Livro incentiva a autoestima das crianças negras


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Joyce é uma menina inteligente e autoconfiante que vai ao salão de beleza fazer tranças para a celebração de Pentecostes. Mas ela revela ao pai uma insegurança: sente-se diferente das outras garotas da escola porque seu cabelo é crespo, e o da maioria das meninas que conhece é liso. O homem, então, inicia uma conversa singela com a filha sobre os ensinamentos bíblicos, a negritude e a autoestima.

Em O Cabelo de Joyce e o Espírito Santo, o autor Esau McCaulley aborda assuntos profundos a partir de uma linguagem simples – destinada, principalmente, às crianças negras de origem cristã. Professor universitário e teólogo estadunidense, ele se distancia da ideia de que todos são iguais e convida o público a celebrar as diferenças. Para o escritor, a diversidade é a imagem e semelhança de Deus.

Mas, papai”, Joyce hesitou por um instante. “Por que Deus nos fez diferente?” O papai sorriu e disse, “Nós somos diferentes porque Deus é criativo. Cada um de nós é uma obra de arte única de Deus. (O Cabelo de Joyce e o Espírito Santo, pg. 18)

A obra incentiva o orgulho da identidade negra para combater as consequências provocadas pelo racismo desde a infância. Também mostra, por meio da presença da figura paterna em momentos de autocuidado, o papel dos pais no diálogo sobre amor, representatividade e religião. No fim da obra, Esau McCaulley propõe uma conversa com crianças sobre o respeito às diferenças e a visão de Deus acerca desta pluralidade.

Uma das primeiras histórias no mercado editorial a abordar o racismo na perspectiva cristã e infantil, o livro é publicado no país pela Quitanda. Fundada pelo angolano Tomás Fernando Camba, a editora une o Brasil e a Angola para divulgar obras que tratam sobre cristianismo, negritude e questões sociais.

Coleção Antirracista estreia no Itaú Cultural


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A questão racial brasileira na perspectiva do pensamento antirracista e decolonial é foco da série “Coleção Antirracista”, que tem lançamento em 29 de novembro, terça-feira, a partir das 18h30, no Espaço Itaú de Cinema – Augusta, Sala 2, com entrada franca.

Com curadoria e direção de Val Gomes e realizada pela produtora Olhar Imaginário, com apoio do Instituto Unibanco e da Spcine, a série é composta por oito episódios curtos (entre 11 e 14 minutos de duração) e tem como público-alvo pessoas, instituições e empresas que tenham interesse em combater o racismo e investir em ações inclusivas e antirracistas. O lançamento abre a semana de comemorações dos 40 anos do Instituto Unibanco, que tem a educação pública como foco prioritário.

A série conta com consultoria do historiador Bruno Garcia e equipe de criação e produção extensivamente negra. Formatados para dialogar com público adolescente, jovem e adulto, os episódios são curtos, dinâmicos e fazem uma reflexão crítica sobre o impacto do colonialismo até os dias de hoje. Animações gráficas trazem leveza à linguagem da obra, ao lado de imagens de arquivo, narração feminina, depoimentos de importantes intelectuais negros e música afrobrasileira contemporânea. Além de fotografias e iconografias, são utilizados também filmes brasileiros de diretores renomados e da produção recente de diretores negros.

Os episódios dos documentários apresentam figuras negras históricas ainda pouco conhecidas, que atuaram nas mais diversas áreas do conhecimento. Outra camada dos vídeos é a trilha sonora, que teve sua pesquisa baseada no encontro de sonoridades negras tradicionais com desdobramentos em ritmos modernos que trazem uma textualidade original aos episódios.

Para o superintendente-executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, a “Coleção Antirracista” chega em um momento muito oportuno. “Estamos em um momento crucial de  discussões sobre os ótimos resultados dos 10 anos da Lei de Cotas e em que o país, graças à luta da população negra, começa a retomar seus processos de reconhecimento do racismo estrutural e de ampliação das políticas voltadas à equidade racial. Neste sentido, a coleção traz discussões fundamentais, como a desmitificação da ideia da democracia racial, a resistência negra durante a escravização e a privação do povo negro à educação e ao trabalho justo, entre outros temas que podem ajudar na sensibilização das pessoas e no combate ao racismo”.

