CCBB apresenta mostra retrospectiva itinerante de Chiharu Shiota


Créditos:Divulgação


A transitoriedade dos ciclos da vida, a memória e a própria experiência pessoal inspiram a obra da japonesa Chiharu Shiota. Conhecida principalmente por seus trabalhos site specific em grande escala, frequentemente compostos por emaranhados de linhas, Shiota é autora de uma obra multidisciplinar, desdobrada em suportes diversos: são instalações, performances, fotografias e pinturas. A artista terá sua extensa obra celebrada na mostra retrospectiva Linhas da Vida, no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB SP). Com curadoria de Tereza de Arruda e produção da Base7 Projetos Culturais, a exposição também será exibida nas unidades do CCBB em Brasília (03 de março a 10 de maio de 2020) e no Rio de Janeiro (10 de junho 06 a 31 de agosto 08 de 2020).

Nascida em Osaka e radicada há 23 anos em Berlim, Shiota iniciou sua carreira artística em 1994, tomando a pintura como principal suporte. Todavia, logo descobriu que o espaço bidimensional era limitado para seu processo criativo e expandiu para as outras linguagens. Linhas da Vida reúne cerca de 70 obras que datam desde o início de sua produção artística aos dias atuais.

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Já no térreo, o público vai se deparar com a grande instalação Além da Memória (2019), obra inédita, que poderá ser vista a partir de todos os andares. A inspiração vem da diversidade do povo brasileiro e de um diálogo com a arquitetura monumental e histórica do CCBB-SP. Suspensa, com 13m de altura e em forma de uma espécie de nuvem, a instalação é composta por mais de mil folhas de papel em branco. É um convite para que o público idealize sua própria história e resguarde sua memória.

Os destinos da vida são questões recorrentes no processo de criação de Shiota e nas obras que ocupam o subsolo do CCBB-SP. Ela tece as linhas de sua vida e convida o público a fazer o mesmo. Essa é a ideia presente em Linha Vermelha (2018), obra que lança luz à produção manual da artista, uma de suas principais características. Em outro momento, dois barcos escuros surgem em meio a emaranhados de cordas pretas como alusão aos caminhos da vida. Trata-se de Dois barcos, um destino (2019), uma metáfora da artista sobre as formas de avançar, viajar, sem necessariamente saber qual é o ponto final, tal qual o percurso da vida. “Os barcos simbolizam os portadores de nossos sonhos e esperanças, levando-nos através de uma jornada de incerteza e admiração“, diz Chiharu.

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Chiharu divaga sobre a ideia de uma conexão universal de todos os seres. Transforma sua história em uma linguagem artística de caráter singular, sublime e tomada de elementos triviais. É disto que nasce o conjunto de esculturas e edições organizados em Conectada com o universo (2016 – 2019), núcleo exibido no primeiro andar do CCBB-SP. As gravuras aqui expostas têm como ponto de partida um ser conectado ao universo por um fio, espécie de cordão umbilical simbolizando o início da vida antes mesmo do nascimento. Em outras obras, a artista sugere que este mesmo ser se vê imerso ou submerso em um buraco ou invólucro sem perspectiva de saída e, assim, sua conexão com o mundo externo passa a ser realizada por vias imaginárias ou mesmo espirituais.

A presença do hermetismo não é ao acaso. Em dado instante de sua trajetória, Shiota tomou uma decisão existencial e parou de pintar – na época, seu principal suporte – porque não sentia que sua vida e sua criação artística estavam conectadas, entrelaçadas. Sonhou que se via dentro de uma pintura e foi assim que concebeu a icônica performance Se transformando em pintura (1994), cujo registro é exibido no segundo andar.

A tinta usada por Shiota nesta performance era tóxica e a artista sentiu imediatamente sua pele queimar e o pigmento só desapareceu de sua pele depois de alguns meses. Passados cerca de 20 anos, a artista voltou a utilizar a tela, porém não como um suporte pictórico convencional, mas, sim, como suporte de sua assinatura pessoal, sobre a qual aplica a trama de lã originariamente utilizada em suas instalações.

