HERÓIS, episódio “Música” da “Trilogia Solo” volta em únicas sessões online


Créditos: Vitor Vieira


Ele é um astro do rock no auge da fama. Está esgotado pelas demandas de ser um mito. Precisa apenas de um respiro. No caminho para mais um compromisso com sua banda, Ele se depara com uma formiga. Esse encontro inesperado provoca uma jornada interna. Nisso, resgata questões deixadas para trás na correria da vida. Exposto ao seu próprio cansaço nos bastidores, Ele se pergunta: “Por que eu levo esse tempo?”; “Em que momento eu crio? “; “Por que as pessoas admiram um artista? “; e “Vale a pena ser um herói? “.

Nesse mergulho, busca as razões mais íntimas para seguir em frente, rumo a um novo lugar. Escrito, encenado e com atuação de Paulo Azevedo, “HERÓIS” é inspirado livremente pelas músicas e vidas de David Bowie, Lou Reed e outros rock stars dos anos 60 e 70. A montagem parte dos mitos em torno do artista para abordar a relação com o tempo e os valores do mundo contemporâneo, além de revelar como somos todos um pouco heróis.

Espetáculo que estreou em versão online e ao vivo em novembro de 2020 e cumpriu curta temporada em fevereiro deste ano, volta em únicas sessões nos dias 23 e 24 de outubro. David Bowie foi a principal inspiração do personagem. Porém, outros astros do rock britânico e americano dos anos 60 e 70, como Lou Reed, Jim Morrison, Bob Dylan e The Rolling Stones, além do lendário fotógrafo Mick Rock, também estão entre as influências da montagem. Inclusive, referência a autores, como Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Samuel Beckett; e filmes como “SHOT! O Mantra Psico-Espiritual do Rock”, de Barney Clay; e “Encontros e Desencontros”, de Sofia Coppola, também estão presentes.

Créditos: Vitor Vieira

“Esse espetáculo fala sobre um individuo só (mesmo cercado de muitos), tomado de questões acumuladas ao longo de uma vida. Esse momento da vida, em que se abre uma fresta (como que estamos passando em escala mundial!), e podemos acompanhar os minutos de extrema potência em que tudo pode ser visto de “um novo lugar. Seguir, fazer, reinventar a própria vocação por meio de novas e antigas companhias”, comenta Paulo Azevedo.

A encenação se apropria do conceito de que o protagonista é o agente da cena. Acompanhamos o seu fluxo de pensamento no trânsito intenso entre os espaços de “fora” (realidade, o cotidiano) e o de “dentro” (o imaginário, o desejo, onde suas ideias e pensamentos se realizam com extrema liberdade). Como na performance, o jogo cênico é revelado a todo instante, temos um intérprete que, por vezes, canta, dubla ou apenas acompanha a tradução projetada em vídeo das canções e das rubricas (como uma ordem suprema para o performer, numa metáfora da presença do autor/diretor) – reflexões focadas no ser humano por trás do “artista/herói”. O desvelar dos bastidores de uma criação aponta para um relato formado por muitas vozes. Os limites entre o que é real e o que é imaginário enriquecem o essencial: compor uma obra cênica compartilhada “com” e construída “para” o espectador.

Mais que escrever uma peça teatral, o autor buscou criar algo como uma entrevista com um artista. Por isso, a audiência assume um papel: a de jornalistas em uma coletiva de imprensa com o astro do rock, criando um jogo entre a ator e o espectador.

A trilha sonora traz composições originais e releituras de clássicos do rock, criadas por Barulhista, a partir da seleção musical de Paulo Azevedo. As cenas foram pensadas como faixas de um álbum, com títulos e minutagem, na qual as letras das músicas pontuam determinados momentos da narrativa. Alguns dos títulos vieram de nomes de canções de rock stars que inspiraram a obra. “Atravesse para o outro lado”; “Onde Estamos Agora?”; e “Voltando à Vida” são alguns deles. As letras das canções são também dramaturgia. Foram escolhidas a dedo. Por isso, a tradução em português é projetada pra que a audiência possa solfejar em inglês. Para que ao mesmo tempo, possa senti-la em nossa jovem língua mãe.