Junto com “Coleção Antirracista” será lançado o álbum da trilha musical por QRCode, e um banco de samples curtos com faixas breves. A proposta é que a trilha reverbere na realização de jovens produtores musicais e beatmakers, uma vez que o banco de samples estará livremente disponível para que eles criem suas próprias músicas a partir deste material.

A série conta com depoimentos da psicóloga Cida Bento, uma das 50 personalidades mais influentes do mundo de acordo com a revista Forbes; da filósofa Sueli Carneiro, a principal intelectual da epistemologia afrobrasileira; da arquiteta e urbanista Joice Berth, autora do livro “O que é empoderamento?”; de Cidinha da Silva, escritora com 17 livros publicados; do historiador e multi-artista Salloma Salomão, influenciador da geração negra contemporânea; do encenador e filósofo José Fernando de Azevedo, diretor da EAD–USP; da psicóloga e pesquisadora racial da UFSC, Lia Vainer Schucman; da publicitária e ativista Neon Cunha, a primeira pessoa trans a denunciar as violências de gênero na OEA (Organização dos Estados Americanos); da artista visual Rosana Paulino, a primeira mulher negra ter uma exposição exclusiva na Pinacoteca (SP); e do tenente-coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo Adilson Paes de Souza, doutor em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pelo Instituto de Psicologia da USP.

Após seu lançamento, a partir do dia 5 de dezembro, a coleção também ficará disponível gratuitamente nas plataformas:  SpCinePlay, a primeira plataforma de streaming pública do Brasil, na Cultnetv – Cultura Negra, o primeiro canal da televisão brasileira 100% dedicado à cultura negra e no Observatório de Educação – Ensino Médio e Gestão, do Instituto Unibanco.

Os Episódios

#1 – O Mito Da Democracia Racial – 10´52″

Durante o século 20, a “democracia racial” criou a ideia da harmonia entre as raças no país, mas na realidade ela nunca existiu. Vamos conhecer a construção do pensamento da elite do século passado que investiu na imigração e no branqueamento da população, omitindo a contribuição do homem e da mulher negra na formação do Brasil.

Entrevistados: Cida Bento, Lia Schucman, Salloma Salomão e Sueli Carneiro

#2 – Da Escravidão À Abolição – 13´38”

Do primeiro navio negreiro à assinatura da Lei Áurea, o Brasil viveu 350 anos de escravidão, uma história de caminhos tortos e mal contados. Vamos mergulhar nos bastidores da história, resgatar a resistência do povo afro-brasileiro e conhecer o legado colonial ainda presente nos dias de hoje.

Entrevistados: Salloma Salomão e Sueli Carneiro

#3 – Cota Não É Esmola – 12´17´´

Em 1854, quando os negros foram proibidos de estudar, o Império determinou mais um caminho de exclusão para as crianças e adolescentes afro-brasileiros, fenômeno que só seria parcialmente corrigido 180 anos depois com a lei da política de cotas que ainda provoca a ira de alguns, mesmo sendo a única oportunidade de educação para muitos. Vamos mostrar quais os percursos políticos enfrentados pela população negra até a conquista das cotas raciais.

Entrevistados: Cida Bento, Salloma Salomão e Sueli Carneiro

#4 – Raça, Trabalho e Direitos – 13´00´ 

No século XIX, na fundação da República, a maioria dos negros libertos exerciam trabalhos subalternos. No século XXI, a maioria das vagas nas boas escolas e faculdades privadas são preenchidas por estudantes brancos, como também os postos de comando são reservados aos brancos. Por que após 133 anos a situação do negro pouco mudou?

Entrevistados: Cida Bento e Daniel Teixeira

#5 – Urbanização Como Apartheid – 12´46´´  

Em 1897, os soldados que lutaram na Guerra dos Canudos se instalaram em um morro no Centro do Rio de Janeiro enquanto esperavam casas prometidas pelo governo brasileiro, que nunca vieram. As instalações passageiras se tornaram a primeira favela do Brasil, dando início ao apartheid social que permanece até hoje. Como romper o muro invisível que separa brancos e negros no espaço urbano?

Entrevistados: Joice Berth, José Fernando Peixoto e Salloma Salomão

#6 – Mulheres Negras – 13´59´´

De um lado, as mulheres negras foram a mão de obra na construção da riqueza do Brasil. De outro, mulheres como Zacimba Gaba, a princesa guerreira de Angola, e Marielle Franco protagonizam a história do Brasil através do forte ativismo político e cultural. Mas será que o reconhecimento de suas trajetórias corresponde à dimensão do protagonismo por elas exercido? Quem são as mulheres que pautaram a luta antirracista no país?

