Por Monise Rigamonti
Abóboras com caretas desenhadas e luzes acesas. Pessoas fantasiadas de zumbis, cadáveres e monstros. Bruxas, caldeirões e poções mágicas. Essas são algumas das imagens que permeiam nossa mente quando pensamos sobre uma das festas mais aguardadas: o Halloween. Aqui está um convite a embarcar em uma viagem no tempo e descobrir mais sobre essa tradição!”
Histórias e sincretismos do Halloween
O nome vem da língua inglesa, especifico da expressão “ALL HALLOWS’ EVENING” que significa “Véspera de Todos os Santos”, mais adiante escrito como “All Hallow’s Eve”, reduzido para “Hallwe’ens” até chegar o que hoje conhecemos por “Halloween”.
Foto: Reprodução / Instagram
Diferente do que muitos acreditam, o Halloween não é uma tradição norte-americana, mas sim uma data comemorativa oriunda da espiritualidade oriental. Partilha suas origens na civilização celta, incorporada pelo cristianismo no século VII quando o Papa Gregório III, absorveu a data para o calendário cristão na forma do “Dia de todos os Santos”, comemorado no dia 1º de novembro. Mais adiante, no século XIII, no dia 2 de novembro, é celebrado oficialmente o “Dia de Finados” em honra ao nossos ancestrais, e a todos os entes que se foram.
No século XVII, os imigrantes europeus, levaram a data e a cerimônia para a América do Norte, um país em que se destacou essa cultura foi o Estados Unidos, no qual houveram algumas adaptações e fusões, como por exemplo substituir os desenhos feitos em beterrabas e nabos por abóboras, desconhecidas nos países ocidentais. No século XX, devido a contaminação americana é que essa cultura se popularizou e chegou a países como Brasil.
Foto: Reprodução / Instagram
Festival de Samhain e a espiritualidade celta
Esta celebração teve origem em uma festividade celta chamada Festival de “Samhain”, expressão usada para simbolizar o “Fim do Verão”. As celebrações são realizadas em conjunto com as estações do ano, neste caso a entrada do inverno. Anuncia o início do Ano Novo Celta, e envolve tudo o que a data prega: esperança, renovação, celebração da vida. Representa o final de um ciclo para início de outro.
Para entender melhor a essência, vamos nos deslocar para a Europa de dois mil anos atrás, em que não existia eletricidade e nem aquecimento nas casas, com isso, havia um período de recolhimento, dos animais e das pessoas em seus espaços.
Do ponto de vista espiritual, este é um tempo propício para renovação interna, honrar aos nossos ancestrais – nossas origens, forças e fraquezas, os ciclos da existência (vida-morte-renascimento), nossa forças criativas e poder de superação, a integração profunda com a nossa herança cultural e mística.
Foto: Reprodução / Instagram
Os mitos e os arquétipos
Um dos arquétipos mais conhecidos é da abóbora, têm origem irlandesa, nos tempos antigos diziam-se que as bruxas usavam crânios com uma vela dentro para iluminar o caminho para suas reuniões, os crânios foram substituídos por nabos ou beterrabas esculpidas com rostos grotescos para afastar os espíritos malignos.
Há ainda a popular lenda irlandesa do bêbado, chamado Jack, que enganou o diabo e ao morrer teve sua entrada negada no céu e no inferno. Passou a vagar pelo mundo como alma penada, iluminando o caminho com uma lanterna feita de nabo escavado, é chamado Jack O’Lantern. Quando imigraram para os Estados Unidos, no século XIX, substituíram o nabo por abóboras, espécie nativa da América e, portanto, muito mais fácil de ser encontrada.
Existem as imagens das bruxas, que na espiritualidade celta simboliza a anciã, a personificação da avó, da mulher mais velha. Consideradas sábias, experientes e independentes, para o catolicismo e na sociedade machista são vistas como perigosas, muitas destas mulheres foram difamadas e tidas como “bruxas” no sentido pejorativo, de ameaça.
Outra imagem comum é do caldeirão, simbolizando a fartura, prosperidade, e a vida, afinal é no caldeirão onde é preparado o alimento que nos sustenta.
Foto: Reprodução / Instagram
As fantasias do Halloween surgiram na Idade Média, as pessoas, com medo dos fantasmas, cobriam-se com panos e sujavam o rosto de fuligem para não serem reconhecidas e passarem despercebidas entre os espíritos ruins. Houve um caso na Irlanda, um homem coberto por um lençol branco e carregando um crânio de cavalo decorado com fitas percorria de fazenda em fazenda pedindo alimento. Foram essas atitudes que deram a origem à popular brincadeira gostosuras ou travessuras (trick-or-treat).
Inspirações e Referências
Contamos com referências de pesquisadores como o Cláudio Quintino Crow (Cláudio Crow), especialista em espiritualidade celta, autor da página Alma Celta, além do próprio site e artigos. Com a professora e historiadora Joelza Ester, com seu blog chamado “Ensinar História”. Além informações retiradas da Wikipedia.
No texto, alguns aspectos referente a temática Halloween são abordados, acredito na importância de conhecer um pouco mais da história e da raiz desta data tão celebrada e comemorada ao redor do mundo. Como citado anteriormente, que aproveitamos esse tempo como um ciclo de renovação e transformação de tudo o que se faz necessário em nossas vidas, renascendo para outras possibilidades e com desejo de viver a vida. Com a intensidade e a profundeza que só está época pode nos dar.
Foto: Reprodução / Instagram