A trilogia

A “Trilogia Solo” é idealizada, escrita e dirigida por Paulo Azevedo sobre a relação entre o teatro e outras áreas afins – a música (“HERÓIS”), as artes plásticas (“PASSE-PARTOUT”) e o rádio/masculinidades (“FORA DO (M)AR”). Compõe a cena como um reflexo do impacto das questões contemporâneas nos indivíduos com uma linguagem baseada na confluência do teatro com a música, a literatura, as artes plásticas, o audiovisual e o rádio. Em comum, personagens que tornam o espectador cúmplice da própria condição universal do ser humano de estar em constante adaptação e vulnerabilidade diante das transformações da sociedade. Além disso, trazem um olhar aguçado e poético sobre o cotidiano, as contradições do ser urbano e seus conflitos, sem perder de vista um humor refinado e a poesia.

O caminho de Heróis até aqui

“HERÓIS” marcou o início do coletivo, fundado em 2014 por Paulo Azevedo e baseado em São Paulo, com a colaboração de antigos parceiros de diversos estados brasileiros. A primeira versão do texto escrito em 2014 tinha o título “HERÓIS: UMA PAUSA PARA DAVID”.

Créditos: Vitor Vieira

Foi contemplada com o 1º lugar no Prêmio Funarte Myrian Muniz e cumpriu estreia e temporadas no SESC Palladium (2015) e CCBB BH (2016), sendo interpretada pela atriz Samira Ávila. Reestreia em novembro de 2020, em versão online e ao vivo, com o diretor e autor Paulo Azevedo como intérprete, voltando em curta temporada em 2021 por meio do edital PROAC EXPRESSO LAN No 36/2020 – Produção de Teatro (PJ) – Estado de São Paulo.

Serviço:

Duração aproximada: 55 minutos

Classificação etária recomendada: 12 anos

Gênero e modalidade: Drama cômico

Link para acessar ingresso:

https://www.sympla.com.br/suacompanhia

Valor: R$ 10 a R$ 50

Únicas sessões online: dias 23 e 24 de outubro, sábado, às 20h (seguida de bate papo); e domingo, às 19h

Alee Jatobá retorna aos palcos no espetáculo “Resto do Mundo”


Créditos: Divulgação


Alee Jatobá , faz parte grupo teatral Pareidolia, que ao constatar que no Brasil, mais de 221 mil pessoas atualmente vivem em situação de rua e esses números não param de aumentar e essa população marginalizada tem muita história para contar, se ao menos fossem ouvidos, decidiram dar voz à essas pessoas.

O espetáculo “Resto do Mundo”, buscando trazer essa voz muitas vezes silenciada, serão a revolta de nove pessoas em situação de rua contra os seus exploradores. Uma delas será do “Marcão” interpretado por Alee Jatobá na sessão que acontecerá no  próximo sábado ( 16). O drama ainda apresenta as várias facetas e história pessoais das personagens que são desenroladas pelo movimento. Realizada pela Escola Tearte, o espetáculo promete deixar o público com um nó no pescoço e angústia no olhar. Com direção de Renan Ragazzi, o espetáculo é recomendado para maiores de 14 anos.

Alee Jatobá, adolescente de 17 anos,  é ator, gamer e criador de conteúdo. Paulistano da Zona Leste, com orgulho! Com seu tom bem humorado, está crescendo rapidamente e vem ganhando espaço no Instagram, TikTok YouTube. Nestas plataformas já soma mais de 200 mil seguidores e em breve lançará o primeiro podcast de teen para teens.

Serviço

Resto do Mundo – Escola Tearte
Quando: 15/10/2021 e 16/10/2021
Horário: Às 20h30
Local: Teatro Eva Wilma
Rua Antônio de Lucena, 146

Ingressos disponíveis no site: Bilheteria Express 

Com Rosi Campos, Mel Lisboa e grande elenco, ‘Ladainha para Defunto Morto’ realiza temporada online


Créditos: Divulgação


Ladainha para um defunto morto, é um texto que proporciona várias possibilidades criativas para toda a equipe, por conta da verdade que existe na peça. Um campo muito fértil para plantarmos e colhermos ideias.

O autor, Maciel Silva nos conta que “a ideia de escrever a peça surgiu de um pleonasmo, uma vez escutei alguém falando: fui visitar o defunto morto. Achei isso tão curioso e comecei a pesquisar historias ligadas a defuntos, lendas, mistérios e situações ocorridas no Nordeste.

