Entrevista com Fabiano Okabayashi – Dono do Canal Maquiagem de Homem




Por colaboradora Anyelle Alves

Fabiano Okabayashi é um dos pioneiros na questão de criação de conteúdo para homens, aborda um tema que por muitos é considerado “coisa de mulher” que são truques de beleza, moda e lifestyle voltados ao público masculino.

Foto: Arquivo Pessoal

Como sempre foi interessado no assunto optou por criar o canal para compartilhar experiências e dicas de cuidados para homens, pois via que esse assunto era – e ainda é- um tabu para muitos. Mas quem pensa que seu público alvo são só homens, está enganado, suas ideias são tão boas que ele logo conquistou o público feminino que aproveita para aprender cuidados gerais (pele, cabelo, etc…) como também profissionais que querem saber como melhor atender o público masculino.
Nessa entrevista Fabiano conta como é para ele tratar esse assunto diariamente e a exposição diária.
Acesso Cultural: Como surgiu a ideia de criar um canal sobre beleza masculina?
Fabiano Okabayashi: Sempre fui muito vaidoso, sempre gostei de mudar de cabelo, estilo, etc. E sempre acreditei que essas mudanças poderiam ser feitas pelos homens e não se destinavam somente para elas. Então, porque não dividir essas experiências com outros homens? Assim nasceu o Maquiagem de Homem, um canal de beleza masculina. Onde eu compartilho homens as possibilidades e truques para mudar o visual e ficar mais bonito!
AC: Com um conteúdo geral, qual é o seu principal público alvo? 
FO: Meu publico alvo são homens de todas as idades, LIVRES e ansiosos por dicas e truques para ficar mais bonito. O consumo de beleza pelos homens vem aumentando a cada dia! Eles estão percebendo que existem sim, dicas, canais, cosméticos para eles e que faz bem a ele se sentir mais bonito!
Foto: Arquivo Pessoal

AC: Pela temática escolhida, quais os principais problemas enfrentados, tanto na questão do preconceito, quanto na formação do conteúdo?
FO: Para nossa felicidade não sofremos com isso! Em alguns momentos surgem alguns comentários indesejados, mas meus próprios seguidores se encarregam de elimina-los, rs! Tenho um time ótimo! Como disse antes, meu publico são homens livres e que sabem o que quer! Quem ainda tem preconceito em relação a cuidados masculinos é porque ainda não tem informação suficiente sobre este novo homem.
AC: Como é sua rotina como produtor de conteúdo? Essa mesclagem de pessoal com o profissional atrapalha ou auxilia nos seus projetos futuros?
FO: O MDH começou como todo canal, um hobby conciliado com um trabalho. Tenho duas empresas além do MDH e digo que não é uma tarefa fácil administrar tudo, afinal o Maquiagem de Homem virou mais uma empresa, então precisamos tirar no minimo 5 horas por dia para nos dedicarmos a produção de conteúdo, responder mensagens, ajudar os seguidores, responder emails, reuniões, etc. O Maquiagem de Homem funciona igualzinho a uma empresa, só que é beeeem mais legal! 🙂
AC: Quais projetos você tem para o futuro?
FO: Cada semana recebemos um e-mail e pensamos: Uau! Como estamos crescendo! Cada dia temos mais empresas nos apoiando e trazendo projetos incríveis! Temos um projeto para o próximo ano, mas ainda é segredo! Entretanto nosso principal  objetivo é fazer com que essas informações deixem o homem mais livre e feliz com seu próprio corpo!

Entrevista com Klara Castanho




Por colaboradora Anyelle Alves

Klara Castanho é atriz e está presente nas telas brasileiras desde 2006. Atualmente com 17 anos tem muitos planos para o futuro na profissão. Mesmo com pouca idade tem um currículo que envolve televisão, cinema e teatro, além de diversos prêmios por esses papeis.

Foto: Divulgação
A atriz ficou conhecida por seu papel em “Viver a Vida”, quando ainda era criança e desde então cultiva essa paixão por atuar. Confira abaixo a opinião da Klara sobre sua vida como atriz e dos desafios que teve de enfrentar para chegar onde está no momento.

Acesso Cultural: Klara, como foi para você começar a atuar tão cedo?

Klara Castanho: Eu costumo dizer que não conheço outra vida. Eu amo o que eu faço, então independente da idade, eu sempre estava feliz fazendo isso.

