Programação integrada à mostra de Sebastião Salgado propõe imersão no universo da fotografia em SP


Créditos: Amanda Areias


A exposição “Gold – Mina de Ouro Serra Pelada“, em cartaz no Sesc Avenida Paulista de 17 de julho a 3 de novembro, traz o registro da década de 1980 feito pelo premiado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. As mais de cinquenta fotografias revelam o que foi o maior garimpo a céu aberto do mundo, na região da Amazônia Paraense. O olhar de Salgado, que trabalhou em agências renomadas antes de criar seu próprio escritório, tornou-se referência no universo da fotografia e a exposição inspira o debate sobre os caminhos da fotografia e as possibilidades trazidas pela contemporaneidade. Integrando a programação da mostra, uma série de cursos, oficinas e bate-papos jogam luz sobre o fazer fotográfico e o próprio ofício, revelando as características documentais, ficcionais, artísticas e ativistas que a fotografia possibilita.

Entre os destaques estão os cursos “Pensando a fotografia documental“, em dois módulos, com a jornalista Simonetta Persichetti, com encontros de 13 de agosto a 3 de setembro (módulo I) e de 10 e setembro a 8 de outubro (módulo II), abordando os conceitos da fotografia documental; “A fotografia e o projeto”, de 14 de agosto a 4 de setembro, e “Desenvolvimento de projeto fotográfico para jovens artistas“, de 16 de julho a 6 de agosto, com a curadora Rosely Nakagawa, traz as diversas possibilidades na elaboração de projetos fotográficos. Em “A fotografia como narrativa pessoal“, de 13 de setembro a 4 de outubro, a fotógrafa Amanda Areias ensina a utilizar as experiências pessoais alinhadas à fotografia para a criação de narrativas fotográficas.

Créditos: Nayara Jinknss

Os debates sobre “Fotografia documental na contemporaneidade” acontecem de 13 a 21 de agosto, às terças e quartas, trazendo os temas “O ficcional e o documental“, “Violência e invisibilidade“, “Crise e novos rumos do fotojornalismo” e “Meio ambiente e fotoativismo“. Participam das mesas profissionais como Victor Moriyama, Cris Veit, André Penteado, Camila Falcão, Naiara Jinknss, Felipe Fittipaldi, Nacho Doce, Isis Medeiros e Luciano Candisani. Explorando os “Caminhos fotográficos” e a “Mobgrafia”, acontecem no mês de agosto as saídas fotográficas com Bruna Queiroga e André de Oliveira, respectivamente.

A programação integrada à exposição “Gold – Mina de Ouro Serra Pelada” se estende até novembro, com atividades gratuitas e pagas, algumas com necessidade de inscrição prévia. Haverá ainda exibições de filmes, performances e ações educativas para todos os públicos.

Créditos: Nayara Jinknss

SERVIÇO

PROGRAMAÇÃO INTEGRADA DA EXPOSIÇÃO “GOLD – MINA DE OURO SERRA PELADA”

Módulo Fotografia

Quando: de julho a outubro de 2019

Onde: Diversos locais

Quanto: atividades gratuitas e pagas, verifique a necessidade de inscrição ou retirada de ingressos em sescsp.org.br/avenidapaulista

EXPOSIÇÃO “GOLD – MINA DE OURO SERRA PELADA”

DE SEBASTIÃO SALGADO

Quando: de 17 de julho a 03 de novembro de 2019

Horário: das 10h às 21h30 (terça a sábado) e das 10h às 18h30 (domingos e feriados)

Local: Arte I (5º andar) – Educativo no 6º andar

Quanto: Grátis – não é necessário retirar ingressos

Classificação: Livre

Agendamento de grupos: agendamento@avenidapaulista.sescsp.org.br

SESC AVENIDA PAULISTA

Avenida Paulista, 119, São Paulo

Fone: (11) 3170-0800

Transporte Público: Estação Brigadeiro do Metrô – 350m

Horário de funcionamento da unidade:

Terça a sábado, das 10h às 22h.

Domingos e feriados, das 10h às 19h.

Horário de funcionamento da bilheteria:

Terça a sábado, das 10h às 21h30.

Domingos e feriados, das 10h às 18h30.

Mauricio de Sousa Produções completa 60 anos


Créditos: Divulgação


O desenhista Mauricio de Sousa (83 anos) quando está em algum evento onde dá palestras sempre pergunta para a plateia – Quem aqui aprendeu a ler com as revistas da Turma da Mônica? Prontamente, mais de 90% levantam as mãos. Pessoas das mais diversas idades. Tanto o avô, quanto o pai e os netinhos conhecem e leem esses personagens que se tornaram tradição nas famílias brasileiras.

