Resenha: Ave Maria, por Papa Francisco


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Na obra, de autoria do Papa Francisco e publicada pela Editora Planeta, a oração mais famosa do mundo, “Ave Maria” é destrinchada, trecho por trecho, fazendo o leitor entender melhor o significado do que está acostumado a falar, mas muitas vezes, sem entender muito bem.

No livro, Maria, mãe de Jesus, é colocada como uma figura mais “comum”, sendo uma mulher jovem como muitas que estão por aí, mas que teve o propósito especial de carregar em seu ventre, a figura mais famosa do mundo, Jesus. O fato fez Dela uma pessoa especial, pois graças a Ela, iniciou-se uma aliança muito especial entre a humanidade e seu filho.

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Talvez a maior surpresa na obra, esteja no fato de que o Papa trata a Igreja no gênero feminino, reforçando a figura das mulheres a partir de Maria e deixando claro que, embora as figuras importantes da Igreja sejam formadas por homens, em sua maioria, a Igreja deve ser vista na forma feminina, já que, como o Papa mesmo diz, é “a Igreja” e não “o Igreja”.

Serviço

Ave Maria

Autor: Papa Francisco

Editora: Planeta

Número de Páginas: 144

Resenha: Black Mirror


Créditos: Netflix


Após passar o ano de 2018 sem novidades, além de um episódio especial, intitulado Bandersnatch, a série Black Mirror estreou, esse ano, mais três novos episódios, que formam, oficialmente, a quinta temporada. Com maior tempo de duração, os “longas” seguem a mesma premissa das temporadas anteriores, sempre com enredos em cenários futurísticos, sempre ligados às novas tecnologias, entretanto, as histórias pareceram mais próximas da realidade atual, diferente dos episódios anteriores. A seguir, vamos falar de cada um deles, separadamente:

Striking Vipers

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O episódio acompanha dois amigos, que após a festa de aniversário de um deles, começam a desenvolver outro tipo de relação. Isso, graças a um presente, que consiste em um jogo de videogame, acompanhado de um dispositivo, inclusive já visto em outros episódios, que transporta a consciência da pessoa que o utilizar a um outro universo, enquanto o corpo simplesmente apaga, em uma espécie de sono profundo. Porém, os dois amigos veem as coisas saírem do controle quando, ao invés de lutarem entre si dentro do jogo, eles se apaixonam e mantém uma relação. Isso coloca em xeque a vida que ambos levam fora do game. O episódio propõe uma reflexão sobre a influência que os jogos têm na vida das pessoas. Vale destacar, nesse, que várias das cenas gravadas aconteceram no Brasil, contando inclusive com a presença do ator Beto Sargentelli em uma delas.

Smithereens

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O segundo episódio da temporada acompanha a vida de um motorista de Uber, inicialmente com um passado nebuloso, que faz terapia, onde conhece uma moça, que revela que sua filha suicidou-se. Após um encontro com ela, o motorista pega uma corrida com um funcionário de uma empresa que segue os padrões de uma rede social como o Facebook e o sequestra, alegando que precisa conversar com o CEO da companhia. E é nessa conversa que o espectador entende a motivação de uma atitude tão drástica: acontece que a esposa de Chris, o motorista, faleceu após um acidente de carro, provocado pelo próprio marido, graças a alguns segundos de distração checando as notificações na plataforma. O episódio, ao mesmo tempo que conscientiza sobre as horas que perdemos dentro dos aplicativos, acaba por instigar o espectador a ir nos mesmos para tentar descobrir o que exatamente acontece no final, que fica misterioso.

Rachel, Jack and Ashley Too

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Com participação especial de Miley Cyrus, o episódio acompanha a vida de uma superstar, que arrasta multidões por onde se apresenta, ao mesmo tempo que apresenta uma fã dessa cantora, que se mostra disposta a tudo para estar perto de seu ídolo. Não fosse pela presença de um robô que reproduz a voz e os trejeitos de Ashley Too, a cantora, o episódio seria o menos “Black Mirror” de todos. E é justamente a boneca que expõe para a fã a vida de exploração que Ashley vive. Após um golpe por parte de sua tia, a cantora entra em coma, impossibilitando a moça de cuidar de suas próprias coisas. Mas a fã, com um ímpeto de ajudar Ashley, a ajuda a expor a própria tia exploradora. O episódio é uma crítica à vida das celebridades, às vezes muito fabricadas e colocadas em padrões, vendidos como ideais e que todos devem seguir. Além de ser um episódio que prende a atenção por acontecer em uma realidade tão próxima de todos nós, outro acerto foi a escolha de Miley para interpretar Ashley, já que trata-se de uma cantora na vida real, que entende muito bem o showbiz.

Os três episódios da nova temporada de Black Mirror estão disponíveis na Netflix.

Resenha: “3%” – 3 ª temporada


Créditos: Pedro Saad/Netflix/Divulgação


Atenção! Contém spoilers!

