“Barnum – O Rei do Show” estreia curta temporada no Rio de Janeiro


Créditos: Caio Gallucci


“Barnum – O Rei do Show”, um dos mais cultuados musicais da história – que recebeu desde sua estreia, na década de 1980, uma dezena de prêmios Tony e até versão para o cinema – finalmente ganha uma versão brasileira. Após estreia elogiada em São Paulo, o retorno de Barnum está marcado para 11 de março de 2022, no Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro. Para a empreitada – que aqui ganha versão brasileira de Claudio Botelho, direção de Gustavo Barchilon, coreografia/direção de movimento de Alonso Barros e direção musical de Thiago Gimenes – foram escalados Murilo Rosa para o papel-título e Sabrina Korgut na pele da poderosa Charity – outros destaques são as atrizes Giulia Nadruz dando vida a antagonista Jenny Lind e Diva Menner no papel da mítica Joice Heth.

O elenco estelar dará vida a uma história real que ganhou, no decorrer de sua história, fãs, lendas e muita especulação. Enredo este que nos dias atuais ainda levanta debates importantes que ajudam a contar e a refletir sobre a humanidade, a igualdade e, claro, a inclusão. Barnum, como o nome aponta, é o musical baseado na vida do showman e empresário do ramo do entretenimento Phineas Taylor Barnum, cujo mais famoso empreendimento foi um museu itinerante que era uma mistura de circo, zoológico e personagens freaks, com destaque, por exemplo, para uma mulher de 160 anos.

Um comitê diverso foi montado para que a versão brasileira fizesse plena alusão aos dias atuais – a história do personagem principal fala de um mundo de outrora mas com questões ainda pertinentes ao planeta atual. “A diversidade é ponto central nesta versão contemporânea. Se em sua época ele poderia gerar controvérsias, é sabido que, amado ou odiado, verdadeiro ou mentiroso, Barnum levantou discussões calorosas”, afirma Barchilon. Afinal, o que é diferente? E por que não incluir e aceitar tais diferenças?

Para além do pensar, “Barnum – O Rei do Show” é sobre se emocionar. Já no foyer do teatro será criada uma cenografia para levar o espectador à atmosfera circense, bem como é esperada a cena em que Murilo Rosa anda, literalmente, na corda bamba. Cabe a Sabrina Korgut dar vida a sua esposa, a poderosa Charity – mulher que fez os sonhos do marido possíveis e que confirma a velha máxima de que junto de um grande homem sempre existe uma grande mulher – sendo este o verdadeiro coração da história.

Como toda história de amor tem seus oponentes, Giulia Nadruz interpreta Jenny Lind, a contratada para uma turnê que também é alvo de toda a atenção de Barnum – para o lamento de Charity. Já entre a trupe do circo, o destaque vem por meio da cantora recifense Diva Menner, uma mulher trans que emociona na montagem encarnando uma das atrações mais populares de Barnum: Joice Heth, conhecida em sua época como “a mulher mais velha do mundo”.

Sabrina Korgut | Créditos: Caio Gallucci

Assim como em toda a sua história, Barnum – O Rei do Show – promete repetir no Rio de Janeiro seu sucesso ao fazer mágica e refletir, já que desde que estreou na Broadway, há quatro décadas, tendo em seu elenco principal Jim Dale e Glenn Close conquistou 10 nomeações ao prêmio Tony (o Oscar do teatro americano) de 1980. Entre outras versões mundo afora, inspirou a edição cinematográfica de 2017 com Hugh Jackman em seu elenco. Tamanho sucesso nos quatro cantos do globo fazem com que a versão brasileira chegue por aqui pela Lei Federal de Incentivo à Cultura com patrocínios da SulAmérica (master), Eurofarma, Outback, Patense, Repom, Hospital São Lucas e Laboratórios Sérgio Franco..

Serviço:

Onde?

Teatro CASA GRANDE

Av. Afrânio de Melo Franco, 290 – a – Leblon, Rio de Janeiro – RJ, 22430-060

Classificação: Livre

Quando?