Entrevistadas: Cidinha da Silva, Neon Cunha, Rosana Paulino e Sueli Carneiro

#7 – Racismo Estrutural – 13´45´´

A maioria das pessoas não sabe ou nunca se deu conta do racismo encravado nas instituições e na vida familiar do brasileiro que mantém o privilégio das pessoas brancas. Como mudar isso? O episódio apresenta o funcionamento destes mecanismos permanentes de exclusão e de geração de privilégios.

Entrevistados: Adilson Paes, Cidinha da Silva, Lia Schucman, Salloma Salomão e Sueli Carneiro

#8 – Branquitude vs Antirracismo – 12´29´´

A branquitude é uma identidade racial particular, construída na Europa e equivocadamente vista como universal. Qual a herança branca da escravização e do racismo? Como provocar a pessoa branca a utilizar o seu poder para democratizar as relações no ambiente da escola ou do trabalho e na construção da cidadania em nossa sociedade? Quais ações concretas que podemos ter em nosso cotidiano para transformar isso?

Entrevistadas: Cida Bento, Lia Schucman, Neon Cunha e Sueli Carneiro

Confira 3 livros infantis que ensinam diversidade às crianças!


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Desde cedo, as crianças lidam com a diversidade em seu dia a dia e esse é um tema cada vez mais presente, seja na escola, em casa ou com os amigos. Por isso, aprender sobre a diversidade o quanto antes é fundamental para enriquecer o crescimento e o olhar de pluralidade dos pequenos para a sociedade em que vivem.

A descoberta da diversidade deve ser trabalhada na criança como uma construção natural, destacando o olhar respeitoso sobre as distinções de etnia, gênero, classe social, entre outras.

Para que tenham familiaridade com o assunto desde a primeira infância, a Catapulta Editores, referência em livros infantis, possui títulos didáticos e essenciais que proporcionam experiências para que elas saibam lidar com as diferenças de maneira natural e respeitosa. Abaixo, confira as opções de livros:

As cores do arco-íris

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A narrativa apresenta detalhes que chamam a atenção dos pequenos para as cores, além dos personagens desenhados possuírem características diferentes. As páginas são em formato de arco-íris que aumentam a cada nova cor e as crianças observam diferentes universos, reforçados por detalhes lúdicos como, frutas, fantasias e animais.

Vaca branca, mancha preta

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A obra é voltada para crianças a partir de cinco anos, e apresenta a história de uma vaquinha que se vê diferente das demais. A vaca mais vaidosa de uma fazenda se dá conta que tem o corpo cheio de manchas pretas. A partir disso, as crianças acompanham como a personagem se descobre diferente no meio em que está e o processo de autoconhecimento pelo qual a vaquinha passa.

Cara de quê?

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Tem como proposta ensinar a criança a descobrir e reconhecer as emoções no outro, e a estimulará a expressar as suas.

Todas as obras mencionadas estão disponíveis na Amazon!

Hugo Bonemer estreia podcast sobre diversidade


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Sucesso por onde passa, o multifacetado Hugo Bonemer, um dos finalistas do “Show dos Famosos” em 2020, que interpretou dentre vários personagens, a maravilhosa Amy Winehouse, além de ter dado voz a ninguém mais, ninguém menos que Freddie Mercury na versão dublada de “Bohemian Raphsody”,  estreia o novo projeto intitulado “Chama o Hugo!!!”,  uma nova vertente para falar abertamente sobre os desafios e tratar de assuntos complicados de forma afetuosa, buscando um sentido universal e honesto.

Hugo revelou detalhes do podcast e anunciou o que o público pode aguardar desta nova fase da carreira. Confira!

Acesso Cultural: Por que fazer um podcast?

Hugo Bonemer: Comecei a consumir podcast enquanto estava  realizando outras atividades, senti esperança com muito do que escutei e tive vontade de me comunicar por esse formato também.

AC: Seu primeiro episódio se chama “famílias com filhos gays”, por que endereçar à família toda e não apenas ao público gay?

HB: Percebi uma falta de conteúdo endereçado aos pais de pessoas gays e acredito que isso pode combater tanta desinformação que chega até eles. Tenho fé que este podcast pode fazer a diferença.

