Espetáculo premiado do americano Steven Berkoff faz curta temporada em São Paulo, com Marcelo Serrado comemorando 30 anos de carreira
Foto: Divulgação
Por Rodrigo Medeiros
Um espetáculo com olhar bem humorado, um desfile de personalidades que possuem a natureza do mal, os pecados do teatro e as vaidades dos atores. Marcelo Serrado interpreta um conferencista, uma espécie de palestrante, que reúne e analisa trechos da obra de Shakespeare e ao mesmo tempo vive os personagens. “Estava encenando Rain Man quando o Zé Wilker me apresentou o Shakespeare’s Villains. Tinha um desejo de ser dirigido e de fazer um espetáculo com ele”, conta Marcelo Serrado que protagoniza o espetáculo solo dirigido por Sergio Módena e produzido por Eduardo Barata.
O texto estreou em 1998, na Inglaterra, foi encenado pelo próprio Steven e indicado para o prêmio The Society Laurence Olivier Award de Londres, como melhor espetáculo. Em 2000 ganhou o Prêmio americano de Teatro LA Weekly para Solo Performance.
“É muito interessante pra um ator representar vários vilões. É onde estão os arquétipos, o dissimulado, tirano, vingativo… Essa colcha de retalhos é genial. Shakespeare, através de seus personagens, mostra causa, motivo e justificativa para que possamos compartilhar uma jornada psicológica, no lugar de condenar a maldade”, analisa Serrado. Sobre a temporada em São Paulo, o ator confessa: “Sempre que pensei em ficar em cartaz em SP, quis estar no Teatro Eva Herz, por ser a cara da peça. Um teatro pequeno, com uma excelente trajetória de espetáculos e super apropriado para a montagem dos Vilões. O espetáculo está bem bacana. O público está curtindo muito e temos tudo para agradar o público paulista”.
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Marcelo Serrado completou, em 2017, 30 anos de carreira com 50 trabalhos na televisão, mais de 40 no teatro e 14 no cinema, além de inúmeros prêmios de reconhecimento artístico. Sobre seus novos projetos, Serrado diz: “Agora estou dedicado ao espetáculo e fazendo dois longas: CRÔ 2, com direção de Cininha de Paula, e VOCÊ NÃO SOUBE ME AMAR, direção de Pedro Amorim. Em seguida no mês de junho, emendo com a próxima novela das 20h, de Aguinaldo Silva”
O diretor Sérgio Módena relata que “Marcelo Serrado trouxe para nossa montagem sua personalidade irreverente e bem humorada que casa perfeitamente com a proposta de Berkoff. Muitas vezes ele brinca com os personagens. Em outros momentos, mergulha fundo na tragédia. Em minha opinião, as considerações de Berkoff combinadas à dramaturgia de Shakespeare provocam no espectador uma saudável reflexão sobre o atual momento que vivemos no Brasil. Isso porque o texto em sua essência traz algo simples, mas poderoso: alguém que vem contar histórias e que se permite de vez em quando viver os personagens narrados. E essa combinação faz com que o público se sinta convidado a mergulhar em universos de peças que ele provavelmente não conhece. Especialmente o público brasileiro”.
Em Os Vilões de Shakespeare, o escritor inglês, também reconhecido mundialmente por seus trabalhos como ator e diretor, investiga o que torna os vilões tão atraentes para estudantes das artes cênicas e público, examinando e apresentando alguns dos personagens do bardo inglês. “Uma ideia maravilhosa a do Steven. A gente apenas transpôs as reflexões para o contexto do teatro brasileiro” afirma Geraldo Carneiro, que já traduziu 6 peças de Shakespeare e é um apaixonado pelo dramaturgo inglês. “Tenho o meu “SIM” engatilhado para tudo que é relacionado a ele”, finaliza.
Serviço
OS VILÕES DE SHAKESPEARE
Teatro Eva Herz (168 lugares)
Livraria Cultura – Conjunto Nacional
Avenida Paulista, 2073 – Bela Vista