Entrevista: Sander Mecca, ex-Twister, lança sua segunda autobiografia


Créditos: Divulgação


Sucesso nos anos 2000, líder da banda Twister, Sander Mecca provocou suspiros e até “40 graus de febre” nos fãs da época. Agenda lotada, compromissos inúmeros, uma vida contratualmente regrada, e até um fatídico episódio de abuso sexual, fizeram o músico buscar a liberdade de uma forma perigosa, as drogas. O cantor pagou um alto preço em sua vida até entender que precisava realmente de ajuda e encarar de frente a luta contra a dependência química.

Num papo informal sobre o lançamento do seu novo livro, o qual faz questão de vender pessoalmente, em sua rede social, fizemos o convite para um bate-papo no nosso site. Ele topou de cara e por telefone mesmo, Sander Mecca nos falou abertamente da nova fase em que está vivendo. A espera da pequena Sofia, fruto de seu relacionamento com a Adriana, que tem uma curiosa e apaixonante história com o cantor, contou que está limpo há 4 meses, reescrevendo sua história em seu novo livro “Correntes Invisíveis”.

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Em um bate papo muito franco sobre vida nas drogas, novos projetos e a biografia, Sander afirma que seu livro é um grito de alívio e um alerta para quem possa sofrer situações semelhantes. Segundo o músico, este divã literário, não é narrado na ordem cronológica, mas são relatos francos que o ajudam a entender o processo do seu tratamento e um incentivo para quem quer fazer uma história diferente e sair do buraco negro que as drogas podem levar. Confira o bate papo com o cantor!

Acesso Cultural: Sander é um prazer tê-lo aqui no Acesso Cultural. E vamos começar falando dessa nova fase que você está vivendo. Prestes a ser papai e, literalmente, reescrevendo sua história, como você pode descrever esse momento da sua vida?

Sander Mecca: Eu estou muito feliz, por ter a oportunidade de ser pai. Eu não imaginei que ia conseguir parar de usar droga e quiçá ser pai. Com uma pessoa que amo, uma parceirona que é a Adriana, a gente tá muito feliz esperando a Sofia. Oportunidade de construir uma família com alguém que é importante para mim, eu tô curtindo o momento, comprando as coisinhas, montando enxoval, aproveitando juntos esse momento, esperando a Sofia chegar. Eu tô muito feliz por estar limpo, por poder ser um parceiro pra Adriana estar ao lado dela nos exames, pensando nas roupinhas, no berçinho….Esse momento todo é muito mágico.

AC: A Adriana, sua esposa, foi fã da banda Twister. Conta pra gente como foi esse reencontro de vocês.

SM: A Adriana foi super sortuda e ganhou uma viagem pro Caribe, um cruzeiro para as Ilhas do Caribe, com o Twister e nós nos conhecemos lá. Isso foi no ano de 2001, no auge do Twister. Foi uma viagem muito especial, muito bacana. E nós voltamos a nos falar na pandemia, através das redes sociais, ela me deu uma canseira de seis meses (sorri enquanto relembra), mas ficamos juntos e estamos juntos e felizes aguardando a chegada da Sofia (primeira filha do casal).

Créditos: Reprodução/Instagram

AC: Você acabou de lançar uma nova autobiografia intitulada “Correntes Invisíveis” quais são essas correntes invisíveis na sua vida hoje?

SM: As Correntes Invisíveis são pra mim, e não tem como deixar de ser, a adicção a qual me torna escravo da droga, do álcool e qualquer substância que me tire da realidade e torne escravo mesmo. Eu me drogava para viver e vivia para me drogar. Eu estou limpo há quatro meses e meio, porém, ela não deixa de ser uma corrente invisível. Por que eu tenho que viver sempre com todos os cuidados e terapia para eu poder ter uma vida de qualidade. Posso ter, como já estou tendo (uma vida de qualidade), mas com todos os cuidados.

AC: O seu primeiro livro foi o “Inferno Amarelo”, o qual, recentemente, foi relançado em uma edição super especial, com fotos e novos depoimentos de amigos. Voltando um pouquinho no tempo, quais as diferenças que você enxerga daquele jovem Sander com 19 anos de idade e do Sander de agora?

