Espetáculo Consentimento estreia no Sesc Belenzinho

Priscila Prade

Priscila Prade


Em resposta ao recente aumento de casos de violência contra a mulher em todo o mundo – sobretudo no Brasil –, o espetáculo Consentimento, da premiada autora inglesa Nina Raine, propõe uma discussão afiada e universal sobre o sistema judicial, que acaba culpabilizando as vítimas dos crimes sexuais. A peça ganhou uma versão brasileira dirigida e idealizada por Camila Turim, que também está no elenco, com co-direção de Hugo Possolo, fica em cartaz até 6 de novembro. A montagem brasileira, que tem tradução de Clara Carvalho, traz no elenco Anna Cecília Junqueira, Camila Turim, Flavio Tolezani, Guilherme Calzavara, Helô Cintra Castilho, Lisi Andrade e Sidney Santiago.

O texto, uma tragicomédia de humor ácido que dialoga com temas urgentes e universais, estreou no National Theatre de Londres, na Inglaterra, e, desde então, ganhou várias encenações ao redor do mundo. No Brasil ela é inédita.

“É um dos textos contemporâneos mais brilhantes que já li, uma peça que consegue ser impactante, contundente, dolorosa, afiada e divertida. É como se pudéssemos vivenciar as contradições de uma geração que hoje chega aos 40 anos refletindo sobre o espírito do nosso tempo. É, também, pessoalmente uma peça em legítima defesa. Minha terceira produção sobre uma das últimas instâncias das violências que o corpo da mulher atravessa: o estupro”, comenta a diretora Camila Turim.

A trama do espetáculo acompanha casais de amigos que compartilham entre si opiniões sobre um caso de estupro, no qual o agressor alega ter tido o consentimento da vítima para a relação sexual. Essas opiniões são confrontadas com as atitudes de cada um dos personagens em suas vidas privadas. As relações entre os casais da peça se aprofundam a ponto de revelar um cotidiano que ultrapassa as pequenas agressões. Entre festas, encontros e audiências jurídicas, o limite entre o pessoal e o profissional das personagens começa a ser borrado e as certezas vão perdendo contorno.

Sobre esses personagens complexos e contraditórios, Turim pontua: “Elas e eles são protagonistas que se debatem entre suas escolhas nas suas vidas públicas e privadas. Entre seus discursos e seus desejos. O universo da justiça é o palco para um jogo desumano de estabelecer a força da narrativa que vence, numa construção de retóricas muitas vezes tão cruel que nos leva ao riso. Na berlinda estão as mulheres vítimas de violência sexual, revitimizadas por um sistema que não as acolhe”.

Consentimento aprofunda a discussão sobre como o sistema judiciário muitas vezes é incapaz de reconhecer os limites entre o estupro e a relação sexual consentida, culpabilizando a vítima dos crimes sexuais e deixando o agressor impune. A peça traça um retrato provocativo sobre a falta de empatia e é também um cruel panorama de uma classe social privilegiada, diplomada e bem-sucedida que se considera acima do universo de crimes e violência.

Sobre a encenação

A encenação é pensada para colocar o espectador dentro da cena, convidando-o a se sentir tanto no papel de voyer como um juri popular dentro de um tribunal.

“A encenação, por meio da arquitetura cênica que dispõe o público ao redor da cena, da iluminação que inclui a plateia no acontecimento teatral e da sonoridade que delimita os espaços, busca estabelecer uma relação de reconhecimento e proximidade com os ambientes privados das casas de classe média. E, em contraposição, de testemunho no ambiente público do julgamento. A ideia é permitir o teatro na sua vocação arquetípica de fórum para que tenha sua potência aumentada pelo encontro do elenco com a dramaturgia de Raine, que nos lembra sempre que a verdade, assim como o olhar, tem pontos de vista diversos”, comenta a encenadora.