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AC: O que podemos esperar de ‘Chama O Hugo!!!’?

HB: Cada episódio deve tratar de assuntos complicados de forma afetuosa, buscando um sentido universal e honesto. No primeiro é o acolhimento da confusão que os pais sentem ao descobrir a natureza afetiva e sexual dos filhos e o desamparo que os filhos sentem pela incompreensão dos pais. Nos próximos episódios podem esperar temas que são recorrentes na minha vida como veganismo, redução de plástico, cinema e sexualidade; e temas que eu sinta segurança pra abordar, mesmo que sejam inéditos.

AC: Sobre seu primeiro episódio, existe alguma classificação de idade para escutar?

HB: Nenhum episódio de “Chama o Hugo!!!” aborda assuntos infantis, “Famílias com filhos gays” é um papo reto e honesto sobre a natureza afetiva e sexual, e portanto deve ser procurado por quem já atingiu a adolescência. Caso os pais sintam que devem falar com seus filhos pré-adolescentes ou crianças sobre o seu conteúdo, aí é uma decisão familiar sobre a educação dada em casa.

AC: Percebemos que no episódio você usa “natureza afetiva e sexual” em vez de “orientação sexual”, e biafetivo em vez de bissexual. Teve um motivo específico?

HB: O termo sexualidade é acadêmico e se refere também a afeto, mas popularmente acabou ganhando o sentido de se tratar apenas sobre o ato sexual. Percebi que quando falamos, por exemplo, de “educação sexual” uma parcela significativa das pessoas entende “ensinar a transar”, mas por outro lado, quando falamos “prevenção de abuso infantil” ou “método contraceptivo” as pessoas entendem exatamente sobre o que estamos falando. Procuro a objetividade na comunicação e “natureza afetiva e sexual”, aos meus ouvidos, já economiza saliva: é natural e determina o afeto e o sexo.

AC: Como você produz o podcast, você mesmo escreve, edita e compartilha?

HB: O podcast exige bastante dedicação e disciplina, porque as ideias só se organizam quando a gente senta para escrever. Utilizo um aplicativo chamado Anchor para editar o material, porque já publica o podcast diretamente no Spotify e em outras plataformas.

AC: O que você espera com ‘Chama O Hugo!!!’ ?

HB: Espero poder influenciar dias de mais respeito ao próximo, generosidade, acolhimento e paz.

Ainda não ouviu o  podcast? Clique aqui e confira!

Heey Cat anuncia lançamento “Fliperama” com parcerias especiais


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Depois de anunciar sua produção musical ao lado de Luana Berti, DJ Heey Cat, conhecida por agitar as pistas com bom gosto e carisma, anuncia mais uma grande parceria com a música “Fliperama”, lançada hoje (22). Dessa vez é com o cantor Pedro, conhecido como Papi, e com conceituado produtor Jo Borges.

Pensa no resultado dessa união com os três talentos, que traz a voz, as batidas e toda a criação para um grande lançamento. Quer saber mais? “Fliperama vem com a proposta de música envolvente, daquelas que depois que ouvimos não saem mais da nossa cabeça. É uma música que fala sobre o amor, mas não melancólico. Quando pensamos em produzir, queríamos algo que se encaixasse com a maior parte do público, mas de forma leve, o que percebe-se no flow, no drop, e na harmonia da música. E de alguma forma o público sempre se identifica quando falamos de amor. E ainda mais amor não correspondido. Quando se doa demais para uma pessoa e aquilo não é recíproco”, adianta Heey Cat sobre o single, que já está disponível.

Créditos: Fabiano Pierri / Dani Gomes

Heey Cat, famosa por levar a sua música, desde 2017, através de shows e redes sociais como forma de alegria e representatividade para mulheres lésbicas, vem se destacando, mesmo em período de pandemia, como uma forte influenciadora no cenário LGBTQIA+, com conteúdos e debates criados nas redes, sempre associando positivamente a música a vida real. Como DJ, tem no currículo soma festas importantes, como o famoso “Baile das Marinheiras”, em São Paulo. Hoje, mostra, também, que é uma produtora promissora: “Quando conheci o Papi logo imaginei um feat. Vi que era um poeta diferenciado da nova geração que tem uma das vozes mais doces deste país. ‘Fliperama’ é um pop eletrônico leve, que dá para escutar do carro a uma festa.”