SM: A diferença que eu vejo do Sander de 19 anos, quando escreveu o “Inferno Amarelo” e o Sander de agora é a consciência do problemão que é a droga na minha vida. Aos 19 anos, eu não tinha a menor ideia, eu achava que eu tinha controle, não sabia que seria tão difícil eu ficar sem usar droga um dia que fosse. Não tinha ideia que fosse uma doença incurável e fatal. Eu não olhava para droga como uma doença grave.

AC: Você encerra o “Correntes Invisíveis” falando um pouco das “meias verdades” trazidas no primeiro livro. Em que momento você enxergou a necessidade de falar abertamente das coisas que foram ocultadas no passado?

SM: Eu termino o “Correntes Invisíveis” falando das meias verdades que tinha no primeiro livro e eu desmistifico essas meias verdades. Eu fiz isso por que, primeiro o que me trouxe a fazer isso foi meu processo de terapia que eu faço há muito tempo e o processo de recuperação que é importantíssimo pra eu me livrar dessas mentiras. Quando eu passei a estudar e a entender a minha doença, que é a adicção, eu passei a entender que a mentira é um problema e um sintoma da doença. Então, em recuperação eu preciso me livrar das mentiras que eu trago na minha vida, né? Não é que foram mentiras, era o olhar que tinha paras as coisas naquela época e muita coisa eu não contei porque eu tinha medo, não tive coragem de falar eu tinha só 19 anos. Faz parte do meu processo de recuperação, me livrar das mentiras do passado e não repetir isso no meu presente.

AC: Com tudo o que você já viveu. Se você tivesse o poder de reviver um momento e apagar completamente um outro momento da sua memória. Quais seriam e porquê?

SM: Eu acho que tudo é importante para o que nós somos hoje, tudo que a gente viveu faz o que a gente é hoje. E cabe a gente lidar com o dia de hoje e com as consequências. Por isso que a gente tem terapia para fazer e ajuda muito nesse processo. Eu sou uma pessoa que vive o dia de hoje, e claro, o que eu posso fazer de diferente daqui pra frente eu tomo cuidado com meu olhar e o meu jeito de viver para que não se repitam os mesmo erros e as mesmas escolhas.

AC: Estamos vivendo em um “mundo pós-pandêmico”, embora a pandemia não tenha de fato acabado, muitos ainda estão retomando discretamente suas atividades. Você tem planos na música, algum projeto em que esteja trabalhando?

SM: A música continua sendo a minha essência, eu não vivo sem música. Eu quero gravar um álbum. Até agora eu ainda não consegui gravar um álbum inteiro, tenho alguns singles que eu lancei. Eu tenho um projeto de gravar um álbum inteiro, só de músicas inéditas. Na pandemia, como não tinha lugar pra tocar, eu busquei outra fonte de renda pra mim e acabei gostando muito de fazer o que eu tô fazendo hoje que são as minhas comidas. O Mecca Gourmet foi uma opção de fonte de renda e acabei gostando do que eu tô fazendo e ficou em primeiro lugar. Então, shows não é uma coisa que eu vou fazer, até porque a música me leva pra alguns lugares que não faz muito sentido na minha recuperação. Eu não frequento mais bares, casas noturnas, então os shows que eu for fazer serão mais em teatros. O que eu quero fazer, o meu próximo projeto é gravar um álbum de músicas inéditas. Eu não vou deixar de fazer música, não!

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Sander fará sua primeira apresentação, após mais de anos, pós-pandemia. O show está marcado para o próximo dia 17 de Setembro, no Teatro Rotina Bar e Restaurante, em Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo. Mais Informações aqui!

Entrevista exclusiva com Fernanda Faran, diretora do espetáculo “No Fim, Viveremos”


Créditos: Thiago Lopes


Estreou no dia 04 de junho, no Teatro da Confraria, o espetáculo No Fim, Viveremos! do Grupo Ser de Teatro, com direção de Fernanda Faran e no elenco Fabio Dantas, Guilherme Barros, Renata Maria Nogueira, Shirlei Souza e Erica Alves, que também assina a autoria da peça.

