Pinheiros ganha galeria focada em projetos experimentais




Novo espaço reúne time de jovens curadores para supervisão de projetos

A Galeria TATO, que até
então era itinerante e conhecida como Galeria Tato Di Lascio, inaugura
dia 27 de abril de 2013, a partir das 14h00, sede permanente e nova
proposta em Pinheiros. A mostra de abertura “De Heróis e Bandidos”
apresenta série de novos trabalhos, entre desenho, pintura, escultura e
serigrafia, do artista brasileiro radicado na Suíça Alex Romano. Suas
obras trazem uma linguagem direta de grande força gráfica, repleta de
lirismo e fantasia.
Além do novo
endereço e novo nome, a galeria redefiniu também algumas características
conceituais e mercadológicas adotadas anteriormente. Com objetivo de se
tornar um espaço dedicado a projetos experimentais com foco na cultura
urbana, a Galeria TATO convidou um time de jovens curadores que serão
responsáveis pela concepção, montagem e supervisão dos próximos projetos.
São eles Douglas de Freitas, C.G. Hünninghausen e PauloTrevisan. 
Localizada
na rua Mateus Grou, no bairro de Pinheiros, o novo espaço tem projeto
arquitetônico da reforma assinado por Ana Galli. A Galeria TATO é voltada
para a produção de arte emergente. Em seu elenco figuram artistas que
trabalham com diversas mídias, como Alex Romano,Diego Castro, Fernanda
Preto, Luiz 83 e Marcelo Gandhi. Além dos projetos experimentais de
Daniel de Souza e Lucimara Viviane.

Serviço
De Heróis e Bandidos – Individual de Alex Romano
Abertura: 27/04/13, das 14h ás20h
Período expositivo: 29/04/13 a 30/05/13

Galeria TATO
Rua Matheus Grou, 580, Pinheiros
Tel. (11) 9 8171-2121. Seg. asex., 12h/19h; Sáb., 10h/14h.

HENRY KROKATSIS | ORIGIN OF THE BLACK RAINBOW




Krokatsis é um artista que comercializa na natureza da mudança, com a moeda da
impermanência.” – Edward Kelley 
Em sua terceira exposição individual na Galeria Leme, Henry Krokatsis apresenta um grupo de
trabalhos materialmente díspares.
Navegando entre obras de diferentes mídias, somos confrontados por duas pilhas de muletas,
uma para adultos, e outra para crianças, moldadas em alumínio e polidas como espelho.
Fazendo referência às muletas expostas em determinadas igrejas depois de serem
publicamente dispensadas em um gesto de gratidão quando a prece de cura de seus usuários
fora respondida, estes objetos, mais usados para evocar a vulnerabilidade humana e pena
(principalmente das crianças), são transformados em símbolos de esperança para outros que
ainda tem preces a serem respondidas.
Krokatsis leva esta transformação em direção ao imaculado, reproduzindo estes objetos
abandonados de forma altamente polida e industrial, ao mesmo que os empurra em direção
ao simbólico, reduzindo sua eficácia funcional.
Parecendo pairar sobre a intersecção do espiritual com o mundano, estão quatro trabalhos
que se aproximam da forma de uma janela e evocam formas comuns em igrejas (duas
redondas ‘oculares’ e duas verticais com topo arredondado) e são chumbadas como vitrais.
Envidraçados em padrões geométricos, mas em versões relaxadas e desenhadas à mão, que
fazem uma aproximação precária, ao invés de vitrais, nos deparamos com painéis cortados a
partir de vidros encontrados e espelhos descartados.
O formato de janela aparece pronto para o manuseio de Krokatsis. Além de seu lugar como
um componente funcional, a forma representa um rico e metafórico papel como limite entre
mundos distintos. Da afirmação da pintura como uma janela aberta, de Leon Battista Alberti
(De Pictura 1435), até o uso Romântico para simbolizar a expansão do olhar, e da alegoria
Cristã como o limite para o Outro absoluto.
Refletida no espaço está uma série de moldes feitos a partir de espelhos de casa comuns,
cada um com pequenos motivos decorativos, como borda chanfrada ou clipes decorados,
agora moldados em uma obstinada borracha preta que vai de choque com as qualidades
originais no espelho – de transparência (em todos os sentidos – em contos de fadas o espelho
sempre serve como instrumento para estabelecer a verdade), de reflexão, ou mesmo de seu
caráter frágil.
Apesar de diferentes em seus formatos, Krokatsis escolhe consistentemente objetos e
métodos de produção densas de associações. O artista afroxa estas conexões e as permite
vagar até que inexperadamente se assentem, frequentemente de maneira desconcertante. É
nesta liquefação e reconfiguração do objeto e seu espaço no mundo que Krokatsis expõe a
instabilidade na forma e no momento que somos escolhidos para investir fé e valor, enquanto
manifestando uma fé silenciosa no obsoleto.