Já o co-diretor Hugo Possolo, conta sobre os desafios de discutir um tema tão importante. “Coloquei-me diante de meu próprio machismo. Minha trajetória como artista, com tantas outras vertentes de linguagem, foi convocada a se redimensionar para artisticamente expor e viver minhas próprias contradições. Nessa montagem tenho como principal tarefa me voltar à atuação, construindo os caminhos das atrizes e atores para suas personagens, respondendo às opções estéticas concebidas pela Camila. Retirado de uma condição de poder à qual me habituei, à frente de muitas direções, combinamos que minha experiência estaria a serviço de esmiuçar as diversas possibilidades de cada atuação, para chegarmos juntos ao deslocamento que a dramaturgia de Nina Raine nos oferece”, afirma.

A equipe de criação do espetáculo ainda conta com o cenário de Bruno Anselmo, trilha sonora original composta por Daniel Maia, os figurinos de Anne Cerutti, e a iluminação de Miló Martins.

Serviço

Consentimento, de Nina Raine

Temporada: 6 de outubro a 6 de novembro

Quintas, sextas e sábados às 20h e domingos às 17h

Sesc Belenzinho – Rua Padre Adelino, 1000, Belenzinho

Ingressos: R$30,00 (inteira), R$15,00 (meia-entrada) e R$9,00 (credencial Sesc)

Classificação: 16 anos

Duração: 120 minutos, com 10 minutos de intervalo

Capacidade: 120 lugares

Acessibilidade: Local acessível para cadeirantes, pessoas com mobilidade reduzida

SESC BELENZINHO
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000.
Belenzinho – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2076-9700
sescsp.org.br/Belenzinho

Estacionamento

De terça a sábado, das 9h às 21h. Domingos e feriados, das 9h às 18h.

Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 12,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional.

Transporte Público

Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m)

CCBB apresenta o espetáculo gratuito infantil “A Futura Rainha”


Créditos: divulgação


Uma viagem ao universo da cultura popular nordestina com foco na rima, na poesia e na literatura de cordel é o pano de fundo de A FUTURA RAINHA, novo espetáculo infantil da Cia Mar, que estreia no teatro do CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL em São Paulo – com ingressos gratuitos – dia 7 de outubro, sexta-feira, 11h. A peça contada e cantada pelas atrizes Beatriz Barros e Jéssica Policastri e, pelo trio de musicistas Lua Oliveira, Camila Silva e Catarina Rossi, tem dramaturgia de Bruno Lourenço e direção de Gustavo Braunstein. A montagem traz à cena as aventuras de uma princesa muito determinada, que questiona as tradições do reino em que vive.

Contemplada pela 14ª edição do Prêmio Zé Renato de Teatro da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, A FUTURA RAINHA tem como ponto de partida a história oral registrada pelo escritor e pesquisador Ricardo de Azevedo em prosa escrita no conto A Princesa que se perdeu na Floresta. O dramaturgo Bruno Lourenço transformou a prosa do escritor em gênero literário popular: a literatura de cordel, construindo uma poesia rimada e cantada.

Em A FUTURA RAINHA, uma princesa muito teimosa e corajosa, que não gosta das histórias tradicionais de princesas e reinos, discorda do funcionamento do seu reinado e junto do seu cavalo Alazão se perde em uma aventura pelo continente. Ao visitar outros reinos, encontra-se com outras princesas e príncipes que necessitam de ajuda para enfrentar feiticeiros, monstros e tradições antigas.

No palco, as duas atrizes, que narram toda a história e ao mesmo tempo dão vida aos inúmeros personagens, são acompanhadas por músicas originais e uma cantiga de domínio público, executadas ao vivo pelo trio de musicistas com instrumentos de percussão, violão, violino e rabeca. Com direção musical de Lua Oliveira, a trilha sonora é ponto de destaque em A FUTURA RAINHA, pois mostra as influências e transformações da música nordestina.