Tudo começou com as tirinhas do Bidu e Franjinha, publicadas desde 1959, nas páginas da então Folha da Tarde (atual Folha de São Paulo). E hoje, a Mauricio de Sousa Produções (MSP) se transformou na maior empresa de entretenimento do Brasil, responsável por uma das marcas mais admiradas do país, a Turma da Mônica. Única desse porte na América Latina. Só nos quadrinhos são produzidas mais de 1.200 páginas de historinhas por mês. Cerca de 150 empresas licenciam os personagens para mais de 3.500 itens. O reconhecimento é internacional com premiações no Japão, Itália, China, Coreia do Sul, França, EUA, entre outros países.

Créditos: Divulgação / MSP

E, neste ano, a comemoração não fica só na história, a MSP já começou a trazer grandes novidades desde janeiro, com a vinda da nova personagem Milena e sua família para o bairro do Limoeiro, a entrada da Turma da Mônica Jovem nos Estados Unidos e Canadá, a exibição na National Geographic do documentário biográfico sobre Mauricio de Sousa, o alcance de 10 milhões de inscritos no canal da Turma da Mônica no Youtube, que já tem mais de 10 bilhões de visualizações, novos games como “Mônica e Guarda dos Coelhos” e “Astronauta Toy: corrida espacial”, e a abertura da nova subsidiária internacional da MSP no Japão – a “Mauricio de Sousa Productions Japan”.

Créditos: Divulgação / MSP

Conheça mais novidades que ainda estão chegando:

FILME TURMA DA MÔNICA – LAÇOS – o primeiro live-action da Turma da Mônica, baseada na Graphic Novel brasileira mais vendida no país feita pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi. O filme será lançado nacionalmente no dia 27 de junho.

CIRCO TURMA DA MÔNICA – BRASILIS – O novo grande espetáculo da “Mauricio de Sousa Ao Vivo”, superprodução circense-musical que enaltece a diversidade cultural do País, trazendo a representatividade das nossas origens, passando pela cultura indígena, africana e europeia de um jeitinho único e especial dentro do universo das criações de Mauricio de Sousa. Conta com mais de 100 figurinos, efeitos especiais e um elenco de artistas e bailarinos, além da Turma da Mônica.

GERAÇÃO 12 – Um novo selo de mangá MSP com a Turma da Mônica e seus personagens com 12 anos de idade. Sua coleção será dividida em temporadas com seis episódios cada.

EXPOSIÇÃO “OLÁ, MAURICIO!” – No prédio da FIESP, na Avenida Paulista, uma grande experiência com Mauricio e sua turminha como nunca antes formatada para que todos que amam a Turma da Mônica e seu criador se lembrem para sempre. Terá início no dia 17 de julho e término em 15 de dezembro de 2019.

NOVO PARQUE DA TURMA DA MÔNICA EM PERNAMBUCO – Depois de Goiânia, onde foi inaugurada a Estação Turma da Mônica dentro do Shopping Cerrado, agora é Olinda que terá um parque indoor no Shopping Patteo Olinda. O Nordeste agora tem um lugar para toda a família se divertir com a turminha.

COLEÇÃO MONTEIRO LOBATO COM A TURMA DA MÔNICA – No ano em que a obra de Monteiro Lobato entra em domínio público, a Turma da Mônica chega às livrarias para contar as histórias do escritor. Com ilustrações de Mauricio de Sousa, já foram lançadas Narizinho Arrebitado e O Sítio do Picapau Amarelo, publicadas pela Girassol Brasil Edições.

HOMENAGEM – 47º Festival de Cinema de Gramado homenageia, com o Troféu Cidade de Gramado, o desenhista Mauricio de Sousa pelos 60 anos da primeira tira publicada em julho de 1959, no Jornal Folha da Manhã (atual Folha de S.Paulo).

5… 4… 3… 2… 1… – Mônica e Menino Maluquinho perdidos no espaço reúne as criações máximas de Mauricio de Sousa e Ziraldo pela segunda vez. Neste livro, escrito por Manuel Filho e publicado pela Melhoramentos, repleto de fantasia e aventura, Mônica e Maluquinho contarão com a ajuda de seus amigos (até o Chico Bento participa!) para solucionar um mistério interplanetário! Se você pensou em extraterrestres, acertou! Aperte os cintos e prepare-se para a decolagem rumo à diversão.

A Casa do Parque: São Paulo ganha nova casa de cultura em frente ao Parque Villa-Lobos


Créditos: Divulgação


A Casa do Parque é uma nova casa paulistana de cultura, idealizada pela colecionadora Regina Pinho de Almeida. Com abertura marcada para 23 de março, quando acontecerá o vernissage da exposição Tensão relações cordiais, com curadoria do crítico de arte Tadeu Chiarelli, A Casa do Parque oferece uma programação cultural e de cursos de alta qualidade, com exposições de arte, oficinas, palestras, ciclos de debates e projetos especiais em torno de arte, cultura e conhecimento.