AC: Como é para você ter que enfrentar uma rotina como atriz e conciliar com os estudos, família, amigos, entre outros tópicos mais básicos?

KC: Sempre foi super tranquilo, porque quando eu era mais nova, todos os meus trabalhos já priorizavam os estudos e essa vivência, e tudo era muito bem organizado. E agora, que
eu já não estudo mais, minha família me ajuda com data, eles vão pra onde eu estou, ou
se eu conseguir, eu volto a Santo André… Funciona bem!

AC: Com 17 anos você já possui muitos prêmios como atriz, como é para você ser reconhecida pelo seu trabalho mesmo tão jovem? Ser reconhecida atrapalha sua vida pessoal?

KC: Nãooo!!!! De nenhuma forma! Eu sou extremamente grata por todos eles, e por todo o
reconhecimento que eu recebo, mas sempre fui muito preparada em casa pra encarar
tudo isso, então isso jamais me dá um gás pra deslumbrar.

Foto: Arquivo Pessoal
AC: Atualmente temos muitas novelas focadas no público infanto-juvenil, com enredo que envolve crianças em diversos papeis. Você acredita que foi a pioneira no requisito vilã-mirim, com a novela Viver a Vida?

KC: É um pouco pretensão dizer que eu fui pioneira, até porque eu usava A Órfã como referência, mas sinto que a Rafa chamou atenção por ser uma novela em canal aberto.

AC: Migrando entre teatro, televisão, cinema e outros, você já fez diversos papeis, qual é o melhor meio desses para se trabalhar e por quê?

KC: É injusto eu dizer qual o melhor. Eu me sinto à vontade em aspectos diferentes nessas três “frentes”, mas minha casa é a TV, mesmo amando minhas experiências fora dela.

AC: Qual trabalho realizado por você até o momento é o seu favorito?

KC: Eu sempre costumo dizer que é o último, por ser o mais recente na minha cabeça, e na cabeça do público, mas todas as minhas personagens agregaram igualmente na minha
vida.

AC: Mesmo sendo jovem e com uma carreira ainda pela frente, quais são seus projetos para o futuro?

KC: Que eu já possa contar, o filme “O Tudo Por um PopStar”, que agora tem data de estreia pra outubro, e mais dois projetos maravilhosos que por enquanto eu não posso
divulgar!

Brechós: A Alternativa que deu certo




Por colaboradora Anyelle Alves

Atualmente o crescimento do índice de vendas de lojas de produtos reutilizados, ou como comumente chamamos brechós, vem aumentando cada vez mais em comparação aos anos anteriores. A procura vem sendo tanta que a maioria tem até sua própria mídia para divulgação de produtos.

Foto: Divulgação
Pensando nesse aspecto, conversamos com a Luanna uma das donas da TROC, um brechó especializado em roupas de boa qualidade de diversos tamanhos, que trabalha com o recebimento de peças do próprio público, assim como também diversas influenciadoras como: Karina Milanesi, Bel Pimenta, Maju Trindade, Helena Lunardelli, entre outras.

Qual é o principio básico que toda loja de roupas reutilizadas deve ter?

Acredito que não existe apenas um princípio básico a se adotar, mas sim alguns. Ao desenvolver um business como o nosso, precisamos trabalhar com a conscientização da população para que antes de mais nada haja uma quebra de paradigma.

Sabemos que não faz parte da cultura dos brasileiros em massa utilizar roupas usadas, mas através da conscientização da necessidade de fazer algo para mudar o mundo (nem que isso gere apenas consequências futuras), através da cultura de atitudes sustentáveis é possível quebrar esse paradigma e trazer mais e mais pessoas para adotar o second-hand.

Quais critérios vocês analisam em uma peça para integra-la a loja?

Um dos pontos mais característicos do TROC é o processo de analise das peças. Temos uma lista de marcas aceitas (mais de 1000 marcas integram o rol) além de um politica de qualidade. Não aceitamos peças com qualquer tipo de marca de uso, como bolinhas, zíper emperrado, manchas. Nossa equipe é altamente treinada para rejeitar e anunciar a venda peças que não estejam no padrão TROC.

Como é o perfil do público que vocês atingem atualmente?

