Dica de Leitura: Esse nosso jeito bélico de viver

Dica de Leitura: Esse nosso jeito bélico de viver

Créditos: Divulgação / Karine Aragão


Discordou?! É inimigo!”. Esse é o belicismo do dia a dia apresentado pela escritora carioca Karine Aragão, doutora em Literatura e Cultura Contemporânea, na obra “Esse nosso jeito bélico de viver“, publicada pela Lura Editoral. Leitura indispensável em tempos de intolerância e de transformações sociais que fragilizam a capacidade de escuta, o livro problematiza a dificuldade de estabelecer conexões e discute as possibilidades de reconfiguração do que se compreende como diálogo na realidade contemporânea.

Segundo a autora, o “belicismo cotidiano” surge quando a discordância é interpretada como um confronto e a reação automática é eliminar do convívio a ameaça, cancelá-la. Tal ação exibe o lado mais impassível do ser humano, que constrói sua subjetividade sob o signo do bélico, fenômeno exposto e analisado por Karine. O livro convida o leitor a pensar “por que” e como chegamos a essa inabilidade de dialogar, de sentir, de nos aproximarmos do outro, e sobre o quê podemos fazer para transformar esse quadro.

Apesar de inspirada pela literatura de Clarice Lispector e pela filosofia de Friedrich Nietzsche, Baruch Spinoza, Hannah Arendt e Byung-Chul Han, Karine utiliza referências musicais, cinematográficas e experiências do dia a dia para aproximar a antropologia literária e a sociologia da realidade prática. Desta maneira, facilita a compreensão do leitor aos conceitos trabalhados na obra.

Esse nosso jeito bélico de viver é destinado a jovens e a adultos interessados em debater a realidade contemporânea a partir de reflexões sobre os modos de vida em tempos hipermodernos. Segundo a autora, no cenário atual, a maioria dos conceitos sociológicos são desenvolvidos pelo sexo masculino da geração X, perfil que ocupa grande parte da visibilidade destinada à construção do saber. O objetivo é fomentar representatividade entre as mulheres jovens com a voz de Karine Aragão e, assim, torná-la referência sobre a temáticas que discutam a subjetividade contemporânea, principalmente, entre o público feminino.

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Em busca de um lugar ao sol: mulheres na literatura

Em busca de um lugar ao sol: mulheres na literatura

Créditos: Divulgação/Izabella de Macedo


No dia 25 de julho comemora-se o Dia do Escritor. Uma data oportuna para discutir a participação das mulheres na literatura. Afinal, a maioria dos livros considerados clássicos são de autoria masculina. Porém, nunca é demais lembrar, nomes como Cora Coralina, Raquel de Queiroz, Clarice Lispector e Cecília Meireles engrandecem a literatura brasileira, reconhecida mundialmente.

Além de constituírem a maioria da população brasileira, as mulheres também formam o maior público consumidor de livros no país. Nesse cenário, emergem não só leitoras, mas escritoras em todas regiões, apresentando belas obras de ficção, não-ficção, poesias e crônicas. Hoje vamos apresentar cinco expoentes da literatura para mostrar que as mulheres escrevem, e escrevem muito bem. E isso não tem padrão, nem idade!

IZABELLA DE MACEDO

A escritora curitibana estreou oficialmente com o lançamento Mulheres Normais, em 2020. Este é o primeiro de um desafio pessoal de lançar um livro de crônicas por ano. E não falta incentivo. Além do maridão, as seguidoras da Izabella no Instagram foram determinantes para tornar as publicações nas redes sociais uma obra literária. Com sua escrita leve e divertida, essa mediadora de conflitos por formação transforma fatos decepcionantes na vida real em histórias bem humoradas na ficção.