Imaginação é uma tecnologia

Para o diretor Gustavo Braunstein, a artesania da palavra (a oralidade), bem como a musicalidade e os jogos cênicos acionam a imaginação do público. “Ativada por meio de coreografias, gestualidades, jogos cômicos e a palavra falada, rimada ou cantada, o público é convidado a construir as espacialidades da jornada percorrida pela futura rainha. A ideia é atualizar os imaginários, já que a imaginação também é uma tecnologia”, conta ele.

Para isso, o espetáculo que acontece em um grande tapete redondo, estabelece uma disposição de arena sem coxias ou cortinas onde elenco, musicistas, objetos e instrumentos musicais estarão visíveis e passíveis de desconstrução constante, assim como o imaginário de princesas que vai sendo dissecado durante toda a montagem.

A FUTURA RAINHA compreende as diversas possibilidades de cruzamentos da encenação teatral tradicional desenvolvida para o espaço do palco italiano com a estrutura dramatúrgica da cultura popular. “A montagem apresenta esteticamente um Nordeste não estratificado e canonizado no estereótipo do discurso político de seca e da fome, mas que se propõe a investigar novas construções narrativas, novas possibilidades de se contar tais nordestes, além de convocar o público  a reimaginar os espaços femininos em nossas tradições”, explica a atriz Beatriz Barros.

Serviço:

A FUTURA RAINHA

Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo 

Período: De 7 a 30 de outubro

Horário: Sexta a domingo, 11h

Sessões extras dias 12 e 30 de outubro, 15h | Dias 16 e 28 de outubro não haverá apresentações.

IngressosMediante retirada na bilheteria do CCBB uma hora antes do espetáculo.

Entrada Gratuita 

Duração: 60 minutos

Classificação indicativa: Livre (recomendado a partir de 6 anos)

Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico, São Paulo – SP 

Funcionamento: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças 

Entrada acessível: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal. 

Informações: (11) 4297-0600 

Estacionamento conveniado: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas – necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento. No trajeto de volta, tem parada na estação República do Metrô. As vans funcionam entre 12 e 21h. 

Transporte público: O Centro Cultural Banco do Brasil fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista. 

Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m). 

Novo espetáculo da Cia. Mungunzá faz temporada gratuita na Praça das Artes


anonimATO Cia. Mungunzá de Teatro


Uma ode ao teatro. É assim que a Cia. Mungunzá de Teatro anuncia seu primeiro trabalho concebido para a rua. Com direção de Rogério Tarifa, anonimATO volta a se apresentar no centro de São Paulo, dessa vez na Praça da Artes em temporada de 23 de setembro a 30 de outubro, sexta-feira às 14h e sábado e domingo às 11h. Em um cortejo de 100 metros em linha reta, o espetáculo, uma homenagem ao fazer teatral, reúne 15 artistas em grandes instalações.

O espetáculo também é o primeiro musical do grupo paulistano, já que quase todos os textos foram musicados, além de contar com uma banda em cena. Para isso, anonimATO conta com direção musical e trilha sonora original de Carlos Zimbher. A junção de palavra e canto, uma das marcas da direção de Rogério Tarifa, teve o trabalho de Lucia Gayotto e Natália Nery na direção vocal interpretativa e composição musical do coro.

Idealizado inicialmente para debater o anonimato, a montagem de anonimATO foi se transformando ao longo dos ensaios até chegar com foco no ato e nas manifestações. No espetáculo oito personagens, figuras anônimas de uma cidade grande, são convocados de várias maneiras para um ato e se encontram nessa caminhada.

Os oito personagens – a mãe, a mulher-árvore, a vendedora de sonhos, o homem-placa, o pipoqueiro, o trabalhador, o homem que é “todo mundo” e a mulher que é “ninguém” – representam a multidão presente no ato e vão se transformando durante a caminhada. Para o diretor Rogério Tarifa o espetáculo tem um tom fabular a partir do momento que o ato vai se teatralizando. “anonimATO fala sobre a retomada do teatro como lugar de encontro após dois anos de pandemia. Nesse trecho de 100 metros são apresentadas muitas metáforas sobre o acontecimento teatral”, explica ele.