Nosso publico principal forma-se por mulheres de 24-35 anos. Trabalhamos com marcas categorizadas como básicas (Zara, Forever21, Mango), Premium (Animale, bo.bô, Bobstore) e luxo (Chanel, Valentino, Prada) e isso nos faz ter um público bem variado.

Henrique e Luanna – proprietários da TROC – Foto: Divulgação

Em sua opinião, qual o motivo do crescimento da procura por brechós?

Somos entusiastas da cultura do second-hand. Ficamos felizes cada vez que aparece um novo brechó tomando espaço no mercado e em nossa opinião, quanto mais business surgirem no seguimento, melhor será para todos, já que hoje a maior barreira a ser quebrada é da cultura negativa de roupas usadas.

Qual é a redução do impacto no meio ambiente que uma loja de roupas reutilizadas tem em comparação com uma fabricante?

É difícil falar qual é a redução direta do impacto. Tudo varia do tipo de peça que estamos falando e da forma de sua fabricação. Mas ao adquirir uma peça usada, estamos dando mais vida útil à roupa ou acessório que estaria guardada no guarda roupas. Se esse item, para ser criado, já danificou o meio ambiente, então que seja utilizado ao máximo para fazer vale a pena. A grande parte das peças que temos no TROC foram utilizadas pouquíssimas vezes. É muito gratificante ver mais de 35 mil peças em nosso barracão e pensar que antes do TROC elas estariam PARADAS no guarda roupa de alguém, mas agora terá uma destinação. Todo ano é comprado R$135 bi na indústria fashion, mas apenas aproximadamente 20 a 30% é utilizado. Portanto aproximadamente R$95 bi poderia ser revendido no mercado second-hand. Que loucura né?

Porque uma pessoa deveria optar pelo brechó ao invés de uma loja de primeira linha?

Temos que mudar nosso conceito de brechó. O TROC veio para desmistificar isso! Não precisamos pensar em ambientes escuros, com mal cheiro, com roupas de avós que precisam ser “garimpadas”. Hoje temos brechós que trazem coleções atuais, peças atemporais, de marcas desejo e de qualidade inquestionável. No TROC se pode encontrar peças das mesmas coleções que estão nas lojas. Isso mesmo! Algumas mulheres usam as peças apenas uma vez e já nos enviam para anunciar. Elas têm consciência de que não usarão novamente e já criam oportunidade de outras mulheres usarem com tanto prazer quanto elas! Fantástico né?

A TROC é uma das entusiastas dessa nova era assim como outras empresas que trabalham no ramo que vale a pena conhecer, pois além de ser um lugar para se encontrar peças raras, também é uma forma de economia.

Entrevista com Vânia Pajares




Por Nicole Gomez

Vânia Pajares já foi responsável por grandes sucessos que passaram pelo Brasil. Se você assistiu O Rei Leão, My Fair Lady ou até mesmo Mudança de Hábito e se apaixonou, Vânia foi uma das grandes responsáveis pela magia acontecer! Atualmente, ela está atuando em A Pequena Sereia. Se você quiser conhece-la e se emocionar, o espetáculo está em cartaz no Teatro Santander! 
Foto: Divulgação
Conversamos um pouco com a maestrina para saber mais sobre a jornada que a tornou uma das grandes profissionais do teatro musical. Confira:
Acesso Cultural: Você foi e continua sendo responsável por reger grandes musicais. Pode dizer qual deles foi mais desafiador e por quê?

Vânia Pajares: My Fair Lady, em 2007. Porque foi a primeira superprodução de Teatro Musical que eu regi e porque estreei no dia 08 de Março, Dia Internacional da Mulher: um manifesto do poder feminino. Ou seja, uma tremenda responsabilidade e um enorme desafio.
AC: Existe algum espetáculo que você ainda sonhe em reger? Conte um pouco!
VP: Tem vários! Para listar alguns: School of Rock, Matilda, Sweeney Todd, Chicago… Não tenho uma preferência por determinado estilo, apenas amo boa música e boa dramaturgia. E sempre me apaixono pelo Musical que estou regendo.
Em Mudança de Hábito – Foto: Arquivo Pessoal