De 11 de março a 01 de maio de 2022

Horários: sexta, às 20h30, sábado às 17h e às 20h30, domingo às 16h e às 19h30

Valores: Ingressos a partir de R$ 25,00 (meia entrada)

01) Plateia Vip: R$ 200,00 (inteira) / R$ 100,00 (meia)

02) Plateia Setor 1: R$ 180,00 (inteira) / R$ 90,00 (meia)

03) Balcão Setor 2: R$ 120,00 (inteira) / R$ 60,00 (meia)

04) Balcão Setor 2: R$ 50,00 (inteira) / R$ 25,00 (meia) – Preço Popular

● Descontos Patrocinadores (Sulamérica, Eurofarma, Outback, Repom, Hospital São Lucas, Laboratórios Sergio Franco e Patense): 30%

Compras via internet:

https://www.eventim.com.br/artist/barnum/

Vendas na bilheteria do Teatro:

Horários: Terças e Quartas 12h às 19h, Quinta a Domingo das 15h até 30 minutos após o início da última sessão.

Essa opção não possui taxa de conveniência!

Duração: 100 minutos

Com direção e atuação de Rodrigo Pandolfo, ‘Alaska’ tem curta-temporada no Centro Cultural São Paulo


Créditos: André Nicolau


Escrita pela dramaturga estadunidense Cindy Lou Johnson, o drama Alaska ganha montagem inédita no Brasil sob direção de Rodrigo Pandolfo, que também está em cena ao lado de Louise D’Tuani. O espetáculo entra em cartaz no Centro Cultural São Paulo (Espaço Ademar Guerra) dia 10 de março, quinta-feira, 21h, em uma temporada curta até 27 de março de 2022.

A peça se passa no estado do Alaska. Enquanto uma nevasca cai do lado de fora, Henry (Rodrigo Pandolfo), uma figura solitária, é surpreendido por uma insistente batida na porta de sua cabana. Trata-se de uma visita desconhecida: Rosannah Deluce (Louise D’Tuani), uma jovem vestida de noiva que, após dirigir ininterruptamente por semanas, entra e se instala no local.

Segundo Pandolfo, trata-se de uma peça sobre cura. Sobre dois personagens que estão congelados pelos seus traumas a ponto de procurarem alguma forma de isolamento que os prive de viver em sociedade.

Ambos estão feridos pela cruel montanha russa da vida, fugindo de relacionamentos, compromissos, responsabilidades e, se possível, de qualquer outro contato humano.

Créditos: André Nicolau

Eles se veem presos no mesmo espaço-tempo, longe de tudo e de todos, sendo obrigados a conviver com suas verdades para, quem sabe assim, alcançarem essa possível cura.
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ROSANNAH – Você vai me bater? Vai me trancar? Vai me jogar na sua tempestade de neve — você vai deixar de me alimentar, de me vestir, de deixar que eu durma aqui? O quê? Você não pode me machucar! Tenta! Vem! Você pode me matar, mas não vai conseguir me machucar.

HENRY – Olha, não, obrigado — eu já andei nessa montanha russa. Você fica longe de mim. Eu sempre tentei passar longe desse tipo de coisa, mas ela me encontra, me consome, mas nunca me destrói por inteiro. Ela vai deixando pedacinhos de mim, só os cacos — pra poder voltar depois. Trecho de Alaska
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“Neste lugar solitário e gelado, eles vão se desvendando e se aproximando. Eles se afetam, numa relação de atração e repulsa”, conta Pandolfo. O diretor reforça que a relação do casal se passa em um tempo-espaço que não fica bem definido, podendo também servir como metáfora para esse encontro profundo que pode resultar na salvação do casal.

O cenário da peça exibe um chão coberto de neve, um tronco de madeira, um fogão e um baú. É neste lugar fumacento, quase onírico, que Henry e Rosannah acessam memórias, lembranças e também confusões sobre os motivos pelos quais foram traumatizados.

“No texto há referências sobre um apagão branco, sobre a queda da neve, sobre um céu da mesma cor que o chão, dando a impressão de que as personagens voam, mas que ao mesmo tempo são atingidas pela gravidade e caem no chão gelado. Esse apagão branco pode ser lido como a paralisação em que eles se encontram”, diz Pandolfo.

O artista conta que é essa é primeira vez que dirige e atua num mesmo espetáculo. “A experiência está sendo ótima, mas também muito desafiadora – para ter essa visão do todo, me envolvo em dois tipos de ensaio – o ensaio para direção e outro para atuação”, conclui.

SERVIÇO
Alaska
De 10 a 27 de março de 2022, quinta a sábado, às 21 horas; e domingo, às 20h
Duração: 60 minutos
Classificação 14 anos

Local: CCSP – Centro Cultural São Paulo – Espaço Ademar Guerra – Porão
Entrada Gratuita – Bilheteria abre 1 hora antes da sessão
70 lugares

​A entrada no CCSP só será autorizada mediante uso correto de máscara e apresentação de carteirinha de vacinação contra COVID-19 ​atualizada.