Ainda no segundo andar, a artista exibe fotografia de A chave na mão (2015), instalação que esteve na 56ª Bienal de Veneza, na qual Chiharu representou seu país no pavilhão do Japão. A obra foi composta por dois barcos que lembram, segundo a artista, duas mãos receptoras prestes a agarrar ou deixar de lado uma oportunidade, postos em um emaranhado de 180 mil chaves.

No último andar do CCBB-SP, um núcleo de trabalhos pautados no Corpo, tema que aparece desde os primórdios na criação de Shiota. São obras em que a artista investiga questões ligadas à identidade, memória, corpo, fragilidade e doenças.

Simultaneamente à retrospectiva no CCBB-SP, Chiharu Shiota expõe na Japan House São Paulo a mostra Internal Line, composta por um site specific que representa a memória como tema central.

No decorrer do período expositivo, o público pode participar de atividades gratuitas no Espaço de Convivência do Programa CCBB Educativo — Arte e Educação. O objetivo é proporcionar aos visitantes um diálogo com algumas das características da obra de Shiota e de questões tangentes aos processos de criação, como espaço, memória e identidade. As atividades serão conduzidas por educadores do centro de arte e tecnologia JA.CA e podem ser realizadas em grupos ou individualmente.

Apoiadora da mostra, a Pingouin Fios cedeu mais de quatro mil novelos de lã, que serão utilizados pela artista na implantação da obra Além da Memória. O material também será usado pelo público nas atividades educativas paralelas à mostra.

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Serviço:
Linhas da Vida, exposição de Chiharu Shiota
Período expositivo: 13 de novembro de 2019 a 27 de janeiro de 2020
Entrada gratuita
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo – CCBB SP
Rua Álvares Penteado, 112 — Centro. São Paulo -SP (Acesso ao calçadão pela estação São Bento do Metrô)
(11) 3113-3651/3652 | Todos os dias, das 9h às 21h, exceto às terças.
ccbbsp@bb.com.br | bb.com.br/cultura | twitter.com/ccbb_sp
| facebook.com/ccbbsp | instagram.com/ccbbsp
Acesso e facilidades para pessoas com deficiência
| Ar-condicionado | Cafeteria e Restaurante | Loja
Estacionamento conveniado: Edifício Zarvos – Rua da Consolação, 228.
Traslado gratuito até o CCBB. No trajeto de volta, a van tem parada na estação República do Metrô. Valor: R$ 14 pelo período de 6 horas. É necessário carimbar o ticket na bilheteria do CCBB.

Instalação Internal Line, Chiraru Shiota
Japan House São Paulo (Avenida Paulista, 52)
De 13 de novembro de 2019 a 02 de fevereiro 2020
Térreo
Entrada Gratuita

Palácio Tangará promove exposição em homenagem a Ayrton Senna


Créditos: Divulgação / Palácio Tangará


Considerado um dos maiores ídolos do esporte mundial, Ayrton Senna receberá uma importante homenagem a partir da próxima semana, a do GP do Brasil de F1. A exposição “Ayrton Senna: O Piloto“, conta com obras do artista Sami Akl e objetos que marcaram a trajetória do piloto, no Palácio Tangará, primeiro hotel masterpiece da Oetker Collection na América Latina. A exposição é parte de um projeto que transforma as áreas comuns do hotel em uma galeria de arte e marca o início de uma parceria entre o Palácio Tangará e o Instituto Ayrton Senna, neste ano em que se completam 25 anos de da fundação do Instituto Ayrton Senna e da continuidade do trabalho social iniciado pelo piloto.

Além dos 15 quadros pintados por Sami, inspirados em imagens icônicas e especialmente selecionadas pela família do piloto, a mostra ainda vai estrear com a presença de itens históricos que marcaram a carreira do piloto tricampeão mundial de F1 e que estão retratados por Sami, tornando-se assim uma mostra tridimensional e trazendo ao público a possibilidade de se aproximar ainda mais de Ayrton, tornando realidade aquilo que até então estava apenas no imaginário imortalizado pelas obras de Sami.

Créditos: Divulgação / Palácio Tangará

Os itens apresentados serão todos originais e alguns inéditos, entre capacetes de corridas especiais (1984, 1985, 1987 e 1993), quatro troféus (três da F1 e o primeiro de sua vida, o de kart), um macacão (Lotus 1987) e uma estátua em aço, além de outros objetos que foram usados por Ayrton Senna ao longo de sua trajetória. Dois simuladores de F1 ainda estarão no evento de lançamento da exposição.