Pedro, o Papi, amante do RNB, Neo Soul, MPB, Trap e Flamenco, lançou em 2018 seu primeiro EP, chamado “Sonetos à Vênus”, que hoje soma mais de um milhão de plays em todas as plataformas digitais. Sobre “Fliperama”, agradece a união de todos: “Antes de mais nada, quero agradecer a Heey Cat e ao Jo Borges pela criação e trabalho artístico maravilhoso que exalam harmonia pra quem escuta. Também pela paciência e companheirismo durante todo o processo de gravação dessa obra”. Jo Borges, produtor conceituado no mercado, resume a parceria: “Foi um prazer imenso fazer parte do time de criação que resultou em, sobretudo, arte!”

Projeto Senhoras do Calendário 2021 vem repleto de glamour e brilho


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Se as drag queens sempre homenagearam as mulheres, chegou a vez de as mulheres retribuírem o carinho. A versão 2021 das Senhoras do Calendário chega à 15ª edição com uma bela reverência ao universo drag. Idealizador do projeto, o produtor Eduardo Araúju inovou na pandemia e vem fazendo lives para o Teatro Rival Refit, entrevistando grandes nomes do segmento LGBTQI+. Além de gratificante, a experiência tem sido inspiradora para ele. Foi desses divertidos encontros que ele tirou o tema do calendário do ano que vem.

Enquanto Midas tinha o poder de transformar em ouro o que tocava, Eduardo Araúju sempre usou seu poder transformador para levantar a autoestima de mulheres de todas as idades e manequins, mulheres trans, mulheres que sempre foram discriminadas na mídia, no mercado de trabalho, na própria família. O Senhoras do Calendário é um dos projetos desse maravilhoso produtor que trabalha em prol da inclusão e da diversidade. E ele também participa do calendário. Depois de trabalhar durante décadas com Elza Soares, ele resolveu homenagear a diva, rainha dos gays, se travestindo de Elza. O resultado ficou incrível!

“Resolvi homenagear a Elza, fazendo retratação dela, com propriedade e licença poética. Afinal de contas, fui maquiador dela durante muitos anos, sou muito grato a tudo o que vivi e aprendi com ela, e tenho profunda admiração pela artista e pela pessoa”, derrama-se Eduardo Araúju.

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A proposta do Senhoras do Calendário 2021 não era homenagear famosas drag queens, e sim reverenciar todas elas. Mas houve exceções. Entre as modelos da terceira idade que fotografaram para o calendário, Lucia Fernandes se montou totalmente inspirada em Isabelita dos Patins, para fazer uma homenagem à famosa transformista que está comemorando 50 anos de carreira artística. A outra homenagem – feita pela modelo Veralu Correa – foi para Samara Rios, artista muito importante na vida de Eduardo Araúju. O calendário também homenageou a modelo Dayse Brasil, que venceu a Covid-19 depois de duas internações, mas perdeu o marido para a doença e teve de superar o luto para fazer as fotos para a capa. Além dessas três modelos, o calendário contou com a participação de Selma Albuquerque, Graciara Casimiro, Mara Garcia, Lucy Reginold, Sonia Sabina, Gracinda Senna, Ana Lelis, Lourdes Andrade, Isolda Amazonas e Helena Fernandes.

Engajado, Eduardo Araúju também está fazendo parceria com o Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT, organização não-governamental fundada em 1993, voltada para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, mulheres transexuais, homens trans e pessoas intersexo, com o enfoque na cidadania, promoção dos direitos humanos e de uma cultura de paz, combate à violência, justiça social, prevenção e atenção em IST, HIV/Aids e Hepatites Virais, entre outras questões que busquem a melhoria da qualidade de vida dessa população. Araúju é amigo de longa data do presidente do Arco-Íris, Almir França, que coordena a Programação Visual da Parada do Orgulho LGBT de Caxias e a de Copacabana. A ideia de Araúju é oferecer 1.000 calendários para ajudar o grupo a arrecadar fundos para suas ações.

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“Que esse belo trabalho traga boas energias para que 2021 seja melhor e que a gente possa colher a alegria da arte drag”, empolga-se Eduardo Araúju.

Alegria e engajamento. Dois bons motivos para aplaudir as Senhoras do Calendário.