A Casa do Parque está localizada em frente ao Parque Villa-Lobos. A coordenação da programação cultural, que ao longo do ano realizará eventos fora da Casa do Parque, como o Festival Literário do Parque Villa-Lobos, é do editor Paulo Werneck.

Créditos: Divulgação

Programação de abertura

Para a abertura ao público, marcada para o fim de semana de 23 e 24 de março, a equipe da Casa do Parque preparou uma exposição, um ciclo de debates sobre colecionismo de arte contemporânea e jornadas abertas de dança e comida & cultura, temas que estão presentes na programação de cursos da Casa do Parque. Todos esses eventos são gratuitos.

Exposição de arte contemporânea

O crítico Tadeu Chiarelli foi convidado a inaugurar a Galeria do Parque com a mostra Tensão relações cordiais, um recorte muito pessoal da coleção de Regina Pinho de Almeida.

O título da exposição evoca os diversos tensionamentos intrínsecos a uma coleção de arte e ao gesto do colecionador, desde aqueles que se produzem entre as obras, ao serem dispostas lado a lado, até as tensões próprias da sociabilidade do mundo da arte e das instituições, que se dão entre curadores e colecionadores, artistas e gestores, público e instituições, vida privada e interesse público.

Tensão relações cordiais apresenta obras de 42 artistas. O projeto expográfico do arquiteto Pedro Mendes da Rocha transforma a Galeria do Parque em uma “caverna” que joga luz de forma dramática sobre cada obra individualmente.

A ênfase está menos no conjunto ou na suposta temática comum às obras e mais nos atritos e conexões inesperadas que se criam entre trabalhos aparentemente sem relação entre si. Algumas obras, diz o curador, convidam a um mergulho em sua espacialidade; outras como que nos repelem para fora de seus limites.

A Galeria do Parque será ocupada por outros projetos em 2019: está prevista para o segundo semestre uma mostra da artista plástica paulistana Edith Derdyk. As exposições têm um serviço educativo gratuito, voltado a visitas de escolas de toda a cidade, que se dedicará a sensibilizar o público para experiência artística, estimulando aspectos sócio-emocionais em públicos de diferentes idades e trazendo referências para professores e arte-educadores.

Créditos: Divulgação

Ciclo de debates

O ciclo de debates Dinâmicas do Colecionismo de Arte Contemporânea, que tem início em 25 de março, na Casa do Parque, é fruto de uma pesquisa de fôlego desenvolvida por Nei Vargas da Rosa na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e realizada com uma bolsa concedida pelo Instituto de Cultura Contemporânea (ICCo). Vargas fez um raio-X de todas as artes e ofícios ligados ao colecionismo de arte contemporânea.

Com 30 convidados e cinco dias de debates, sempre a partir das 18h, o ciclo reunirá expoentes de instituições de arte brasileiras, colecionadores, representantes de museus e fundações públicos e particulares, advogados, especialistas em seguro, em estratégias de financiamento, galeristas, editores, advisers e outros profissionais.

Esse panorama do que há de melhor no colecionismo de arte contemporânea no Brasil revela um setor dinâmico, altamente profissionalizado, relevante para a cultura e para a economia criativa do país.

Programação de cursos

Além da programação cultural, A Casa do Parque oferece uma programação de cursos elaborada pelo artista plástico e educador Claudio Cretti. Mesclando artes, botânica, dança, design, arquitetura e cozinha, a programação foi concebida para fazer pensar com a cabeça e o corpo inteiro, ao combinar, num mesmo curso, técnicas artesanais, saberes tradicionais e abordagens inovadoras sobre a experiência artística. O público alvo são pessoas não especializadas, interessadas em desenvolver trabalhos manuais que despertem reflexões, mobilizando o corpo e o intelecto.

A programação de cursos terá início em abril. Em 23 e 24 março, para celebrar a abertura dos trabalhos, A Casa do Parque vai promover uma jornada aberta com dois desses cursos programados.

As professoras Uxa Xavier, do projeto Dançando Juntos, e Priscila Vieira e Ariela Doctors, do projeto Comida & Cultura, vão dar as boas-vindas ao público do bairro e frequentadores do parque com atividades gratuitas, abertas a todos, durante um fim de semana.

Idealizada e fundada por Regina Pinho de Almeida, A Casa do Parque representa um novo passo na atuação de uma família presente no mundo das artes e da cultura que remonta à Semana de Arte Moderna, em 1922, que teve entre seus participantes o poeta Tácito de Almeida.