No Fim, Viveremos! se passa em um dos períodos mais tristes da nossa história recente, durante a Segunda Guerra Mundial e o auge do regime nazista. Nesse contexto, está inserido a vida de duas irmãs judias que vivem escondidas em um sótão, na esperança de sobreviverem para ver a guerra acabar. O som do rádio e as notícias que leem nos jornais tornam os dias mais frios e cinzentos. A chegada inesperada de alguém traz à tona incertezas e temores de uma guerra que antes acontecia fora das quatro paredes, mas que agora está em todo lugar.

Um dos principais pontos abordados na peça é protagonismo feminino durante a Segunda Guerra Mundial. O espetáculo foi desenvolvido com o intuito de dar visibilidade e fomentar o debate sobre as mulheres que resistiram ao regime nazista, além de apontar a existência de personagens negras, pouco referenciadas durante esse período histórico.

A dramaturgia referida é a primeira peça que parte de uma trilogia de texto intitulada Mulheres no Holocausto, escrita por Erica Alves, entre 2017 e 2019, e finalizada após um longo período de pesquisas sobre a vida de mulheres na época da Segunda Guerra Mundial, especialmente daquelas que viveram em situação de esconderijo. A perspectiva feminina sobre o holocausto e as violências específicas de gênero ocorridas naquela época atraíram a curiosidade e nortearam os estudos de Erica. A presença do feminino em seus textos ocorre de uma percepção que teve sobre a falta de relatos vividos por mulheres durante esse período histórico.

Créditos: Thiago Lopes

A diretora Fernanda Faran destaca três fatores relevantes da montagem de No Fim, Viveremos!: “primeiramente a importância de dirigir um texto inédito de uma dramaturga jovem e brasileira. Em segundo, pelo texto ser fruto de pesquisa desse grupo feminino cujo tema é a mulher em situação de holocausto. E por último, dar corpo e movimento a essas personagens que por mais que a história seja ficção não significa que elas nunca existiram”.

O espetáculo foi contemplado no Edital de Fomento a Projetos Culturais Descentralizados de Múltiplas Linguagens da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo.

Batemos um papo com Fernanda Faran, diretora do espetáculo que revelou bastidores e curiosidades sobre o espetáculo. Confira!

Acesso Cultural: Qual a importância de dirigir uma peça de uma dramaturga brasileira jovem, em um Grupo formado por mulheres?

Fernanda Faran: A importância é realizar essa história mesmo. Fazer essa história sair do papel e ter dimensões físicas e emocionais. Há anos viemos realizando peças de autores (e diretores) homens e mais antigos, “NO FIM, VIVEREMOS!” é um texto novo de uma autora presente, isso fura uma bolha de autores mortos e europeus que há séculos vêm tomando conta de nossos palcos. E outro ponto importante é que o Grupo Ser de Teatro é um grupo formado por mulheres que visa contar histórias do ponto de vista feminino, a pesquisa é feita pelas mulheres do grupo, a produção, a discussão, tudo isso torna tudo muito mais potente.

AC: O espetáculo “No Fim, Viveremos!” se passa durante a segunda Guerra e o regime nazista, que teve sempre sua história contada por homens brancos. Agora na peça temos a história na visão de mulheres. O que muda?

FF: Muda exatamente o ponto de vista, de onde vem a narrativa. Na história são três mulheres com personalidades distintas e conflitantes. Na História sabemos de alguns nomes que passaram por esse período como Olga Benário e a mais conhecida Anne Frank, ambas mulheres brancas, mas em pesquisas de grupo foi descoberto que havia um campo de concentração apenas para mulheres, Ravensbrück na Alemanha – o último campo a ser liberado- onde mulheres negras, ciganas, protestantes eram levadas e pouco ou nada é sabido sobre ele. Na história há uma menina negra que tem sua origem questionada, isso só potencializa o resultado da pesquisa do Grupo. É isso que muda na história, o interesse em saber sobre as mulheres nesse período, tanto as heroínas quanto as que pereceram, todas elas estavam lá.

Créditos: Thiago Lopes

AC: O que podemos relacionar da peça com a situação que o Brasil e o mundo passa atualmente com guerras e cenas de violência contra grupos de mulheres, negros e gays?