A exposição “Ayrton Senna: O Piloto”, será a primeira ação dessa parceria especial firmada entre Palácio Tangará e Instituto Ayrton Senna. Parte da receita obtida com a venda das obras será doada à organização, fundada 1994 pela família Senna com o objetivo de ajudar a transformar a educação pública do País. Ao longo de seus 25 anos de atuação, o Instituto já beneficiou mais de 26 milhões de estudantes e 230 mil educadores.

A parceria também irá possibilitar a hóspedes do hotel contribuírem com a causa. A partir de agora, eles terão a opção de destinar parte do valor das diárias a projetos educacionais implementados pelo Instituto em diversos estados e municípios brasileiros. Empresas que alugarem o espaço do hotel para a realização de eventos também poderão repassar parte do valor a iniciativas do Instituto.

O artista Sami Akl doará três dos seus quadros sobre o piloto para o Instituto Ayrton Senna. Caso as obras sejam vendidas durante a exposição, o recurso entrará como doação do comprador ao próprio Instituto.

Créditos: Divulgação / Palácio Tangará

Outras ações da parceria entre Instituto e Palácio Tangará deverão ser anunciadas em 2020.

Serviço:
Exposição “Ayrton Senna: O Piloto”
Dias: até 15/12
Local: Palácio Tangará – Rua Dep. Laércio Corte, 1501 – Panamby, São Paulo — SP

Exposição Pioneiros & Empreendedores em SP


Créditos: Reinaldo Canato / Ricardo Yoithi Matsukawa-ME/Sebrae – SP


A Exposição Pioneiros & Empreendedores: a saga do desenvolvimento no Brasil, destaca a trajetória de empreendedores pioneiros dos séculos 19 e 20, responsáveis pela criação de negócios inovadores que deram contribuições decisivas para o crescimento e modernização da economia brasileira. São nomes como Mauá, Prado, Matarazzo, Ramos de Azevedo e outros. A mostra destaca também a vida de mulheres pioneiras como Ermelinda Ottoni de Souza Queiroz, Eugênia Ana dos Santos (Mãe Aninha), Irmã Dulce e Dorina de Gouvêa Nowill. A curadoria é do professor Jacques Marcovitch, da FEAUSP.

Com rico material iconográfico, objetos, painéis e mídia eletrônica, palestras e visitas programadas para escolas, a exposição oferece um extraordinário exemplo de iniciativas de empreendedores que alcançaram um ideal de emancipação, enfrentaram adversidades e realizaram sonhos. Uma fonte incrível de aprendizagem e de inspiração para as gerações atuais e futuras, que anima o esforço daqueles que buscam mudanças estruturais e soluções para os problemas mais dramáticos e ainda persistentes do país.

Mais informações, palestras e agendamento para escolas em https://pioneiros.fea.usp.br

Serviço – exposição Pioneiros & Empreendedores:
Até 1º de dezembro de 2019
De terça a domingo, das 10h às 17h – entrada gratuita
Centro de Referência em Inovação SEBRAE // Palácio dos Campos Elíseos
Av. Rio Branco, 1269, Campos Elíseos, 01205-903 São Paulo-SP

Exposição no Conjunto Nacional faz mergulho na cultura marroquina


Arc de Triomphe, Volubilis © ONMT_Turismo de Marrocos – Hope Production


Entre os dias 6 e 12 de novembro, o Turismo do Marrocos traz a São Paulo, no Conjunto Nacional, um evento cultural gratuito que mostrará os principais elementos da sua cultura.

A Semana Marroquina contará com diversas atrações da cultura do destino africano, como apresentações de música, artesanato típico produzido ao vivo, demonstrações da arte de pintura corporal de hena, caligrafia árabe, a tradicional cerimônia do chá, desfile de cafetãs (peça emblemática do vestuário marroquino) e uma exposição de fotos artísticas. O evento estará aberto das 10h às 20h.

Já na sua terceira edição, a exposição confere ao destino turístico marroquino uma nova marca: “MARROCOS, RESPIRE A AUTENTICIDADE”.

