Cinema – Sobre viver: só se nos importarmos
Não Minta Pra Mim, nova produção da premiada atriz e cineasta Barbara Riethe, pela Ventu Filmes e dirigido por Adriana Paulini Leão, aborda os dois mais importantes princípios da humanidade: empatia e responsabilidade.
A narrativa do filme, que se passa em 2050, demonstra um mundo tóxico e inabitável, consequência da degradação acelerada da natureza. Barbara reflete claramente a importância do coletivo, da ação e reação e de como, após terríveis decisões, a única coisa que poderá nos salvar será a empatia.
A questão ambiental é exposta de uma forma muito realista e mostra o mundo catastrófico para o qual a humanidade caminha a passos largos. E que se conscientizar e se responsabilizar por nossos atos, bem como agir para muda-los são os únicos meios de frear as condições climáticas e naturais precárias que serão enfrentadas daqui 30 anos.
“Quando recebi os relatórios científicos para escrever o roteiro, percebi que os números gritam diante de nós, e o que sentimos com isso? Como agimos? Esse foi o mote do roteiro. Como sou atriz no filme, na hora de gravar as cenas e me colocar naquela situação foi ainda mais intenso. Toda a equipe do SET se envolveu, se comoveu. Já era impactante interpretar um personagem naquela situação ficcional, e mais ainda é pensar que aquilo poderia se tornar realidade para a maioria das pessoas”, diz Barbara.
O roteiro revela de forma visceral as diferentes personalidades e defeitos inerentes ao ser humano quando expostos ao pânico. Ao mesmo tempo em que declara o nascer do sentimento egoísta de preservação mostra a força do instinto coletivo. Com uma excelente construção de personagens, Barbara faz com que o público se identifique com cada um deles.
“A Júlia, minha personagem, é apaziguadora dos conflitos, a personagem Alice é tão teimosa e certa de si que não ouve ou se escuta, a personagem Louise é niilista e já perdeu as esperanças, o Fines é a paixão da ignorância e da conformidade. É possível que essa identificação possa, também, fomentar o olhar crítico do público. Acredito no poder transformador da arte, porque ela nos aproxima, ela nos humaniza, nos atravessa e desperta essa força para agir. O filme é um grito por mudança e uma lembrança de que ainda temos tempo e podemos mudar isso”.
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