A Vida Invisível estreia nos cinemas


Créditos: divulgação


Dirigido pelo cearense Karim Aïnouz, A Vida Invisível, filme brasileiro indicado à disputa pelo Oscar de Longa Internacional, estreou na última quinta-feira (21) nos cinemas brasileiros.

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Inspirado no romance “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, de Martha Batalha, a trama parte dos anos 1940, no Rio de Janeiro, e acompanha a vida de duas irmãs cariocas criadas num ambiente patriarcal e repressor.

Eurídice (Carol Duarte) é uma moça tímida, obediente aos pais e sonha em ser pianista. Já Guida (Julia Stockler), a mais velha, possui uma personalidade totalmente oposta. A vida das irmãs muda drasticamente quando Guida foge de casa para ir embora com um marinheiro para a Grécia. Apesar da separação e de toda influência machista, as irmãs passam anos tentando se reencontrar e retomar a cumplicidade na vida.

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A delicadeza de Karim em tratar da vida dessas mulheres impressiona. Com o cuidado minimalista em mostrar como elas tentam sobreviver em meio a tanta repressão, o diretor, mais uma vez, cria uma trama primorosa que seduz o público do início ao fim. Carol Duarte e Julia Stockler, apesar de pouco contracenarem juntas, imprimem com clareza a cumplicidade das irmãs, resultado da bela interpretação das atrizes. Já a atriz Fernanda Montenegro, que interpreta Eurídice na velhice, é uma participação luxuosa que engrandece ainda mais a história e emociona profundamente.

Neste ano, A Vida Invisível venceu a mostra Um Certo Olhar, em Cannes, além de alguns festivais pelo mundo. Vendido para mais de 30 países, o filme já é considerado um dos melhores já feitos no Brasil nos últimos anos.

‘A Vida Invisível’ será lançado exclusivamente no Nordeste


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Um dos lançamentos mais aguardados de 2019, o longa-metragem ‘A Vida Invisível‘, de Karim Aïnouz, estreará antecipadamente nas telonas do Nordeste do país no dia 19 de setembro. O filme, que ganhará sua primeira exibição em território brasileiro na abertura do Cine Ceará 2019, no dia 30 de agosto, está inscrito como um dos candidatos a representar o Brasil no Oscar de 2020. Com distribuição conjunta da Sony Pictures e Vitrine Filmes, ‘A Vida Invisível’ estreia nos cinemas das outras regiões do país no dia 31 de outubro.

Decidimos antecipar o lançamento do filme no Nordeste, com o respaldo comercial das distribuidoras Sony Pictures e Vitrine Filmes, no Brasil, e da Amazon Studios, nos EUA, primeiro, porque o Karim é cearense, e também de modo a atender aos pré-requisitos da Academia para que o filme esteja qualificado a representar o Brasil no Oscar de 2020. Por isso, que quando me perguntam qual filme brasileiro deve ir ao Oscar respondo que não estamos competindo entre nós e não queremos levantar polêmica, pois o momento é de união do cinema nacional, e, por este motivo, acreditamos na autonomia da comissão que irá nomear o filme escolhido para o Oscar“, afirma o produtor Rodrigo Teixeira, da RT Features.

O sétimo longa-metragem da carreira do diretor, que traz no elenco Carol Duarte, Julia Stockler, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flavia Gusmão e Fernanda Montenegro, como atriz convidada, vem conquistando prêmios importantes nos principais festivais do mundo, como o Grand Prix da mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes – inédito na história do cinema brasileiro –, além de prêmios do público de Melhor Filme e do júri de Melhor Fotografia, no Festival de Cinema de Lima; e o CineCoPro Award, no Festival de Munique.

Assim como outros filmes brasileiros, ‘A Vida Invisível’ vem fazendo uma grande carreira no exterior desde que venceu o prêmio de Melhor Filme na mostra Un Certain Regard, em Cannes. Obviamente os filmes não têm uma carreira idêntica, mas nunca na história do Brasil tivemos tantos sucessos internacionais como neste ano. A principal vitrine do Oscar é o Festival de Toronto, cuja seleção contém doze títulos que representarão o cinema brasileiro na mesma mostra“, ressalta Teixeira.

Com uma sólida carreira internacional, o filme terá distribuição nos EUA pela Amazon Studios e já foi vendido para mais de 30 países, incluindo Grécia; França; Polônia; China; Hungria; Eslovênia; Croácia; Luxemburgo; Bélgica; Holanda; Sérvia; Argélia; Egito; Iran; Israel; Jordânia; Líbia; Marrocos; Emirados Árabes; Reino Unido; Portugal; Itália; Coréia do Sul; Rússia; Cazaquistão; Ucrânia; Taiwan; Suíça; Espanha e Turquia.

O longa já recebeu elogios de algumas das mais prestigiosas publicações do segmento de cinema no mundo. Segundo David Rooney, do The Hollywood Reporter – que relacionou o filme entre os 10 melhores do Festival de Cannes –, “‘A Vida Invisível’ é um drama assombroso que celebra a resiliência das mulheres, mesmo quando elas toleram existências combalidas”. O crítico ainda chamou a atenção para as texturas brilhantes, as cores ousadas e os sons exuberantes que servem para “intensificar a intimidade do deslumbrante melodrama de Karim Aïnouz sobre mulheres cujas mentalidades independentes permanecem inalteradas, mesmo quando seus sonhos são destruídos por uma sociedade patriarcal sufocante”.

Já para Lee Marshall, do Screen Daily, que também elegeu ‘A Vida Invisível’ como um dos filmes imperdíveis do festival, Karim prova que o “eletrizante e emocionante” filme de época pode ser apresentado de forma verdadeira e ao mesmo tempo ser um deleite. “Com a forte reação crítica e o boca-a-boca que essa contundente e bem-acabada saga familiar parece suscitar, é quase certo que o filme viaje para além do Brasil e dos territórios de língua portuguesa“, prevê o crítico, que adverte: “É melhor você deixar um lenço separado para as cenas finais“.

O jornalista Guy Lodge, da Variety, por sua vez, afirma que o longa-metragem pode ser considerado “um forte concorrente do Brasil na corrida ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro”.

Livre adaptação do romance de Martha Batalha, ‘A Vida Invisível’ é uma produção da RT Features, de Rodrigo Teixeira, em coprodução com a alemã Pola Pandora, braço de produção da The Match Factory, de Michael Weber e Viola Fügen, além da Sony Pictures, Canal Brasil e Naymar (infraestrutura audiovisual), e conta com o financiamento do fundo alemão Medienboard Berlin Brandenburg e do Fundo Setorial do Audiovisual/Ancine.