FF: Isso é a até assustador porque enquanto pesquisávamos e também nos ensaios era como se falássemos do Brasil, do mundo atual. Na peça existe o tema do racismo, a violência contra a mulher, o fascismo e também a utopia. A Segunda Guerra Mundial acaba em 1945, mas hoje ,em 2022, passamos e/ou vemos as mesmas atrocidades sendo cometidas contra mulheres, contra negros e não-brancos (veja o genocídio sendo feito contra a população indígena!), toda a homofobia e transfobia, casos de grupos neo-nazistas surgindo e também casos que só se ouviam falar na época da ditadura militar; esses dias sufocaram um homem com problemas cognitivos dentro de um carro policial como uma câmara de gás, método utilizado para extermínio em massa no holocausto…toda a violência policial contra minorias sociais e como um governo com aspirações fascistas pode provocar o retrocesso de uma nação… Enfim, repito, é assustador as semelhanças da história de um tempo passado recente com o tempo de hoje. A humanidade precisa de justiça e reparação, e governantes com propósitos de bem viver para a nação, soa utópico mas, não vejo outra solução.

SERVIÇO: 

LOCAL: Teatro da Confraria, (Rua Lopes Oliveira, 585 – Barra Funda). 30 lugares.
DATA: até 25/06 (Sábados, às 20h)
INFORMAÇÕES:11 96374 5125 e https://linktr.ee/gruposerdeteatro
INGRESSOS: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)
VENDAS PELA INTERNET: https://www.sympla.com.br/produtor/gruposerdeteatro
DURAÇÃO: 90 min
CLASSIFICAÇÃO:16 anos

Entrevista exclusiva com o diretor e elenco do espetáculo ” A Noite do Choro Pequeno”


Créditos: Priscila Palumbo


Após um mês de sucesso, com casa cheia, o espetáculo A Noite do Choro Pequeno prorrogará a temporada no Teatro do Shopping West Plaza até o dia 25 de junho.

A peça estrelada pelas atrizes Daliléa Ayala e Letycia Martins, com texto do autor português João Ascenso e direção de Ricardo Brighi conta a história de duas mulheres – Luísa e Maria Ana – que passam a noite numa estação rodoviária em Lisboa.

A ação se passa nos anos de 1960, no período da Ditadura Salazarista em Portugal. Isoladas do olhar dos outros, elas aguardam o primeiro trem da manhã, enquanto vão conhecendo um pouco da vida da outra. Luísa é pobre, saiu da prisão há algumas semanas e espera reencontrar-se com o passado.

Vítima de violência sexual, tentou assassinar o estuprador e por isso foi presa. Na penitenciária dá à luz a seu filho, que é entregue ao “pai”. O desejo de Luísa é reencontrar a criança, ainda que não consiga estabelecer com ela o laço materno.

Maria Ana foge do passado. Casada com um médico, viu sua vida se reduzir à vida doméstica, ao trato do filho e do marido. Não se sente amada, anulou-se em função do casamento, está infeliz. Decidiu fugir, acreditando ser essa a solução para suas frustrações. Aos poucos, a conversa entre as duas deixa a verdade à solta e o amanhecer revela duas mulheres diferentes.

Créditos: Priscila Palumbo

A Noite do Choro Pequeno teve sua primeira montagem em Portugal em 2015 e voltou à cena em 2018 / 2019, com as atrizes portuguesas Sofia Nicholson (Luísa) e Alexandra Sargento (Maria Ana).

Conversamos com o diretor Ricardo Brighi e  com as atrizes Daliléa Ayala e Letycia Martins que revelaram detalhes e curiosidades sobre o espetáculo. Confira!

AC: Qual a importância de dirigir ‘A Noite do Choro Pequeno’ um drama português, com histórias de mulheres tão fortes?

Ricardo Brighi: Fui movido a dirigir a peça pela simplicidade e força do texto e da montagem. Nesses tempos difíceis que estamos vivendo, a história escrita por João Ascenso privilegia as relações humanas, denuncia as diferenças sociais e de gênero e expõe a tortura psicológica dos governos ditatoriais. Apesar da história se passar nos anos 60, ainda hoje há muitas mulheres como Maria Ana e Luísa. Uma é a síntese da mulher perfeita, a que ficava em casa, com a função de manter a ordem, o asseio do lar e a educação dos filhos, numa doce submissão ao marido. A outra tem estampadas em si a mulher proletária, camponesa ou fabril, a mulher sem trabalho que enfrenta a fome e o sexismo, a mulher objeto, a mulher vítima da violência sexual e entregue à sua própria sorte. Apesar de ser um texto que contempla personagens femininas, a história não é apenas para mulheres. Afinal, a busca pelo passado, a realidade muitas vezes dura do presente e o anseio por um futuro mais justo e feliz são elementos inerentes a qualquer um de nós. É um espetáculo que privilegia o texto e a interpretação e isso me encanta demais.

