Garota de Ipanema, o amor é bossa estreia no Teatro Riachuelo Rio




Com texto de Thelma Guedes, direção de Gustavo Gasparani, direção musical de Delia Fisher e supervisão musical de Roberto Menescal, novo espetáculo da Aventura Entretenimento traz Letícia Persiles e Thiago Fragoso como protagonistas

Garota de Ipanema – Elenco principal (Foto: André Wanderley)

Os acordes do violão da bossa nova são inconfundíveis. Um dos movimentos mais influentes da música popular brasileira, que revelou grandes nomes como Vinícius de Moraes, Tom Jobim e João Gilberto, dará o ritmo ao novo musical inédito da Aventura Entretenimento, “Garota de Ipanema, o amor é bossa”, que estreia dia 26 de agosto junto com a inauguração o Teatro Riachuelo Rio. O novo centro de arte e cultura do Rio de Janeiro irá funcionar no mesmo prédio que abrigava o antigo Cine Palácio, tombado pelo patrimônio histórico. Após dois anos de intenso trabalho de restauração e intervenções modernas, o espaço será devolvido à cidade com plateia para 1000 pessoas. 

Em um Rio de Janeiro dos anos 60, a história de amor de Zeca, um rapaz da Zona Sul carioca, e Deolinda, uma garota do Méier, será envolvida pelos clássicos que consagraram compositores e intérpretes brasileiros, como “Samba do avião”, “Ela é carioca”, “Chega de saudade” e “Carta ao Tom 74”. A primeira trama de Thelma Guedes – autora de novelas como “Cordel encantado” e “Jóia rara” – para o teatro, tem direção de Gustavo Gasparani, que tem a carreira marcada por produções que envolvem a história da música brasileira (“Samba Futebol Clube” e “SamBRA, o musical – 100 anos de samba”). Delia Fischer assina a direção musical, que contou com a supervisão de Roberto Menescal na seleção das canções que embalam o espetáculo. A compositora e arranjadora já esteve à frente da música de espetáculos como “Chacinha, o musical” e “Elis, A Musical”. 

“Garota de Ipanema, o amor é bossa” busca mostrar para o público um pouco da música, da beleza, da ginga e do charme cariocas que fizeram com que o Rio de Janeiro se tornasse uma das cidades mais amadas do mundo. Letícia Persiles estreia em musicais como a protagonista Deolinda, que terá o apelido de Dindi. “A Deolinda vem sendo construída um pouco a cada dia, em conjunto com os outros personagens. Ela é uma mulher forte e eu gosto muito da força que ela tem. O texto ser escrito por uma mulher faz com que a peça tenha personagens femininos maravilhosos”, comenta a atriz. A atriz ficou conhecida pelo grande público ao interpretar Capitu, na minissérie homônima da Rede Globo, e lançou recentemente um disco independente “As Cartas de Amor e Saudade”. 

Após interpretar personagens de grande sucesso nas novelas “Amor à Vida” e “Babilônia”, Thiago Fragoso será Zeca, protagonista e par romântico de Letícia Persiles. “Quando soube que era o primeiro texto inédito da Thelma para o teatro pensei que não podia ficar fora, queria fazer parte dessa história. Vamos falar de um movimento importante que aconteceu aqui e que tem tanto a cara da cidade”, diz o ator. Além dos protagonistas, o núcleo principal da trama ainda traz Claudio Lins (“Elis, A Musical”), Stephanie Serrat (“Andança – Beth Carvalho, O Musical”), Luciana Bollina (“As Aventuras do Menino Iogue”) e Claudio Galvan (“Ô Abre Alas – A Vida de Chiquinha Gonzaga”). Mais de 180 atores participaram das audições. Completam o elenco 16 atores-cantores-bailarinos que dão vida aos demais personagens da peça, como Vinicius de Moraes (Will Anderson), Tom Jobim (Guilherme Logullo) e Roberto Menescal (Ditto Leite).