Marrakech Majorelle Gardens © ONMT_Turismo de Marrocos Hope Production

Confira abaixo a programação completa do evento:

Orquestra de música marroquina
Gênero musical secular com raízes de Portugal e Espanha antes da Reconquista, a música andaluza é o pilar da identidade cultural marroquina. A sua composição atual, com as transcrições dos cantos e da música, permanece idêntica há 600 anos.

Cerimônia de chá
Esta tradição é um verdadeiro ritual, símbolo de convívio, hospitalidade e generosidade do acolhimento marroquino. O chá de menta, usado na cerimônia, é obtido com a infusão de folhas de chá verde e menta verde.

Pintura corporal em hena
Tradição já amplamente difundida, as tatuagens de hena possuem uma grande importância simbólica no país.

Demonstração da arte da caligrafia árabe
A caligrafia árabe, considerada uma arte estética de grande importância, reflete o espírito dessa civilização.

Desfiles de Cafetãs
O cafetã é um dos trajes tradicionais mais antigos no mundo e uma peça emblemática do vestuário marroquino, símbolo de uma cultura popular fortemente enraizada. Atualmente, com os novos estilistas, o cafetã adquiriu mais força, tornando-se o traje de festa usado sobretudo nos casamentos e festas religiosas.

Morocco_Casablanca16 © ONMT_Turismo de Marrocos – Hope Production

SERVIÇO

Semana Marroquina
Data: 6 a 12 de novembro de 2019
Horário: 10h às 20h
Local: Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2073 – Consolação, São Paulo)

Exposição Ojidu – Árvore da Vida Warao chega a SP


Créditos: Divulgação


A partir do dia 7 de novembro, a arte ancestral de indígenas venezuelanas da etnia Warao chega a São Paulo.

A mostra é uma iniciativa do Museu A Casa em parceria com ACNUR Brasil, UNFPA Brasil, Fraternidade Internacional União Europeia e o Governo Federal.

A mostra promove a autossuficiência desta etnia que está em situação de refúgio no Brasil devido à crise humanitária que se instaurou na Venezuela.

Cestos, vasos, cachepots, chapéus, bolsas, sousplats, bandejas e outros objetos feitos em fibra de buriti estarão por aqui.

SERVIÇO

08 de novembro a 20 de dezembro

Av. Pedroso de Morais, 1216 – Pinheiros / São Paulo – SP.

Valongo Festival Internacional da Imagem 2019 chega em sua 4ª edição


Créditos: Acervo Festival


Desde 2016, o bairro histórico de Santos recebe o Valongo Festival Internacional da Imagem e, este ano, durante os dias 8, 9 e 10 de novembro, a 4ª edição acontece com uma ampla programação que inclui obras, exposições coletivas, seminários, performances e visitas guiadas, com todas as atividades gratuitas e abertas ao público. Entre os nomes do evento, está Rasheedah Phillips, da Filadélfia (EUA), artista, ativista, autora, produtora cultural, escritora e defensora-pública, que participa com Black Quantum Futurism (BQF), trabalho que já esteve presente em importantes espaços de arte contemporânea, como MoMA, Serpentine Galeries e Bienais. No Valongo, Rasheedah Phillips irá apresentar os princípios e métodos do BQF para que ele ajude a manipular o tempo e ver o futuro.

Para propor trocas e experiências a partir do território, o evento foi criado com o objetivo de investigar a linguagem artística contemporânea e incentivar a experimentação e a pesquisa. Regido a partir do tema “O melhor da viagem é a demora“, a curadoria feita por Diane Lima investiga o potencial visionário das imagens criadas a partir do conhecimento incorporado e comum. Assim como no provérbio, a única maneira de compreender os segredos é entender que é preciso viver o caminho para ter experiência vivida. “Só se compreende o que foi dito performando e vivendo e só se pode dizê-lo, o tendo atravessado e aprendido“, conta a curadora. Diante da vivência e da memória coletiva, o convite é para vermos e vivenciarmos, nessa comunidade temporária que é o Valongo, os conhecimentos incorporados em nossas presenças. “É só através de um estado consciente na duração do tempo que o nosso pensamento é livre“, completa.