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KARINA MANASSEH

Em busca de um lugar ao sol: mulheres na literatura
Créditos: Divulgação/Karina Manasseh

A escrita sempre foi uma paixão e um refúgio, mas seus textos eram guardados a sete chaves. Até que um dia esse ímpeto foi maior e ela escreveu um romance. Assim, a jornalista paulistana deu vida ao livro Entre Cabul e a dança das borboletas, lançado em 2019. Uma história de entregas e expectativas, idas e vindas de um casal que vive uma paixão em encontros fortuitos pelo mundo. A inspiração de Karina? Viagens que fez a lazer e a trabalho, incluindo Washington, onde mora atualmente.

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BECCA MACKENZIE

Em busca de um lugar ao sol: mulheres na literatura
Créditos: Divulgação/Becca Mackenzie

E o que dizer das jovens escritoras? Elas não deixam por menos! O lançamento da Becca Mackenzie, Se pudesse contar as estrelas, atingiu a marca de mais de 900 mil leituras no Wattpad, a plataforma gratuita de leitura e compartilhamento de livros. A obra, que conta a história de um menino de 9 anos que acorda sem memória, foi eleita pelos embaixadores do aplicativo uma das melhores de 2019. Com o feito essa escritora de fantasia nascida em Brasília e formada em Administração tornou-se a primeira brasileira no seleto programa Wattpad Stars.

Em busca de um lugar ao sol: mulheres na literatura
Créditos: Divulgação

ANDRÉA MARQUES

Em busca de um lugar ao sol: mulheres na literatura
Créditos: Divulgação/Andrea Marques

Entre as escritoras contemporâneas, a literatura hot também ganha espaço. Garoto de Programa é o último livro da paulistana Andréa Marques, que adiciona elementos sensuais nessa trama que trata de liberdade, acolhimento e empoderamento feminino. Com este já são cinco títulos, praticamente um lançamento por ano, depois que ela deixou de lado a profissão de terapeuta ocupacional para se dedicar exclusivamente as suas duas maiores paixões: os filhos e a literatura.

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ANNE VALERRY

Em busca de um lugar ao sol: mulheres na literatura
Créditos: Divulgação/Anne Valerry

A arte sempre esteve presente na vida desta escritora, que foi bailarina, coreógrafa e professora de dança. Mas a paixão pelos livros a fez seguir a carreira na área de Letras. Foi assim que Anne decidiu conciliar as aulas como professora de Português e Espanhol com a escrita, que trouxe alento em um momento difícil, com a perda do pai e de um irmão. A primeira obra veio em 2018 e, nas próximas semanas, é publicado o segundo livro desta escritora que retrata paixões tórridas: A Dama das Lavandas.

 

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Amor: a delicada película do invisível


Créditos: Divulgação


O tempo e o espaço simplesmente ficam suspensos em O Vento, a Chama, romance de estreia do autor e psicanalista Laerte de Paula e do selo 106 Histórias da Editora 106. Como uma promessa escrita, o autor escreve nessa obra sobre a impossibilidade do encontro amoroso pleno.

Laerte, de forma reflexiva e filosófica, apresenta aos leitores o mistério da mulher e de seu eterno movimento de desvelar e esconder-se, no qual é envolvido ao apaixonar-se por M. Entre suas contemplações sobre a imperfeição do amor, o autor dá a conhecer sua intimidade, dividindo experiências e questionamentos como: é possível curar uma ferida de amor nestes tempos marcados pelo ritmo frenético, em que somos tentados a considerar que os relacionamentos amorosos são instantâneos? Como vivenciar o luto de uma dor de amor?

Ao caminhar pelas ruas de sua metrópole e observar cada gesto e detalhe dos inúmeros encontros e desencontros, Laerte de Paula escreveu em seu celular essa narrativa intensa e profunda sobre a eterna busca por amar e ser amado. Seu texto segue o ritmo dos que vivem e encontram no cinza de seus concretos a poesia que forma cada um de nós.

Para compartilhar as dores e o êxito da tentativa impossível de descrever uma relação amorosa plena, deparamo-nos com as diversas referências literárias do autor, como Marguerite Duras, Pascal Quignard, Sigmund Freud, Jacques Lacan, Maurice Blanchot, Clarice Lispector e outros.