Thelma Guedes se inspirou em sua própria história para dar o enredo ao texto. Ao ser convidada para escrever o musical, a autora, nascida no subúrbio carioca, respondeu que só escreveria se a protagonista morasse no Méier. “Quando recebi o convite, me veio na cabeça a minha história com o que era a “garota de Ipanema”, ou seja, a garota que morava na Zona Sul, que as meninas do subúrbio tanto queriam ser também. Queria contar isso com propriedade. Comecei a assistir mais musicais para me entrosar com o estilo e convidei meus parceiros para começarmos o texto. Primeiro fizemos uma versão muito ingênua e fomos amadurecendo a ideia. Até que chegamos a essa forma madura, adulta, que vocês vão assistir”, comenta a escritora, que assina a trama ao lado de Alessandro Marson, Maria Helena Alvim e Newton Cannito.

Apaixonado pela história da música brasileira e com mais de 60 indicações em prêmios por direção, texto e atuação em musicais, Gustavo Gasparani dirige o espetáculo e visa imprimir uma originalidade aos musicais nacionais. “Teremos uma história incrível, forte e potente, assim como o elenco. O texto me dava muito realismo e eu queria tudo muito teatral. Isso me levou para um lugar muito interessante. Vamos levar algo realmente inédito nos palcos brasileiros com esse espetáculo”, diz Gustavo Gasparani. Idealizador do projeto e produtor associado, o ator Marcelo Serrado comenta sobre “Garota de Ipanema, o amor é bossa”: “Falar de amor é a alma da bossa nova. Este espetáculo é para ver de rosto colado …”.

Convidar nomes que nunca passaram pelo universo do teatro musical, como Thelma Guedes, é uma característica da Aventura Entretenimento, dos sócios Aniela Jordan, Fernando Campos e Luiz Calainho. A produtora responsável por montagens totalmente nacionais já trouxe para os palcos nomes como Dennis Carvalho (“Elis, A Musical”), Daniel Filho (“Se eu Fosse Você, o musical”), Andrucha Waddington e Pedro Bial (“Chacrinha, o musical”). A intenção é que esse intercâmbio leve novos olhares e ideias ao gênero. “A Aventura visa sempre diversificar suas produções, e um caminho para isso é convidar para os projetos profissionais bem-sucedidos em outras áreas, que possam pôr em prática propostas inovadoras e fazer com que a gente não siga uma fórmula.”, conta Aniela Jordan.

SERVIÇO
Teatro Riachuelo Rio – Rua do Passeio, 38/40 – Cinelândia
Estreia: 26 de agosto
Dias e horários: 5ª, 6ª e Sáb – 20h / Dom – 18h
Funcionamento da bilheteria: 3ª e 4ª das 12h às 20h, de 5ª a domingo das 12h até 1 hora após o início do espetáculo.
Preços: 
5ªs e 6ªs: R$110 – Plateia VIP; R$80 – Plateia e Balcão Nobre; R$50 – Balcão
Sábados e domingos: R$140 – Plateia VIP; R$100 – Plateia e Balcão Nobre; R$50 – Balcão
Capacidade: 1.000 pessoas
Duração: 2 horas (com intervalo de 15 minutos)
Classificação etária: Livre
Até 27 de novembro

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM THIAGO FRAGOSO




A entrevista exclusiva da semana é com o talentoso ator Thiago Fragoso

Foto: Patricia Cividanes

Em cartaz com o espetáculo “As Benevolentes – Uma Anatomia do Mal” , uma adaptação inédita do romance de Jonathan Littell, baseado em relatos frios e cruéis do oficial nazista Maximilien Aue, responsável por uma série de torturas e assassinatos durante o Holocausto, a mando de Hitler, o ator Thiago Fragoso contou sobre projetos pessoais, como surgiu o convite para o monólogo que o trouxe aos palcos após um hiato de quatro anos e como foi o processo de composição de um carrasco nazista que praticou atrocidades durante a Segunda Guerra Mundial.

Com direção de Ulysses Cruz e adaptação de Valderez Cardoso Gomes, ‘As Benevolentes’ faz uma implacável denúncia sobre a gênese da crueldade e leva o espectador a refletir sobre a repercussão de tanta crueldade no mundo atual. A iluminação de Caetano Vilela e sonoplastia de Laércio Salles dialogam com a atuação de Fragoso , que atua com expressões vigorosas.

