Produção do grupo Luz e Ribalta que estreou em 1998, o espetáculo A Sopa de Pedra foi selecionado no 38º Edital ProAC Expresso LAB (Lei Aldir Blanc), para uma temporada gratuita online, que acontece de 27 de março a 16 de abril pelo Youtube.
A peça foi gravada especialmente para esta temporada durante a pandemia, 23 anos depois de sua estreia oficial.
Com direção original de Antônio de Andrade (1944-2004), a direção artística é do próprio elenco, formado pelos atores Luiz Amorim, Níveo Diegues e Theodora Ribeiro, além da participação dos músicos Renato Commi e Erick Chica, que executam ao vivo as músicas especialmente compostas por Renato Commi e Gésio Amadeu.
Uma das mais bem sucedidas produções do teatro para a infância e juventude, A Sopa de Pedra, estreou em 1998, no Teatro Sergio Cardoso, iniciando uma longa carreira com sucesso de público, crítica e os principais prêmios do Teatro para a Infância e Juventude, os prêmios Mambembe e APETESP, (Associação dos Produtores de Teatro de São Paulo).
Em 2010, participou como do FestCaribe, em Santa Marta, na Colômbia.
Premiada com o Projeto Petrobras Distribuidora de Cultura, 2011/2012, o espetáculo percorreu o Brasil de Norte a Sul, apresentando-se para crianças indígenas, populações ribeirinhas, quilombolas, além de apresentações em periferias, barracões, espaços culturais, escolas, teatros, SESC, indo de Altamira, no Pará, até Bajé, no Rio Grande do Sul.
As apresentações são gratuitas e acompanhadas de tradução em libras, para atender os deficientes auditivos e com a audiodescrição, para os deficientes visuais e intelectuais, permitindo assim, a inclusão das pessoas com necessidades especiais, tanto crianças quanto o público adulto.
“É preciso gritar. Como artista, é obrigação gritar. O grito foi dado ao homem; é uma forma de defesa como outra qualquer“, explica o ator Chico Diaz sobre o motivo para voltar a encenar a peça “A lua vem da Ásia“, que ele mesmo adaptou do romance homônimo do escritor mineiro Walter Campos de Carvalho (1926-1998). O espetáculo – que teve sua primeira montagem em 2011 – volta em versão mais leve, mais bem-humorada e concisa no dia 28 de março, com transmissão on-line diretamente do Teatro PetraGold, com acessos vendidos a R$ 20. As sessões aos domingos, às 18h, e a temporada vai até 18 de abril.
A obra surrealista, carregada de humor ácido, levanta questões sobre os limites do poder, das hierarquias e o lugar de cada cidadão na sociedade. “Tudo a ver com o momento que estamos vivendo“, justifica Chico Diaz, que vem aproveitando a pandemia para mergulhar dentro de si mesmo, estudar e preparar um documental que tem a ver com esse espetáculo. É o “Diário dentro da noite“, filmado durante o confinamento ano passado.
Procurando perspectivas, pontos de fuga, por meio da memória, do imaginário e dos afetos, Chico Diaz usa a arte para provocar reflexões e ações. Afinal de contas, o texto fala sobre lucidez e loucura, prisão e liberdade. Para o ator, esta nova versão é mais afiada no diagnóstico dos tempos e se encaixa melhor no atual momento. Ele aproveita a temporada carioca para amadurecer e azeitar a nova montagem que vai levar para Portugal, em julho, para apresentar no Festival de Almada, organizado pela Câmara Municipal de Almada.
Em breve, Chico Diaz também poderá ser visto na produção da HBO norte-americana com direção de Bruno Barreto, “American Guest“, interpretando Marechal Rondon durante uma visita do presidente Theodore Roosevelt, dos Estados Unidos, à Amazônia. Aliás, vem muito mais por aí… Chico Diaz está em vários filmes ainda a serem lançados: “O homem onça”, de Vinicius Reis; Vermelho Monet”, de Halder Gomes; “O ano da morte de Ricardo Reis”, de João Botelho; e “A casa do girassol vermelho”, de Eder Santos.
