Resenha: Perfume de Mulher


Créditos: Dalton Valerio


Quem conhece pelo menos um pouco de cinema, já deve ter visto ou até se emocionado pela história de Fausto em Perfume de Mulher. O clássico de 1992 foi responsável, inclusive, pelo primeiro Oscar do ator Al Pacino. Agora, a trama baseada na novela de Giovanni Arpino e Dino Risi ganha a sua primeira versão mundial para os teatros e uma adaptação brasileira!

A peça se passa em Turin, cidade italiana, e conta a história de Fausto, um sedutor e amargurado ex-militar que ficou cego em um acidente. Morando com a tia, ele resolve por um anúncio de jornal em busca de um cuidador que lhe fizesse companhia em uma pequena viagem pelas cidades de Gênova, Roma e Nápoles.

Créditos: Dalton Valerio

Entre os candidatos, encontra Giuseppe, um simpático e jovem universitário. O primeiro contato é entranho, mas Ciccio – como Fausto decide chamar o rapaz – é contratado e os dois logo iniciam a viagem de trem. Porém, o que Ciccio demora a descobrir é que logo após o fim da viagem Fausto pretende cometer suicídio. Mas os dias regrados a bebidas, hotéis luxuosos e aventuras prometem uma reviravolta que mudará a vida de ambos.

Além de comprar os direitos da peça, Silvio Guindane também dá a vida ao protagonista. Com um trabalho corporal impecável, o ator consegue transmitir todos os sentimentos conturbados de seu personagem.

É realmente impressionante e com certeza um dos melhores trabalhos de Silvio. Suas conversas com Eduardo Melo, que interpreta Ciccio, arranca muitas gargalhadas do público e é prazeroso acompanhar o desenvolvimento da amizade dos dois.

Créditos: Dalton Valerio

O ator Saulo Rodrigues interpreta o padre, primo de Fausto. É através desse encontro que o público conhece os detalhes de como aconteceu o acidente que deixou Fausto cego. Já em outra cena, Saulo aparece como a divertida prostituta Marilyn.

O elenco é completado por Gabriela Duarte, que vive Sara, o grande amor do ex-militar. Única mulher no elenco, Gabriela traz uma sensibilidade e também uma força intensa para a história. A atriz também interpreta Mirna, uma prostituta que passa uma noite com o protagonista.

Créditos: Dalton Valerio

 

Apesar de quase nenhum cenário, o espetáculo possui projeções que ajudam o público a se conectar nos lugares por onde os personagens passam. A trilha sonora é esplendorosa e traz um repertório formado por canções atemporais. A famosa cena do tango do filme também acontece na versão teatral, empolgando o público que reage sempre com muitos aplausos.

Perfume de Mulher é uma lição que todos podem ter uma segunda chance. Apesar das dificuldades da vida, temos sempre que nos abrir para as oportunidades que ela nos dá, seja através de uma amizade sincera, um amor verdadeiro ou até mesmo do amor-próprio.

A vida é preciosa e temos que aproveitá-la sempre da melhor forma possível.

Com direção de Walter Lima Jr., Perfume de Mulher estará em cartaz até dia 19 de maio no Teatro Renaissance, em São Paulo. Vale a pena conferir!

Resenha: Sterblitch Não tem Um Talk Show


Créditos: Divulgação


Finalmente chegando a São Paulo, o espetáculo Sterblitch Não tem Um Talk Show, estrelado pelo multitalentoso Eduardo Sterblitch, tem o formato, como o próprio nome diz, de um talk show, onde o entrevistado é o próprio público presente. Com seu humor que o fez conhecido no Brasil inteiro, Sterblitch chama as pessoas ao palco, uma estrutura com sofá e a mesa do entrevistador, além de uma banda. Lá, perguntas e frases que remetam à cidade levam o público às gargalhadas.

Como todo bom programa de entrevistas, o show também conta com uma banda, formada simplesmente por Eduardo Capello, responsável por toda a parte sonora, que colabora para que o todo seja divertido e irreverente. Além dele, Aparecido da Silva ajuda com os efeitos sonoros especiais e ainda anima a plateia e dá as coordenadas para que tudo fique bem alinhado, fazendo as vezes de um animador de programas de auditório bem descontraído.

