Resenha: Billy Elliot, O Musical contrasta o universo infantil e o adulto em intenso enredo


Créditos: João Caldas Filho


Imagine-se descobrindo um dom que não pode ser alimentado, devido ao cenário no qual você se encontra.

É nesse contexto que começa a história de Billy Elliot, filho de Jackie, um minerador extremamente tradicional, que sonha em dar uma vida melhor a seus filhos, especialmente o menor, de maneira que o garoto cresça e tenha um futuro mais bem sucedido do que sua própria infância e adolescência, sendo um grande lutador. Com a esposa já falecida, ele tem de se desdobrar para que isso aconteça. Com Billy, vivem o pai, o irmão e sua avó, com problemas de memória, mas grande sabedoria.

Créditos: João Caldas Filho

Um belo dia, Billy acaba conhecendo a escola de balé de Mrs. Wilkinson, onde inicialmente se nega a reconhecer, mas com tempo e paciência por parte da professora, acaba entendendo que domina melhor a arte de dançar do que a de lutar. Nesse momento, surge uma audição importante e Wilkinson incentiva Billy a participar, mas o garoto sabe que precisará enfrentar o machismo de seu pai e de seu irmão mais velho, Tony, que consideram isso tudo, “coisa de bicha”.

Além de todo o preconceito de sua família, Billy sabe que também não poderá participar da audição, pois não tem dinheiro para viajar, já que seu pai encontra-se há um ano em greve, devido à situação de trabalho dos mineradores.

Créditos: Foto João Caldas Filho

Mas o tempo passa e a família de Billy entende que essa é a vocação do menino, acabando por incentivá-lo a ir atrás de seu sonho. Para isso, seu pai vai contra a vontade de Tony e de boa parte dos trabalhadores, acabando de vez com a greve.

Billy Elliot, O Musical, com produção assinada pelo Atelier de Cultura Produções Artísticas, estreia nesta sexta-feira (15) , no Teatro Alfa, com grande produção e elenco impecável. Pode-se destacar o espetáculo coreográfico visto em cena, além do show de luzes e efeitos, especialmente no momento em que Billy literalmente voa no palco. A sintonia entre Tiago Fernandes, Carmo Dalla Vecchia, Beto Sargentelli e Inah de Carvalho em cena também é um ponto a se observar durante a produção. As cenas entre a mãe de Billy, vivida por Sara Sarres e o menino arrancam lágrimas do público, afinal, ela aparece somente para ele e a relação entre os dois é única. A amizade entre Billy e Michael, vivido por Paulo Gomes, é algo especial à medida que Billy descobre em Michael um grande bailarino, que o incentiva a seguir seu sonho.

Vale ressaltar que tanto Billy Elliot quanto Michael, serão vividos por atores alternantes. Billy é interpretado por Pedro Sousa, Richard Marques e Tiago Fernandes. Já Michael será vivido por Felipe Costa, Paulo Gomes e Tavinho Canalle.

Créditos: João Caldas Filho

A coreografia entre as bailarinas também é impecável, bem como a dos trabalhadores do minério, que em determinados momentos, se unem, mesclando a leveza do universo das crianças com a realidade pesada na qual esses homens estão inseridos. O contraste entre os dois mundos fica evidente quando esses dois mundos se encontram.

Billy Elliot, O Musical é, acima de tudo, uma lição de boa vontade e determinação em seguir nossos sonhos, mesmo em meio a uma realidade tão dura, que não permitiria fazermos o que queremos.

Conversamos com os atores Pedro Sousa e Richard Marques que contaram detalhes e curiosidades sobre o espetáculo. Aperte o play e confira o que vem por aí:

Serviço:

Billy Elliot, O Musical

Quando: Estreia no dia 15 de março. Sexta-feira, 20h30; Sábado, 15h e 20h; Domingo, 14h e 18h30

Onde: Teatro Alfa – R. Bento Branco de Andrade Filho, 722 – Santo Amaro, São Paulo – SP

Classificação: Livre

Duração: 170 minutos (com 20 minutos de intervalo)

Acessibilidade: Motora e Visual

Ingressos: https://bit.ly/2Tcd0GF