O Instituto de Cultura Contemporâneo (ICCo), fundado por Regina Pinho de Almeida em 2010, realizou exposições de arte e poesia, como REVER, sobre a vida e a obra de Augusto de Campos, no Sesc Pompeia, e a edição fac-similar da revista modernista Klaxon, marco da literatura brasileira, lançada originalmente em 1922.

Com A Casa do Parque, o ICCo abre sua sede ao público e expande sua atuação institucional para a arte educação, o pensamento e o debate multidisciplinar.

Como chegar

A Casa do Parque está localizada em frente ao Parque Villa-Lobos, na Zona Oeste de São Paulo, no bairro de City Boaçava.

A melhor forma de chegar é a pé, se você estiver no Parque Villa-Lobos, ou de bicicleta, pela ciclovia que vai da avenida Faria Lima, passa pelo Largo de Pinheiros e pela Praça Panamericana, terminando no parque.

Outra forma esperta de chegar é de táxi ou transporte público – além das linhas de ônibus que passam em frente à Casa, é possível chegar de trem, pela linha Estação Villa-Lobos Jaguaré.

Pedimos que evite ao máximo vir de carro, pois A Casa do Parque não tem estacionamento nem possui serviço de valet.

Serviço

A Casa do Parque
Inauguração: 23 de março de 2019
Endereço: Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 1300
Alto de Pinheiros, São Paulo – SP
Entrada Gratuita
Acesso para pessoas com deficiência
Wi-fi gratuito

10 motivos para não perder a exposição inédita de Paul Klee no CCBB


Créditos: Divulgação


Sucesso desde o primeiro dia da abertura, em 13 de fevereiro, Paul Klee – Equilíbrio Instável tem lotado as salas do Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo. Até o momento, o espaço já recebeu 67.710 visitantes. A exposição reúne obras do acervo do Zentrum Paul Klee, de Berna, na Suíça, cujo prédio é desenhado pelo arquiteto italiano Renzo Piano (Pritzker Prizer, em 1998). A instituição é responsável por zelar pelo trabalho do suíço e reúne mais de 4 mil obras produzidas pelo artista.

A vinda dos 120 trabalhos de Klee ao Brasil é patrocinada pelo Banco do Brasil e pela BB Seguros. Tem ainda o apoio da Cateno. A organização e produção do projeto é da Expomus, por meio da Lei de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet. A exposição faz parte de um programa encampado pelo CCBB e que dá acesso ao público brasileiro, de forma gratuita e altamente qualificada, a grandes acervos e coleções de arte nacionais e internacionais.

Entenda porque a retrospectiva inédita do artista suíço no Brasil é um programa obrigatório para quem busca entender as origens dos movimentos contemporâneos na arte dos séculos XIX e XX.

1.Raríssima oportunidade de ver a obra de Paul Klee no Brasil

Além da retrospectiva com 123 obras que está sendo exibida gratuitamente no Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo e depois segue para Rio e Belo Horizonte, a obra de Paul Klee esteve no Brasil em raríssimas oportunidades. Na 2ª Bienal de São Paulo, em 1953, o mesmo ano em que “Guernica” (1937), de Pablo Picasso (1881-1973) foi vista por aqui, Klee fez parte de uma das representações estrangeiras mais famosas da história.

A exposição foi um marco histórico mundial pela numerosa seleção de artistas estrangeiros, entre eles, o fundador da escola alemã Bauhaus, Walter Gropius (1883-1969), o holandês Piet Mondrian (1872-1944) e o americano Alexander Calder (1898-1976) além de uma sala inteiramente dedicada a 69 obras do ícone expressionista Edvard Munch (1863-1944). A representação francesa no evento proporcionou ao público brasileiro o contato com obras dos protagonistas do cubismo, Pablo Picasso e Georges Braque (1882-1963), além de Robert Delaunay (1885-1941) e Marcel Duchamp (1887-1964). A delegação italiana, por sua vez, destacou-se pela seleção de seus principais artistas futuristas, entre eles, Giorgio Morandi (1890-1964).

2. Professor na Bauhaus

Enquanto Paul Klee se consolidava na cena artística na década de 20 com exposições e livros sobre seus trabalhos, o suíço buscou empregos em escolas de arte a fim de estabilizar sua situação financeira. Depois de tentar, em vão, uma vaga na Academia de Stuttgart, o artista foi convidado a lecionar por Walter Gropius, criador da recém-aberta Bauhaus, em Weimar, na Alemanha. A Bauhaus tinha como objetivo eliminar a separação entre as disciplinas artísticas ao se voltar para o artesanato e criar, por meio de um design exemplar, novos objetos e espaços para uma sociedade futura mais humana e socialmente mais justa.

Klee era inexperiente como professor e em suas primeiras aulas passou de costas pela porta e sem olhar para os alunos, se virou para a lousa e começou a desenhar e falar. No primeiro semestre de 1921, ele ministrou “Prática de composição”, tema em que podia abordar questões sobre composição da imagem e dos elementos pictóricos a partir de seus próprios trabalhos. Com o tempo, passou a preparar suas aulas minuciosamente.