Território

O tema conversa diretamente com bairro do Valongo, o mais antigo da cidade, e também considerado um importante acervo histórico nacional. Surgido nas proximidades do primeiro trecho do cais santista, o bairro preserva, em sua arquitetura, a memória construída em torno do porto de Santos, o maior complexo portuário da América Latina. Acreditando nos importantes impactos que resultam de uma atuação séria e contínua nessa região, o Festival busca não apenas transformar o bairro durante o período do evento, como também realizar uma série de ações de amplo alcance, potencializando seu patrimônio histórico e cultural e reafirmando o protagonismo de Santos no cenário cultural brasileiro.

Atrações

Serão cerca de 30 artistas, 50 obras, 1 exposição coletiva, 10 seminários e mesas, 4 performances e visitas guiadas pelo corpo curatorial e artistas da residência. Dentro dessas atividades, estão as instalações dos artistas convidados por meio de chamadas públicas direcionadas às obras que se entrelaçam diretamente com o bairro.

II Programa de Residências Artísticas do Valongo

O Valongo Festival Internacional da Imagem entende o Programa de Residências Artísticas como um dos eixos fundantes da própria prática curatorial; uma plataforma de conexão, criação, circulação e desenvolvimento para a pesquisa e a produção dos artistas envolvidos. Neste ano, o Festival continuou propondo novas geografias e naturezas artísticas, apostando no acompanhamento artístico mais próximo e, sobretudo, na capacidade dessas pesquisas em performar, cada uma à sua maneira, os eixos curatoriais de “o melhor da viagem é a demora“.

Este ano, a segunda edição do Programa de Residências do Valongo conta com a participação de três artistas convidados, que já estão habitando o bairro do Valongo:

Rebeca Carapiá, artista nascida em Salvador, na Bahia, parte da experiência e do cotidiano no bairro do Uruguai, espaço que a constitui como artista. Rebeca cria e organiza um conjunto de práticas e reflexões em diferentes plataformas de exibição, formação e experimentação artística, visíveis e invisíveis ao circuito da arte contemporânea.

Malu Avelar, nascida na cidade histórica de Sabará, em Minas Gerais, iniciou sua formação artística em Belo Horizonte, no CEFAR (Centro de Formação Artística). Seus últimos trabalhos foram desenvolvidos a partir de sua pesquisa “Corpo Negro: Tensão e Urgência”, que parte do aterramento do corpo dissidente – entendido enquanto aquele que vive em constante estado de alerta e urgência – por meio do movimento interno do sujeito, que transborda para além dos discursos que buscam cristalizá-lo.

Eric Magassa é um artista multidisciplinar que trabalha a partir da variedade de materiais e métodos, que vão desde pintura e colagem até a elaboração de câmeras performativas. Frequentemente, Magassa faz uso de objetos e artefatos que perderam seu significado, e que são por ele apropriados e re-contextualizados, assumindo novos sentidos e oferecendo um novo entendimento do mundo.

Transporte gratuito

Com a proposta de democratizar e ampliar o acesso à cultura o festival também disponibiliza transporte gratuito de São Paulo para Santos (ida e volta), com saídas diárias que pode ser utilizado pelo público mediante a inscrição no site. Mais informações sobre serão disponibilizadas em breve nas redes sociais.

Valongo Festival Internacional da Imagem tem uma preocupação direta no acesso à cultura, respeito às diferenças, inclusão, diversidade e um compromisso com a arte.

Atuação da mulher no cenário cultural

Outro pilar muito importante do Valongo Festival é a equipe formada 80% por mulheres. Esse dado se revela necessário ao considerarmos os obstáculos que ainda existem à colocação das mulheres no mercado de trabalho – de acordo com o IBGE, apesar de as mulheres serem mais escolarizadas do que os homens, elas ainda ganham cerca de ¾ do salário pago à população masculina. As desigualdades se agravam se lembrarmos que, dentro do grupo feminino, o número de mulheres brancas com grau superior completo é quase três vezes maior do que o de mulheres negras.

PROGRAMAÇÃO VALONGO FESTIVAL 2019

Exposições – mantidas ao longo do festival.

10 – 20h O MELHOR DA VIAGEM É A DEMORA, com curadoria de Diane Lima

Para a exposição coletiva, o Festival convocou trabalhos de todas as linguagens artísticas que se propusessem enquanto reflexões críticas e que dialogassem, por meio de suas visualidades, com os eixos curatoriais desta edição.