AC: Qual momento você acha que é mais especial para você em um espetáculo? 
VP: O show como um todo é especial em todos os momentos. Porém, quando subo ao pódio da regência e peço a afinação da Orquestra, logo em seguida há um momento em que faço uma oração silenciosa onde, além de me concentrar ainda mais no show que tenho pela frente, declaro minha intenção de que tudo que faço ali é para servir a um propósito muito maior do que as palavras conseguem explicar. Dessa forma tento ser um instrumento melhor e mais limpo para canalizar a energia maravilhosa da Arte que tenho a honra e o privilégio de executar com toda a companhia.
AC: Conte um pouco sobre o processo de preparação, desde que você recebe o trabalho, até o momento em que os espectadores assistem à apresentação.
VP: Um brevíssimo resumo, já que se trata de um processo trabalhoso, meticuloso e altamente especializado. Depois que recebo o convite para ser a Diretora Musical de um show, começa um longo trabalho de estudos da obra e da concepção do espetáculo: é uma gestação… Em seguida, muitas reuniões com a equipe criativa e produção e então acontecem as audições para escolha de elenco e da orquestra. 
Agenda definida, dois meses antes da estréia começam os ensaios de elenco e um mês mais tarde os de orquestra. No Ensaio à Italiana, o Elenco se junta à Orquestra. E depois de muitas horas de ensaios juntos, envolvendo todas as equipes técnicas do show, temos a nossa primeira pré-estréia com público, Coletiva de Imprensa, Estréia Vip e estréia oficial. Em seguida a temporada oficial e ensaios de manutenção do show durante a mesma.
Durante a apresentação de ” O Rei Leão” – Foto: Arquivo Pessoal
AC: Já aconteceu alguma situação inusitada durante alguma de suas apresentações? 
VP: Muitas e muitas vezes. Ainda escreverei um livro: “Memórias do Fosso”…
Algumas situações: o público ainda se espanta em ver uma mulher regente. Em todo show alguém me aponta como se visse um aparição: ” Olha ! É uma ‘maestra’.”
Perguntam no intervalo entre os atos: ” é você a maestrina? Você é profissional? Você é maestrina de verdade?” Isso porque estou no pódio de regência, toda paramentada, com a batuta na mão e o primeiro ato já acabou, ou seja, me viram regendo. Já respondi cordialmente que sou profissional o bastante para ser aprovada pela Disney.
Uma vez enquanto eu regia a Exit Music, uma senhora me abraçou! Imagine a situação, já que obviamente fico de costas para o público… Mas é o meu trabalho que tanto amo! E lidar com essas situações com bom-humor faz parte dele.
Foto: Arquivo Pessoal

15 Perguntas para Diego Montez


Créditos: Rodrigo Bueno/Acesso Cultural


A veia artística está no sangue. Filho do apresentador Wagner Montes e da atriz e ex-modelo Sonia Lima, o paulista natural de Cotia tem talento de sobra. Desde 2010, Diego Montez tem brilhado na TV e nas produções de teatro musical. Ator e roteirista formado, o jovem de 26 anos tem um público enorme de crianças e adolescentes por seus papéis televisivos, como Murilo de “Rebelde” (RecordTV/2012) e Tomas de “Cúmplices de Um Resgate” (SBT/2015). Nos palcos atuou em musicais importantes, entre eles: “Cazuza, Pro dia Nascer Feliz” (2013), “Wicked” (2016),  “RENT” (2016/17) e protagonizou a montagem nacional de “Rock of Ages” (“A Era do Rock”) no final do primeiro semestre de 2017. Atualmente segue em cartaz no Teatro Renault, no papel do carteiro Rolf Gruber, crush de Larissa Manoela em “A Noviça Rebelde”.

Ex-namorado da atriz Myra Ruiz? Amante da cultura geek? Cover de Green Day? Hora de conhecer um pouco mais de Diego Montez!

Créditos: Rodrigo Bueno/Acesso Cultural

01 – Acesso Cultural – Tarde de fotos no ‘Beco do Batman’. Além de ser um lugar que respira arte de rua tem o nome de um super-herói. E você é supergeek! Conta pra gente sobre suas coleções e quais personagens da cultura geek você mais gosta?

Diego Montez: Eu sou!! Tinha uma coleção de quadrinhos em Cotia que tive que me desfazer quando mudei pra SP. Ganhei uma grana boa no sebo, rs. Eu coleciono Funkos faz tanto tempo… e o meu favorito é sem dúvida um personalizado da Angel (minha personagem em “RENT”), que eu ganhei e guardo até em uma estante diferente. Agora, escolher UM personagem da cultura geek é tão difícil! Essa resposta vai ser bem ‘siri com toddy’, mas vou ficar com: L de “Death Note”, Olaf de “Desventuras em Série” e Jubileu de “X-Men”.