Serviço
“A lua vem da Ásia”
De 28 de março a 18 de abril
Sessões aos domingos, 18h
Diretamente do Teatro PetraGold – Rua Conde de Bernadote, 26, Leblon / RJ
Ingressos para transmissão ao vivo e on-line a partir de R$ 20
Um dos textos mais conhecidos do Teatro ocidental, “Um Inimigo do Povo” do norueguês Henrik Ibsen ganha uma adaptação em formato online pelas mãos da Penélope Cia de Teatro, contemplada pelo ProAC LAB (Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc). O espetáculo estreia no dia 1º de abril em adaptação do dramaturgo Alexandre Krug, com o nome de “Inimigos (e o Povo?)“.
Depois de realizar duas montagens itinerantes em espaços alternativos, baseadas na pesquisa de narratividades, atuação performativa e relação direta com o espectador (“Sem Palavras”, a partir de Mia Couto, e “…Entre Esperas…”, peça de rua sobre o Tempo), o grupo se volta agora, em tempos de pandemia e distanciamento, para um clássico do drama tradicional, colocando-o em relação direta com nosso contexto atual.
A peça se passa em uma grande assembleia virtual online em que os habitantes precisam decidir o que fazer a respeito de uma grave denúncia sobre a situação sanitária da comunidade. Apoiar o Dr. Estevão, que afirma que as águas estão envenenadas ou confiar no seu irmão Pedro, o prefeito, que garante que está tudo sob controle e que a cidade pode ter sua economia arruinada pelo alarmismo? A população da cidade quer dar sua opinião e participar da decisão, mas tem dificuldade de ponderar entre os seus pensamentos e seus interesses, as informações vindas da mídia, as relações sociais e as políticas virtualizadas, em uma parábola dos dias atuais
Para essa montagem virtual o diretor Alexandre Krug equilibrou o destaque entre os personagens centrais da obra (Médico, Prefeito, Imprensa) e a participação da população, conferindo um protagonismo maior aos cidadãos, numa alusão direta ao público, fomentando assim a discussão sobre a não isenção de cada indivíduo frente ao conflito coletivo. Apesar de meio virtual online, a linguagem da peça continua centrada no trabalho do ator, em sintonia com dramaturgia.
Da obra original, o recorte recai sobre a cena da Assembleia, onde o problema central é discutido e conduzido frente ao povo de maneira tendenciosa, transformando-a numa espécie de “tribunal”, onde o povo é juiz e no fundo também réu, compartilhando com os “protagonistas” a responsabilidade sobre os acontecimentos.
Vislumbra-se a possibilidade de uma democracia participativa, como solução para uma representatividade que já não dá conta do real, mas em vez de um democrático “ajuste coletivo para resolução de um problema”, este “julgamento” acaba, como distorção de democracia, em condenação e vingança sobre quem destoa do discurso reinante.
As contradições de discurso e mudanças de posicionamento segundo interesses, a confusão e o ruído na comunicação mediada por redes, a banalização e distorção do conceito de “cidadania”, vão contaminando a discussão sobre o bem comum, conduzindo a uma situação volátil, polarizada, ressentida e irrefletida, onde a tônica é invalidar as ideias do outro para benefício próprio, sem avaliar as possíveis consequências para si e o coletivo. No auge, incapaz de se comunicar, desata-se a soberba e o elitismo do cientista protagonista sobre o povo que ele supostamente queria ajudar.
Com cenários e figurinos criados por cada ator em sua residência ou local de trabalho, a grande Assembleia virtual dará conta de uma multiplicidade de tipos e ambientes, um microcosmo da sociedade com suas classes e categorias. Cenas em flashback, como perturbações encravadas na ordem vigente, conferem variações de tempo e espaço que contribuem para o acirramento final de um desenlace absurdo e inesperado.
Aqui no Brasil, “Um Inimigo do Povo” teve diversas montagens importantes como as de 1969 com direção de Fernando Torres com Beatriz Segall e Cláudio Correa e Castro no elenco e de 1997 dirigida por Domingos de Oliveira com Paulo Betti e Antônio Grassi no elenco.
Para comemorar os 500 anos de Leonardo da Vinci, a estreia do novo projeto d’A Peste – Cia Urbana de Teatro, junto a Em Cena produções, acontece, gratuitamente, de 26 de março a 4 de abril e convida as crianças e suas famílias a conhecerem uma das mil facetas deste gênio da humanidade: a escrita.
Para este espetáculo a companhia escolheu três fábulas do autor: “O Papel e a Tinta“, “A Navalha” e “A Rede“. O elenco é composto pelos atores Paulo Arapuá (Michelangelo), Ricardo Moraes (Raphael) e Sol Leão (Gioconda).