Local: doca e RDC

Artistas:

Adriano Machado

Ana Clara Tito

Ana Paula Mathias

Iagor Peres

Juliana dos Santos

Luana Vitra

Marcos Paulo Gonçalves

Mitti Mendonça

Ronald Horácio Rodrigues da Silva

Veridiana Mana

10 – 20h Instalação COMO COLOCAR AR NAS PALAVRAS, de Rebeca Carapiá – artista em residência

Em “COMO COLOCAR AR NAS PALAVRAS”, a artista Rebeca Carapiá cria, através de instalações, desenhos e esculturas, uma cosmologia em torno dos conflitos das normas da linguagem e do corpo, além de ampliar um debate geopolítico que envolve memória, economias da precariedade, tecnologias e as relações de poder entre o discurso e a palavra.

Local: RDC

10 – 20h HORIZONS, de Eric Magassa – artista em residência

Eric Magassa irá propor uma instalação na área central do doca Valongo, que faz parte do conjunto de espaços expositivos do Festival. Explorando uma variedade de materiais e linguagens, tais como escultura, pintura, vídeo e fotografia, o artista nos abre a possibilidade de ressignificar o imaginário quando, através de uma paleta de cores vibrantes e elementos pictóricos abstratos, discute, ainda, como as imagens e os artefatos africanos coletados pelos museus etnográficos foram apropriados e inseridos dentro da lógica da racialidade moderna ocidental, abrindo, assim, um diálogo entre o Valongo e o mundo Atlântico.

Local: doca

10 – 20h Instalação [TERRA-PROTÓTIPO], de Tames da Silva Santos

Através da combinação entre cartografia e um simulacro sonoro/imagético da linguagem publicitária de empreendimentos imobiliários, [terra-protótipo], de Tames da Silva Santos, anuncia uma narrativa distópica sobre o espaço geográfico do bairro do Valongo. A instalação faz parte de uma série de trabalhos em que são criados mapas ficcionais que abordam temas relacionados à ocupação de Santos e de seu entorno, evidenciando as relações históricas de poder e a permanente racionalização desse território.

Local: obra móvel

11 – 21h SAUNA LÉSBICA, de Malu Avelar – artista em residência

Malu Avelar irá apresentar a obra SAUNA LÉSBICA, um espaço viscoso, voltado à imaginação, onde será possível escorregar e celebrar a presença e as experiências das mulheres sapatonas. Durante os três dias de Festival, a instalação será ativada com performances, vivências, festas e obras audiovisuais. Na contramão do debate predominante e performando uma das questões centrais de #OMELHORDAVIAGEMÉADEMORA, que é a criação de formas de ver e conceber o mundo que ainda não estão disponíveis historicamente para nós, a obra propõe a criação de um espaço especulativo, onde se possa ser e estar.

Local: Buraco’s

Programação 08/11 (sexta-feira)

11 – 12h Seminário de Abertura – O MELHOR DA VIAGEM É A DEMORA: DIÁLOGOS CURATORIAIS COM O PENSAMENTO BANTU-KONGO DE BUNSEKI FU-KIAU, com Tiganá Santana e Diane Lima

Local: Arena Valongo

13 – 15h Vídeos

BOI DE SALTO, de Tassia Souza Araujo

ANTES DE ONTEM, de Caio da Nobrega Franco

BONDE, de Gleba do Pêssego

Local: Arena Valongo

13 – 17h Oficina

VISUALIDADE E POLÍTICA – COM ZANGADAS TATTOO, por #DesignAtivista

A oficina vai discutir sobre as formas de circulação da informação e sua apresentação nas plataformas sociais, especialmente através de memes que deflagram posições políticas. Tendo como ponto de partida o caso do “Ninguém Solta a Mão de Ninguém”, criado pela ministrante da atividade, Thereza Nardeli, e do “Vira Voto”, protagonizado pela Mídia NINJA e pelo @designativista, abriremos uma conversa sobre política, afeto e informação, dissecando discursivamente algumas imagens e textos para tentar elucidar as propostas e as potências dos mesmos. Em um segundo momento, os participantes serão convidados uma atividade prática, com o objetivo de reformular, criar e remixar imagens, textos persuasivos e afetivos, mirando temas e audiências específicas.