02 – AC: Além de turístico, o Beco virou point para ensaios de editoriais de moda. Como é a sua relação com a moda e o seu estilo? O que não pode faltar no seu guarda-roupa?  

DM: Eu confesso que era mais ligado nisso antes. Hoje em dia opto pelo conforto mesmo, mas gosto de roupas que animam meu dia. Exemplo: Estou respondendo essa entrevista na fila da prefeitura, olho para minhas meias com desenhos de burritos e tacos e já melhora meu humor. Acho que meias. Meias não podem faltar.

Créditos: Rodrigo Bueno/Acesso Cultural

03 – AC: Tanto para fazer o príncipe Fiyero (“Wicked”) e a drag Angel (“RENT”) você precisou perder vários quilos. Como funciona sua rotina e alimentação nesta fase pré-estreia?, para um ex-gordinho não deve ser nada fácil. 

DM: A questão é que eu amo comer. Não é nem algo compulsivo, mas sou muito disciplinado e focado. Para Angel foram 8 quilos. Perdi muito músculo, massa magra. Dois dias por semana eu tomava apenas líquidos para trazer o visual que eu sentia que faria aquela personagem comunicar mais. Quando fui pro “Chacrinha” pude recuperar o corpo com mais calma; voltei pra academia de fato só quando entrei no “2 Filhos de Francisco”. É uma luta!

04 – AC: Você já comentou que participa de um grupo no whatsapp onde estão os intérpretes de Angels pelo mundo. Como foi essa relação e troca de experiências pré, durante e pós-participação em “Rent no Brasil”? 

DM: Nos falamos no mínimo semanalmente até hoje. Até porque enquanto estava em cartaz, apenas Luís e Ronny (México e Panamá) estavam simultaneamente. Mas somos em muitos e trocar fotos, áudios e conhecimentos sobre foi algo muito enriquecedor para meu trabalho. Luís eu já conhecia, pois havia feito “Wicked” lá no México. Ele foi o único que conheci pessoalmente e tenho um contato maior e amizade.

Montez e Myra no backstage do Teatro Renault (Foto: Reprodução / Instagram @dimontez)

05 – AC: Em “Wicked”, alternadamente você fazia par com Myra Ruiz (Elphaba), uma das suas melhores amigas. Imagino que seja engraçado a hora do beijo na boca e fazer o casalzinho apaixonado. Como era isso para vocês? Tem alguma história hilária de bastidores ou que aconteceu em cena que você pode compartilhar com a gente? 

DM: Acho que ela me mata! (risos), mas são muitas histórias. Myra e eu fomos namorados antes de amigos (!) então ainda tem esse fator. Beijar sua melhor amiga, 10 anos depois e verde é indescritível. Só sei que ela riu e ficou um tempo no beijo para o público não perceber, porém a segurança que ela me deu, sendo a titular e ali minha estreia de Fiyero, sem preço.

06 – AC: Depois do estrondoso sucesso de “Wicked”, veio o protagonista de “A Era do Rock” no papel do Drew Boley, um aspirante a roqueiro. Você já teve o sonho de ter uma banda de rock também? O que mais te identificava com o Drew? 

DM: Eu sonhava em fazer “Rock Of Ages”. Amava a peça e assisti 6 vezes na Broadway. Nunca me imaginei como Drew, confesso. O Lonny era o personagem que me atraía! Mas depois de conhecer ele “de perto”, descobri tantas coisas em comum. Eu tive uma banda cover de Green Day no colégio. Não deu muito certo, claro.

Com os cabelos ao vento como Drew em “A Era do Rock”  (Foto: Reprodução / Instagram @dimontez)

07 – AC: Diferente de outros filhos de famosos, você optou por mudar uma letra do sobrenome e a entonação. Por que? 

DM: Eu nunca quis me desligar dos meus pais. Seria impossível. Sempre quis ter minha própria identidade e “Montez com Z” já tava na família, então eu segui com ele. Tenho muito orgulho da trajetória dos dois.

08 – AC: Falando em família, quando criança você já demonstrava a mesma veia artística dos pais? Quando você decidiu ser ator eles te incentivaram a seguir carreira? Lembra dos primeiros conselhos? 