A temporada foi estendida e fica em cartaz até 13/03 no Teatro Arthur Rubistein. Aperte o play e confira a entrevista na integra:



Serviço:


Temporada até 13/03/2016


Sextas-feiras, às 21h30 – R$ 60,00; Sábados, às 21h – R$ 80,00 e aos Domingos, às 18h – R$ 80,00.


Clube Hebraica, Teatro Arthur Rubinstein, Rua Hungria 1000.
Central de Atendimento do Clube – das 12h às 20h, Informações: 11 3818-8888


Indicação de faixa etária – 12 anos.


Duração 75 minutos


Vendas no local ou pelo ingresso rápido www.ingressorapido.com.br – Tel. 11 40031212


520 lugares


Acessibilidade



Estacionamento com manobristas – estapar vallet – RS 32,00

Thiago Fragoso estreia ‘AS BENEVOLENTES’ em SP




Romance de Jonathan Littell, vencedor do Grande Prêmio da Academia Francesa e do Goncourt 2006, ganha adaptação teatral inédita no país

Estreia nacional em 21 de janeiro de 2016 no Teatro Arthur Rubinstein na Hebraica, em São Paulo.

Temporada de 22/01 a 28/02/2016

Fotos de Rogério Louzada

O arrebatador e premiado romance de Jonathan Littell publicado originalmente na França em 2006, e no ano seguinte no Brasil pela Alfaguara/Objetiva, ganha versão teatral a partir de 21 de janeiro no Teatro Arthur Rubisntein, em monólogo encenado pelo ator Thiago Fragoso, com direção de Ulysses Cruz.

Desde quando leu o livro em 2007, Ulysses teve o desejo de levar para o teatro a obra considerada um tratado da maldade humana e que chegou a ser comparada pela crítica ao livro “Guerra e Paz”, de Tolstoi. “Quando li As Benevolentes, de Jonathan Littell, fiquei impressionado, não só com a capacidade narrativa do autor, como também com sua ousadia ao lidar com um tema tão complexo e arrepiante”, diz Cruz.

Thiago, que retorna aos palcos paulistanos após sete anos (sua última temporada foi em 2009 – com a peça Rock´n ‘Roll, de Tom Stoppard, no SESC Pinheiros) diz que o que mais o mobilizou no projeto foi a possibilidade de se discutir a “maldade humana”. 

“As Benevolentes faz uma implacável denúncia sobre a gênese da crueldade humana. Das memórias de um monstro inescrupuloso emerge toda a banalidade do mal, usando a definição proposta por Hannah Arendt em seu livro sobre o julgamento do nazista Adolph Eichmann. Sem buscar justificativas para seus atos bárbaros, o protagonista nos permite enxergar como o horror se constrói e se espalha no cotidiano”, ressalta o diretor.

A peça narra a trajetória de Maximillian Aue, um burocrata que se torna oficial da SS nazista (uma das mais famosas divisões da organização nazista de Adolf Hitler) e participa dos principais eventos que marcaram a ascensão e queda do Terceiro Reich, incluindo a derrota final do exército alemão com a tomada de Berlim pelos aliados, passando pela implantação dos campos de concentração de Auschwitz e Birkenau.

Aue é um intelectual altamente culto, que aceita exercer o papel de carrasco com frieza e distanciamento. Consegue escapar e viver com outra identidade, até que resolve contar sua história, sem se vangloriar, mas também sem nenhum sinal de arrependimento. Vivendo anonimamente na França, ele se recorda também de sua deturpada relação com a família.
“Horror. Essa é a mesma palavra que ecoa, sem ser pronunciada, entre os pensamentos torturantes de Maximilian Aue, o antivilão de As Benevolentes. Ele sabe que o que faz é injustificável, inútil e cruel. Mas seu refinamento filosófico e sua desprezível honestidade o impedem de ser um cínico. Em suas memórias ou ações não há busca por redenção, tampouco piedade. Seu desprezo pela política e sua incapacidade de acreditar na humanidade o libertam para o mundo — e o encarceram na mais absoluta solidão”, diz o idealizador do projeto Marco Antonio Araujo.
Littell utilizou a estrutura da música clássica, compassos e andamentos de uma ópera, para nomear os sete capítulos do livro: Toccata, Allemandes I e II, Courante, Sarabande, Menuet (en rondeaux), Air e Gigue.

