o seu tempo estivesse acabando?
Foto: Caio Gallucci
O título Tick, Tick… Boom! faz referência ao som emitido pelo relógio, que marca o indestrutível passar do tempo. O musical nos apresenta a jornada de Jon (Bruno Narchi), uma eterna promessa do teatro musical americano, um aspirante a escritor e compositor que sonha em realizar um grande espetáculo.
Sob a pressão da véspera de seu aniversário de 30 anos, de Susan (Giulia Nardruz), sua namorada que quer uma vida estável fora da cidade grande, e de Michael (Thiago Machado), seu melhor amigo disposto a convencê-lo a trocar tudo pela lucrativa carreira da publicidade insistindo em lhe oferecer um trabalho “normal”, Jon sente-se como uma bomba relógio, prestes a explodir!
Tick, Tick…BOOM! também é considerado uma autobiografia musical de Jonathan Larson e sua luta para realizar um dos maiores sucessos da Broadway, o musical Rent, que marcou a história americana e foi recentemente montado no Brasil por Bruno Narchi associado à produtora Bel Gomes.
Depois do sucesso de Rent, Bruno e Bel decidiram criar uma Companhia ao lado de Leopoldo Pacheco e Thiago Machado. Assim nasceu a Companhia Paralela, para produzir espetáculos com alta qualidade artística enriquecendo o cenário alternativo. “É uma experiência muito gostosa juntar pessoas que têm uma vontade e uma maneira de trabalhar muito parecidas. É um movimento amoroso em relação ao teatro”, afirma Leopoldo Pacheco que agora assina a direção do musical ao lado de Bel Gomes.
Os novos produtores escolheram temas caros aos jovens como insegurança e solidão. O musical mostra no palco a crise dos 30 anos de idade, uma crise profissional, amorosa, pessoal. “Enquanto Rent explora uma doença moderna que é a solidão, Tick Tick fala de outro mal que aflige a juventude: a insegurança”, diz Bruno. “E traz um importante questionamento da vida: por que seguir líderes que não sabem liderar?”, completa Thiago. “Esse início de trabalho revela nosso desejo de falar sobre assuntos pertinentes, como crise da idade e verdades que são duvidosas. Muitos artistas sabem que conquistamos um público jovem que não se via retratado. Oferecemos representatividade.” comenta Bel Gomes.
Serviço
TICK, TICK…BOOM!
Teatro FAAP (486 lugares)
Rua Alagoas, 903 – Higienópolis.
Informações e Vendas: 3662.7233 e 3662.7234.
Bilheteria: de terça a sábado, das 14h às 20h. Domingo das 14h às 17h.
Aceita cartão de débito e crédito: Visa, Master ou Dinners. Não aceita cheque.
Estacionamento gratuito, com vagas limitadas. Acesso para deficiente. Ar-condicionado.
Terças e quartas às 21h
Ingressos:
R$ 80
R$ 60 (plateia popular – 98 lugares por sessão)
Duração: 90 minutos
Recomendação: 12 anos
Temporada: até 12 de dezembro

Heloísa Périssé faz curtíssima temporada de Lololendi no Teatro Riachuelo Rio




Concebido pela atriz em parceria com Paulo Dimantas, que também assina a direção, Lololendi fica em cartaz de 3 a 11 de novembro