A terceira temporada da série 3%, veiculada na plataforma de streaming Netflix, começa mostrando a que veio. Com produção impecável e trabalho de elenco ainda melhor do que nas temporadas anteriores, a trama começa mostrando como estão os nossos protagonistas mais queridos, na nova fase da história, dentro da Concha.

Idealizado e erguido por Michele (Bianca Comparato), como vimos na temporada anterior, o lugar funciona com muita organização e, inicialmente, diferente do Maralto, sem Processo algum. Quem necessitasse, poderia entrar na Concha e começar a colaborar com o funcionamento. Esta era a única condição. Todos ali tinham alguma função. Mas as coisas mudam após uma tempestade de areia, que, entre outros prejuízos, prejudica o recebimento de água por parte do local, ocasionando diversos outros problemas, como a escassez de comida e da própria água.

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Isso faz com que Michele tome uma decisão: fazer seu próprio Processo, dentro da Concha. Com população reduzida e ganhando muitos inimigos, ela se vê em uma espécie de julgamento, promovido por Glória (Cynthia Senek), até então sua aliada. Durante a decisão, que iria determinar o fim de Michele, Joana (Vaneza Oliveira) e Rafael (Rodolfo Valente), com ajuda de outros colegas de Concha, descobrem que a escassez de provisões se deu por conta de um boicote por parte do Maralto, arquitetado de uma forma que Rafael tivesse sua mente “tomada” pela voz de Marcela (Laila Garin), mãe de Marco.

Em uma virada impressionante, a máscara da vilã cai, fazendo com que muitos outros segredos venham à tona, para o público. Podemos ver, por exemplo, que Glória fez parte de tudo desde o começo, com intuito de derrubar Michele e entregar a Concha para o Maralto, seu grande sonho desde o começo.

Vale destacar a participação especial de Ney Matogrosso, que interpreta o avô de Marco, pai de Marcela. A partir do personagem, mais sobre a história do intrigante personagem (vivido por Rafael Lozano) é destrinchada, mostrando inclusive alguns dos motivos que fazem com que ele tome determinadas atitudes. O filho de Marco também aparece, mais crescido e sob os cuidados do pai. Graças a ele, Marco acaba mudando de lado no final da temporada, pensando no bem estar da criança, dentro da Concha. Pode-se dizer que a mudança de postura de Marco, assim como novos fatos sobre sua família, são o ponto alto da temporada. Marco, com tantos altos e baixos, teve o destaque merecido e a interpretação de Rafael Lozano, digna de aplausos.

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Novos personagens também chegam à trama: Xavier (Fernando Rubro), um simpático morador da Concha, é um deles. Sempre muito animado e confiante no local, ele é uma das pessoas mais leves, em meio a tantos problemas. Sempre com alto astral, ele tenta resolver os percalços que todos enfrentam.

Outro ponto intrigante da trama foi ver como ficou o personagem Rafael, após sua saída do Maralto. Alcoólatra e sem perspectivas de sucesso, o ex-soldado, cujo nome, descobrimos na temporada anterior, é Tiago, vive jogado pelos cantos da Concha e é constante alvo de pessoas que pedem por sua expulsão. Todo o drama que Tiago passa, após ter de lidar com a responsabilidade de ter tirado Elisa (Thaís Lago) do Maralto para viver com ele na Concha, é impecavelmente retratado por Rodolfo Valente.

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Apesar de tantas explicações, alguns mistérios ainda ficam no ar: a 3ª temporada mostra que o Casal Fundador do Maralto teve uma filha, que precisou ser levada para o Continente, após a decisão de que não caberiam mais crianças no local. Com isso, a então menina precisou passar pelo Processo, deixando no ar a dúvida: será que ela passou? Será que ainda existem herdeiros do Casal Fundador entre os moradores do Maralto, e até da Concha? Talvez uma nova temporada explique essas dúvidas.

“3%” faz parte do Catálogo da Netflix.

Toy Story 4: Aventura e Emoção marcam o último filme da franquia


Créditos: Disney•Pixar


Depois de uma espera de 9 anos, Woody, Buzz Lightyear e sua turma chegam aos cinemas nesta quinta-feira, 20, com muita diversão e emoção. Como todos já sabem, esta é a última aventura da animação da Pixar com os brinquedos mais amados do planeta.

Em Toy Story 4, o cowboy Woody acompanha a pequena Bonnie em sua primeira vez na escola após os seus pais proibirem de levar qualquer brinquedo para a sala de aula. Sem saber que Woody está em sua mochila, Bonnie cria um novo brinquedo com restos de lixo para distração e acaba dando vida ao novo personagem “Garfinho“. A partir deste momento, começamos a aventura com Woody e Garfinho, o cowboy tenta convencer que Garfinho é um brinquedo e não um lixo.