A partir das fábulas, Leonardo da Vinci – ecologista, humanista, vegano, lutou pela preservação dos rios a animais na sua época – contava aos populares do seu tempo sobre a preservação da natureza e apontava valores essenciais para boa convivência entre os humanos. “Durante nosso processo criativo construímos uma dramaturgia que colaborasse com esse espírito, com o objetivo de acender nas crianças e adultos o amor pela arte, pelos artistas e pela defesa da natureza“, comenta a diretora Pamela Duncan.
“Estamos celebrando 500 anos, mas sua obra permanece viva e atual. O grupo decidiu homenagear este brilhante criador e ativista atemporal por achar que os tempos se repetem e precisamos conversar sobre nobres valores de convivência que são a base da preservação de uma sociedade“, conta a diretora.
Serviço 26 de março a 4 de abril Sextas, sábados e domingos, às 16h Duração: 55 minutos Grátis
“Não Se Mate” é o espetáculo que apresenta o ator, diretor e produtor Giovani Tozi na dramaturgia. O titulo faz referência ao poema homônimo de Carlos Drummond de Andrade, lançado em 1962, como parte da “Antologia Poética”, organizada pelo próprio autor. Além de “Não Se Mate”, poemas emblemáticos de Drummond costuram a história, entre eles: “Poema das Sete faces”, “E agora José” e “Uma Pedra”.
Com interpretação de Leonardo Miggiorin, participação especial de Luiz Damasceno, design de luz de Cesar Pivetti e figurino de Fábio Namatame, a peça fará temporada online de 26 de março a 4 de abril, de sexta a domingo, às 20h, com transmissão gratuita pela Sympla. São 70 minutos de duração.
Drummond é um dos mais importantes autores brasileiros e um dos grandes colaboradores para a vanguarda modernista que revolucionou a literatura no Brasil. A semana de Arte Moderna, que completa 100 anos em 2022, foi um marco simbólico para repensar as estruturas dominantes entre os autores nacionais. Seguindo esse lugar de experimentação, Drummond evidenciou seu brilhantismo pela fluência de suas palavras, que conseguem transitar entre frases elaboradas e versos livres, sem deixar de ser popular e elegante. A profundidade alcançada pelo autor é notável, Drummond agregou aspectos existencialistas aos seus poemas, refletindo sobre os avanços tecnológicos e suas implicações como a guerra e a bomba atômica.
Essa fluência entre o erudito e o popular é o primeiro desafio de Leonardo Miggiorin, que busca equilibrar a freqüência dos poemas de Drummond à dramaturgia de Tozi. O autor conta que os poemas foram sendo incorporados ao texto de forma muito natural. “Tentei fazer com o que a minha vontade pessoal não se sobressaísse ao que a obra me pedia. Dessa forma, procurei escutar o personagem e, mesmo sendo muito fã dos poemas de Drummond, me contive ao que era necessário na história.”
Na história, Leonardo Miggirion interpreta Carlos, um artista plástico que vive um momento complexo de perdas. Essas ausências afetam diretamente o seu equilíbrio emocional. Mesmo partindo de um tom humorado, onde o personagem ainda consegue rir de si próprio, o texto propõe um mergulho psicológico, amparado pelos poemas e pela noção de autonomia proposta pelo existencialismo, onde o ser humano é diretamente responsável pelas perdas que coleciona.
A abordagem psicológica do texto ganha força no entendimento e na intimidade de Miggiorin com o tema, que é formado em psicologia. O ator, que já fez atendimento em consultório clinico, aproveitou o tempo disponibilizado pela pandemia para iniciar uma pós graduação (online) em psicodrama. Sobre esse interesse o ator comenta: “Sempre quis estudar psicologia antes mesmo de pensar em ser ator. Mas a carreira na atuação surgiu de surpresa e deu certo, então aproveitei ao máximo, pois é algo que amo e me realiza muito. Neste momento da minha vida, a psicologia está a serviço da arte.”
SERVIÇO
Temporada online: de 26 de março a 4 de abril de 2021 | sexta a domingo 20h
O Circo de Teatro Tubinho, tradicional referência do circo-teatro brasileiro, mais uma vez, segura as pontas da lona com firmeza (e singeleza) para o espetáculo acontecer, mesmo em tempos difíceis de pandemia. A temporada 2021 na cidade de São Paulo, idealizada para ser presencial, mergulha no universo on-line, de 12 de março a 7 de abril, e traz uma série de 12 espetáculos-lives, gratuitos e ao vivo, pelo canal do YouTube e página do Facebook da trupe. Cada atração será reprisada uma vez, totalizando, dessa forma, uma agenda recheada de 24 exibições. As apresentações serão sextas e sábados, às 20h, e domingo, às 16h (espetáculo infantil). Reprises dos espetáculos da semana às segundas, terças e quartas, às 10h.
