Hitchcock: bastidores do suspense




Retrospectiva que ocupa os dois andares do museu leva os visitantes aos bastidores da obra do cineasta por meio de uma expografia imersiva


Por Andréia Bueno
A partir da atmosfera e personalidade do cineasta considerado mestre do suspense, o MIS, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, apresenta a exposição Hitchcock – Bastidores do suspense. Com curadoria de André Sturm, cineasta e ex-diretor do MIS, a exposição busca traçar um panorama da vida e obra do diretor por meio de uma expografia imersiva e interativa, que tem como conceito levar o visitante a um set de filmagem.

Foto: Divulgação
Através da longa filmografia de Hitchcock, o público pode conhecer os diversos aspectos e elementos que tornaram suas obras audiovisuais grandes sucessos e de inquestionável vanguardismo técnico e artístico. Hitchcock se ocupava de todas as etapas e processos de seus filmes, desde o argumento inicial ou pré-roteiro até a finalização e edição dos filmes, passando pela direção de arte, direção de fotografia e até indicação de como seria o design do pôster e seu plano de divulgação. Este domínio pleno e controle de todas as etapas da feitura de seus filmes estão presentes na mostra, que apresenta ao público um cineasta completo e preocupado com cada detalhe de suas produções.
A curadoria de Hitchcock – Bastidores do suspense se foca em mostrar o ‘por trás das câmeras’, o modo de fazer cinema do diretor, curiosidades e detalhes do longo período de sua produção no cinema podem ser vistos nas cerca de 20 áreas da exposição. Entre os longas-metragens escolhidos, que vão desde a fase do cinema mudo aos grandes sucessos de público, estão O estrangulador de louras/The lodger: a Story of the London Fog (1927), A dama oculta/The Lady Vanishes (1938), Festim diabólico/Rope (1948), Um corpo que cai/Vertigo (1958) e Psicose/Psycho (1960).
A exposição conta com itens originais de instituições internacionais como o Acervo Marc Wanamaker|Bison Archives (Hollywood, California/EUA) e a Biblioteca Margaret Herrick, de Los Angeles, detentora do acervo da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos (responsável pela entrega dos prêmios Oscar). A biblioteca conta com uma grande coleção pessoal de fotos e manuscritos de Alfred Hitchcock, doados pela única filha do cineasta, Patrícia Hitchcock, e por sua neta, Tere O’Connell Nickel. O museu também garimpou peças em acervos pessoais como do pesquisador Carlos Primati, e de instituições como o CEDOC TV Cultura, Timothy Hughes Rare Newspapers e Acervo Walter Reuben.
O projeto expográfico e arquitetônico da mostra, desenvolvido em parceria com o Atelier Marko Brajovic (que trabalhou em outros projetos em parceria com o MIS, como nas exposições de David Bowie, François Truffaut e Renato Russo), explora com literalidade o “perfil Hitchcock”, com muito suspense e surpresas tanto para os visitantes que conhecem mais a fundo sua obra quanto para aqueles que não são íntimos de seu modo de produção.
Programação paralela
Além da exposição o MIS prevê uma intensa programação paralela que segue por todo o período que a exposição fica em cartaz, incluindo mostras de cinema, lançamento de livro, cursos e palestras, além de edições especiais da programação regular do museu como o Cinematographo e a Maratona Infantil. 
Playlist no Spotify
O MIS preparou uma playlist especial para a exposição. A playlist, que conta com informações que permeiam toda a carreira do cineasta – diretor de 53 longas – e com trilhas sonoras de seus filmes, está disponível no perfil do MIS no Spotify. Para aproveitar ainda mais a experiência, o Spotify oferece wi-fi gratuito para os visitantes do MIS.
Serviço
Hitchcock – Bastidores do suspense
Data : Até 21 de outubro
Horário: Terças a sábado 10h às 21h; domingos e feriados das 9h às 19h
Local: Espaço Expositivo 1º andar, Espaço Expositivo 2º andar e Espaço Redondo,
Ingressos:
Bilheteria R$ 12,00 (inteira) e R$ 6,00 (meia) na Recepção do MIS (Somente para o dia da visita). Terças-feiras entrada gratuita. Menores de 5 anos não pagam
Ingressos antecipados R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), com hora marcada, no site e aplicativo Ingresso Rápido
Museu da Imagem e do Som – MIS
Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo | (11) 2117 4777 | www.mis-sp.org.br
Estacionamento conveniado: R$ 18
Acesso e elevador para cadeirantes. Ar condicionado.