14 – 15h Performance

REPERTÓRIO N. 1, de Davi Pontes e Wallace Ferreira de Souza (programação para maiores de 18 anos)

O trabalho investe na ideia da dança como autodefesa, utilizando a mimese e a repetição ritualizada de gestos para produzir um estudo sobre imagens coreografadas por corpos dissidentes. Instaura-se, assim, uma tentativa de arquivar ações para elaborar resistências, conjurar modos de permanecer no mundo e inventar o que há de sucedê-lo. Pode o movimento ativar a memória dos corpos subalternos que foram enterrados sob códigos hegemônico? Resistir em tempos brutos, alimentar-se mutuamente do cansaço do outro e dançar em momentos difíceis.

Local: Museu Pelé

15 – 16h Mesa 1- COMO IMAGINAR FORMAS DE VER E CONCEBER O MUNDO QUE AINDA NÃO ESTÃO DISPONÍVEIS HISTÓRICAMENTE PARA NÓS?, com Ariana Nuala, Lucas Carvalho, Moara Brasil, Ventura Profana, Heloisa Ariadne e Micaela Cyrino

Neste encontro, xs integrantes do I Programa de Acompanhamento do Valongo apresentam seus processos de pesquisa, discutindo a linguagem enquanto dimensão mediadora da experiência ética contida nas práticas artísticas quando postas em diálogo com novos territórios.

Local: Arena Valongo

17 – 18h Mesa 2

DESLOCAMENTO COMO COREOGRAFIA: ROMPENDO COM AS NORMAS ESPACIAIS NA ARTE CONTEMPORÂNEA, com Cintia Guedes, Davi Pontes e Anta Recke

O que aconteceria se pensássemos os deslocamentos dos nossos corpos no espaço e no tempo como coreografias? E como romper com as suas normas instalando outras materialidades através das relações entre a dança, o teatro e as artes visuais? Nessa mesa, xs artistas Anta Helena Recke e Davi Pontes se encontram para uma conversa sobre como dar forma aos movimentos.

Local: Arena Valongo

20 – 23h Noites no Valongo

Noite de Abertura

Local: Arena Valongo

Programação 09/11 (sábado)

10 – 11h Visita Guiada, com Rebeca Carapiá, Malu Avelar e Eric Magassa

Local: doca

10 – 17h Oficina

SOBRE COMO AMOLAR FACAS, com Cíntia Guedes

Em exercícios de escuta e escrita, a oficina toma como dispositivos as imagens da arte e da literatura antirracista e anticolonial. O plano é encontrar rotas para outra ecologia sensível e reposicionar nossa imaginação para além da armadilha da representatividade, escapando do cativeiro estético do tempo presente.

Local: Cadeia Velha

11-12h Seminário

Egle Kulbokaite e Dorota Gaweda

Local: Arena Valongo

sobre o que??

13 – 15h Vídeos

VIDEOTONGUES, de Daniel Santiso

LOVE TO A MONSTER, de Jonas Van

ASCENSÃO E QUEDA DAS BIXAS, de Rodrigo D’Alcântara

NOMES DE ABISMO, de Jonas Van

Local: Arena Valongo

14 – 15h Performance

OS USOS DA RAIVA – MOMENTO 5, de Ana Paula Tito

OS USOS DA RAIVA é uma pesquisa que investiga a interação entre corpo, estado mental/emocional e vergalhões de ferro de diferentes comprimentos. Nela, são questionadas as possibilidades construtivas de sentimentos específicos, entre eles a raiva, gerando registros mutáveis e múltiplos. Cada momento é criado com varas necessariamente maiores do que as usadas em momentos anteriores.

Local: RDC

15 – 16h Mesa 3

ECONOMIAS DE ACESSO E PRECARIEDADE DA CULTURA: NOTAS PARA SOBREVIVÊNCIA

Local: Arena Valongo

17 – 18h Mesa 4

IDENTIDADES ITINERANTES E IMAGENS VISIONÁRIAS NOS ARQUIVOS COLONIAIS, com Eric Magassa e Amanda Carneiro

Como a errância, a deriva e a desorientação nos processos artísticos podem friccionar a nossa geografia mental e terrestre? É possível falar em uma ressignificação dos arquivos coloniais? A partir dessas questões, a curadora Amanda Carneiro (MASP) e o artista sueco-senegalês Eric Magassa conversam sobre a instalação por ele desenvolvida no II Programa de Residência Artística do Valongo, ampliando ainda mais nossa percepção sobre como expandir e espacializar as imagens.