                                                              Sobre o artista:

Henry Krokatsis (Londres, Inglaterra, 1965). Vive e trabalha em Londres.
Entre suas principais exposições estão as individuais: “Part Time Paradise”, David Risley Gallery, Copenhague, Dinamarca (2011); Galeria Leme, São Paulo, Brasil (2010); “New Acquisition”, New Art Gallery, Walsall, Reino Unido (2006); e as coletivas: “British”, Vigo Gallery Londres, Inglaterra (2012); “Themes & Variations. Script and Space”| Gastone Novelli and Venice, Peggy Guggenheim Collection, Veneza, Italia (2011); “Still or Sparkling”, Gazelli Art House, Londres, Inglaterra (2011); “Scarecrow”, Averoff Foundation, Metsovo, Grécia (2006).
Abertura: 19 de fevereiro – 19hs
Até 16 de março, 2013
Av. Valdemar Ferreira, 130
São Paulo | Brasil
Seg – Sex 10 – 19hs
Sáb 10 – 17hs
+55 11 3093.8184
info@galerialeme.com
www.galerialeme.com

Paço das Artes inaugura exposições no dia do aniversário da cidade




Um Paço ao seu alcance, grande e inédita mostra individual do artista Carlos Dias, e Walking, curadoria selecionada para a Temporada de Projetos, marcam o início da programação de 2013 da instituição

O Paço das Artes, instituição da Secretaria de Estado da Cultura, inaugura a programação do ano no dia 25 de janeiro, aniversário de São Paulo, com as exposições Um Paço ao seu alcance, individual de Carlos Dias, e Walking, curadoria selecionada para a Temporada de Projetos 2013. O evento de abertura conta com a participação dos músicos Rodrigo Brandão e Maurício Takara, que apresentarão uma música inédita ao público como parte da exposição Um paço ao seu alcance.

Um Paço ao seu alcance

O Paço das Artes apresenta nesta exposição obras inéditas do artista Carlos Dias, além de instalações, performances e vídeos. Nessa exposição não serão apresentadas apenas as obras, mas também um pouco do processo criativo do artista, sua pesquisa de imaginário, gráfica e musical, além de suas incursões por diversos suportes e mídias, bem como seu intenso processo de colaboração com outros artistas e experiências de interatividade com o público.

Carlos é um artista multimídia que utiliza uma estética contemporânea “suja”, pop, energética e barulhenta. A gestualidade da sua pintura o aproxima da action painting, e lhe rende associações frequentes com o expressionismo do começo do século 20, a transvanguarda dos anos 1980, além de Philip Guston ou Basquiat. Mas a complexidade do conjunto permite uma comparação com o trabalho de Karel Appel, Alechinsky e outros artistas do Cobra (sigla que referencia as cidades-base do movimento: Copenhagen, Bruxelas e Amsterdã), em razão do vigor das pinturas viscerais, do uso intensivo de mídias diversas e do desejo do contato direto com as pessoas e com o espaço.

Nos anos 1990, Carlos Dias participou de diversos movimentos artísticos juvenis e urbanos, como street art, hip hop, punk, hardcore, skate e fanzines. Todo esse ambiente cultural envolvia novas linguagens e territórios, como o espaço público e a internet, e possibilitou ao artista desenvolver uma prática voltada para o grafite, asticker art, a videoarte e a web art, mídias que agregaram ao seu trabalho grande empatia com as novas gerações, com quem o artista consegue se comunicar de modo único.

Para mostrar toda a dimensão da sua obra, Um Paço aoseualcance procura apontar para o processo criativo do artista, que se baseia em uma pesquisa voltada para os imaginários gráficos e musicais, além de seu intenso processo de colaboração com outros artistas, suas experiências de interatividade com o público e suas incursões por diversos suportes e mídias. Com uma expografia idealizada pelo próprio artista e desenhada pelo arquiteto Álvaro Razuk referenciando os cenários de filmes expressionistas alemães com seus ângulos e perspectivas distorcidas, a exposição se completa com workshops realizados na Grande Oficina, espaço em constante mutação onde serão produzidos trabalhos com a participação do público, que serão agregados ao espaço expositivo.

“A primeira coisa que noto quando as pessoas veem as minhas obras é que elas tomam um choque. Não sei como entendem, mas sinto que minhas pinturas e instalações mexem com alguma coisa dentro delas; acredito que provoca uma espécie de ‘ilusão caótica’, mas que no fundo a pessoa se identifica e vê uma lógica. Embora tenha todo esse lance de ser caótico e barulhento, aquela é a forma subjetiva e sutil como me comunico”, afirma Carlos.