Já o ator Marcos Felipe conta que após Epidemia Prata, o último espetáculo da Cia. Mungunzá de Teatro, que apontava vários problemas sociais e a dureza das pessoas, a ideia com anonimATO é trazer para a cena mais esperança e utopia. “A montagem é um ponto de virada do grupo, pois saímos do seguro e adentramos em outras camadas de poesia. A Mungunzá junto com o Rogério Tarifa tenta descobrir o que é parir e matar o Teatro”.

Perna de pau e butô

Os primeiros ensaios de anonimATO, assim como a construção da dramaturgia, começaram no ambiente virtual e aos poucos foram migrando para o presencial. A atriz e dramaturga Verônica Gentilin ficou responsável pela elaboração final da dramaturgia. Em cima de textos produzidos pelo elenco e direção, Verônica foi criando novos textos. “Não foi um trabalho de emendas ou colagens, mas de atenção literária para a elaboração do macro”, acrescenta ela.

Em sua dramaturgia Verônica apresenta personagens utópicos, repletos de esperança, e a partir disso criou histórias sem compromissos com a realidade. “Os personagens vão se transformando ao longo do ato e do percurso que participam. De seres anônimos e invisíveis eles têm suas histórias contadas como alegorias. São diferentes, mas formam um coletivo e assim formam mais uma metáfora do teatro”, pontua a dramaturga.

anonimATO leva para a Praça das Artes um ato, um teatro, um encontro. Com grandes instalações, bonecos, perna de pau, figurino inflável, música e movimentação, o espetáculo é uma mescla de linguagens. Os artistas também se inspiraram no butô, dança que surgiu no Japão pós-guerra e ganhou o mundo na década de 1970, para as caminhadas no percurso de 100 metros. Para isso contaram com a orientação de Marilda Alface.

Serviço:

anonimATO

Espetáculo de rua da Cia. Mungunzá de Teatro.

De 23 de setembro a 30 de outubro, sexta-feira às 14h e sábado e domingo às 11h.

Praça das Artes – Av. São João, 281 – Sé, São Paulo. Telefone – (11) 3053-2110.

90 minutos | Livre | Gratuito.

Marrom, O Musical uma homenagem a cantora Alcione estreia em São Paulo


Créditos: Caio Gallucci


Com quantas histórias se faz a vida de uma artista com 50 anos de carreira? Um simples ser humano pode contá-las ou seria preciso convocar uma entidade ao mesmo tempo sagrada e profana – quiçá um bando inteiro delas?

Como falar de Alcione sem falar do Maranhão? Impossível! Por isso, o que se verá no palco, é uma história triste que acaba em festa, a história do Boi revisitada, entremeada com a história dessa maranhense ilustre, que lá atrás foi apenas uma menina no meio de nove irmãos, filha de Filipa e João Carlos.

Alcione pode ser muitas: menina, mulher, uma loba, filha amorosa, musicista apaixonada, perseguidora de sonhos. De onde ela veio, qualquer criança sabe, desde sempre, a história do Boi. Aliás, ela e o Boi são ambos filhos do Maranhão – terra tão amada e muito cantada pela Marrom. E de lá vieram 4 quatro artistas para integrar ao elenco e boa parte dos mais de 300 figurinos também foram bordadas em São Luís, na Cooperativa Cuxá, numa parceria sócio-cultural promovida pelo Instituto Humanitas360.

Créditos: Caio Gallucci

Marrom, o Musical traz 23 atores e atrizes em cena, texto e direção de Miguel Falabella e como uma grande produção acaba movimentando não só a cena mas também a economia da cidade. São mais de 250 empregos diretos e indiretos gerados neste período desde a concepção até o fim da temporada que se inicia no dia 26 de agosto e vai até 07 de novembro, no Teatro Sérgio Cardoso, na região central de São Paulo.