Por Andréia Bueno
Heloísa Périssé está de volta aos palcos e em dose dupla. Além de escrever e atuar na  comédia Loloucas (que cumpre temporada até 11/11, no Teatro Riachuelo), a atriz,  autora e roteirista assina outro projeto simultaneamente, desta vez destinado ao  público infantil. O musical Lololendi, idealizado em parceria com o diretor Paulo  Dimantas, faz curtíssima temporada no Teatro Riachuelo, de 3 a 11 de novembro.
Foto: Dado Marietti
A peça conta a história de uma ex-dona de cantina de escola que vira cuidadora de crianças e, sem abrir mão da tecnologia, mostra a elas que há  todo um mundo de brincadeiras e aventuras além da telinha do celular. “Eu e Paulinho (Paulo Dimantas, diretor, roteirista e produtor, enteado da atriz) há um  bom tempo pensamos em fazer algo juntos. E sempre que a família se reúne,  inventamos brincadeiras para Pietra, a filha dele de 5 anos, e isso, aos poucos, foi se  desenhando em um projeto e dando material para bolarmos a peça”, explica Heloísa, que escreveu o texto, montado com a direção de Paulo. “Comecei minha carreira  trabalhando com teatro infantil e sempre quis fazer uma personagem que fosse uma  mistura de Mary Poppins, Noviça Rebelde e Nanny McPhee”, confessa a atriz. 
No musical, Lolô é ex-dona da cantina de uma escola, que fecha por causa da crise.  Pressionada pelas dívidas e por Leleco Casas (Johayne Hildefonso) – rico proprietário de  vários imóveis da região, que faz de tudo para comprar a casa que é da família dela há  várias gerações –, Lolô resolve virar cuidadora de crianças e resgatar brincadeiras da sua  época como pique esconde, pique pega e pula bandeira. Ao perceber e despertar o  talento e as habilidades de cada criança em áreas como esportes, moda, culinária, música  e contação de histórias, Lolô faz de sua casa – que, desde pequena, acredita ser encantada – um lugar de magia e diversão, o sonho de qualquer criança: a Lololendi. Quem pontua a  história como narradores são os cachorros Arroz e Feijão, que vivem no quintal da casa, bonecos manipulados por Thaisa Violati e Alexandre Guimarães, que pularam da  realidade para a ficção: “São os nomes dos meus cachorros de verdade. E eu e Paulinho já nos divertíamos, inventando vozes e personalidades para eles, nas brincadeiras com Pietra e resolvemos colocá-los na peça”, diverte-se Heloísa.
Serviço
Temporada: de 3 a 11 de novembro
Dias: sábados e domingos às 16h
Ingressos: Plateia VIP: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Plateia: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Balcão Nobre: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Balcão: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Local: Teatro Riachuelo Rio
Lotação: 999 lugares
Endereço: Rua do Passeio, 40 – Centro
Bilheteria: ter a sáb – 12h às 20h / dom e feriados – 12h às 19h
Em dias de espetáculo, a bilheteria funciona até 1 hora após o início do mesmo
Telefone: 21 3554-2934 / 2533-8799
Classificação etária: Livre
Duração: 60 minutos

Teatro Arthur Azevedo recebe curta temporada do espetáculo A Dança das Vedetes




Contemplado no 23º Edital de Fomento de Dança da Secretaria Municipal de Cultura, o projeto traz à cena um resgate do Teatro de Revista

Por Andréia Bueno
Após uma temporada de sucesso no Teatro João Caetano, o espetáculo de dança A DANÇA DAS VEDETES se transfere para uma curta temporada no Teatro Arthur Azevedo. As apresentações acontecem de sexta a domingo e são gratuitas. Supervisionado pela Profª Drª Neyde Veneziano, especialista em Teatro de Revista, o espetáculo é resultado de uma pesquisa desenvolvida com um elenco de terceira idade e traz à cena muita alegria e brasilidade, resgatando a vedete que cada uma das participantes tem dentro de si. “São vedetes da terceira idade, mas vedetes modernas, empoderadas e que sabem muito bem seus lugares e o que querem da vida”, declara Neyde Veneziano.
Foto: Lucas Feitosa
Sem o vigor da juventude, mas com a alegria e o olhar de quem entende seu papel no mundo, os 23 componentes do elenco deverão encantar o público com seu trabalho singelo, pleno de entusiasmo e poesia. O espetáculo mostrará, inclusive, alguns pequenos esquetes e monólogos revisteiros, a fim de introduzir o espectador no universo da Revista. A trilha sonora é outro show à parte, composta por canções como O CANTO DO CISNE NEGRO, de Villa Lobos; A ÁGUA LAVA TUDO, de Emilinha Borba; Ô ABRE ALAS, de Chiquinha Gonzaga; TOURADAS EM MADRI, de Braguinha; e MAMÃE EU QUERO, de Vicente Paiva e Jararaca.
Sinônimo de grande atração, o termo Vedete, de origem italiana, foi incorporado no Brasil como forma de se referir às artistas do período áureo do Teatro de Revista. A tendência do público é achar que “vedete” era uma super-star, coberta de paetês, brilhos e lantejoulas. No entanto, poucos sabem que havia um “sistema” no Teatro de Revista, o qual determinava, inclusive, a posição que cada uma deveria ficar, sem se mexer muito. Elas faziam teatro musical, porém a grande responsabilidade era a de passar sensualidade, alegria e brasilidade, sempre sugerindo que a “vida vale a pena ser vivida”. É esta a essência do espetáculo, que pesquisou os corpos brasileiros dos anos 1950 e 1960, época em que as coreografias e os movimentos eram mais simples e ingênuos.
Foto: Lucas Feitosa

SERVIÇO
Onde: Teatro Arthur Azevedo – Avenida Paes de Barros, 955 – Mooca
Quando: Estreia 26/10/2018 até 18/11/2018 – Apresentações: Sex 18h, Gratuito | Sáb 18h, Gratuito | Dom 16h, Gratuito 
Classificação: 12 anos
Duração: 01h05