A minha mãe sempre me contava histórias, ela foi a minha grande inspiração”. Maciel completa “eu anotava tudo o que ela me falava e sabia que algum dia iria usar, seja em alguma peça, um conto ou em um livro, como já aconteceu antes”.

Com direção de Fernando Neves, a história se passa no sertão nordestino durante o velório de um homem que está sendo velado pela família na casa de sua mãe (Rosi Campos) que não aceita o enterro até receber a visita do padre (Fernando Paz). E lá se vão rezas e mais rezas, a noite vai passando e nada da visita tão esperada. A irmã (Cynthia Falabela) e a recente viúva (Mel Lisboa) do homem velado começam a questionar a insistência da mãe em receber a visita religiosa. E qual seria o motivo do padre não visitar aquele defunto? Após algumas horas uma visita aparece e os segredos de todo esse mistério começam a ser revelados. Entre acusações, choro, ladainhas e morte, o enredo, por meio das personagens contadoras de história, se desenvolve nesta comédia dramática.

Maciel escreveu a peça para ser dirigida por Fernando Neves: “o texto fala de um universo que não faz parte da minha vivência, no sentido de ter nascido no local onde tudo se passa, mas é um Brasil sendo Brasil, dentro da sua grandiosidade. Por isso mesmo, observei universos, camadas de sentimentos, costumes, situações cômicas e dramáticas, tudo misturado com muita verdade, assim como a vida”, afirma o diretor

Em “Ladainha para um defunto morto”, praticamente 80% das histórias são causos contados pela mãe do autor do Nordeste dos anos 50 e 60, de um Brasil profundo, da região do agreste. São causos que ninguém sabe se de fato são verídicos ou não, mas que valem muito a pena serem conferidos

Serviço

Ladainha para um defunto morto

70 minutos

Recomendação: 14 anos

Temporada do dia 13/10 ao dia 04/11

De quarta à sábado às 21h

Online e gratuito

Link: youtube.com/emcenaproducoes

‘Gato Andorinha – Um Musical em Retalhos’ reestreia em curta temporada


Créditos: Emerson Jambelli / Isabella Cardoso


A Actuare Produções, com sede em Campinas, traz ao público brasileiro a montagem infanto-juvenil e inédita do Gato Andorinha – Um Musical em Retalhos, com direção geral de Alexandre Biondi, texto original de Biondi adaptação da obra de Jorge Amado e músicas de Raphael Silva, volta para São Paulo no mês de outubro.

Gato Andorinha – Um Musical em Retalhos é uma adaptação do icônico livro de Jorge Amado ‘O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá’. O musical manterá a história central do Gato Malhado e da Andorinha Sinhá, e as nuances para se manter um relacionamento amoroso.

Ao longo das estações do ano, partindo da Primavera nasce e se desenvolve um amor puro e sem barreiras para os amantes, mas sofrido pelos preconceitos, não somente pela distância entre as espécies, como também pela má fama do Gato Malhado, que quase todos do Parque diziam ser responsável por inúmeros crimes não solucionados.

Créditos: Emerson Jambelli / Isabella Cardoso

A Primavera compõe um terço do espetáculo e descrevem o início do romance e como os animais do Parque viam essa relação. Já o verão é curtíssimo, e tem uma razão clara descrita: “Verão dura pouco, assim como a felicidade dos amantes”. O outono é uma análise feita pelo próprio Gato Malhado sobre os últimos acontecimentos no qual ele escreve uma música. Dá-se o início da queda do romance com o encontro da Andorinha Sinhá e o Gato Malhado, na qual ela jura nunca mais o ver.

O inverno é curto e conta o casamento da Andorinha Sinhá com o Rouxinol que por fim acabou não acontecendo. Os últimos relatos são o fim do Gato Malhado e da Andorinha Sinhá que tomaram a direção dos estreitos caminhos que conduzem à encruzilhada do mundo, a última lágrima derramada pela Andorinha Sinhá por abandonar o seu lar. A moral desta história é que o mundo só vai avançar e ser melhor quando as pessoas aceitarem as suas diferenças, sejam elas raciais, sociais, educativas…

Créditos: Emerson Jambelli / Isabella Cardoso

Livre adaptação da obra de Jorge Amado, a história do amor impossível entre um gato de rua e uma linda e amigável andorinha resgata a tradição dos contadores de histórias. Como únicos elementos cênicos, os atores assumem personagens e narração, num jogo teatral lúdico e recheado de canções que mescla humor e lirismo para contar uma fábula de amor e (in)tolerância às diferenças, para crianças e jovens de todas as idades.