Ricardo Villardo estreia nova temporada da comédia “Você não é todo mundo” em Ipanema


Créditos: Caio Gallucci


Após uma primeira temporada de sucesso em 2021, o espetáculo “Você não é todo mundo”, estrelado pelo ator Ricardo Villardo, com direção e dramaturgia de Marcos Nauer, volta aos palcos do Teatro Cândido Mendes (RJ) em curta temporada, de 4 a 26 de março com sessões às sextas e sábados às 22h.

A peça nasceu após a repercussão de um vídeo caseiro criado pelo artista e publicado em suas redes sociais, intitulado “Carta para Deus”, onde presta uma homenagem ao saudoso Paulo Gustavo. O vídeo viralizou nas redes sociais alcançando a marca de quase 4 milhões de visualizações (Instagram + Tik Tok). Ele recebeu muitos elogios pela homenagem, mas também críticas e ataques insinuando ser uma cópia nada legítima.

Créditos: Caio Gallucci

Na comédia “Você Não é Todo Mundo” que conta com direção geral e dramaturgia do premiado Marcos Nauer (60! Doc Musical e 70? Doc Musical), Ricardo Villardo busca uma resposta para a pergunta mais difícil: “quem eu sou?”. Durante o monólogo, ele passeia por toda sua história conectando às mulheres que o transformaram na pessoa em que se tornou, mas que agora sente a necessidade de buscar uma nova identidade artística. A dramaturgia conta a história real da vida do ator, desde sua infância, onde já apresentava seu amor pela arte apresentando performances (eu ouvi Xuxa e Sandy & Junior?) para seus familiares; sua estreia nos palcos e percalços de um típico artista brasileiro até o momento atual de personagens divertidos e que fazem grande sucesso na internet.

Para ficar mais colaborativo, quem escolheu o nome do espetáculo foi o público em uma votação aberta na rede do artista. E parte da montagem do projeto, também só foi possível pela contribuição de financiamento coletivo dos fãs do ator através da plataforma Benfeitoria. A pré-estreia nacional do projeto aconteceu em novembro em São Paulo e no Rio de Janeiro.

– Sempre digo que já estou vivendo o início de um dos meus maiores sonhos. Quando a gente trabalha a maior parte da vida com teatro infantil, eu AMO, montar um espetáculo “solo” é, no mínimo, desafiador em todos os aspectos, mas eu diria que no meu caso, está sendo transformador. Eu sempre quis ter o meu monólogo. Um espetáculo no qual eu pudesse levar para os quatro cantos desse país. E chegou o momento desse projeto acontecer – completa o ator Ricardo Villardo.

O ator iniciou sua carreira artística há 16 anos, em Brasília pela Néia e Nando Cia Teatral. Fora da capital do País, se apresentou em diversas cidades, como: Manaus, Belém, Recife e Rio de Janeiro. Atuou nos musicais “Hairspray”, “Ópera do Malandro”, “Chicago”, A Família Addams” e Grease – Nos Tempos da Brilhantina”. No universo infantil, estrelou em “Aladdin”, “O Rei Leão”, “O Mágico de Oz”, dentre muitos outros.

Créditos: Caio Gallucci

– Acredito que “Você não é todo mundo” traz uma narrativa muito particular, uma comédia vibrante e emocionante praticamente ao mesmo tempo. Eu quero que o público saia do teatro com aquela sensação de nostalgia gostosa, e muito feliz. Assim como eu estou agora, e vou estar em cada apresentação – finaliza Villardo.

“Você Não É Todo Mundo” é uma comédia quase terapêutica e que nos traz a seguinte reflexão: quem nós seríamos se não existissem nossos ídolos?

Os ingressos já estão à venda pelo site da Sympla.

