Rafa Brites compartilha sua trajetória em livro


Créditos: Juliano Simões


O que eu tô fazendo aqui? Vai dar tudo errado, eu não sou tão boa assim!“. Quem nunca se deparou com pensamentos como esses? A ‘síndrome de impostor’ é um fenômeno que afeta principalmente mulheres e vem sendo debatido e estudado cada vez mais devido aos altos índices de pessoas que sofrem de bourn out, baixa autoestima, ansiedade e estresse. Em seu livro de estreia intitulado “Síndrome da Impostora“, lançado pela Editora Planeta, Rafa Brites apresenta a primeira obra dedicada exclusivamente ao tema e compartilha detalhes de sua história de vida para ajudar mulheres a entender, identificar e driblar o problema, para então alcançarem a melhor versão de si mesmas.

Rafa Brites é uma mulher que inspira outras, tem uma carreira bem sucedida, um filho fofo e um marido companheiro. Quem vê de fora pode enxergar os ingredientes exatos da receita da felicidade. Essas conquistas deveriam ser mais do que definitivas para que ela não questionasse o próprio valor, mas a verdade é que elas só geraram mais pressão, pois a raiz da síndrome de impostor não está nos fatores externos. “Enquanto não mergulharmos no nosso interior e formos em busca das raízes que nos levam a ter esses sentimentos, não teremos forças para combater a Impostora que existe em nós“, ela afirma no livro.

Rafa já teve pensamentos de autosabotagem, consequências do que ela chama de ‘síndrome da impostora’, em diversos momentos da vida, quando desistiu da principal vaga de trainne na época em que cursava Administração ou quando adiou por anos os planos de escrever um livro por não achar que ele seria bom o suficiente. Por muito tempo ela não teve a dimensão do problema na sociedade em que vivemos, até se deparar com relatos de figuras como Maya Angelou, Michelle Obama, Kate Winslet, Sheryl Sandberg e Emma Watson. Todas elas, em algum momento da vida, se sentiram uma fraude. Ela então decidiu mergulhar no tema e suas pesquisas a levaram até Pauline Clance e Suzanne Imes, psicoterapeutas e professoras na Universidade da Geórgia que estudaram diversas mulheres de diferentes perfis e constataram que um sentimento unificava todas, o de que elas não mereciam estar onde estavam. Em 1978, Pauline e Suzanne escreveram um artigo sobre esse sentimento, que chamaram de “O fenômeno do impostor”.

Ele é considerado um problema universal, mas mais forte ou comum entre pessoas de grupos sociais com baixa representatividade ou em situação de desvantagem, como no caso das mulheres. “A conclusão a que cheguei, ao ver tantas mulheres se subestimando como eu, é que esse sentimento é reflexo de toda uma construção histórica patriarcal. São fatores externos que se refletem, de maneira brusca, em nosso interior“, afirma a autora. Abordando questões como a diferença na criação de meninos e meninas, machismo no mercado de trabalho e estereótipos empregados às mulheres, que geram muitas vezes dificuldade de lidar com o poder e o reconhecimento, Rafa mostra como enfrentar os fantasmas internos e discorre sobre a importância da sororidade, do acolhimento e do autoconhecimento. O livro traz também relatos de mulheres com diferentes recortes sociais, de gênero e raça, como Tábata Amaral, Carol Marra, Juliana Caldas e Debora Bastos, além de apresentar algumas partes de interatividade, em que a leitora pode escrever o que pensou ou até desenvolver a criatividade.

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Rodrigo Bueno

Formado em Marketing pela Universidade Anhembi Morumbi, também é Fotógrafo Cultural pela Escola de Fotografia Foto Conceito, já cobriu cerca de 5 mil shows nacionais e internacionais, além de eventos exclusivos como coletivas de imprensa e pré-estreias. Também é Analista de Marketing Digital, Executivo de Negócios, Jornalista, Web Design, Criador e editor de conteúdo de redes sociais.

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