Arte Pra sentir no Caixa Cultural




Por Nicole Gomez

Com curadoria de Isabel Portella, o Caixa Cultural São Paulo recebe a exposição Arte Pra Sentir, que exibe obras de arte de seis artistas brasileiros, acessíveis a todos, pois vai além da visão simples, estimulando visão, audição, paladar, olfato e tato.
Foto: Divulgação
Os artistas participantes da mostra são: Carolina Ponte, Ernesto Neto, Flavio Cerqueira, Floriano Romano, Opavivará e Pedro Varela. Além das obras já conhecidas pelo público, foram criadas algumas especialmente para este projeto. Além de peças táteis, a mostra conta com os recursos de sinalização, audioguias, audiodescrição e informações em Braille sobre as obras expostas. 
O objetivo da exposição é conscientizar pessoas sem deficiência e contemplar as que sofrem de algum tipo de privação de sentidos para uma mostra diferente, onde a interação com as obras é o principal chamariz, ao mesmo tempo que acaba com a percepção de “artes visuais”, que é tão enraizada na nossa cultura. 
SERVIÇO
Quando: até o dia 30 de setembro
Onde: CAIXA Cultural São Paulo – Praça da Sé, 111, Centro – São Paulo
Horários de visitação: terça a domingo, das 9h às 19h
Entrada Gratuita.

Espaços do Sesc inauguram exposições coletivas




‘Via Aérea’, no Sesc Belenzinho, está entre as mostras

Por Andréia Bueno
Neste mês, o Sesc Belenzinho abre para o público a exposição coletiva VIA AÉREA. Com curadoria de Marcio Harum, a mostra reúne trabalhos de 12 artistas visuais da cena contemporânea nacional e internacional. A temporada de visitação aberta ao público segue até o dia 2 de dezembro, com entrada franca.
Isabel Caccia – Projeto Can-Can ( Foto: Divulgação)
A exposição traz um conjunto de obras, entre esculturas, instalação, filme, fotografias e vídeos em disposição aérea, que se relacionam com a arquitetura da unidade ao explorar o aspecto de leveza e as transparências. As criações se apresentam suspensas, flutuantes, içadas.
Algumas obras são inéditas, comissionadas especialmente para a exposição. Os artistas participantes são: Adrià Julià (espanhol, radicado na Noruega), Daniel Lie & Centro da Morte para xs VIVXS (São Paulo, SP), Distruktur (duo de brasileiros, radicados na Alemanha), Ernesto Neto (do Rio de Janeiro, RJ), Geraldo Zamproni (de Curitiba, PR), Isabel Caccia (de Córdoba, Argentina), Jarbas Lopes (de Nova Iguaçu, RJ), Letícia Ramos (gaúcha, radicada em São Paulo), Lucía Madriz (da Costa Rica, radicada na Alemanha), Merce Cunningham (EUA), Fancy Violence (personagem/alter ego do paulistano Rodolpho Parigi) e Sérgio Bonilha & Luciana Ohira (São Paulo, SP).
Em contra-partida acontece no Sesc Pompeia acontece a exposição coletiva “Arte-Veículo”. As esculturas, instalações, fotos e vídeos desta mostra, que tem curadoria de Marcio Harum, exploram leveza e a transparência. Os trabalhos, suspensos e flutuantes, são assinados por 12 artistas, tanto  brasileiros —como Rodolpho Parigi e Daniel Lie— quanto estrangeiros— como a argentina Isabel Caccia. Confira a programação completa em : https://m.sescsp.org.br/
Serviço

Via Aérea
Sesc Belenzinho – R. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada
Tel. 2076-9700. Ter. a sáb.: 10h às 21h. Dom.: 10h às 19h30. Até 2/12. Livre. 
GRÁTIS
Arte-Veículo
Sesc Pompeia – área de convivência – R. Clélia, 93, Água Branca, região oeste, 
Tel. 3871-7700. Ter. a sáb.: 10h às 21h30. Dom.: 10h às 19h30. Até 2/12. Livre. GRÁTIS

Trem das onze: Adoniran Barbosa no Farol Santander




Por Nicole Gomez

Com curadoria de Celso de Campos Jr. e Pedro Serrano, o Farol Santander recebe a exposição inédita Trem das Onze – uma viagem pelo mundo de Adoniran. A mostra retrata a vida e obra do compositor, cantor, ator e criador de memoráveis personagens do rádio, Adoniran Barbosa. 