Créditos: Divulgação

O que podemos observar quanto ao enredo de Sterblitch Não tem Um Talk Show, é que o artista faz do espetáculo seu próprio show, mostrando a que veio para além do programa que o consagrou. Os espectadores presentes podem conferir um Eduardo desenvolto, com uma agilidade corporal incrível (aqui, vale citar uma das últimas cenas, onde o jogo de luz, mais os movimentos corporais de Eduardo fazem um trabalho incrível aos olhos), além do carisma já conhecido do artista.

Sterblitch Não tem Um Talk Show fica em cartaz na cidade de São Paulo até o dia 02 de maio.

Serviço

Sterblitch Não tem Um Talk Show

Quando: até 02 de maio. Quartas e Quintas às 20h30.

Onde: Teatro Procópio Ferreira – R. Augusta, 2823 – Cerqueira César, São Paulo – SP

Classificação Etária: 12 anos.

Ingressos: https://compre.ingressorapido.com.br/event/60009-2/d/57397/s/294445

Resenha: Billy Elliot, O Musical contrasta o universo infantil e o adulto em intenso enredo


Créditos: João Caldas Filho


Imagine-se descobrindo um dom que não pode ser alimentado, devido ao cenário no qual você se encontra.

É nesse contexto que começa a história de Billy Elliot, filho de Jackie, um minerador extremamente tradicional, que sonha em dar uma vida melhor a seus filhos, especialmente o menor, de maneira que o garoto cresça e tenha um futuro mais bem sucedido do que sua própria infância e adolescência, sendo um grande lutador. Com a esposa já falecida, ele tem de se desdobrar para que isso aconteça. Com Billy, vivem o pai, o irmão e sua avó, com problemas de memória, mas grande sabedoria.

Créditos: João Caldas Filho

Um belo dia, Billy acaba conhecendo a escola de balé de Mrs. Wilkinson, onde inicialmente se nega a reconhecer, mas com tempo e paciência por parte da professora, acaba entendendo que domina melhor a arte de dançar do que a de lutar. Nesse momento, surge uma audição importante e Wilkinson incentiva Billy a participar, mas o garoto sabe que precisará enfrentar o machismo de seu pai e de seu irmão mais velho, Tony, que consideram isso tudo, “coisa de bicha”.

Além de todo o preconceito de sua família, Billy sabe que também não poderá participar da audição, pois não tem dinheiro para viajar, já que seu pai encontra-se há um ano em greve, devido à situação de trabalho dos mineradores.

Créditos: Foto João Caldas Filho

Mas o tempo passa e a família de Billy entende que essa é a vocação do menino, acabando por incentivá-lo a ir atrás de seu sonho. Para isso, seu pai vai contra a vontade de Tony e de boa parte dos trabalhadores, acabando de vez com a greve.

Billy Elliot, O Musical, com produção assinada pelo Atelier de Cultura Produções Artísticas, estreia nesta sexta-feira (15) , no Teatro Alfa, com grande produção e elenco impecável. Pode-se destacar o espetáculo coreográfico visto em cena, além do show de luzes e efeitos, especialmente no momento em que Billy literalmente voa no palco. A sintonia entre Tiago Fernandes, Carmo Dalla Vecchia, Beto Sargentelli e Inah de Carvalho em cena também é um ponto a se observar durante a produção. As cenas entre a mãe de Billy, vivida por Sara Sarres e o menino arrancam lágrimas do público, afinal, ela aparece somente para ele e a relação entre os dois é única. A amizade entre Billy e Michael, vivido por Paulo Gomes, é algo especial à medida que Billy descobre em Michael um grande bailarino, que o incentiva a seguir seu sonho.

Vale ressaltar que tanto Billy Elliot quanto Michael, serão vividos por atores alternantes. Billy é interpretado por Pedro Sousa, Richard Marques e Tiago Fernandes. Já Michael será vivido por Felipe Costa, Paulo Gomes e Tavinho Canalle.

Créditos: João Caldas Filho

A coreografia entre as bailarinas também é impecável, bem como a dos trabalhadores do minério, que em determinados momentos, se unem, mesclando a leveza do universo das crianças com a realidade pesada na qual esses homens estão inseridos. O contraste entre os dois mundos fica evidente quando esses dois mundos se encontram.