Carlos Dias

Nasceu em Porto Alegre, em 1973, e morou por muitos anos em São Paulo, onde participou ativamente de manifestações culturais juvenis nos anos oitenta e noventa: skate, punk, hardcore, graffiti, street art etc. Carlos construiu um mundo psicodélico, pop e expressionista, povoado por personagens surreais em cenários caóticos, que o levou a participar de diversas exposições, incluindo uma coletiva em Los Angeles, chamada São Paulo, além de sua última individual no Acervo da Choque e também da coletiva “De Dentro Pra Fora, De Fora Pra Dentro” no Masp em 2010.

Sua expressividade barulhenta dialoga abertamente com a música do Againe, Polara, Caxabaxa e outras bandas formadas pelo artista ao logo das últimas décadas. Carlos é músico, compositor, performer e autor de alguns sucessos gravados por bandas pop, como CPM 22 ou Cansei de Ser Sexy. Mais informações: carlosdiasaoseualcance.tumblr.com.

Temporada de Projetos 2013

Nesta edição da convocatória para a Temporada de Projetos, o Paço das Artes recebeu mais de 370 propostas de artistas de todo o Brasil. O júri formado por Ananda Carvalho, Camila Duprat, Maikon Rangel e Paula Borghi (pré-seleção) e Nancy Betts e Priscila Arantes (seleção) escolheu nove projetos artísticos e um de curadoria, que serão expostos em quatro etapas ao longo do ano. Bruno Kurru, Bruno Vilela, Felipe Bittencourt, Fernanda Rappa, Flávia Junqueira, Giorgio Ronna, Paulo Nimer Pjota, Rafael Rg, Rodrigo Sassi e Vitor Mizael tiveram seus projetos selecionados.

Walking, curadoria assinada por Giorgio Ronna, abre a programação da Temporada deste ano. O projeto sobrepõe as reflexões sobre o ato de caminhar dos autores Henry David Thoureau (Walking), Jean-Jacques Rousseau (Os devaneios do caminhante solitário), Walter Benjamin (O flanêur) e João do Rio (A alma encantadora das ruas). Obras das artistas Brígida Baltar, Christa Ziegler, Lia Chaia, Marina Camargo e Marion Velasco compõem a exposição.

Abertura especial
Com a ideia de levar o público a entender de que modo o trabalho de Carlos Dias sofre influências da música, o artista faz questão de abrir a mostra, ao lado de amigos e parceiros, em um encontro marcado para o dia 25 de janeiro, às 18h, no espaço expositivo do Paço das Artes.  Gratuito e aberto ao público, o evento organizado pelo artista e seus colegas Rodrigo Brandão, considerado um dos pilares da cultura hip-hop do Brasil, e Maurício Takara, multi-instrumentista que se apresenta ao lado de lendas internacionais como Pharoah Sanders e Yusef Lateef, conta com ampla programação musical que abrange gêneros como jazz, hip hop e raíz de punk rock.

Membros das bandas Hurtmold (Guilherme Granado, Mario Cappi e Marcos Gerez) e Oinimigo (Fernando Sanches e Alê Angelucci), os DJs PG (Elo da corrente) e Tiago Nicolas (festa Esparrela), além dos próprios Maurício e Rodrigo, são os nomes confirmados para o show, no qual uma música composta especialmente para a mostra será apresentada. O show se finaliza com Takara e o baterista Boka, integrante da banda Ratos de Porão, realizando interações improvisadas, ao vivo, com duas baterias.

Ainda no dia 25, às 19h, o curador Giorgio Ronna recebe o público para uma visita guiada por Walking. As atividades são gratuitas e abertas ao público.

Um Paço ao seu alcance: oficinas

23 de fevereiro – das 13h às 18h

Como fazer uma banda – Quique Brown e Velhote

Como gravar uma música – Fernando Sanches

Circulação viaje musical – Lucas Valente

23 de março – das 13h às 18h

Karaoclash de animake – Bruno Galan

Oficina de livreto – Renan Cruz

Como fazer seu material de divulgação – Coletivo SHN

Serviço

Um Paço ao seu alcance, individual de Carlos Dias | Walking ­– 1ª Temporada de Projetos

Abertura: 25 de janeiro, às 18h

Visitação: 26 de janeiro a 24 março de 2012

Funcionamento: terça-feira a sexta-feira, de 11h30 às 19h e sábados e domingos das 12h30 às 17h30

Endereço: Av. da Universidade 1 – Cidade Universitária

Telefone: (11) 3814-4832

www.pacodasarte.org.br

Grátis/ Livre