Outras informações pelo https://www.instagram.com/vocenaoetodomundorv/; https://www.instagram.com/rmaismkt/ e https://www.instagram.com/ricardovillardo/

SERVIÇO

Você Não É Todo Mundo

Local: Teatro Cândido Mendes I | Rua Joana Angélica, 63, Rio de Janeiro
Temporada: de 4 a 26 de março

Dias: sextas e sábados

Horários: 22h

Duração: 80 min

Classificação etária: 14 anos

’13 – O Musical’ ganha nova data de estreia e local


Créditos: Divulgação


13 – O Musical, o espetáculo da Broadway que marcou a estreia profissional de Ariana Grande, tem nova data de estreia e local de apresentação de sua montagem brasileira. A peça chega a São Paulo no dia 2 de abril, para curta temporada, agora no Teatro Liberdade (Rua São Joaquim, 129 – Liberdade). Pensado para o público adolescente, 13 – O Musical foi um grande sucesso na Broadway e no West End, e agora desembarca em nosso país para encantar não apenas os mais novos, mas a família toda.

Os ingressos, que custam a partir de R$50,00, já estão disponíveis e podem ser adquiridos online (www.sympla.com.br) ou na bilheteria oficial no Teatro Liberdade. Quem havia comprado ingressos anteriormente para o Teatro Arthur Rubinstein, no Clube Hebraica, será contatado pela produção, mas também pode solicitar a troca de ingressos pelo e-mail marketing@bwaybrasil.com.br.

Com nomes de peso no elenco, como Enzo Krieger, Igor Jansen, Gabi Ayumi e Sienna Belle, o espetáculo, que está prestes a ganhar sua versão também em streaming, conta com músicas e letras de Jason Robert Brown, roteiro de Dan Elish e Robert Horn. No Brasil, ainda ganha uma adaptação com direção geral de Fernanda Chamma, direção musical de Ronnie Kneblewski e coreografia de Mariana Barros. A realização é da Bway Brasil, de Carla e William Akabane, com direção de produção de Renata Alvim e produção executiva de Eurípedes Fraga.

A montagem ainda contará com dois elencos (que se revezam nas apresentações) e banda que, assim como na Broadway, são totalmente formados por talentos adolescentes. Confira:

ELENCO

Enzo Krieger e Igor Jansen – Evan
Gabi Ayumi e Sienna Belle – Patrice
Andreas Trotta e Roberto Justino – Archie
Sam Sabbá e Sidinho – Brett
Bia Vasconcellos e Juliana Akemi – Lucy
Gabriela Sega e Martha Nobel – Kendra
Ana Luíza Leal e Erin Borges – Charlotte
Gustavo Spinosa e Isidoro Gubnitsky – Simon
Carol Pelegrini e Paula Serra – Cassie
Teteu Cabrera e Theo Barreto – Eddie
Gabriela Melo e Isabella Daneluz – Molly
Gábi Meirelles e Tiago Fernandes – Malcon
Vinícius Spada – Richie
Isabella Faile – Swing

Banda
Carolina Ribeiro – baixo
Gabriel Gaiardo – Piano Conductor
Gaby Novais -Teclado
Henry Gaspar – Teclado
Junior Almeida – Bateria e Baixo elétrico
Mateus Brito – Guitarra
Vinny Rider – Guitarra
Vittorio Taguti – Bateria

Sinopse – Após se mudar de Nova York para uma pequena cidade em Indiana, Evan Goldman precisa lidar com diversos problemas típicos da adolescência, incluindo o divórcio dos pais, a preparação para seu Bar Mitzvá, além, claro, ter que encarar a vida social complicada ao chegar em uma nova escola, fazer novos amigos, tudo isso em uma nova cidade. O espetáculo estreou em 2007 em Los Angeles, indo para a Broadway em 2008 e em 2012 em Londres.

SERVIÇO – 13 – O Musical
Dia: A partir do dia 02 de abril de 2022 (conferir no site todas as datas disponíveis)
Horários: sábados, às 15h e 18h; e domingos, às 17h
Local: Teatro Liberdade
Endereço: Rua São Joaquim nº129 – Liberdade, São Paulo
Classificação etária: Livre, menores de 12 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais.

PLATEIA PREMIUM: R$ 100,00 meia entrada e R$ 200,00 inteira
PLATEIA – R$75,00 meia entrada e R$150 inteira
BALCÃO A – R$50,00 meia entrada e R$ 100,00 inteira

INGRESSOS
Internet (com taxa de conveniência): https://www.sympla.com.br/

Bilheteria física (sem taxa de conveniência):
Atendimento Presencial: A bilheteria física, localizada na Rua São Joaquim nº129 – Liberdade – São Paulo, funciona de terça à sábado das 13h00 às 19h00. Domingos e feriados das 13h00 às 16h00. Em dias de espetáculos a bilheteria permanece aberta até o início da apresentação.