AC: Daliléa,  Luiza,  sua personagem, é uma mulher com uma vida sofrida, mas sempre com alto astral. Você acha que isso que a deixa próxima do público tanto aqui no Brasil como em Portugal?

Daliléa Ayala: A Luiza vive nos anos 60, mas sua luta para sobreviver diante de tantos desafios não está muito longe dos dias de hoje. Portanto é uma personagem igual a maioria das mulheres no mundo, o que justifica a identificação com a mulher de hoje. No entanto seu lado simples e generoso p com o desconhecido, deixa evidente que, o que a fortalece diante dessa luta constante de proletariada é a sua Fé.

Créditos: Priscila Palumbo

AC: Vocês fazem a peça com sotaque português falado em Portugal, como foi essa preparação , como se fossem atrizes portuguesas mesmo?

Letycia Martins: A preparação da atuação e construção de personagens para interpretarmos com sotaque português deu-se na concepção criativa do diretor Ricardo Brighi e da produção de Gerardo Franco onde o texto de João Ascenso, que é Português, já aponta a sonoridade das palavras ditas. Como o teatro com base dramatúrgica é a ação do texto escrito, o processo de preparação do sotaque veio também da escuta de pessoas nascidas em Portugal como os áudios de Axel que gravou o texto em áudio para nós atrizes. A observação corporal e gestual de mulheres portuguesas das diferentes regiões do país e relembrar a estada em Portugal foram importantes laboratórios. Os ensaios com a atriz Dalilea Ayala trouxeram dicas importantíssimas. Os canais de TV , Rádios e Documentários tem sido fontes permanentes. Tenho tido o hábito de conversar com amigas e amigos portugueses para buscar o realismo e naturalidade na fala. E por fim, busco na memória e ancestralidade de um país multicultural, a própria origem gaúcha porto-alegrense e taquariense que é também Açoriana e de trejeitos de mulheres com raízes bem portuguesas na maneira de ser.

SERVIÇO:
LOCAL: Teatro West Plaza- Sala Nicette Bruno(Av. Antártica 408, – Água Branca), 111 lugares. Com acessibilidade para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.
DATA: até 25/06 (Sábado 20h)
INGRESSOS:R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia)
INFORMAÇÕES: 11 2649 1688
DURAÇÃO:80 min
CLASSIFICAÇÃO:Livre

Entrevista Exclusiva: Bia Toledo e Tati Bueno do Alvenaria Espaço Cultural Colaborativo


Tati e Bia – Créditos: João Valério


Em 2018, a atriz e produtora cultural Bia Toledo, de 47 anos, e a também produtora cultural Tati Bueno, de 44 anos, criaram o Alvenaria Espaço Cultural Colaborativo. Localizado na rua Turiassu, em São Paulo, o local reúne bar, loja colaborativa e salas para apresentações artísticas e cursos.

Agora, passada a fase crítica da pandemia – durante o qual o espaço ficou fechado – a dupla já retomou as atividades presenciais e, em breve, estreará duas peças da Nossa Companhia, também gerida por elas: Codinome Madame e Madame e a Faca Cega.

Batemos um papo com Bia Toledo e Tati Bueno que revelaram detalhes e curiosidades sobre o  local. Confira!

Codinome Madame – Créditos: João Valério

Acesso Cultural: Por que vale a pena conhecer o Alvenaria?

Bia Toledo :  O Alvenaria foi idealizado para oferecer aos visitantes uma experiência diferenciada. O bar é aconchegante: tem mesas no salão, onde também há minijogos para aumentar a diversão, e no “quintal”. Nesta área externa, tem até cadeiras de praia e rede para quem quer relaxar. O cardápio de bebidas e comidas também mereceu atenção: os fornecedores, em sua maioria, são artistas independentes em busca de renda extra ou mulheres empreendedoras.

