“Um Homem Comum” reestreia em São Paulo

conta a história de Fábio, um jovem cego que - aos 19 anos - ainda não descobriu quem é sexualmente e também socialmente, pois suas referências foram tiradas do seu alcance.


Créditos: Reprodução


“Você pensa que cego não tem desejos, não tem vontades? Nós somos iguais a todo mundo”. Essa é uma das falas do espetáculo “Um Homem Comum”, que acaba de entrar em cartaz em São Paulo no Teatro West Plaza, Sala Laura Cardoso. O texto é do ator e dramaturgo Edgar Jacques, um jovem que ficou cego quando ainda criança e que, apesar da desventura, não se acomodou e saiu à luta em busca do seu sonho de trabalhar com arte ao escrever, atuar, cantar e, melhor: conscientizar as pessoas sobre a importância da inclusão através da sua arte!

A peça fomenta questões inerentes ao deficiente visual e às pessoas que o rodeiam, tratando disso naturalmente com delicadeza e bom humor mostrando o lado humano e conflitante de um jovem em plena descoberta de sua sexualidade e em busca da inclusão social.

Ele vive com a mãe, Liliana (Claudia Gianini), em uma realidade estagnada, num universo criado por eles e para eles, no qual se protegem mutuamente e que ao mesmo tempo os impede de se libertarem de uma situação inesperada e que se arrasta há anos. Entretanto, surge Heitor (Rafa Anastácio), um colega de Fábio que é símbolo de liberdade e de desprendimento. Esse novo contato trás para mãe e filho a possibilidade de explorarem sensações e sentimentos há muito adormecidos. Com isso, a história aborda, ainda, outra polêmica importante: a atração de uma mulher mais velha por um jovem, algo que ainda hoje é tabu na sociedade.

A peça faz rir, chorar e oferece uma provocação sobre como olhar por um ponto de vista absolutamente improvável: Como ter certeza de que você pode ser alguém como qualquer outra pessoa, se as suas referências foram tiradas do seu alcance?

O espetáculo tem o intuito de demonstrar as dificuldades das pessoas normovisuais em conviver com os deficientes visuais, apontando no meio cotidiano nossas desconfianças, nossos desconfortos e até mesmo nossos preconceitos. A importância de levar essa discussão ao maior número de pessoas de uma maneira descontraída e natural é incontestável atualmente”, destaca Rick Conte, que divide a direção do espetáculo com André Luis, que foi responsável pela criação do cenário, inteligentemente pensado para atender as necessidades do Edgar.

Sempre aos finais das apresentações, os diretores convidam a plateia para um bate papo com os atores visando ampliar a percepção do tema abordado.
Por pouco mais de 70 minutos, tempo de duração da peça, o público mergulha em um universo totalmente novo e percebe que por trás de uma deficiência, há um ser humano cheio de vontades, dúvidas, medos e anseios. Coisas comuns a homens comuns.

Serviço:
Um Homem Comum
Teatro WEST PLAZA – Sala Laura Cardoso
Endereço: Av. Antártica, 408 – Água Branca – São Paulo, SP
Quando: Todas as quartas-feiras, até dia 27/02
Horário: 20h30
Ingressos: de R$ 20,00 a R$ 60,00

Rodrigo Bueno

Formado em Marketing pela Universidade Anhembi Morumbi, também é Fotógrafo Cultural pela Escola de Fotografia Foto Conceito, já cobriu cerca de 5 mil shows nacionais e internacionais, além de eventos exclusivos como coletivas de imprensa e pré-estreias. Também é Analista de Marketing Digital, Executivo de Negócios, Jornalista, Web Design, Criador e editor de conteúdo de redes sociais.

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