Seu curso de teoria da forma era obrigatório no ciclo básico, ao lado do curso sobre cores de Wassily Kandinsky (1866-1944) e do curso introdutório de Johannes Itten, mais tarde ministrado por Josef Albers (1888-1976).

3. “Riscado da lista”

Na década de 30, Paul Klee aceitou um convite da Academia de Artes de Düsseldorf para trabalhar em um ateliê na cidade. Dada a situação política efervescente, o artista foi atacado pelo jornal do partido nazista chamado Rote Erde, que o acusou de ser judeu na Galícia e teve a sua casa revistada. Em abril de 1933, ele foi dispensado de suas atividades na Academia para alguns meses depois fugir para Berna com a esposa Lily e o gato Bimbo.

Neste mesmo ano, pinta a tela “Riscado da Lista”, um rosto desfigurado com um X, o que expressa seu total descontentamento com a situação que vivia. Em 1937, participa da exposição “Arte Degenerada”, em que foram reunidos 650 trabalhos de arte moderna que tinham sido anteriormente confiscados de museus, classificados como “arte decadente judaica” e “monstruosidades da loucura, do atrevimento, da incapacidade e da degeneração”.

4. Paixão pelas cores em viagem à Tunísia

Depois de visitar Paris no início da década de 10 e conhecer Wassily Kandinsky e Franz Marc, do Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul), do qual ele fez parte ao integrar uma mostra do grupo, Paul Klee viajou para a Tunísia, na África, em 1914. Junto com amigos – o suíço Louis Moilliet (1880-1962) e o alemão August Macke (1887-1962) -, o artista provoca uma grande transformação em sua produção e o desenvolvimento em direção ao campo de cor foi incrementado.

Em suas aquarelas, muitas produzidas localmente, o artista se concentrava em temas de paisagem e da arquitetura. Ele chamou os trabalhos, sob a luz ofuscante da África, de um instante de iluminação artística. “A cor me possui. Não preciso buscá-la. Ela me possui para sempre, sei disso. Eis o significado da hora da felicidade: eu e a cor somos um. Sou pintor”, diz.

Créditos: Divulgação / CCBB

5. O fascínio provocado por “Angelus Novus”

Admirador do trabalho de Paul Klee desde a década de 10, o filósofo Walter Benjamin (1892-1940) ganhou de sua mulher Dora, em 1920, a pintura “Vorführung des Wunders” (“A apresentação do milagre”, 1916). Alguns anos depois, Benjamin compra do galerista Hans Goltz, por 1000 francos, a obra “Angelus Novus”. O nome do desenho aquarelado (o original se encontra em Jerusalém) batiza a revista de crítica que ele pretendia dirigir em 1921. Desde então, o anjo será evocado regularmente em seus escritos e cartas.

O anjo recebe atenção especial depois que Benjamin o adquire. Em 1933, quando foi necessário se exilar, por conta da ascensão do nazismo, separa-se dele pela primeira vez. Em 1935, uma amiga o leva a seu encontro em Paris. Perseguido, tira o desenho da moldura e o coloca numa valise juntos aos escritos que queria salvar. Deixa textos e “Angelus Novus” com o escritor e filósofo Georges Bataille (1897-1962), que esconde o material até o final da Segunda Guerra Mundial. Com o suicídio de Benjamin em 1940, a obra é alvo de disputas até encontrar sua morada definitiva em Jerusalém, em 1972. Um fac-símile da obra “Angelus Novus” faz parte do acervo de mais de 120 obras que desembarcaram no Brasil para a exposição Paul Klee – Equilíbrio Instável.

6. A derradeira obra

A última fase criativa de Paul Klee foi marcada pelo seu estado de saúde muito precário. No final de 1935, o artista foi acometido pela esclerodermia, doença autoimune rara, que endurece os tecidos conjuntivos, a pele e os órgãos internos. Apesar disso, nos seus últimos anos de vida, produziu mais de 1.200 trabalhos. A derradeira obra foi pintada em 1940 e encontrada em seu cavalete sem ter sido nomeada – não deu tempo. Klee batizou todas as suas obras. Muitas vezes a relação entre o título e a imagem gera uma leitura irônica. O artista se considerava observador e seus títulos eram uma tentativa interpretativa do que estava sendo ou o que já havia sido produzido.

A obra sem título é uma síntese do trabalho do artista moderno, que nunca se enquadrou em nenhum movimento artístico: a tela apresenta traços do cubismo, do surrealismo, do abstracionismo e também do expressionismo. Disposta na ala das últimas obras produzidas pelo suíço, o óleo sobre tela mede 1m por 80,5 cm.