Foto: Divulgação

A exposição ocupa dois andares do revitalizado prédio no Centro da Cidade e é recheada de fotografias, vídeos, partituras, objetos pessoais e trechos do documentário Adoniran – meu nome é João Rubinato, de Pedro Serrano. Além das grandes obras do artista, a exposição também traz um pouco sobre suas origens e de sua família, além de histórias de sua vida particular.
Na exposição, os visitantes também poderão encontrar peças do acervo pessoal de Adoniran, reunidas durante quatro décadas por sua esposa, Matilde, e mantidas em sigilo do público desde os anos 80. 
Itens como seu clássico chapéu e gravata borboleta, a aliança feita para a esposa com a corda de um cavaquinho, história que foi contada inclusive no samba “Prova de Carinho”, roteiros de rádios e novelas em que atuou, com anotações do próprio, roteiro do filme não rodado “O Sertanejo”, com dedicatória de Lima Barreto a Adoniran, fotos inéditas, ferramentas usadas e brinquedos feitos por ele em sua oficina, objetos pessoais como kit de barbear, ferro de passar e panela de fazer polenta, além de matérias de jornais e revistas da época não ficam de fora dessa rica mostra sobre um dos ícones reconhecidos até hoje na história das artes do Brasil.
Foto: Divulgação
SERVIÇO – Trem das Onze – uma viagem pelo mundo de Adoniran
Onde: Rua João Brícola, 24 – Centro (estação São Bento – linha 1, azul do metrô)
Quando: de 24 de julho a 30 de dezembro
Entrada acessível: Rua João Brícola, 32
Site Farol Santander: www.farolsantander.com.br
Funcionamento: terça a domingo
Horários: 09h às 20h (terça a sábado) / 09h às 19h (domingo)
Ingressos: site e bilheteria física no local
Horário Bilheteria: 09h às 19h (terça a sábado) / 09h às 18h (domingo)
Ingressos: – R$ 20 (visitação completa ao Farol Santander)
Capacidade por andar: 60 pessoas
Brigada de incêndio e Seguranças
Acessibilidade: Banheiros e elevadores adaptados, rampas de acesso

German Lorca: Mosaico do Tempo, 70 anos de fotografia no Itaú Cultural




Por Nicole Gomez


O Itaú Cultural apresenta a mostra German Lorca: Mosaico do tempo, 70 anos de fotografia, uma retrospectiva pela vida e obra de um dos mais importantes fotógrafos brasileiros, que ainda está em atividade aos 96 anos, o grande German Lorca
Foto: Divulgação
Com curadoria de Rubens Fernandes Jr. e assistência de José Henrique Lorca, a exposição é distribuída em dois andares do Itaú Cultural, revisitando seu histórico de produção, apresentando suas fotografias mais icônicas, suas mais diferentes formas de produzir, que vão desde fotografias autorais até imagens publicitárias, sua história no Foto Cine Clube Bandeirante e seus cliques da cidade de São Paulo. 
O espaço reúne ainda, a primeira fotografia tirada por Lorca, retratos de família, autorretratos, certificados, prêmios como troféus e medalhas, além das diversas homenagens realizadas para o fotógrafo, como registros de Lorca, realizados por outros artistas. 
German Lorca atuou em diversos campos da fotografia e traz na bagagem a fama de grande fotógrafo de São Paulo, pois seu nome tem muita importância para a cidade em si: German Lorca acompanhou e registrou a modernização da cidade. Nascido no ano de 1922, o fotógrafo tem passado por todos os tipos de evolução tecnológica. Guarda um grande acervo de câmeras, mas não deixou de seguir a moda e também fotografa com seu smartphone.
SERVIÇO:
German Lorca: Mosaico do Tempo, 70 Anos de Fotografia
Quando: em cartaz até o dia 4 de novembro de 2018, terça a sexta 9h às 20h [permanência até as 20h30], sábado, domingo e feriado 11h às 20h
Onde: Itaú Cultural – Av. Paulista, 149 – Bela Vista, São Paulo – SP
Entrada Gratuita