SERVIÇO

GATO ANDORINHA – UM MUSICAL EM RETALHOS
De 03 a 31 de outubro de 2021
Domingos às 15h
Teatro Raposo – Sala Irene Ravache
Rod. Raposo Tavares, Km 14,5 – Jd. Boa Vista – São Paulo
Fone: (11) 3732-9006
Vendas pelo Site: www.ingressoparatodos.com.br
Classificação etária: livre (indicado para maiores de 2 anos)
Duração: 70 minutos
Gênero – Musical Infantil

Comédia romântica ” A Noite dos Inocentes” chega aos palcos de São Paulo


Créditos: Divulgação


Romance, humor e drama são os ingredientes do novo espetáculo, “A noite dos inocentes”, de Rodrigo Murat, que estreia no dia 2 de outubro no Teatro West Plaza, em São Paulo. Originalmente, a peça foi escrita para ser encenada num apartamento. “Toda a trama gira em torno de um apartamento, que serve como metáfora de ‘ninho de amor’ para dois casais que nele habitam. Um, no passado da ação; outro, no segundo ato da mesma. O maior atrativo é a trama-espelho, causando identificação imediata com o público por sua transparência temática”, conta o autor. No palco, os atores David Mascheti, Lucas Mantellato e Murilo Cunha vivem um triângulo cheio de surpresas e revelações. A direção é assinada por Rogério Fabiano. A produção ficará em cartaz até dezembro, sempre aos sábados. Sendo que no mês de outubro, a sessão será às 19h; já de 6 novembro a 16 de dezembro, às 21h30.

Segundo o diretor, o texto vai além de entreter, pois trata de sentimentos. “É muito bom dirigir um texto brasileiro, contemporâneo, que fala de amor com tanta verdade. O mundo está carente de bons sentimentos e nosso espetáculo tem muito a passar. Com o seu texto tão singelo e tocante, Rodrigo Murat consegue nos embalar”, diz Rogério Fabiano, com mais de 40 anos de carreira no teatro e na telinha. Atualmente, ele pode ser visto no ar, na pele do malvado Leandro, na reprise da novela “Prova de amor”, sucesso da TV Record.

A história se passa em um apartamento. Num primeiro momento, o proprietário vai ao imóvel, emprestado para o seu ex, com a intenção de removê-lo, acompanhado do novo inquilino. Resta a dúvida: o proprietário e o inquilino já são um casal ou, a partir desse dia, engataram um relacionamento? Três meses depois, o morador despejado, que é escritor, volta ao apartamento onde estão morando o proprietário e o inquilino e força os dois a lerem uma cena teatral que escreveu, a fim de viver um triângulo amoroso.

Créditos: Divulgação

Como Rodolfo, o ator David Mascheti faz a sua estreia nos palcos. “Esse é o meu primeiro trabalho atuando. Rodolfo é um jovem que decide morar na capital de São Paulo para poder fazer faculdade de Direito. Muito atlético e extrovertido, ele gosta muito de se reinventar e não tem medo do novo. Corajoso e muito dedicado em tudo que faz, adora fazer novos contatos com novas pessoas”, descreve ele.

Murilo Cunha vive o engraçado escritor Caio. “Desde pequeno, ele viu a escrita como uma companhia devido aos poucos amigos. Infelizmente, ele nunca conseguiu um grande feito na profissão e no amor também não teve sucesso. Ele é capricorniano arraigado, cria raiz e só muda através de ameaças. Acredito que o público vai se identificar com ele na questão da dificuldade em seguir em frente após o término de uma relação”, aposta ele que, em 2019, esteve em cartaz com os espetáculos “Sonho de uma noite de verão” e “Viva sem medo de suas fantasias sexuais”.

E Lucas Mantellato vive Nando. “Ele está passando por uma mudança em sua vida. Ele está em um novo relacionamento (com Rodolfo), porém ainda atrelado ao seu antigo namorado (Caio), que ainda mora em seu apartamento. E por ter um certo carinho por Caio, deixou que ele passasse um tempo em seu apartamento, porém, agora, ele está com planos de se mudar para lá com seu novo namorado. Dedicado e trabalhador, ele quer uma vida simples, porém cheia de amor, sendo, de certa forma, uma pessoa que acolhe seu par e o ajuda, sendo ele o Caio ou, até mesmo, o Rodolfo”, conta.

