
Expoente de uma geração de artistas que despontou na década de 1980, Luiz Hermano une elementos simples e eruditos para dar vida às suas criações. Uma síntese dos mais de vinte anos de sua trajetória foi organizada no livro Luiz Hermano. A publicação apresenta a cronologia da formação do artista, com registros de cadernos de viagens e trabalhos em diferentes suportes – desenhos, instalações, pinturas – que datam do início de sua carreira até os dias atuais.
Também figuram as análises Guia de navegação, assinada pelo curador Paulo Kassab Jr., e Trapézio, de autoria do curador Cauê Alves. O trecho final do livro apresenta uma entrevista com o artista realizada por Cynthia Garcia, jornalista, crítica e historiadora da arte. Intitulada Viagens no tempo, o diálogo discorre sobre a trajetória de Hermano e enfatiza sua produção escultórica.
O artista também está com uma individual em cartaz até 21 de setembro, na Galeria Lume. Intitulada Cura, a exposição reúne um conjunto inédito de pinturas e esculturas, trabalhos que evidenciam tanto o caráter lúdico da obra de Hermano, quanto a presença de suas memórias, fruto de viagens pelo mundo afora. Paisagens, templos, mitologias, catedrais e pequenos objetos encontrados no caminho, tudo se condensa em novas obras. Segundo o artista, são estes lugares, carregados de simbolismos, plenos de mitos e deuses, que inspiram seus trabalhos mais recentes.
A exposição também apresenta um conjunto de 10 esculturas, várias delas concebidas a partir de experiências acumuladas durante a viagem que fez recentemente ao Egito, a exemplo de Faraó (2019), um sarcófago feito com aramados e cobre, e Lavoura (2018), escultura produzida em madeira e cobre. Contadas entre tramas de arame, brinquedos, fios de cobre, utensílios de cozinha e uma enxurrada de objetos que adquire nos comércios e feiras que visita pelo mundo, cada narrativa faz parte do universo encantado de Luiz Hermano.