Elogiado drama LGBTQIA+, ‘No Ritmo da Vida’ estreia em março nos cinemas


Créditos: Divulgação | A 2 Filmes


No próximo dia 03 de março, a A2 Filmes estreia nos cinemas brasileiros o drama NO RITMO DA VIDA (Jump Darling), do cineasta e roteirista estreante Phil Connell e estrelado pela vencedora do Oscar Cloris Leachman, além de Thomas Duplessie, Linda Kash, Jayne Eastwood, Daniel Jun, Rose Napoli, Andrew Bushell, Mark Caven e Katie Messina.

No longa, uma drag queen novata, recuperada de uma separação, foge para o campo, onde encontra sua avó com a saúde debilitada, mas desesperada para evitar a casa de repouso local.

Para seu longa-metragem de estreia, Phil Connell queria fazer um drama familiar inspirado nas tradições cinematográficas dos dramas familiares americanos. Exceto por sua versão, Phil substituiria os Estados Unidos pelo Canadá e infundiria o filme em sua familiaridade com a cultura queer.

“Os dramas familiares foram os que me interessaram em fazer filmes. Algo sobre a natureza íntima e idiossincrática de uma família em crise me prende – a tragédia, a comédia e a familiaridade de tudo isso. Houve um benefício prático também – uma peça de câmara parecia uma escala razoável para assumir como um primeiro longa.” – Phil Connell

Ao longo do período de desenvolvimento do roteiro, a lente da câmara de Connell perderia parte desse benefício prático, à medida que o componente da cultura queer crescia em tamanho e escala. “Em algum momento, percebi que estava escrevendo uma história sobre escolher a vida como artista e identidade queer, o que levou a escrever cenas que retratavam a vida real”, diz Phil.

Além disso, o diretor foi firme que o papel de Margaret (apenas tinha que) ser desempenhado por uma personalidade famosa. “Os dramas familiares por sua própria natureza, com algumas exceções impressionantes, são independentes. O que tende a elevá-los ao mainstream (ou lhes dá a chance de fazê-lo) é uma poderosa performance matriarcal, de alguém que você conhece, reconhece e aprecia. Ou talvez seja só eu”, explica o diretor.

Então, é assim que NO RITMO DA VIDA veio a ser: um filme de estreia com micro-orçamento, um drama familiar clássico fundido com a cultura drag, apresentando um ícone muito especial e premiado com o Oscar.

DESENVOLVENDO A HISTÓRIA

As sementes iniciais de NO RITMO DA VIDA foram duas trilhas paralelas: a experiência de Phil Connell com conversas sobre cuidados de fim de vida com sua avó e sua experiência escolhendo a vida como artista.

“Durante alguns anos, minha falecida avó lutou para se preparar para seu ‘declínio’ – seja físico ou mental. Era ‘o’ tópico de conversa toda vez que eu a visitava. Enquanto isso, ao me comprometer novamente com o cinema, lutei para manter minha determinação – contra todas as forças e vozes – aquelas que todo artista enfrenta”, diz o cineasta.

Créditos: Divulgação | A 2 Filmes

Enquanto Phil escrevia rascunho após rascunho do roteiro, às vezes enquanto visitava sua avó em Middlebury, Vermont, os dois tópicos começaram a se fundir no drama familiar que ele tinha em mente. No entanto, havia outro elemento se formando.

Connell, um gay de trinta e poucos anos, estava enfrentando os mesmos velhos sentimentos de vergonha da adolescência, mas agora em relação à sua arte. Ele percebeu que estava trabalhando em algo que poderia elevar sua história a algo mais dramático, menos autobiográfico e mais divertido. Esta história estava se tornando sobre uma avó em declínio e seu neto artista que estava lutando para encontrar sua voz – como um artista queer. Então, qual é o melhor artista queer?

Phil embarcou em uma reescrita completa do roteiro. O protagonista seria um performer inexperiente que acidentalmente tropeça no drag, mas luta contra todas as forças e vozes (algumas delas queer) questionando sua busca e legitimidade. Connell entrevistaria várias drag queens de Toronto (incluindo Tynomi Banks e Fay Slift, que aparecem no filme), para testar, amplificar e aprofundar essas ideias e emoções.

Connell cresceu visitando sua avó na pitoresca cidadezinha de Middlebury, Vermont. E, mais tarde, numa casa de campo no Condado de Prince Edward que ela comprou em 1999 para visitar sua família no Canadá.

Enquanto isso, a doença da avó de Connell se transformou repentinamente em demência agressiva, teve que sair de casa e foi internada em uma instituição de vida assistida. A vida começou a acompanhar a arte. Cenas como a aparição repentina de Margaret no topo da escada, implorando por ajuda para entrar no chuveiro, foram inspiradas em momentos da vida real durante esse período.

Créditos: Divulgação | A 2 Filmes

À medida que o roteiro começava a se solidificar em sua forma final, Connell estava encontrando convicção como cineasta, enquanto sua avó vivia seu pior pesadelo – declinando languidamente, com uma completa perda de independência. Essas duas circunstâncias, e a noção de tomar o controle do próprio destino, determinaram o tema final do filme.

A avó de Phil era uma patinadora no gelo e a foto de patinação da jovem Margaret (personagem de Leachman) usada no filme é ela – Margaret Virginia Faurote. Ela morreu em dezembro de 2018, apenas seis meses antes de Cloris Leachman viajar para Prince Edward County para interpretar um personagem inspirado por ela.

Rodrigo Bueno

Formado em Marketing pela Universidade Anhembi Morumbi, também é Fotógrafo Cultural pela Escola de Fotografia Foto Conceito, já cobriu cerca de 5 mil shows nacionais e internacionais, além de eventos exclusivos como coletivas de imprensa e pré-estreias. Também é Analista de Marketing Digital, Executivo de Negócios, Jornalista, Web Design, Criador e editor de conteúdo de redes sociais.

Facebook Instagram

Deixe um comentário