O espetáculo pretende reafirmar o teatro como um ato de comunhão. Que vai fazer rir, chorar, cantar junto, se espantar, se emocionar, ser criança de novo, encontrar o desconhecido. “Vive bem quem sempre espera um gracejo”. Quem vier de olhos e braços abertos, vai certamente sair da plateia, depois das quase duas horas – pouco para contar e cantar tanto – como Alcione é com relação à vida e à arte: agradecida!

O ator e produtor Jô Santana, diretor da Fatto Produções, é o idealizador da “TRILOGIA DO SAMBA”, começando em 2016 com o musical “Cartola-O Mundo é um Moinho”, em 2018 com “Dona Ivone Lara-Um Sorriso Negro”, e encerrando em 2022 com “Marrom, o Musical.”

SERVIÇO:

Marrom, o Musical, espetáculo de Miguel Falabella
Estreia: 26 de agosto
Temporada: 26 de agosto a 07 de novembro
Sessões: De sexta a segunda-feira (sexta, sábado e segunda – 20:30, domingo – 17:00 com sessão extra às 16:00 de sábado, a partir de 03/09)
Local: Teatro Sérgio Cardoso

Endereço: Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista

Valores: De R$ 80,00 a R$ 200,00 inteiras

De R$ 40,00 a R$ 100,00 meias
Ingressos à venda: Plataforma Sympla https://bileto.sympla.com.br/event/74871/d/148103
Telefone: (11) 3288-0136
Classificação: Livre

‘O Deus de Spinoza’ em cartaz no Teatro Itália Bandeirantes


Créditos: Divulgação


O espetáculo O Deus de Spinoza está em cartaz quartas e quintas, às 20h, no Teatro Itália Bandeirantes, com direção de Luiz Amorim e direção musical de Marcus Veríssimo. Além de Amorim, estão no elenco Bruno Perillo, Mateus Carrieri, David Kullock e Roberto Borestein.

Vivemos num mundo conturbado e cheio de emoções. O momento pelo qual passamos necessita de reflexão, entendimento e clareza. A filosofia de Spinoza nos traz uma luz nestes tempos.

O jurista Régis de Oliveira, além de desembargador renomado, pessoa pública de notório saber, é também romancista e autor de vários livros. Dedicado ao estudo da Filosofia, ele agora se engendra pelo mundo da dramaturgia, trazendo-nos este texto sobre a vida de Spinoza.

Valorizando o pensamento e a visão de mundo do filósofo, a peça busca resgatar a nossa relação com a natureza. Spinoza foi acusado, julgado e condenado pela instituição religiosa mais poderosa da Holanda do Século XVII. Objeto de discussão em muitos pilares da educação, Spinoza continuou renegado. Hoje seu pensamento foi resgatado e é motivo de muitos estudos no mundo inteiro.

Sua ampla e densa obra trata da relação do ser humano com Deus e com a Natureza. Trata dos afetos, do direito natural, da essência humana. O espetáculo mostra Baruch de Spinoza logo depois de expor o seu pensamento, considerado herético, e a sua relação com os Rabinos mais importantes da comunidade judaica. A peça mostra ainda os seus delírios e sua clareza de pensamento, que são muito importantes nos dias de hoje.

A ação se passa na Holanda em seu período mais rico, comercial e cultural: o Século de Ouro dos Países Baixos. Ali estava Grócio, um dos pais do direito público. Descartes escolheu a Holanda como pátria espiritual. Rembrandt e Vermeer despontavam na pintura. O país fervilhava intelectual e economicamente.

Aqui encontramos Baruch de Spinoza e vemos a sua relação de amizade com o editor de seus livros, Jan Rieuwertsz, que acompanhou o amigo até seus momentos finais.

A dramaturgia de Régis de Oliveira nos traz muito da essência do pensamento de Spinoza. Régis há anos se dedica ao estudo de filosofia, e traz em sua primeira peça um recorte da vida de Spinoza, desde sua condenação – o herem, em 1656 – até a sua morte, em 1677.