Comprovante de Vacinação: De acordo com o decreto municipal n°60.488, de 27 de agosto de 2021, o Teatro Liberdade pedirá comprovante de vacinação (físico ou virtual) contra a Covid-19.

Elogiado drama LGBTQIA+, ‘No Ritmo da Vida’ estreia em março nos cinemas


Créditos: Divulgação | A 2 Filmes


No próximo dia 03 de março, a A2 Filmes estreia nos cinemas brasileiros o drama NO RITMO DA VIDA (Jump Darling), do cineasta e roteirista estreante Phil Connell e estrelado pela vencedora do Oscar Cloris Leachman, além de Thomas Duplessie, Linda Kash, Jayne Eastwood, Daniel Jun, Rose Napoli, Andrew Bushell, Mark Caven e Katie Messina.

No longa, uma drag queen novata, recuperada de uma separação, foge para o campo, onde encontra sua avó com a saúde debilitada, mas desesperada para evitar a casa de repouso local.

Para seu longa-metragem de estreia, Phil Connell queria fazer um drama familiar inspirado nas tradições cinematográficas dos dramas familiares americanos. Exceto por sua versão, Phil substituiria os Estados Unidos pelo Canadá e infundiria o filme em sua familiaridade com a cultura queer.

“Os dramas familiares foram os que me interessaram em fazer filmes. Algo sobre a natureza íntima e idiossincrática de uma família em crise me prende – a tragédia, a comédia e a familiaridade de tudo isso. Houve um benefício prático também – uma peça de câmara parecia uma escala razoável para assumir como um primeiro longa.” – Phil Connell

Ao longo do período de desenvolvimento do roteiro, a lente da câmara de Connell perderia parte desse benefício prático, à medida que o componente da cultura queer crescia em tamanho e escala. “Em algum momento, percebi que estava escrevendo uma história sobre escolher a vida como artista e identidade queer, o que levou a escrever cenas que retratavam a vida real”, diz Phil.

Além disso, o diretor foi firme que o papel de Margaret (apenas tinha que) ser desempenhado por uma personalidade famosa. “Os dramas familiares por sua própria natureza, com algumas exceções impressionantes, são independentes. O que tende a elevá-los ao mainstream (ou lhes dá a chance de fazê-lo) é uma poderosa performance matriarcal, de alguém que você conhece, reconhece e aprecia. Ou talvez seja só eu”, explica o diretor.

Então, é assim que NO RITMO DA VIDA veio a ser: um filme de estreia com micro-orçamento, um drama familiar clássico fundido com a cultura drag, apresentando um ícone muito especial e premiado com o Oscar.

DESENVOLVENDO A HISTÓRIA

As sementes iniciais de NO RITMO DA VIDA foram duas trilhas paralelas: a experiência de Phil Connell com conversas sobre cuidados de fim de vida com sua avó e sua experiência escolhendo a vida como artista.

“Durante alguns anos, minha falecida avó lutou para se preparar para seu ‘declínio’ – seja físico ou mental. Era ‘o’ tópico de conversa toda vez que eu a visitava. Enquanto isso, ao me comprometer novamente com o cinema, lutei para manter minha determinação – contra todas as forças e vozes – aquelas que todo artista enfrenta”, diz o cineasta.

Créditos: Divulgação | A 2 Filmes

Enquanto Phil escrevia rascunho após rascunho do roteiro, às vezes enquanto visitava sua avó em Middlebury, Vermont, os dois tópicos começaram a se fundir no drama familiar que ele tinha em mente. No entanto, havia outro elemento se formando.

Connell, um gay de trinta e poucos anos, estava enfrentando os mesmos velhos sentimentos de vergonha da adolescência, mas agora em relação à sua arte. Ele percebeu que estava trabalhando em algo que poderia elevar sua história a algo mais dramático, menos autobiográfico e mais divertido. Esta história estava se tornando sobre uma avó em declínio e seu neto artista que estava lutando para encontrar sua voz – como um artista queer. Então, qual é o melhor artista queer?

Phil embarcou em uma reescrita completa do roteiro. O protagonista seria um performer inexperiente que acidentalmente tropeça no drag, mas luta contra todas as forças e vozes (algumas delas queer) questionando sua busca e legitimidade. Connell entrevistaria várias drag queens de Toronto (incluindo Tynomi Banks e Fay Slift, que aparecem no filme), para testar, amplificar e aprofundar essas ideias e emoções.