A programação acontece no período de datas importantes: Dia Mundial do Teatro, Dia do Circo (ambas no dia 27/03) e do ano em que o Circo Teatro Tubinho completa 20 anos. A comemoração será no encerramento da temporada, em 07 de abril, com um bate-papo especial em formato virtual, pelas redes sociais do Centro de Memória do Circo.
O extenso repertório da trupe é composto tanto por peças tradicionais, levadas à cena nos circos brasileiros desde o início do século XX, quanto por adaptações e textos escritos pelo próprio Pereira França Neto, o palhaço Tubinho, além de outros autores contemporâneos, imersos também nesta tradição circense.
Neste projeto, realizado com apoio do Edital de Fomento ao Circo – Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, o público poderá conferir clássicos da companhia, como as comédias “Tubinho, o médico à força”, “Tubinho, o capitão da Tropa de Elite”, o infantil “Pinocchio – o boneco que queria ser gente”, o drama “O Céu uniu dois corações”, entre outros que despertam o lúdico e a poesia.
“Com este formato, o público em casa terá uma experiência análoga a que possibilitamos em nossa lona: a cada dia um espetáculo diferente para assistir”, salienta Tubinho, citando, ainda, a possibilidade do fomento às novas plateias por meio de um “plano de ação continuada, que não se restringe a um evento, mas sim, propõe a apresentação de uma temporada de espetáculos teatrais, que fazem parte um repertório tradicional diverso”.
Atualmente, o Circo de Teatro Tubinho é uma das raras companhias que continuam nas estradas brasileiras – talvez a única companhia de “família tradicional”, de lona e de circo-teatro a itinerar ininterruptamente pelo estado de São Paulo há 20 anos. É composta hoje por aproximadamente 40 artistas.
“Antes da pandemia, o coletivo levava à cena, todas as noites, um espetáculo diferente para cerca de 400, 500 pessoas. Desde março de 2020 estamos sem trabalhar na lona e a arrecadação por bilheteria, que nos mantém em atividade, está suspensa”, destaca o artista Pereira França Neto, o Palhaço Tubinho.
Uma história para manter viva a tradição do circo-teatro brasileiro O Circo de Teatro Tubinho é um circo diferente e faz parte de uma tradição muito popular das décadas de 20 à 70, mas que está praticamente extinta nos dias de hoje. Sai de cena a referência de circo com apresentações de malabares, trapézio, acrobacias e globo da morte e entra em cena o circo itinerante de lona, que apresenta um espetáculo teatral diferente a cada noite.
Completando 20 anos de estrada, o Circo de Teatro Tubinho é uma das poucas companhias no país que continua sendo responsável por levar a arte circense e teatral a locais que não estão na rota das companhias convencionais, apresentando todas as noites, um espetáculo diferente de um repertório de mais de cem peças.
Nesses 20 anos, o empreendimento cresceu em tamanho, abrangência e mérito artístico. Tanto que a família Tubinho conquistou inúmeros admiradores e fãs nas cidades pelas quais passou. O reconhecimento da companhia junto ao público foi confirmado com o recebimento do Prêmio Governador do Estado de São Paulo, na Categoria Circo, por votação popular, para Pereira França Neto (Palhaço tubinho), em 2011, e para o Circo Teatro Tubinho, em 2017.
Ao longo dos anos, o Circo de Teatro Tubinho transitou entre os mais diversos meios de comunicação e empreendimentos, de modo que Tubinho lançou CD, livro de piadas, ganhou seu próprio boneco e uma série de histórias em quadrinhos, estrelou um programa semanal na televisão e chegou aos cinemas por meio da produção independente Tubinho, o filme.
Circo de Teatro Tubinho Temporada on-line de espetáculos
Quando? De 12.03 a 07.04 Sextas e sábados, às 20h, e domingo, às 16h (espetáculo infantil). Reprises dos espetáculos da semana às segundas, terças e quartas, às 10h Obs: 07.03 às 16h: Evento comemorativo em parceria com o Centro de Memória do Circo – “Circo de Teatro Tubinho: 20 anos”
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