A loja foi instalada num cantinho do bar para que os produtos de artesãos e designers tivessem mais destaque. E as salas são destinadas a peças teatrais, ensaios, shows, saraus e cursos, entre outras atividades. O Alvenaria já abrigou cerca de 200 eventos nos dois primeiros anos de existência, antes da pandemia. Agora, as atividades presenciais estão sendo retomadas.

AC: Quais são os destaques do cardápio do Alvenaria? O que vocês costumam recomendar?

Tati Bueno : São imperdíveis as empanadas argentinas nos sabores carne com passas, carne apimentada, berinjela vegana, palmito, calabresa com queijo e cebola caramelizada com queijo. Também faz sucesso a palha italiana, os tradicionais Biscoitos Globo, sucesso nas praias cariocas, assim como o Amendoim Cozido baiano, que é servido gelado, e o Dadinho de Tapioca, uma receita da casa.

Para beber, temos cervejas artesanais da Cervejaria Catimba, idealizada por mulheres; coquetéis criados com Gin Tônica, sendo que o cliente monta a bebida de acordo com sua preferência; além de bebidas que conhecemos em nossas viagens pelo Brasil e que nos apaixonamos, como a água de coco Éden e o Netuno, bebida de gengibre famosa em Caraíva que é servida com gelo e uma rodelinha de limão.

Madame a Faca Cega – Créditos: João Valério

AC: Vocês também tem uma companhia de teatro, a Nossa Companhia. Quais são as peças que entrarão em cartaz no Alvenaria?

Bia Toledo: Nesta quinta-feira ( 05) , estreará Madame e a Faca Cega. O espetáculo fala sobre a personagem Vera, uma mulher lésbica de 40 anos, casada com Laís, que se liberta de relacionamentos tóxicos e abusivos quando identifica seu verdadeiro algoz. No dia 16, é a vez de Codinome Madame. A peça se passa no futuro, em 2047, num contexto em que a arte foi abolida. Num espaço de arte desativado, a personagem recebe o público e faz um depoimento-manifesto, revisitando suas histórias que contracenam com a história de seu país. O espetáculo é um alerta para olhar para o passado e não cometer os mesmos erros no futuro. Vale conferir!

Serviço:
Alvenaria Espaço Cultural Colaborativo: Rua Turiassu 799, Perdizes)
Horário de funcionamento do bar: Quartas a sextas: das 16h às 22h; Sábados: das 16h às 23h

Apresentações teatrais:
Madame e a Faca Cega: de 4 a 26 de maio, 20h (quartas e quintas)
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
20 lugares

Codinome Madame: de 16 de maio a 14 de junho, 20h (segunda e terça)
Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
20 lugares
Mais informações: @alvenaria.art e (11) 3871-4981

Entrevista Exclusiva com Chico Teixeira


Créditos: Claudio Zaia


A herança musical corre pelas veias da família Teixeira e representando a sexta geração de músicos, encontramos Chico Teixeira, consagrado como um dos principais nomes da MPB, com vertente no sertanejo.

O cantor sempre teve a música como grande alicerce, mantendo conexão forte com pai, Renato Teixeira, e mesmo antes de saber qual caminho traçar dentro da música, Chico estava com o violão nos braços, desde os 7 anos. Ser cantor é uma das mais generosas profissões que existem, e mesmo com essa vocação, tocar ao lado de grandes nomes da música brasileira nem passava por sua cabeça.

Em um bate papo descontraído, o cantor e ator concedeu entrevista exclusiva ao #AC e revelou detalhes e curiosidades da carreira, como é  interpretar o divertido e musical personagem Quim da novela Pantanal, além de antecipar novidades sobre o show que acontecerá no final do mês. Aperte o play e confira!

Chico soma mais de seis milhões de plays nas plataformas digitais, com 150 mil ouvintes mensais. Hoje, ele é reconhecido como pioneiro do sertanejo lo-fi, uma das vertentes do gênero, feita de forma acústica e sem produções muito incrementadas, ele preza pela simplicidade, trazendo letras com o olhar para a vida e para o campo, um conteúdo tranquilo e calmo.