Com metáforas inflamáveis, Laerte envolve o leitor em sua delicada busca pela verdade: será que ela existiu? Quem é essa mulher? É alguém que seduziria a qualquer um de nós? Quem está a salvo de tal paixão? Ele irá reencontrá-la?

Créditos: Divulgação/ 106 Editora

Hipótese insensata (sou habitado por centenas delas): narrar a beleza deste encontro é poder contemplar, evocar e contornar suas sombras.” “o Vento, a Chama” – pág. 22

Galeria de arte terá exposição com obras inspiradas em Clarice Lispector


CASACOR Ribeirão Preto recebe obras inspiradas em Clarice Lispector. Crédito: Maysa Pettes.


A Galeria de Arte da CASACOR Ribeirão Preto, espaço projetado pelo arquiteto Cássio Moraes, apresenta uma exposição com obras inspiradas na escritora Clarice Lispector.

Anteriormente, os visitantes tiveram a oportunidade de visitar uma exposição que abordava a temática da questão feminina da submissão e opressão pelos companheiros, que contou com obras de Maysa Pettes e Ana Isméria P. Velludo.

A mostra dos trabalhos, desenvolvida pelo Arter Atelier, terá a apresentação de nove obras da artista plástica Maysa Pettes. “A mostra na galeria é funcional, assim, vamos iniciar uma segunda fase com essa exposição“, diz Maysa, que conta com diversas exposições na carreira, sendo quatro internacionais realizadas nos Estados Unidos e no Canadá.

De acordo com o arquiteto Cássio Moraes, a proposta do espaço é promover a circulação de obras de arte para proporcionar a percepção de uma galeria. “A ideia é ter essa rotatividade demonstrando o espaço como uma galeria de arte convencional, por isso, a troca das obras“, disse Moraes.

Quadro “O ovo e a galinha” de Maysa Pettes estará na Galeria de Arte da CASACOR Ribeirão Preto. Crédito: Maysa Pettes.

2ª CASACOR Ribeirão Preto

Data: até 22 de setembro
Local: Avenida Carlos Consoni, 60 – Jardim Canadá
Horário: Terça a sexta-feira das 15h às 21h; Sábados das 12h às 22h; Domingos e feriados das 12h às 20h
Ingressos: Bilheteria no local e casacorribeiraopreto.byinti.com
Valores: R$ 46 e R$ 23 (meia entrada).
Valor especial Gastronômico (Área externa – válido a partir das 19h): R$ 15

“O Livro dos Prazeres”, de Clarice Lispector, vai virar filme


Créditos: Divulgação


Em comemoração ao centenário de Clarice Lispector, no ano que vem, será lançado o longa-metragem “O Livro dos Prazeres”, inspirado na obra da autora, intitulado “Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres”.

O filme contará com a direção de Marcela Lordy, cineasta responsável pelo documentário “Ouvir o Rio” (2013). No elenco, nomes como Simone Spoladore, Javier Drolas, Martha Nowill, Felipe Rocha, Leandra Leal e Bruce Gomlevsky. A produção tem data de estreia prevista para o segundo semestre de 2020.

Créditos: Divulgação

A obra, lançada originalmente em 1969, acompanha Loreley, conhecida pelos amigos mais próximos como Lóri, a partir do momento em que ela sai da cidade de Campos para morar e trabalhar como professora primária no Rio de Janeiro. Nascida em uma família rica, ela é a única filha mulher entre cinco filhos, e é ajudada com uma mesada.

O livro narra sua história de amor com Ulisses, professor universitário de filosofia a quem conhece por acaso, quando ele lhe oferece uma carona. Desde então, tem início uma experiência amorosa que foge aos padrões da época.