Rock & Drones – TEC




Reconhecido por murais e intervenções no asfalto da capital paulista, artista expõe conjunto de telas inéditas, fotografias e projetos que mesclam arte e tecnologia

Por Andréia Bueno
O caos de uma megalópole como São Paulo emaranhado a imagens e grafismos coloridos. Obras que usam a perspectiva à distância e combinam técnicas pictóricas e artifícios tecnológicos para convidar o espectador a perceber os detalhes em suas diversas camadas. Esse é o norte de Rock & Drones, exposição individual que o artista argentino Tec apresenta na Choque Cultural, até 6 de outubro.


The Edge, 2018| Tec

Com curadoria de Baixo Ribeiro e Laura Rago, a mostra apresenta ao público um recorte da produção mais recente do artista, que toma sua relação com o mundo que o cerca como inspiração para suas criações. No conjunto, cerca de 15 obras inéditas, entre telas, fotografias e vídeos que mesclam arte de rua e tecnologia.

“As telas de Rock & Drones são rebuscadas e complexas, com menos definição entre o que está em primeiro plano e o que está no fundo. Proporcionam um trânsito do nosso olhar pela superfície e também pelas profundezas de camadas que se entrelaçam, amarradas por ruas, viadutos e becos sem saída”, pontua Baixo Ribeiro.

Natural de Córdoba, Tec vive em São Paulo há sete anos. Seu trabalho carrega a vantagem do olhar múltiplo de quem está dentro e fora num instante único. Já há algum tempo, é o ritmo da capital paulista que dá o tom de suas criações. Com as telas apresentadas em Rock & Drones não é diferente. O cotidiano do bairro onde está instalado seu ateliê, a Barra Funda, surge nesses trabalhos mais recentes, em uma figuração tão caótica quanto o dia a dia da metrópole, numa combinação – nem sempre orgânica – de cenas, objetos e cores diversas.

Em Travessa Camaragibe, por exemplo, um sujeito dorme sobre o balcão de um bar. Ao seu lado, garrafas de cerveja e copos americanos, “o copinho típico do Brasil”, nas palavras do artista. Já em Black Friday, o retrato de uma barraca de peixes. Pessoas, vozes e ofertas se sobrepõem umas às outras, dando ao observador a sensação de estar em meio a uma feira livre. O samba descompromissado e o churrasquinho que tomam as calçadas do bairro também aparecem em Meu único herói nessa bagunça.

No Te Olvides Del Diesel | Tec

Grafite e tecnologia

O artista inovou e ampliou o cenário da arte urbana com seus desenhos gigantes pintados no asfalto das ladeiras de São Paulo, fazendo uso da perspectiva à distância. Usando o piso como suporte para seus grafites, incorporou o drone como ferramenta para a sua produção em espaços públicos de superfície plana. Séries de vídeos-drones foram criadas a partir de figuras pensadas, especialmente, para essa técnica.

Na exposição, o artista apresenta um vídeo-drone inédito, concebido a partir de uma de suas intervenções na cidade, e um stop motion, também fotografado por uma aeronave não tripulada. Mapeando a sua produção, num diálogo entre o representado e o representante, o artista expõe ainda um conjunto de fotografias, registros de seus trabalhos de rua.

“No conjunto de sua obra, seja nas telas, nos vídeos-drone ou mesmo nos murais, Tec nos conduz a pensar nas sobreposições de camadas e na percepção sequencial de sistemas de níveis. Seus trabalhos reverberam e reafirmam sua relação com a cidade, convidando o espectador a uma interação pela transgressão de escalas, do micro (in) para o macro (out)”, afirma Laura Rago.
Serviço:
Rock & Drones, individual de TEC
Local: Choque Cultural
Endereço: Rua Medeiros de Albuquerque, 250 – Vila Madalena
Período expositivo: até 6 de outubro
Visitação: de terça-feira a sábado, das 12h às 19h
Entrada gratuita