Casa Natura Musical lança #GOMA


Créditos: Divulgação


A Casa Natura Musical lança Goma, a nova publicação mensal online que vai perfilar artistas independentes da nova cena musical brasileira que você deveria parar para escutar. É um projeto multimídia com vídeos, ensaio de fotos, textos, pocket show e playlist musical, que serão divulgados ao longo do mês, para você imergir dentro do universo ‘des artistes escolhides’.

Goma é natureza. Remete à seiva, líquido que permite o transporte de água e nutrientes e equivale ao sangue nos animais. Goma é também urbanidade. É chiclete. É gíria pra “casa”, utilizada por jovens em metrópoles brasileiras e reúne a dualidade do que a Casa representa na cena cultural nacional: um lugar que resgata a memória da nossa música, ao mesmo tempo que abre espaço para o novo. Um lugar que coloca sob o mesmo teto, físico e virtual, o que há de mais ancestral junto com o que há de mais contemporâneo.

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As artistas de agosto são as gêmeas Tasha Okereke e Tracie Okereke, rappers da zona norte paulistana que lançam o segundo EP, ‘Diretoria’. Em Diretoria, Tasha e Tracie continuam, assim como nos seus trabalhos anteriores, experimentando a fusão entre rap e funk do jeito delas: com rimas sobre a vivência de duas, agora, “patrícias de quebrada” e sobre sexo explícitas em cima de beats agressivos que passeiam entre drill, grime e trap, mas sem se fecharem em um gênero.

Leia um trecho da entrevista abaixo:

As meninas que *s menin*s gostam

Prestes a lançar o EP ‘Diretoria’, as gêmeas Tasha e Tracie estreitam ainda mais as barreiras entre o rap e o funk putaria.

Texto: Beatriz Moura

Rap e funk são filhos de mesma mãe. Ambos originários em periferias — o primeiro, pelas mãos de imigrantes jamaicanos que se mudaram para Nova York; o segundo, em festas nos morros cariocas — os estilos têm uma raiz direta em comum: o miami bass, subgênero do hip-hop surgido nos bailes negros de Miami no final dos anos 1980 e serviu de base rítmica para o surgimento justamente do que a gente conhece hoje como o funk carioca dos anos 2000, o “pancadão”.

Apesar das ligações estilísticas e geográficas entre os dois gêneros — lembrando que o rap, quando chega ao Brasil, no final dos anos 1970, finca raízes na periferia paulistana — Tasha e Tracie acreditam que, até pouco tempo, era comum as pessoas “torcerem o nariz” quando elas soltavam algum hit de funk durante a época que discotecaram em festas de rap. “Até uns sete anos atrás, as pessoas do rolê de hip-hop eram muito ‘mente fechada’ para funk e até pro trap mesmo, principalmente os mais oldschool [ ‘velha escola’ ]” explicou Tracie Okereke em entrevista à Casa Natura Musical. Sentada ao seu lado e vestindo uma camisa do time italiano Juventus rosa estilizada, sua irmã, Tasha, concorda que hoje o meio do rap está mais aberto ao funk, principalmente depois da ascensão do trap funk e do grime. “E eu acho está muito ligada à autonomia que o avanço das tecnologias proporcionou para a gente”, concordou Tasha Okereke. “Hoje, a gente não depende tanto que um Fulano X importante naquele meio ouça o seu som e te ajude na sua caminhada. É só postar, que seu trampo vai ter 500 visualizações. Pode parecer pouco, mas são 500 pessoas que gostaram do seu trabalho e podem te levar a outros lugares”.

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Gêmeas univitelinas, Tasha e Tracie Okereke começaram no rap nacional discotecando. Na verdade, mais ou menos: a dupla nascida e criada na Zona Norte paulistana tem uma trajetória um pouquinho anterior na cena paulistana. Irmãs do Bitrinho, um dos fundadores da lendária Batalha do Santa Cruz, as irmãs começaram a frequentar aquela que é uma das batalhas de rima mais importantes da cena de rap paulistana, responsável por revelar nomes como Projota, Emicida e Rashid, quando ainda eram muito jovens. Só que não necessariamente para rimar. “A gente era muito tímida nessa época. Mas foi quando conhecemos a Drik Barbosa, que incentivou muito a gente a começar o Expensive $h1t”. Leia o texto completo no site.

Pocket-Show: Goma #1

Aquecendo para o lançamento de Diretoria, Tasha e Tracie, rappers da zona norte paulistana, apresentam um pocket show no palco da Casa Natura Musical cantando “FLO JO”, “CACHORRAZ KAMIKAZE”, “Salve” e outras faixas do EP ROUFF (2019). Assista:

Playlist: No fone de Tasha & Tracie

As gêmeas também prepararam uma playlist pra gente, selecionando os sons que não saem do fone delas nos últimos dias. Tem de Wizkid, cantor e compositor considerado um dos grandes popstars da Nigéria, até MC Magal, funkeiro de Osasco que vai do funk consciente à putaria e a levada mais pop, com referências do rap nacional como RZO e Sabotage.

Ouça no Deezer, Spotify e YouTube Music.

Andréia Bueno

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