Herson Capri e Genézio de Barros levam para o palco uma história de amizade, paixão e honra entre dois amigos que não se veem há 41 anos
Por Andréia Bueno
Consagrada obra do escritor húngaro Sándor Márai (1900-1989), “As Brasas” ganha sua primeira adaptação para os palcos brasileiros em uma montagem que marca a estreia de Duca Rachid – autora conhecida por diversos sucessos na televisão brasileira – na dramaturgia teatral. A ideia de adaptar o romance surgiu há quase dez anos, quando Duca e o também novelista e dramaturgo Júlio Fischer estavam trabalhando juntos e leram o livro.
Foto: Leo Aversa
Em seu primeiro trabalho no teatro, Duca Rachid enfrentou um grande desafio na adaptação de um prestigiado romance. “Quando li, de cara, pensei que daria uma peça incrível. O trabalho foi difícil porque o livro tem várias camadas. É um jeito de eu me aprofundar nessa linguagem, que exige outro tipo de imaginação. Quando você escreve para TV e para cinema, tem algo mais naturalista e imagético. Para o teatro, é muito mais abstrato”, diz.
Herson Capri e Genézio de Barros vivem, respectivamente, Henrik e Konrad, protagonistas de uma história visceral de amor e amizade, marcada pelo rancor e o ressentimento. Ainda meninos, eles se conheceram na escola militar, tornaram-se amigos inseparáveis e, ao longo dos anos, partilharam descobertas e experiências da infância, juventude e vida adulta. Eles não se veem há 41 anos, desde o dia em que Konrad desapareceu após uma caçada na floresta nos arredores do castelo de Henrik, em 1899, na Hungria. Entre os dois, há um segredo que ronda o dia da caçada e as lembranças de Kriztina – mulher de Henrik e amiga de infância de Konrad. Após quatro décadas, Henrik, agora general, recebe uma carta do amigo informando estar de volta à cidade, levando-o a se preparar para esse tão aguardado confronto final.
Fortemente presente no romance, a música foi transportada para a cena através da trilha original criada por Marcelo Alonso Neves. “Como, no livro, a música aparece relacionada aos personagens femininos, a violoncelista Nana Carneiro da Cunha vai executar a trilha ao vivo, no palco, e também dizer as falas femininas”, conta Pedro Brício. “É um livro sobre afetividade, memória e decadência. Um encontro muito íntimo entre dois amigos durante a II Guerra Mundial. Isso é muito interessante, esse contraponto entre o momento histórico, o cotidiano e as relações afetivas. É uma constatação de uma certa tristeza e uma decadência dessa dureza masculina”, analisa o diretor.
Foto: Leo Aversa
Idealizador da montagem, Felipe Lima já conhecia a obra de Márai quando foi convidado por Duca para participar do projeto e ficou encantado com a ideia de transpor para os palcos a história de Henrik e Konrad. “É uma história que fala de algo muito forte na minha vida: a relação de amor e de amizade. Por isso, esse livro me toca profundamente”.
SERVIÇO
Até 4 de novembro. Sexta e sábado, às 21h; domingo, às 18h.
Local: Teatro. Capacidade: 330 lugares. Duração: 70 minutos.
Recomendação etária: a partir de 12 anos. Gênero: drama.
Ingressos: R$ 9,00 (credencial plena), R$ 15,00 (meia), R$30,00 (inteira).
Venda online: 18/09/2018, a partir das 12h. Venda nas unidades: 19/09/2018, a partir das 17h30.
Transporte: Metrô Jardim São Paulo Ayrton Senna- 850m. Metrô Parada Inglesa -1.200m. Terminal de ônibus (metrô Santana) – linha Vl. Nova Galvão (2025-10).
Estacionamento – R$12,00 a primeira hora e R$ 3,00 a hora adicional – desconto para credenciados.
Para informações sobre outras programações ligue 0800-118220 ou acesse o portal
sescsp.org.br Funcionamento da bilheteria do Sesc Santana – de terça a sexta, das 9h às 21h30; aos sábados, das 10h às 21h; e aos domingos, das 10h às 18h45. Aceitam-se cartões de crédito e débito (MasterCard, Diners, Visa, Aura, Cabal, Elo, Hipercard, Maestro, Redeshop e Visa Electron), e cartões de bandeiras Vouchers Cultura (Alelo, Sodexo, VR e Ticket). Os ingressos podem ser adquiridos em todas as unidades do Sesc.