DM: A real é que eu queria ser roteirista e estar por trás das câmeras. Tanto que entrei – e me formei – em Rádio e TV pra isso. Mas minha mãe queria que tivesse uma segunda opção, então ela me colocou na escola de teatro. Sim, a segunda opção que minha mãe escolheu pra mim foi ser ator. Então ela é a culpada!

Foto de família com o meio-irmão Wagner Montes Filho, o pai Wagner Montes e a mãe Sonia Lima  (Foto: Reprodução / Instagram @dimontez)

09 – AC: Você transita entre TV e teatro, acostumado a fazer os dois ao mesmo tempo. O que te fascina em cada um?  

DM: Teatro tem a reação imediata do público. Receber de volta a energia que você emana é único. E na TV o atrativo é o novo: novas tramas, novas relações, reviravoltas inesperadas. Além de seu trabalho alcançar mais pessoas obviamente. Os dois me dão um retorno MUITO gratificante.

10 – AC: E quando veio a paixão pelo teatro musical? 

DM: Aqui a culpada é a Myra! Eu já amava o gênero, mas não tinha muito contato. Quando fui chamado para um teste de musical e fui correr atrás para estudar canto e dança – já estava me formando ator no (Centro de Artes de Educação) “Célia Helena’. No “Teenbroadway” – escola de teatro musical de Maiza Tempesta – conheci muitas pessoas que eram apaixonadas por musicais e com muita bagagem. Myra era uma dessas pessoas e me ensinou muito.

Créditos: Rodrigo Bueno/Acesso Cultural

11 – AC: Agora você também é um youtuber, vamos falar de “Topa Tudo Por Diego”. A ideia do nome brincando com o título do programa do seu padrinho Sílvio Santos surgiu rápida ou ficou entre outros nomes? Para quem ainda não assistiu nenhum vídeo, como você apresentaria o canal? Desafio: Escolha somente 1 vídeo para enaltecer e postarmos aqui.

DM: Preciso confessar: o título não é meu. Na verdade, eu tinha pensado exatamente em TOPA TUDO POR DIEGO, mas como passa muita coisa ruim na minha cabeça, achei melhor deixar pra lá. Foi quando pedi ajuda para uma amiga que considero genial, Thati Lopes. Thati é uma atriz que sempre foi inspiração pra mim. E ela falou: “porque você não brinca com isso, com suas raízes…Topa Tudo por Diego hahaha”. Então bati o martelo. O canal mudou muito durante as três temporadas. Tem alguns vídeos que tenho muito carinho por: gosto dos de “Reação aos strips de Rebelde”, gosto muito do “Coisas que não se pede a ninguém” porque considero um serviço público (risos). Como citamos muito ela nessa entrevista, vou deixar aqui o “UMA PALAVRA, UMA MÚSICA” com Myra Ruiz. (assista o vídeo na íntegra no rodapé)

12 – AC: Nos vídeos do canal, você comenta de um livro que está escrevendo, pode falar mais sobre ele? 

DM: Quanto ao livro, é uma ficção infanto-juvenil, prometi pra mim mesmo que desse ano não passa.

13 – AC: Agora você está em cartaz na nova montagem do musical “A Noviça Rebelde”. Como é fazer par romântico com Larissa Manoela, o casal Rolf Gruber e Liesl von Trapp? 

DM: Eu já conhecia a Lari. Havíamos trabalhado juntos em “Cúmplices de Um Resgate” (SBT). No primeiro dia de ensaio já me senti tão confortável com ela, aprendo tanto… Eu espero que as pessoas sintam a mesma diversão e leveza que a gente teve no processo de criação.

14 – AC: No filme “A Noviça Rebelde”, entre o amor/proteger Liesl e a razão/dever com os nazistas, Rolf fica do lado da razão. Você já esteve em alguma situação que a razão falou mais alto? 

DM: Eu raríssimas vezes escuto a razão (risos). Mas preciso dizer que o tempo tem me mostrado que a melhor coisa é definitivamente o equilíbrio.

 

15 – AC: Após tantas conquistas, o que você diria para o pequeno Diego de Cotia? 

DM: Um dos melhores clichês que já li: “Faça. Vão te criticar do mesmo jeito”. Ah! E estude. Ah!! E estude dança também. E Ah! Vai ter uma galera que vai querer te bater no segundo colegial, evite a escola nas primeiras semanas de setembro.