Conciliando a tela e o palco, dia 30 de abril, Chico se apresenta no Teatro Municipal Pedro Paulo Teixeira Pinto, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, a cidade é o berço da família Teixeira, por isso, será um show marcante. Acompanhe Chico Teixeira nas redes sociais, fique por dentro de sua agenda de shows e lançamentos.

Entrevista exclusiva com Velson D’Sousa


Créditos: Osmar Lucas


Com mais de 40 trabalhos no currículo, entre peças, musicais, filmes, séries, novelas e locuções, Velson D’Sousa retornou ao país, após 10 anos vivendo nos Estados Unidos, para novo desafio no palco. O multi artista poderia ter se tornado de fato um esportista, se tivesse escolhido os gramados e seguido os primeiros passos dados, como jogador de futebol, ao invés de dar ouvidos aos seus dotes artísticos.

De volta ao país ele marca um gol inédito e encara um dos maiores desafios de sua carreira, estrelar um musical na pele do patriarca da família Abravanel em ‘Silvio Santos Vem Aí’, em curtíssima temporada no Teatro Raul Cortez, em São Paulo, até o dia 10 de abril.

Entre uma sessão e outra, o ator concedeu Entrevista Exclusiva ao AC no qual revelou detalhes de sua vida, curiosidades e carreira. Confira:

Acesso Cultural: Além da distância (territorial) durante o período de testes para o musical, qual o maior desafio que você encarou para interpretar Silvio Santos?

Velson D’Sousa: O maior desafio foi sem dúvidas humanizar um “personagem” que sempre foi interpretado de forma muito caricatural. A parte musical também foi uma questão. Pois, como fazer para cantar uma ou outra música com a voz do Silvio Santos? Cantar qualquer música “imitando” a voz do Silvio pode puxar pro lado caricato, e ficar cômico. No espetáculo temos uma música cantada por Silvio e Íris que de forma alguma pode se tornar cômica. Então encontrar a maneira de cantar como Silvio e também todas as nuances que diferenciam o “apresentador” do “homem” Silvio Santos foram os maiores desafios.

AC: É incontestável que diferente dos caricatos que “imitam” Silvio, você apresenta e presenteia o público com o lado humano do apresentador. Como foi o processo de criação do personagem?

VS: Como o Silvio é um homem muito conhecido, seria impossível chegar a qualquer resultado com verdade sem ter estudado a fisicalidade dele. Eu passei um ano inteiro assistindo a vídeos antigos para poder estudar essa fisicalidade e experimentar no meu corpo o lugar desses gestos, movimentos e diferentes posturas. A voz eu já brincava de fazer há muito tempo, quase uns 15 anos. Mas eu também tive que buscar aprimorar, especialmente pra encontrar uma diferença de quando ele está nos palcos para quando fala com a família e os amigos.

Quando cheguei ao Brasil, começou o processo dos ensaios e tive muita liberdade para improvisar. Como estudei muito a vida do Silvio e a maneira dele interagir com os outros, eu tinha como objetivo entender melhor como ele pensa e como age tão rapidamente. Ele improvisa e pensa muito rápido. E eu pude chegar a um lugar do “pensar como Silvio Santos”. A liberdade para improvisar ajudou muito a dar essa naturalidade e humanidade ao personagem.

AC: Com a pandemia, o espetáculo teve algumas pausas. Como foi esse período para você? Como lidou com isso? E o retorno aos palcos, como se deu?

VS: O período foi conturbado. Uma montanha russa. Muitas coisas aconteceram. Novos trabalhos, novos formatos de trabalho, início de relacionamento, fim de relacionamento, tudo aconteceu nesses últimos dois anos. Muitas coisas que não estavam planejadas. Mas posso dizer que foi um período que me trouxe muitas coisas boas. Pude olhar para essas pausas como oportunidade de crescimento e de novas possibilidades. Lançamos uma série na Amazon Prime chamada “Home Office” que tem a segunda temporada para lançar logo mais.

