Episódico e surpreendente, o espetáculo, que fez sua estreia no Rio de Janeiro em 17 de março, no Teatro Casa Grande, não remonta o grupo em cena de forma convencional, vai além: revela histórias curiosas por trás das músicas dos Los Hermanos que nunca antes foram contadas. “Eu conversei com o Amarante, por exemplo, e ele relembrou coisas do momento de composições, inspirações. São coisas que a gente não sabia. Então, só quem vier ao espetáculo… (risos). É uma peça para ser apreciada não só por fãs porque é um espetáculo teatral a partir de uma obra musical, uma grande obra musical”, diz Michel Melamed.
Assim, “Sentimental”, “Morena”, “Casa Pré-Fabricada”, “Veja Bem Meu Bem”, “A Flor” e “Conversa de Bota Batidas”, entre outras, ocupam o palco e dialogam com outras épocas e obras da cultura pop, apresentando desde o nascimento dessas canções até sua execução, passando por situações cotidianas e até inimagináveis.
“O que justifica o espetáculo é a obra deles rica, profunda, atemporal. Ela permite múltiplas interpretações. Um clássico, como Shakespeare, por exemplo, é remontado pois permite infinitas abordagens, tem diversas camadas. Por isso também o nosso espetáculo não se refere apenas a quatro caras do fim dos anos 90 do Rio. Pode estar no passado, no futuro, em outros lugares. E nosso elenco é assim, formado por todo tipo de gente maravilhosa: pretos, brancos, LGBTQIAP+… A obra deles está viva hoje, dialogando com o presente“, diz o autor e diretor.
Esse mosaico criado por Melamed funciona justamente sem tempo nem espaço, reunindo a poesia das letras da banda e também rock, comédia e drama. A montagem se desenrola em quatro grandes cubos brancos no palco. “Curiosamente, nos últimos projetos, quando sento para escrever, o cenário tem nascido junto, seja no teatro ou na TV. Comecei a trabalhar com as formas geométricas e então a ideia das molduras de Led com cada cor tendo um significado. Atrás dos cubos, totens com os mais diversos refletores. A luz é um objeto cênico, escultórico, não existe apenas para iluminar o ator, assim como acontece nos shows de música.”
Grande homenagem ao grupo Los Hermanos, o espetáculo exalta não só o cancioneiro do grupo, mas a legião de fãs que os cultuam até hoje. “Os Los Hermanos são importantes porque a obra deles é importante“, define Melamed.
O que levou Felipe Argollo e Paula Rollo a produzirem o musical foi um grande desejo de homenagear a banda e os fãs, uma montagem de fã para fã. “E para isso, alguns pilares foram necessários: um diretor e roteirista que adorasse tanto quanto nós a obra dos Los Hermanos, e que tivesse uma linguagem estética primorosa e soubesse colocar em cena a catarse que sentimos nos shows do Maracanã e do Anhembi. Diretores musicais que conhecessem a importante trajetória criativa de cada disco da banda e tudo o que os quatro álbuns revelam”, explicam os produtores.
“E, por fim, como dois produtores de teatro musical, queríamos levar ao palco um espetáculo que chegasse a todos os públicos, do fã da banda, ao fã do gênero musical, do fã de teatro, ao fã de música, até ao novo espectador, àquele que temos a honra de arrebatar com a arte! Consideramos que fomos felizes em todas as nossas bases de sustentação, pois ‘Los Hermanos – Musical Pré-Fabricado’ é divertido, inteligente, criativo, moderno, energético!”, concluem os idealizadores.
Serviço
Los Hermanos – Musical Pré-Fabricado
Teatro Liberdade: R. São Joaquim, 129, São Paulo
Quinta e Sexta, às 21h. Sábado, às 16h e às 21h. Domingo, às 19h.
13 de Maio a 25 de Junho.
Duração: 140 minutos (com intervalo de 15 minutos).
Classificação Indicativa: 14 anos (menores de 18 anos devem estar acompanhados dos pais ou responsáveis).
Ingressos: Balcão A e B (R$ 75), plateia (R$ 200) e plateia VIP (R$ 220).
https://bileto.sympla.com.br/event/80610/d/182204