Créditos: Divulgação

“Através do pensamento de Spinoza, podemos reconhecer muitos comportamentos de nossa sociedade atual, com suas superstições, crenças ou mistérios. E podemos notar como os donos do poder sabem manipular as multidões através do medo e da imposição do sistema”, conta Régis.
Eu sempre me dediquei ao pensamento e à reflexão. E já há anos tenho professores particulares ou consultores, especialmente para a Filosofia. Para escrever esta obra, contei muito com a assessoria do Professor Maurício Marsola, que me conduziu na interpretação de Spinoza”, diz nosso autor.
E segue: “Também tive assessoria para o estudo da filosofia e da doutrina judaica, tão importantes para entender a condenação de Spinoza, contextualizá-la e também para contar essa história. Spinoza é um dos mais notáveis filósofos de todos os tempos. Essa peça não é um estudo biográfico nem de análise de sua obra. Trata-se de localizar o autor em seu tempo, imaginar os confrontos que teve por força de sua crença religiosa em face de outra”.

Spinoza balançou o mundo e o pensamento moderno. A montagem trata os personagens com humanidade, com seus erros e acertos e principalmente com as suas convicções. Busca trazer o pensamento de Spinoza de forma acessível, para que, como diz Spinoza, afete, ou seja, toque de alguma maneira o público. São as afecções. Toda obra pode ser boa ou ruim, depende de como ela toca o público”.

O DEUS DE SPINOZA
Estreia dia 10 de agosto de 2022, 20h.
Temporada: De 10 de agosto a 02 de setembro de 2022, quartas e quintas, às 20h.
Local: Teatro Itália Bandeirantes
Endereço: Av. Ipiranga, 344 – Edifício Itália – República – São Paulo – SP
Duração: 80 minutos.
Classificação: 12 anos.
Capacidade: 290 lugares.
Ingressos: R$80 (inteira); R$40 (meia-entrada – estudantes, idosos, PCD e seus acompanhantes).
Vendas pelo site:
teatroitaliabandeirantes.com.br/detalhe/o-deus-de-spinoza
Instagram: @odeusdespinoza

Depois de grande sucesso no Rio de Janeiro, “Ponto a Ponto – 4000 Milhas” estreia curta temporada em São Paulo


Créditos: Caio Gallucci


Depois de esgotar todas as sessões da temporada carioca, a peça Ponto a Ponto – 4000 Milhas desembarca dia 15 de julho em São Paulo, no novíssimo Teatro B32. A montagem do premiado texto da americana Amy Herzog traz Luiz Fernando Guimarães de modo surpreendente: ele interpreta Vera, uma idosa que recebe a visita inesperada do neto Léo, personagem do ator Bruno Gissoni. O diálogo entre avó e neto – um jovem aventureiro que chega ao apartamento de Vera depois de passar por uma situação traumática – traz à tona diferentes temas e pontos de vista que transformam aquela relação, tão próxima e tão distante ao mesmo tempo. A primeira versão brasileira da peça tem roteiro adaptado e direção de Gustavo Barchilon, que conquistou o público paulista em 2021 com o musical “Barnum – O Rei do Show”.

A montagem, estruturada principalmente a partir do diálogo entre esses dois personagens, ganha novos contornos com a entrada em cena da atriz Renata Ricci, que interpreta dois papéis na história: Rebeca e Amanda. Com a ajuda dessas duas mulheres tão diferentes, avó e neto se reconhecem em vários aspectos da vida, mesmo tendo pontos de vista divergentes. O texto, diga-se, é premiado mundo afora desde sua estreia na Broadway em 2011, sendo finalista do prêmio Pulitzer de 2013.