Connell cresceu visitando sua avó na pitoresca cidadezinha de Middlebury, Vermont. E, mais tarde, numa casa de campo no Condado de Prince Edward que ela comprou em 1999 para visitar sua família no Canadá.

Enquanto isso, a doença da avó de Connell se transformou repentinamente em demência agressiva, teve que sair de casa e foi internada em uma instituição de vida assistida. A vida começou a acompanhar a arte. Cenas como a aparição repentina de Margaret no topo da escada, implorando por ajuda para entrar no chuveiro, foram inspiradas em momentos da vida real durante esse período.

Créditos: Divulgação | A 2 Filmes

À medida que o roteiro começava a se solidificar em sua forma final, Connell estava encontrando convicção como cineasta, enquanto sua avó vivia seu pior pesadelo – declinando languidamente, com uma completa perda de independência. Essas duas circunstâncias, e a noção de tomar o controle do próprio destino, determinaram o tema final do filme.

A avó de Phil era uma patinadora no gelo e a foto de patinação da jovem Margaret (personagem de Leachman) usada no filme é ela – Margaret Virginia Faurote. Ela morreu em dezembro de 2018, apenas seis meses antes de Cloris Leachman viajar para Prince Edward County para interpretar um personagem inspirado por ela.

Grupo Folias estreia 7PISOS – uma peça para personagens ausentes


Créditos: Cacá Bernardes


7PISOS, peça livremente inspirada no conto de Dino Buzatti, com dramaturgia de Paloma Franca Amorim e direção de Dagoberto Feliz, caracteriza-se como um retorno político ao fazer teatral presencial após longa temporada pandêmica, ainda não encerrada, que foi capaz de pôr em xeque um dos princípios básicos das artes cênicas: o tradicional encontro entre público e intérpretes, espectadores e ficção.

Como um trabalho que dialoga com tempos atravessados materialmente pela História e pelas poéticas públicas que têm sido manejadas a fim de produzir a democratização do fazer teatral, 7PISOS desvela o percurso de Giuseppe Corte, um escritor negro que acabou de se internar voluntariamente em um hospital cujo estranho protocolo de tratamento diz respeito ao funcionamento de sete andares que separam os pacientes mais graves dos mais saudáveis. Desse contexto surge um infindável conjunto de ações ambivalentes que oscilam entre a violência e a naturalização da violência contra os ditos corpos socialmente desviantes, fazendo deles plataformas vivas para o exercício do poder.

“Nosso corpo-ideia, Giuseppe Corte, é um escritor negro solitário, um ator negro, um negro ator (que poderia ser muitos mas é um só), nesse teatro paulistano onde as vozes negras ou não-brancas, migrantes, dissonantes, foram historicamente aplacadas por um senso de homogeneidade abstrata em que a brancura e o elitismo de seus agentes eram protegidos e quase invisibilizados pelo discurso falseado de que os palcos ocidentais são o seio da democracia”, diz Paloma Franca Amorim.

Créditos: Cacá Bernardes

Giuseppe Corte é esse corte na lógica racista dos teatros paulistanos, e irmana-se a tantas outras personagens que atualmente povoam os terrenos sagrados da cena e das coletividades. São Joanas, Antígonas, Neusas Suelis, Vadinhos, Jasões, Hamlets, Medusas, Zambis, Ofélias, Aqualtunes, são alegorias, coralidades, gestos simbólicos ou metafísicos, personas, todas enegrecidas, todas imersas em sua negrura incandescente, e bonita, e tecnicamente excelente, e dialética, como estratégia de resistência formal aos apagamentos sistemáticos responsáveis pelo halo eurocêntrico que perversamente caracterizou uma parte importante da cena teatral da cidade de São Paulo.

Giuseppe Corte, paciente doente ou são, é reflexo de um incômodo institucional e humano propagado secularmente. Só é possível falar de sua sobrevida a partir do fim, da morte e portanto da trajetória invertida na qual a tragédia do colonialismo torna-se ponto de partida do processo doloroso e necessário para o aprofundamento de uma poética anti-racista.

Serviço
de 18/02 até 04/04
sexta à segunda, 20h
Local: Galpão do Folias – Rua Ana Cintra, 213 – ao lado do metrô Santa Cecília
Ingressos: R$ 30 (Inteira), R$ 15 (Meia), R$ 10 (Sócio Morador)
Link: www.galpaodofolias.com
14 anos
70 minutos