7. Os fantoches e a paixão por teatro

Paul Klee era fascinado pelo mundo do teatro e da ópera e frequentava espetáculos e apresentações circenses com regularidade. O universo das personagens o interessava e como observador atento, ele se divertia registrando criticamente as poses das pessoas ao seu redor, traduzindo-as para a linguagem visual das expressões faciais.

Entre 1915 e 1925, o artista produziu fantoches para o filho Felix Klee. Alguns correspondiam às personagens tradicionais do teatro popular de bonecos e outros eram inventados. Ele criava as cabeças e as roupas a partir de restos de tecidos velhos e materiais simples que ele encontrava em casa, como carreteis de linha, tomadas e ossos de boi fervidos. Deixava para o filho a tarefa de manipular os objetos, que entretinha a família e amigos com seu talento cômico. Mais tarde, Felix se tornaria diretor de ópera.

8. A música clássica como trilha sonora da vida

Paul Klee tocou violino. Criado em um ambiente em que a cultura fazia parte do cotidiano da família – o artista vivia cercado por estímulos. A avó materna despertou seu prazer pelo desenho. Ao mesmo tempo, o pai Hans Klee dava aulas de piano e órgão, além de canto e violino. Ao final do período escolar, não foi fácil para o jovem escolher sua profissão. Particularmente, ele pendia para a música, mas receava não ter o virtuosismo necessário para ser violinista.

Em uma das salas da exposição Paul Klee – Equilíbrio Instável, vê-se uma foto do jovem Klee tocando violino com outros músicos e a sala é sonorizada aos suaves acordes de Johann Sebastian Bach (1685-1750), Giuseppe Tartini (1692-1770), Joseph Haydn (1732-1809), Wolfgang Amadeus Mozart ( 1756-1791), Ludwig van Beethoven (1770-1827), Franz Schubert ( 1797-1828) e Max Reger (1873-1916).

9. Desenhos de infância

A avó Anna Catharina Rosina Frick despertou muito cedo em Paul Klee o prazer de desenhar e preservou o uso da mão esquerda pelo neto. Posteriormente, o artista definiu estes seus primeiros desenhos como ilustrações de cenas e contos fantásticos. Já adulto, em 1911, o artista decidiu organizar os seus trabalhos na forma de um catálogo manuscrito de obras, que abrangia retrospectivamente aquelas que correspondiam a suas exigências artísticas. Ele reconheceu em seus desenhos de infância – assim como em registros visuais arcaicos – uma naturalidade da expressão pictórica e da redução ao essencial que ele almejou em sua criação artística. Ciente disso, incluiu alguns destes desenhos de infância no seu catálogo de obras.

10. Quando o papel é a estrela do acervo

Paul Klee era um desenhista extremamente talentoso, que permaneceu fiel ao seu lema “nulla dies sine liena” (nenhum dia sem linha) durante a vida inteira. Cerca de 80% do que produziu foi registrado em papel e a mostra Paul Klee – Equilíbrio Instável apresenta uma grande quantidade de desenhos feitos pelo artista. Na seção Anjos, da mostra, há uma grande quantidade de exemplares de obras desenhadas. Em seus mundos imagéticos representados em múltiplas camadas, ele combinava diversas esferas de realidade e abstração. Dessa maneira, ele ampliava seu imaginário, abrigando também os mais diferentes tipos de criaturas. Desde 1920, o tema do anjo — figuras celestes aladas, de formas antropomórficas — aparece repetidas vezes em sua obra.

A partir de 1938, ele criou uma série avulsa de mais de 40 representações de anjos. Neles, o artista sobrepunha traços humanos e sobre-humanos, definindo-os nos títulos como inacabados, feios ou esquecidos. Nesse campo de transição existencial entre o humano e o sobrenatural, o estado angelical completo ainda não havia sido alcançado.

Serviço

Paul Klee – Equilíbrio Instável | Centro Cultural Banco do Brasil
Curadoria: Fabienne Eggelhöfer
CCBB São Paulo: 13/02/2019 a 29/04/2019
CCBB Rio de Janeiro: 15/05/2019 a 12/08/2019
CCBB Belo Horizonte: 28/08/2019 a 18/11/2019
Entrada gratuita.

Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo

Rua Álvares Penteado, 112 – Centro, São Paulo, SP
Acesso ao calçadão pela estação São Bento do Metrô
(11) 3113-3651/3652 | Todos os dias, das  9h às 21h, exceto às terças
Acesso e facilidades para pessoas com deficiência | Ar-condicionado | Cafeteria e restaurante | Loja
Estacionamento conveniado: Estapar – Rua Santo Amaro, 272
Valor: R$ 15 pelo período de 5 horas (é necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB)
Traslado gratuito até o CCBB. No trajeto de volta, a van tem parada na estação República do Metrô.

ccbbsp@bb.com.br | http://bb.com.br/cultura |

O Tempo Mata – Imagem em movimento na Julia Stoschek Collection


Créditos: Divulgação


O espaço Arte I, localizado no 5º andar da Unidade, exibe obras selecionadas de uma das mais importantes coleções globais de arte temporal iniciada em 2007 pela colecionadora que lhe dá nome e sediada em Berlim e Dusseldorf, na Alemanha. Com curadoria de Rodrigo Moura, a exposição e uma programação integrada de exibições reúnem trabalhos de 17 artistas, em filmes e vídeos, cobrindo mais de seis décadas de produção audiovisual, um panorama dos mais representativos desde que o suporte se insere como linguagem contundente no circuito da arte contemporânea. A mostra, com abertura para o público no dia 21 de março, terá duração de três meses.

Raça, cultura visual, identidade de gênero, o papel de artistas na sociedade e a circulação de imagens nos meios de comunicação são os temas que percorrem os trabalhos. Desta última questão surgiu o título da exposição, “O Tempo Mata” (Time Kills), extraído de uma das frases veiculadas por Chris Burden (Boston, 1946 – Canyon, EUA, 2015), em um de seus vídeos (1973-1977) que fazem parte de uma série de inserções comerciais criadas pelo artista e transmitidas em canais de televisão aberta, segundo ele para quebrar a hegemonia das emissoras e ao mesmo tempo fazer com que a arte alcançasse um público maior que o das instituições. Como aponta o curador, trata-se de um truísmo, uma frase que declara uma verdade incontestável, o tempo mata simplesmente porque ele passa, mas ainda assim a sentença serve para ativar outros sentidos no contexto da exposição. “Time-based art termo traduzido livremente aqui como ‘arte temporal’ são os trabalhos de arte produzidos em vídeo, filme, áudio ou tecnologias computadorizadas e que se apresentam ao espectador no tempo, tendo como dimensão principal a duração, e não o espaço”.

Na primeira parte da exposição, três salas do quinto andar apresentam três grandes instalações imersivas dos artistas Arthur Jafa (Tupelo, EUA, 1960 – vive em Los Angeles), Rachel Rose (Nova York, 1986 – vive em Nova York) e Monica Bonvicini (Veneza, 1965 – vive em Berlim).

Créditos: Divulgação

Jafa, segundo o curador, compõe uma colagem épica em torno da visualidade da cultura afro-estadunidense. O artista tem no cinema a origem de sua prática, já tendo colaborado como diretor de fotografia com os cineastas Spike Lee e Stanley Kubrick. Em APEX, 2013, compara a sua obra a um projeto utópico, relacionado ao Monumento a Terceira Internacional, de Tatlin, que nunca foi construído. Rose, artista que participou da 32ª Bienal Internacional de São Paulo, em Palisades in Palisades (Palisades em Palisades), 2014, visita seguidamente o parque Palisades, em Nova Jersey, fundado no século 19, como locação para o seu vídeo, onde desvela diferentes aspectos de sua história geológica e social. Bonvicini cria uma dupla projeção coreografada que articula noções como gênero e nostalgia em Destroy She Said (Destruir, diz ela), 1998 cujo título se refere ao filme e ao livro homônimo da escritora francesa Marguerite Duras.

Em torno desses espaços, nas áreas de circulação, outras obras estabelecem novas relações entre si. “Dois registros de performance dos anos 1970, de Eleanor Antin (Nova York, 1935 – vive em San Diego) e Hannah Wilke (Nova York, 1940 – Houston, 1993), ambos tendo a face das artistas como palco para acontecimentos complexos, são apresentados de frente um para o outro, num jogo de espelhamento”, explica Moura. Em The King (O Rei), 1972, Antin, tendo o feminismo como a sua principal interlocução, busca uma possível identidade masculina ao se transvestir usando uma barba, enquanto Wilke, em Gestures (Gestos), 1974, ao manipular seu próprio rosto, o transforma em matéria escultórica.

Em outras duas salas, artistas investigam o potencial de suas próprias imagens como fonte para a criação de suas obras. Em Lovely Andrea, (Amável Andrea), 2007, de Hito Steyerl (Munique, 1966 – vive em Berlim), obra comissionada pela documenta 12, o que parecia um ensaio autobiográfico, torna-se pretexto para uma série de associações inesperadas e abruptas entre imagens, dados e referências. Assim como Rachel Rose, Steyerl também participou da 32ª Bienal de São Paulo. Já Ryan Gander (Chester, 1976 – vive em Londres e Sufflolk) em seu Portrait of a Colour-Blind Artist Obscured by Flowers (Retrato de um artista daltônico obscurecido por flores), 2016, esconde atrás de aparente simplicidade um complexo jogo conceitual com a história da arte, o que envolve deslocá-la e repensá-la a partir de uma perspectiva lúdica e cáustica.