Créditos: Rodrigo/Acesso Cultural

Em breve Diego também poderá ser visto na nova série jovem do SBT com Disney Channel, chamada “Z4”. Mais um vilão vindo por aí na carreira do ator, entretanto vamos deixar para falar dessa novidade mais perto da estreia, marcada para segunda quinzena de julho.

Fique ligado aqui no Acesso Cultural, porque ainda esta semana postaremos a segunda parte da entrevista, divertida e com perguntas bem inusitadas, assim como o “Topa Tudo Por Diego”!!​​

Entrevista com o Publicitário e Youtuber Luca Scarpelli




Por colaboradora Anyelle Alves
Luca Almeida Scarpelli Diniz, de 27 anos, é publicitário e dono do canal Transdiário, que como bem diz o nome, fala sobre a vida trans e resolve tabus da sociedade, assim como também conta os desafios que enfrentou – e ainda enfrenta – desde que decidiu dar início a sua transição de gênero em Lisboa por meio de cirurgias e tratamento hormonal. Luca mora atualmente em São Paulo. Conversamos com ele a respeito da grande repercussão que seu canal vem tendo nos últimos meses, como também esclarecemos dúvidas gerais.

Foto: Arquivo Pessoal
Luca, como funciona a transição?

Luca Scarpelli: A transição é um processo muito pessoal e profundo. Cada pessoa passa por um  processo único de auto-descobrimento e aceitação. Depois que acontece a aceitação pessoal, a pessoa precisa decidir o que ela gostaria de fazer. Se quer passar pela terapia hormonal, se quer mudar o nome, se quer fazer alguma cirurgia. Cada uma dessas decisões são muito pessoais. Ser trans não quer dizer que precisamos passar por todas essas etapas. Ser trans é sobre se identificar com outro gênero que não aquele que foi designado quando nascemos.

De alguma forma afetou no seu ciclo social?

LS: No meu caso, o meu ciclo social não foi muito afetado no sentido pejorativo. Acho que as pessoas que estão à minha volta viram o quanto a transição me fez ficar mais feliz e mais confortável comigo mesmo. Então, a mudança foi positiva. Hoje eu sou mais próximo da minha família, que me aceita completamente. Sou mais próximo dos meus amigos, que também me aceitam, me defendem e me amam como eu realmente sou.

Qual foi o motivo primordial para você criar o canal?

LS: Porque eu senti que as pessoas que faziam parte do meu círculo social não entendiam nada sobre transição de gênero e sobre a realidade das pessoas trans. Mesmo que grande parte dessas pessoas façam parte da comunidade LGB(T), a realidade T era uma coisa muito distante. Então, eu comecei o canal com um intuito informativo para os meus amigos e familiares. Com o tempo ele foi tomando uma proporção maior.

Foto: Arquivo Pessoal
Como você encara a visibilidade que conseguiu? Acredita que ela se deve em maior parte por curiosidade ou por pessoas que pensam em fazer a transição?

LS: Acho que tem muito dos dois. Tem pessoas que lidam com a transição de um amigo, de  um namorado ou namorada, de um filho, de um irmão. Tem pessoas que apenas se interessam pelo tema, mesmo não tendo ninguém próximo que esteja passando por esse processo. E, claro, tem as pessoas que questionam a sua própria identidade de gênero e vêem no Transdiário uma fonte de informação e de identificação do próprio processo.

Você através dos vídeos expõe sua vida pessoal a um público que pode ou não entender o conteúdo do seu canal. Como você lida com essa exposição?

LS: Eu encaro de uma maneira positiva. Até porque eu recebo muito mais feedbacks positivos e de encorajamento do que mensagens negativas. Acho que, com o tempo, a gente aprende a se importar menos com as coisas ruins e ver o lado positivo. Quantas pessoas podem ser ajudadas e quantas vidas podem ser transformadas por terem mais informação sobre o que é ser trans.

Foto: Arquivo Pessoal

O que você diria para as pessoas que estão pensando em fazer a transição?

LS: Eu diria para elas se aceitarem, se amarem e se orgulharem de quem são, mesmo que as vezes isso seja muito difícil. As pessoas trans são tão dignas, humanas e merecem ser respeitadas tanto quanto qualquer outra pessoa cis.