“Ponto a Ponto é sobre relacionamentos e aborda como um assunto é visto por duas pessoas de modo oposto”, adianta Barchilon, que, ao adaptar o roteiro, foi fiel às marcações da autora. No entanto, ele deixa sua marca ao colocar pela primeira vez um ator no papel de Vera e convocando mulheres para a equipe criativa, tais quais o cenário de Natália Lana, o figurino de Graziela Bastos e a produção executiva de Graziele Saraiva, para citar algumas. “Distância, idade, família, morte e política são alguns tópicos que fazem qualquer plateia rir e refletir”, explica o diretor, que promete repetir o êxito que alcançou em sua estreia na direção do premiadíssimo musical “Barnum – O Rei do Show”, que ultrapassou 100 mil espectadores nas curtas temporadas realizadas em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Créditos: Van Brigido Fotografia

 

A interpretação de Luiz Fernando Guimarães traz ainda outro aspecto à peça. Ele se despe de sua experiência masculina ao caracterizar-se de Vera e dar vida a uma mulher experiente que está no fim de sua jornada. Passando longe da masculinidade frágil, Guimarães se coloca no lugar daquela senhora, de suas dores, vivências e relações. O ator ainda traz o humor característico de sua trajetória para a personagem. “Eu já interpretei outras mulheres em minha carreira, mas fazer uma idosa está sendo muito interessante. Eu já tenho 72 anos, mas me sinto jovem, então é uma experiência única construir a Vera. Estou tentando ficar o mais próximo da realidade possível, e sempre com muito humor”, revela Guimarães. “O drama da peça está centrado no personagem Léo, então, é possível brincar com o deboche que é típico na interpretação do Luiz”, conta Barchilon.

Bruno Gissoni comemora estar no palco com Luiz Fernando Guimarães e reencontrar o amigo Gustavo Barchilon. “É um acontecimento voltar aos palcos em um momento de retomada pós-pandemia em uma peça que fala sobre luto e relações entre diferentes gerações”, elogia Gissoni, que complementa: “Está sendo incrível dividir o palco com o Luiz Fernando Guimarães. Além disso, estou sendo dirigido pelo Gustavo, um amigo que eu conheço desde o início de nossas relações com o teatro”.

O que distancia duas pessoas? E o que as aproxima? Por meio do diálogo entre Vera (Luiz Fernando Guimarães), uma idosa que vive sozinha na cidade grande, e Léo (Bruno Gissoni), um jovem que gosta de se aventurar de bicicleta pelas montanhas, o público percebe o que aproxima e o que distancia avó e neto, podendo transpor os debates para além da peça. ‘Ponto a Ponto – 4000 Milhas’ fica em cartaz em São Paulo entre 15 de julho e 21 de agosto no Teatro B32.

Serviço:
Onde? Teatro B32
Av. Brg. Faria Lima, 3732 – Itaim Bibi, São Paulo – SP
Quando? De 15 de julho a 21 de agosto de 2022
Horários: sexta e sábado às 20h30 e domingo às 19h
Valores: Ingressos a partir de R$ 30,00 (meia entrada)

01) PLATEIA VIP (Fila A até D) = R$ 140,00 Inteira / R$ 70,00 Meia

02) PLATEIA Superior 1 (Fila E até J) = R$ 120,00 Inteira / R$ 60,00 Meia

03) PLATEIA Superior 2 (Fila K até O) = R$ 100,00 Inteira / R$ 50,00 Meia

04) BALCÃO 1 e 2 (FUNDOS) = R$ 80,00 Inteira / R$ 40,00 Meia

05) BALCÃO 1 e 2 (LATERAIS – Visão Parcial) = R$ 60,00 Inteira / R$ 30,00 Meia

Compras via internet:
teatrob32.byinti.com/#/event/ponto-a-ponto-4000-milhas
Vendas na bilheteria do Teatro:
Terça a Sexta – 13h às 20h
Sábados e Domingos – 17h às 20h (em dias de espetáculo)
● Descontos clientes PORTO SEGURO: 20% (não é aplicado para MEIA entradas):
> Via Internet: O código de desconto deve ser resgatado no Porto Plus e utilizado no momento da compra para validação.
> Bilheteria do teatro: Mediante comprovação de carteira de identificação do seguro ou cartão de crédito Porto Seguro Bank.

Duração: 70 minutos