Billy Elliot, O Musical é, acima de tudo, uma lição de boa vontade e determinação em seguir nossos sonhos, mesmo em meio a uma realidade tão dura, que não permitiria fazermos o que queremos.

Conversamos com os atores Pedro Sousa e Richard Marques que contaram detalhes e curiosidades sobre o espetáculo. Aperte o play e confira o que vem por aí:

Serviço:

Billy Elliot, O Musical

Quando: Estreia no dia 15 de março. Sexta-feira, 20h30; Sábado, 15h e 20h; Domingo, 14h e 18h30

Onde: Teatro Alfa – R. Bento Branco de Andrade Filho, 722 – Santo Amaro, São Paulo – SP

Classificação: Livre

Duração: 170 minutos (com 20 minutos de intervalo)

Acessibilidade: Motora e Visual

Ingressos: https://bit.ly/2Tcd0GF

Resenha: “A Minicostureira” traz à tona a criança interior de todos nós


Créditos: Leenkyung Kim


O espetáculo A Minicostureira, com direção de Cynthia Falabella e co-direção de Débora Falabella, é uma adaptação do conto “A Moça Tecelã”. Em cartaz no Teatro Porto Seguro, é um convite ao mundo dos sonhos. A produção é atrativa para todas as idades, sendo você criança ou adulto. Isso porque a peça reúne, de forma lúdica e divertida, elementos que causam a identificação imediata de todos nós. Afinal, quem nunca teve um amigo de pelúcia com quem conversava e até mesmo acreditava, por vezes, ser um companheiro de verdade?

“A Minicostureira” acompanha a pequena Clara, uma menina que sonha em aprender a costurar com a mesma facilidade de sua mãe, por vezes, pedindo até que ela a ensine como dar aqueles preciosos pontos, os quais ela a assiste criando. Para isso, ela pratica com muita dedicação. Seu amigo Fidalgo, um peixe dourado feito por ela, sempre está ali dando conselhos e apoiando no que ela precisa. Clara também conta com a Santa Protetora das Mini-costureiras, que, sempre descontraída, mostra o caminho à menina.

Tudo está muito bem, até que a garota revela um sonho: ter um irmãozinho para brincar com ela. Para conseguir este objetivo, já que a mãe não quer dar esse presente a ela, Clara resolve costurar seu próprio irmão. Nessa missão, ela conta com a ajuda de seus fiéis companheiros.

Porém, ao ver sua criação pronta, ela percebe que nem tudo é como ela sempre sonhou. Isso porque Manolo, como Clara chama seu irmão, é exigente e quer que tudo seja da forma como ele gosta. Quer modificar o quarto, o jeito e até mesmo as portas e janelas do quarto de Clara. Manolo afasta até mesmo Fidalgo e a Santa da vida da menina. A partir disso, ela se arrepende e pensa numa forma de sua vida ser como sempre foi: descosturar Manolo. Ao fazer isso, Clara nota que pode ser feliz sozinha, do jeito como ela é, e que tem talentos incríveis, como o de costurar com maestria.

Créditos: Leenkyung Kim

O espetáculo tem todos os elementos necessários para ser uma produção de sucesso: conta com interação com a plateia, elenco carismático e entrosado, além de uma história que causa a imediata identificação por parte do público. Por narrar a vida de uma criança normal, que gosta de aprender, brincar e ter amigos por perto, também promove a empatia por parte da plateia. “A Minicostureira” pode até ter uma identidade que, imediatamente, pareça que só as crianças vão gostar, mas adultos de todas as idades também vão se divertir com os pequenos.

Serviço:

A Minicostureira

Quando: de 02 de fevereiro de 2019 a 24 de fevereiro de 2019. Sábados e Domingos, às 15h

Onde: Teatro Porto Seguro – Alameda Barão de Piracicaba, 740 – São Paulo

Ingressos: Plateia: R$ 50,00 | R$ 25,00 (meia-entrada); Balcão: R$ 40,00 | R$ 20,00 (meia-entrada); Frisas: R$ 40,00 | R$ 20,00 (meia-entrada).

Capacidade: 496 lugares.

Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos.