Comecei a dar aulas no Brasil e tem sido um sucesso, algo que eu já fazia no exterior, mas que aqui me dá um prazer a mais poder contribuir com algo para a comunidade artística Brasileira. E o retorno aos palcos foi arrebatador. Impressionante. Eu não esperava o tremendo sucesso que a temporada foi, e que agora continua sendo. Eu fico comovido com a reação do público ao ver o musical, como esse espetáculo toca o espectador. Nunca passei por algo semelhante na minha vida.

AC: Com mais de 40 trabalhos no currículo, entre peças, musicais, filmes, séries, novelas e locuções, existe algo ou algum projeto que deseja realizar?

VS: Com certeza! Eu quero muito voltar a fazer novelas no Brasil. É uma rotina muito gostosa, muito desafiadora, e sinto muitas saudades. Eu tenho um projeto de série de terror adolescente junto com Emílio Boechat que se chama “Um Lugar Sombrio”, e que estamos tentando vender para algum streaming no Brasil. É um projeto muito legal, abrangendo 5 temporadas, e que acredito muito. Tenho também o projeto de uma versão de Macbeth de Shakespeare, chamada “#Macbeth”, em parceria com a diretora Daniela Stirbulov. Além de ter aberto um espaço cultural com ela chamado “Espaço Co.Lab”.

AC: Por falar em projetos, após o término da temporada de Silvio Santos Vem Aí, pensa em permanecer no Brasil para novos trabalhos na TV, teatro ou filme?

VS: Eu quero muito continuar no Brasil, voltar pras novelas, continuar trabalhando no teatro, e fazer a minha série. Mas tudo depende dos trabalhos surgirem. Existem conversas sobre alguns projetos que acredito que me manterão no Brasil. Mas nunca se sabe. Continuo fazendo testes para séries e filmes Americanos mesmo estando aqui no Brasil.

AC: Recentemente você inaugurou um espaço de estudos e ensaios, o Co.Lab. Fale um pouco sobre ele, a ideia, o funcionamento, e sobre esse seu lado de ‘professor’.

VS: O Espaço Co.Lab é um sonho antigo. E acabou de se tornar realidade graças a parceria com a diretora Daniela Stirbulov, minha amiga de longa data. Estou muito empolgado com o espaço e com o que vamos fazer nele. É um espaço colaborativo que busca a profissionalização do artista, não na parte burocrática dando DRT e etc, mas sim na parte prática e que realmente importa. Um espaço para a formação real e para constante estudo do artista. O intuito é dar ferramentas para o desenvolvimento artístico de cada um, sejam atores, diretores, roteiristas, ou produtores. E então criar um ambiente propício para que novos trabalhos sejam desenvolvidos através da criação dessa comunidade de artistas.

Atualmente já tenho meu Grupo de Estudos de Técnicas Americanas de Interpretação para TV e Cinema para atores profissionais ou iniciantes, já que nele abordo as técnicas que mudaram a minha vida como ator nos Estados Unidos e que aprendi no meu mestrado. A Daniela Stirbulov tem o Grupo de Estudos de Direção Teatral e Experimentação, onde ela usa toda a experiência dela no Mestrado em Londres e na sua extensa carreira para guiar diretores teatrais no estudo de obras e desenvolvimento do seu ofício.

Temos um workshop residente que acontece todo mês de Técnicas de Audição, para que os atores criem seus próprios métodos de abordagem de material de teste de TV e cinema e fiquem mais próximos de conseguirem passar nesses testes. Ainda teremos workshops de produção, roteiro, estudo de obras clássicas para atores, gestão de carreiras, tudo buscando o desenvolvimento do artista e seu posicionamento no mercado de trabalho.

Ainda não conferiu ” Silvio Santos Vem Aí”? Corra e garanta seu ingresso.

SERVIÇO: SILVIO SANTOS VEM AÍ

Temporada: Até 10 de abril de 2022

Sessões: sextas-feiras às 21h00, sábados às 16h00 e 20h00, domingos às 15h00 e 19h00

Duração do espetáculo: 2 horas e 15 minutos (com 15 minutos de intervalo)

Setores e preços: Setor I R$150,00 – Setor 2 R$120,00 – Setor 3 75,00

Link de vendas on-line: www.sympla.com.br

Formas de pagamento: Dinheiro, Cartão de débito e Cartão de crédito.

Endereço: R. Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista, São Paulo – SP, 01313-020