Por sua vez, as obras de Ulay (Solingen, Alemanha, 1943 – vive em Amsterdã) There is a Criminal Touch to Art, (Há um toque criminoso na arte), 1975–76, e de Lutz Bacher (vive em Nova York) James Dean, 1986 / 2014, tratam, respectivamente, de quadros roubados e fotografias apropriadas, dando novas conotações para ícones da história da arte e da cultura de massa.

No sexto andar, o curador explica que as projeções de Douglas Gordon (Glascow, Escócia, 1966 – Vive em Berlim) New Colour Empire (Novo Empire Cor), 2006–2010, e de Cyprien Gaillard (Paris, 1980 – vive em Berlim e Nova York), KOE, 2015, são apresentadas numa espécie de díptico, fazendo referência à paisagem de arquiteturas corporativas do entorno do edifício e revisitando o papel narcísico das imagens na construção dos ícones urbanos. Finalmente o vídeo Büsi, 2001, da dupla suíça Fischli & Weiss (Fischli, 1952, Weiss, 1946, ambos nascidos em Zurique) encerra as obras do circuito expositivo.

Completam O Tempo Mata quatro exibições públicas no térreo (Praça). São apresentações comentadas por críticos e curadores de filmes assinados pelos norte-americanos Barbara Hammer, nascida na Califórnia em 1939, pioneira do cinema queer; Charles Atlas, que ao chegar a Nova York, em 1970, desenvolveu com Merce Cunningham nova linguagem em filmes de dança e performances; Dan Graham, notabilizado por obras marcantes em torno da função social da arquitetura; e Jack Smith, falecido em 1989, um dos pioneiros do cinema underground.

Como programação integrada à exposição, o Sesc Avenida Paulista também realizará o curso “História da Videoarte”, com o artista Luiz Roque, que terá início em abril, e, em maio, a diretora de cinema Fernanda Pessoa ministra curso prático “Arqueologia de Imagens”, sobre como construir narrativas visuais a partir de arquivos imagéticos.

SERVIÇO

O Tempo Mata – Imagem em movimento na Julia Stoschek Collection

Quando: de 21 de março a 16 de junho de 2019

Horário: das 10h às 21h30 (terça a sábado), permanência até 22h; e das 10h às 18h30 (domingos e feriados), permanência até às 19h.

Local: Arte I (5º e 6º Andar)

Quanto: Grátis – entrada livre. Para agendamentos de grupos enviar solicitação para o e-mail agendamento@avenidapaulista.sescsp.org.br

Classificação: Livre

SESC AVENIDA PAULISTA

Avenida Paulista, 119, Bela Vista, São Paulo

Fone: (11) 3170-0800

Transporte Público: Estação Brigadeiro do Metrô – 350m

Horário de funcionamento da unidade:

Terça a sábado, das 10h às 22h.

Domingos e feriados, das 10h às 19h.

Horário de funcionamento da bilheteria:

Terça a sábado, das 10h às 21h30.

Domingos e feriados, das 10h às 18h30.

Site: http://sescsp.org.br/avenidapaulista

App Sesc Avenida Paulista: disponível para download gratuito em celulares e tablets no endereço sescsp.org.br/avenidapaulista

Shopping recebe exposição fotográfica Cromossomo do Amor


Créditos: Divulgação


Durante o mês de março, o Shopping Metrópole irá receber a exposição fotográfica “Cromossomo do Amor”. O evento tem o objetivo de alertar as pessoas sobre a importância da inclusão de crianças com Síndrome de Down na sociedade, desmistificar preconceitos e conscientizar que todas as pessoas são únicas, independentes e merecem ser tratadas com igualdade.

Com aproximadamente 20 fotografias, a mostra exibirá imagens das crianças em cenários divertidos e figurinos temáticos. As fotos foram produzidas de maneira criativa e individual para mostrar e valorizar a beleza e o carisma de cada uma das crianças. A exposição foi idealizada pela fotógrafa Vanessa Luciana e a ideia surgiu após fotografar uma criança com Síndrome de Down em um projeto de uma escola de educação infantil.

Créditos: Divulgação

A exposição é gratuita e ficará disponível de 07 a 31 de março em comemoração ao Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado oficialmente em 21 de março.

SERVIÇO:

Exposição Cromossomo do Amor
Data: 07 a 31 de março
Horário: segunda a sábado das 10h às 22h e aos domingos e feriados das 12h às 20h.
Local: Shopping Metrópole – Praça Samuel Sabatini, nº 200 – Centro – São Bernardo do Campo
Mais informações:  http://www.shoppingmetropole.com.br/
Gratuito