Local: Arena Valongo

20-23h Noites no Valongo

RESISTÊNCIA NA QUEBRADA: VIAGEM À MEMÓRIA CULTURAL DA BAIXADA SANTISTA, de Litta Afrontite

Para esta ação, selecionada na chamada aberta do Valongo voltada a iniciativas da Baixada Santista, Litta Afrontite buscou identificar os elementos culturais que compõem a formação da identidade e da estética das periferias da região. Surgiu, assim, a proposta de reunir uma série de atividades (como roda de conversa, debate, discotecagem e apresentações de música), que serão apresentadas no Festival, e cujo objetivo é resgatar os sentidos do funk enquanto signo da afirmação cultural e identitária da Baixada Santista.

Local: Arena Valongo

Programação 10/11 (domingo)

10 – 11h Visita Guiada pelo bairro do Valongo

Local: saída da doca

10 – 17h Oficina

MONUMENTOS PARA UM FUTURO PRÓXIMO, com Gian Spina

Será apresentada uma série de questões a serem trabalhadas coletivamente, de maneira teórica e prática, e que tem como ponto de partida fazer e pensar novas formas de escrever a história e novas histórias a serem escritas. Como podemos reescrever coletivamente o passado? Quais formas e formatos outros devemos e podemos usar? E como as interpretações sobre o passado constroem e alteram o nosso futuro?

Local: Cadeia Velha

11 – 12h Seminário

Rasheedah Phillips

Rasheedah Phillips, da Filadélfia (EUA), artista, ativista, autora, produtora cultural, escritora e defensora-pública, participa com Black Quantum Futurism (BQF) apresentando os princípios e métodos do BQF para que ele ajude a manipular o tempo e ver o futuro. O Black Quantum Futurism (BQF) é uma plataforma para a prática interdisciplinar criada por Camae Ayewa e Rasheedah Phillips. Consolidando-se em livros, performances, projetos de música experimental, instalações, filmes e programas educativos, o projeto é definido como uma iniciativa, de caráter teórico e prático, que visa a experimentar a realidade por meio da manipulação do espaço-tempo, a fim de conceber futuros possíveis. A ação fundamenta-se sobre um arcabouço que inclui princípios e qualidades da física quântica, metodologias especulativas e visionárias, além de dimensões sobre consciência, tempo e espaço próprias das tradições culturais do pensamento negro. A partir da multiplicidade de futuros possíveis e da compreensão de um tempo não-linear, a prática do BQF como um exercício de imaginação política nos permite enxergar o futuro e, principalmente, fornece ferramentas para alterá-lo, modelá-lo ou colapsá-lo.

Local: Arena Valongo

13 – 15h Vídeos TUDO QUE É APERTADO RASGA, de Fabio Rodrigues Filho

STONES, de Myriam Mihindou, Laís Catalano Aranha, Andrew Arim, Pierre Ma-nau, Violaine Le Fur e Eric Mukalazi

CARTUCHOS DE SUPER NINTENDO EM ANÉIS DE SATURNO NA LOCADORA DE VIDEO GAMES, de Leon Marx Freitas Silveira Reis

Local: Arena Valongo

14 – 15h Performance

E-DU-CA-T-V-O //, de Agrippina R. Manhattan

Local: Museu Pelé

17-18h Mesa 5

COMO COLOCAR AR NAS PALAVRAS ENCONTRA SAUNA LÉSBICA: EXPERIMENTOS SOBRE FORMAS DISSIDENTES DE EXPRESSÃO, com Diane Lima, Rebeca Carapiá e Malu Avelar

Como criar outros modos de falar da diferença sem explicá-la? E como desconstruir as geografias condicionadas ao feminino? E se? Nessa mesa, as artistas convidadas do II Programa de Residência Artística do Valongo, Malu Avelar e Rebeca Carapiá, contam sobre a experiência que culminou nas obras SAUNA LÉSBICA e COMO COLOCAR AR NAS PALAVRAS, refletindo sobre como tencionar a criação de desvios na linguagem para encontrar formas dissidentes de expressão.

Local: Arena Valongo