Estacionamento no local: Estapar R$ 20,00 (self parking) – Clientes Porto Seguro têm 50% de desconto.

Resenha: “Tô de Graça” traz o humor da série para o palco


Créditos: Reprodução/Instagram


No último dia 19, o elenco da série “Tô de Graça“, exibida pelo canal a cabo Multishow, chegou a São Paulo com o espetáculo, que leva o mesmo nome e parte do elenco original. Na peça, se apresentam os atores Rodrigo Sant’Anna (Dona Graça), Andy Gercker (Maico), Isabelle Marques (Briti) e Evelyn Castro (Marraia).

Para os fãs da série de TV, o show é uma continuação das confusões da família de Graça, mas de uma forma muito mais descontraída, e claro, muito mais tempo, já que a série conta com 30 minutos, ao passo que o espetáculo dura 60.

Em “Tô de Graça”, a família da protagonista vive em uma comunidade muito esquecida no Rio de Janeiro, com diversas dificuldades. Para São Paulo, o texto foi adaptado para a comunidade de Paraisópolis, conhecida também por ser um local com pouca assistência.

O enredo aborda os perrengues de dona Graça para manter os filhos que ainda vivem com ela, quando um videoclipe começa a ser rodado muito perto de onde a família vive. Nesse momento, os filhos se animam para participar e quem sabe, ganhar um dinheiro para mudar de vida. Para a surpresa de todos e delírio da plateia, Marraia Carey solta a voz e mostra um talento antes desconhecido. Para que a nova cantora participe do clipe, ela pede à sua mãe que “empreste” a barriga para gerar um filho seu com sua noiva e promete que o dinheiro ganho irá para melhorias em sua casa. Com o acordo fechado, a família começa uma saga em busca de um lugar para a gravação do videoclipe.

De maneira divertida e elenco entrosado, o show acaba levantando a questão de a comunidade ser vista como uma espécie de “moda” entre os famosos, ao passo que quando as celebridades dão as costas, a violência e falta de recursos continua tomando conta do local. Isso pode ser pensado e transferido para a realidade de diversos locais do Brasil, que já passaram ou passam por isso.

O espetáculo contou com acessibilidade para os deficientes visuais, que puderam conferir, em telões disponibilizados ao lado do palco, tradução simultânea em Libras.

Pode-se destacar, para quem ainda não conferiu, que “Tô de Graça” conta com a mesma energia e animação da série, além da irreverência das personagens, que desde a entrada, conseguem arrancar gargalhadas da plateia.

Se você perdeu, São Paulo terá uma nova chance de conferir o espetáculo: no dia 14 de abril, eles estão de volta e os ingressos já estão disponíveis.

Serviço:

Tô de Graça

Quando: dia 14 de abril, às 19h

Onde: Tom Brasil – Rua Bragança Paulista, 1281 – São Paulo – SP

Classificação: 14 anos

Ingressos: https://bit.ly/2W4rnex

Dica de Leitura: P.S.: Ainda Amo Você, de Jenny Han




Por Nicole Gomez

Publicado pela Editora Intrínseca, o livro P.S.: Ainda Amo Você continua acompanhando a vida amorosa atribulada de Lara Jean, pelo menos em sua cabeça. No anterior, “Para Todos os Garotos que Já Amei”, a protagonista escrevia cartas para os garotos por quem se apaixonou e desapaixonou platonicamente, até que um belo dia, essas cartas vão parar inexplicavelmente nas mãos dos destinatários. 
Foto: Divulgação
Na continuação, Lara Jean, sem saber como lidar com um relacionamento com Peter Kavinsky, inventado com o intuito de fugir de todo o constrangimento, mas que acabou se tornando real, vê sua situação ficar ainda mais confusa quando alguém do passado volta à tona e, junto com ele, os sentimentos que ela nutria. 
No segundo livro, o leitor consegue acompanhar o crescimento de cada personagem na história, assim como suas tomadas de decisão. A obra, assim como a primeira, é leve e divertida e a boa notícia é que quem está lendo, consegue conhecer melhor a apaixonante Lara Jean, suas inseguranças e desafios com o primeiro relacionamento sério.
Capa: Divulgação
 
Serviço
P.S.: Ainda Amo Você
Editora: Intrínseca
Autora: Jenny Han
304 páginas