Confira! 5 livros de Clarice Lispector que você não pode deixar de ler




Por Nicole Gomez

Foto: Divulgação
A famosa autora Clarice Lispector, que nasceu na Ucrânia no dia 10 de dezembro de 1920 e veio, com apenas dois anos de idade para o Brasil, é autora de grandes obras da nossa literatura e considerada uma das gigantes do ramo no nosso país e no mundo. Em comemoração aos recém-completados 98 anos de Lispector, listamos, abaixo, 5 das grandes obras da autora, que você não pode deixar de ler! Confira!
Perto do Coração Selvagem

Capa: Divulgação
Foi o primeiro livro publicado de Clarice Lispector. Na época, a autora tinha apenas 19 anos e o nosso estilo de literatura era bem regionalista, com obras que retratavam a realidade social do país, com todas as dificuldades enfrentadas. O enredo é sobre Joana, a protagonista que narra a história em dois tempos: presente e passado, de sua infância até sua vida adulta. A infância junto ao pai, a mudança para a casa da tia, a ida para o internato, a descoberta da puberdade, o professor ensinando-lhe a viver, o casamento com Otávio. Todos estes fatos são narrados, mas o que fica em primeiro plano é o que se passa no interior de Joana. Ela parece estar sempre em busca de uma revelação. Inquieta, analisa instante por instante, entrega-se àquilo que não compreende, sem receio de romper com tudo o que aprendeu e inaugurar-se numa nova vida. 

A Maçã no Escuro

Capa: Divulgação
Neste, Lispector conta a história de Martin, um homem que foge da cena de um crime. Durante sua fuga lhe surgem vários pensamentos filosóficos sobre o existencialismo, fazendo com que despreze antigos valores e conquiste novos. O fato traz à tona a criação do homem, surgindo do nada como um novo ser. E ao invés de colocar os personagens como culpados ou inocentes, Lispector os classifica como aprendizes do mundo. O livro é dividido em três partes, sendo a primeira chamada “Como se faz um homem”, a segunda “Nascimento do herói” e a terceira “A maçã no Escuro”.

Água Viva

Capa: Divulgação
Em “Água Viva”, a vida é aclamada, amaldiçoada, reprimida e expandida. No formato de monólogo, a obra nos apresenta como protagonista uma solitária pintora que se lança em reflexões sobre o tempo, a vida e a morte, os sonhos e visões, as flores, os estados da alma, a coragem e o medo e, principalmente, a arte da criação, do saber usar as palavras num jogo de sons e silêncios que se combinam.

A paixão segundo G.H

Capa: Divulgação
A obra fala sobre uma mulher chamada pelas iniciais G.H., que despede a empregada doméstica e decide fazer uma limpeza geral no quarto de serviços que, segundo ela, está imundo e cheio de coisas inúteis. Ao se deparar com um quarto limpo e organizado, G.H. relata a perda da individualidade após ter esmagado uma barata na porta de um guarda-roupa e, no dia seguinte, narra a própria impotência de escrever o ocorrido. A obra é organizada de forma sistemática, com cada capítulo começando exatamente com a mesma frase com a qual o anterior foi fechado. Isso traz de forma simbólica o que é a experiência da personagem.
A hora da estrela

Capa: Divulgação
Esta é a última obra de Lispector. Ela narra a história de Macabéa, uma sonhadora e inocente alagoana que vai para o Rio de Janeiro e tem uma vida pacata, sem grandes emoções. A moça namora Olímpico, que abandona-a para ficar com sua colega de trabalho, Glória, por interesses financeiros. Com fortes dores, Macabéa vai ao médico e descobre que tem tuberculose. A amiga percebe sua tristeza e a aconselha a buscar consolo numa cartomante. Madame Carlota, então, prevê um futuro feliz, que viria de um estrangeiro que ela conheceria assim que ela saísse daquela casa, com quem se casaria. E é o que acaba acontecendo: ao sair da casa da cartomante, Macabéa é atropelada por uma Mercedes amarela guiada por um homem loiro e cai no asfalto.