“Em Toccata, capítulo de abertura do livro, está o embrião da peça e percebi isso quando alertado pelo jornalista Marco Antonio Araujo”, diz Ulysses.

Valderez Cardoso Gomes, tradutora e adaptadora, optou por extrair fragmentos que chamassem à reflexão a crueldade humana.  “O texto, embora esteja localizado historicamente na barbárie do Holocausto, nos permite pensar sobre a tragédia humana e a banalidade do mal que acompanha a humanidade até os dias de hoje”, acrescenta Cruz.

“O que perturba em As Benevolentes, para além do registro histórico, é a proximidade com a nossa época. A mensagem é clara: as atrocidades, a covardia, a arrogância daqueles tempos tenebrosos continuam presentes no nosso cotidiano. A maneira impiedosa com que alguns se comportam, em nome de uma suposta integridade, seja ela política, religiosa ou social, demonstra de forma inequívoca que os “escolhidos” tratam o planeta como se fosse deles, ignorando, com toques de cinismo, o fato incontestável de que chegamos aqui depois e que somos apenas hóspedes de uma terra que não precisa de nós, embora nós muito precisemos dela”, conclui Ulysses.
Para compor o personagem, o ator Thiago Fragoso contou com a preparação corporal do diretor de movimento Leonardo Bertholini, que nesta montagem assina também como diretor assistente; da luz de Caetano Vilela e da direção de arte de Veronica Valle,– um tributo às vítimas do mal construído a partir dos memorais do holocausto.
“Desde o início buscamos uma iconografia física em relação aos gestos para construir uma linguagem corporal apoiada na performatividade, sempre em consonância com a dramaturgia do espaço, de modo que em todas as coreografias e a cada apresentação tenha um fator eventual que se estabelece entre o público e o performer, explica Bertholini.
As Benevolentes é o primeiro monólogo do ator Thiago Fragoso no teatro.

A OBRA

‘As Benevolentes’ recebeu diversos prêmios, inclusive o prestigiado Goncourt (2206), além do Grande Prêmio da Academia Francesa. Best seller na Europa (só na França vendeu mais de 700 mil exemplares), chegou a ser comparado pela crítica especializada como um romance à altura de ‘Guerra e Paz’, de Tolstoi, por seu portentoso mergulho histórico, fruto de uma pesquisa contundente à qual o autor se dedicou por mais de dois anos.

O AUTOR

Filho do ex-jornalista e escritor de thrillers judeu polonês, Robert Littell, Jonathan nasceu nos Estados Unidos (Nova Iorque) em 1967, ganhou cidadania francesa onde foi morar aos três anos de idade e, hoje, vive em Barcelona, na Espanha. Estudou Letras em Yale, conheceu os dramas da Bósnia, Tchetchênia e Congo, regiões tomadas por guerras civis. Em 2001, abandonou o ativismo humanitário, dedicando-se exclusivamente à pesquisa que resultou em Les Bienveillantes.

Serviço:

Estreia para convidados – Dia 21 de janeiro

Temporada de 22/01 a 28/02/2016

Sextas-feiras, às 21h30 – R$ 60,00; Sábados, às 21h – R$ 80,00 e aos Domingos, às 18h – R$ 80,00.
Clube Hebraica, Teatro Arthur Rubinstein, Rua Hungria 1000.
Central de Atendimento do Clube – das 12h às 20h, Informações: 11 3818-8888

Indicação de faixa etária – 12 anos.

Duração 75 minutos

Vendas no local ou pelo ingresso rápido www.ingressorapido.com.br – Tel. 11 40031212

520 lugares

Acessibilidade

Estacionamento com manobristas – estapar vallet – RS 32,00