Serviço:

A noite dos inocentes
Estreia dia 2 de outubro
Temporada até 16 de dezembro
Teatro West Plaza- Av. Francisco Matarazzo s/n°, Água Branca, São Paulo – (11) 3384-8045
De 2 a 30 outubro, aos sábados, às 19h
De 6 de novembro a 16 de dezembro, aos sábados, às 21h30
Ingresso: R$ 70
Duração: 50 min
Classificação: 14 anos

‘Apareceu a Margarida’ ganha versão estrelada por Wilson de Santos


Créditos: Divulgação


Dona Margarida está fazendo 50 anos. E na trilha dos festejos da obra de Roberto Athayde, um dos textos brasileiros mais encenados no mundo, o ator Wilson de Santos dá vida à personagem cinquentenária com uma nova montagem de Apareceu a Margarida, onde oferece sua visão irônica e bem humorada ao icônico “monólogo tragicômico para uma mulher impetuosa”. Com direção de Elias Andreato, a peça estreia no dia 02 de outubro no Teatro Renaissance, em São Paulo, numa temporada que se estende até 18 de dezembro, sempre aos sábados, às 19 h.

Essa é a primeira vez que Wilson e Elias trabalham juntos, e a dupla resolveu começar a parceria exatamente com Apareceu a Margarida, levando ao palco o desafio de criar uma nova versão dessa professora de personalidade tão autoritária quanto surpreendente. Em uma viagem vertiginosa de raciocínio, Dona Margarida expõe sua visão do mundo em um diálogo direto e desbocado com a plateia, que se transforma em sua classe de alunos insubordinados. Nessa “aula” incomum, temas como autoritarismo, sexo e educação são misturados e transformados num fluxo de ideias inusitado, criando uma metáfora sobre as consequências dos abusos de poder em uma sociedade inculta e passiva.

Tudo isso feito a partir do filtro do humor, um dos traços em comum nos trabalhos do ator Wilson de Santos e do diretor Elias Andreato. Assim, o autoritarismo desproporcional da professora, suas memórias pessoais e a abordagem incomum dos assuntos que ela traz à tona são usados para levar o ator a fazer aquilo que ele sabe criar como poucos: uma cumplicidade direta – e sempre hilária – com o público. Foi assim com a Irmã Maria José em “A Noviça Mais Rebelde” e com as mulheres de “Brincando em cima daquilo”, só para citar montagens recentes onde a quarta parede veio abaixo com a presença do ator em cena.

Dessa vez, a figura complexa e contraditória de Dona Margarida é que ganhará voz a partir do que Wilson e Elias propõem como jogo de cena. Um jogo, aliás, que teve suas primeiras regras estabelecidas em 1971, quando Roberto Athayde escreveu Apareceu a Margarida com apenas 21 anos de idade. A peça ganharia visibilidade dois anos mais tarde na estreia protagonizada por Marília Pêra e dirigida por Aderbal Freire-Filho, no Rio de Janeiro. O sucesso estrondoso do espetáculo desencadeou produções em vários países, superando a marca de 300 montagens ao redor do mundo – cerca de 60 delas produzidas na França ao longo de mais de 40 anos em cartaz, enquanto nos Estados Unidos o espetáculo passou de Off-Broadway para a Broadway, devido ao grande sucesso.

Somente durante a pandemia da Covid-19, o autor cedeu sete autorizações de montagens para artistas da Argentina, Suécia e Inglaterra, por exemplo. A estreia no dia 02 de outubro no Teatro Renaissance chega para reforçar o fôlego e atualidade do texto de Roberto Athayde no ano em que ele completa 50 anos de criação, mas também para ressignificar as palavras de Dona Margarida num Brasil que, entre memes, CPIs e fakenews, vem tentando manter o humor enquanto tenta estabelecer novas narrativas de poder.

As apresentações são realizadas com recursos da lei de auxílio emergencial Aldir Blanc, Ministério do Turismo, Secretaria Especial de Cultura e Governo de São Paulo por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

Serviço

APARECEU A MARGARIDA

Estreia: 02 de outubro

Teatro Renaissance

Al. Santos 2233

Sábados – 19h

Ingresso: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)

Duração: 75 minutos / Recomendação etária: 14 anos

Vendas on Line:  Sympla

Temporada: até 18/12/2021