Créditos: Disney Pixar

Durante a viagem de Bonnie, Woody e Garfinho encontram a nova vilã da história, Gaby Gaby, uma boneca dos anos 50 que sonha em ser de uma criança, mas tem um defeito de fábrica. Acompanhada de seu amigo Benson, a vilã tortura Woody e Garfinho dentro de um antiquário para resolver o seu problema.

Créditos: Disney Pixar

Após 7 anos, o boneco-cowboy acaba encontrando Betty (SUA CRUSH) que protagoniza a aventura. Considerada como uma boneca perdida no antiquário durante 2 anos, Betty retorna a animação empoderada, com look renovado e claro com suas divertidas ovelhas.

Créditos: Disney Pixar

Além de Gaby Gaby e Garfinho, novos personagens como a dupla Patinho e Coelhinho são as novidades do filme. Na dublagem brasileira, Marco Luque (Patinho) e Antônio Tabet (Coelhinho) emprestam suas vozes aos bichinhos de pelúcia, meigos e ao mesmo tempo loucos.

Você está preparado para resistir ao final dessa aventura? Atenção fãs dos brinquedos de Andy, separem os lencinhos para desidratarem nas últimas cenas de Toy Story 4. Vale a pena conferir e como diz Buzz Lightyear: Ao infinito e além!

Créditos: Disney Pixar

Resenha: Furacão Anitta, de Leo Dias


Créditos: Reprodução


O livro Furacão Anitta, uma biografia não autorizada, de autoria de Leo Dias, traz a trajetória da poderosa Anitta, desde sua infância humilde em Honório Gurgel, Rio de Janeiro, até os passos que a tornaram a estrela internacional que é hoje. Aliás, a história da cantora começa a ser contada antes, desde o sonho de seu avô, também de viver da música. O leitor consegue ter uma ideia de como foi a vida de seus familiares desde o nascimento de sua mãe.

Além disso, fica mais claro como foi o caminho que Anitta trilhou desde antes da fama, quando apenas cantava para seus amigos e família. O esforço da artista para entrar no universo, primeiramente do funk, é contado detalhadamente, fazendo com que o leitor entenda a alma dedicada de Anitta e o cuidado e a seriedade com os quais ela sempre levou sua carreira.

Créditos: Divulgação

Mas é claro que os “bafões” que sempre permearam sua carreira não ficaram de fora: as brigas com famosos e não famosos, o fim de seu casamento com Thiago Magalhães e os motivos que levaram a esse fato e a polêmica com sua empresária também ficam bem explicados na obra, que traz os verdadeiros motivos para algumas coisas que ficamos sabendo pela imprensa, mas não com muita clareza.

Fotos da artista desde criança também recheiam o livro. Imagens com sua família e de momentos de sua carreira ficam encarregadas de ilustrar a obra, que também aborda abertamente sobre os procedimentos que a cantora fez, até chegar à aparência que sempre sonhou.

O livro “Furacão Anitta” é de autoria do jornalista Leo Dias.

Resenha: “Soror”, um espetáculo que toda mulher deveria assistir


Créditos: Edson Kumasaka/Divulgação


O espetáculo Soror, com texto de Luisa Micheletti e direção de Caco Ciocler, não carrega esse nome por acaso. Intenso, visceral e profundo, com ares de comédia, o enredo apresenta duas versões de mulheres: Lilith, criada do pó e da lama, que carrega características muito surpreendentes, inicialmente: ela se recusa a ser submissa a Adão, no Éden recém-criado. É curioso observar como, logo no início, o texto causa identificação imediata por carregar elementos, através do diálogo entre ela e seu companheiro, que toda mulher já viveu, ou ao menos escutou. Frases como “você tem que usar isso” ou “você deve fazer aquilo”, proferidas por homens para as mulheres que os cercam.

Ao perceber que sua primeira companheira não irá agir e ser conforme os desejos dele, afinal, ela só quer ser do jeito que deseja, sem amarras, Adão pede ao pai, criador de tudo, que crie uma outra mulher para ele. Aí entra em cena Deus, que, ao ver-se sem saída, acaba cedendo ao desejo de seu filho, criando, assim, Eva, uma mulher obediente, doce, delicada. Aparentemente, de acordo com o que Adão sempre sonhou e, querendo ou não, tudo o que a sociedade espera que uma mulher seja.

Créditos: Divulgação / Morente Forte

Lilith e Eva acabam por se unir, descobrindo várias coisas em comum e outras nem tanto. A partir daí, Lilith dá uma série de lições que servem para todas as mulheres, sendo, por vezes, válidas para todo o público. Muito mais do que o feminismo raso e simples, o que “Soror” mostra através de Lilith é a prática do que o movimento significa, sem complicações.

Vale destacar a sintonia em cena entre Luisa Micheletti e Fernanda Nobre, que, do jeito delas, mostram para o público muito claramente os dois opostos de uma mesma personalidade, que podem muito bem conviver entre si. É uma bela mensagem de empoderamento, de coragem e de que diversos tipos de personalidades cabem dentro de uma mesma sociedade, sem julgamentos, completando-se entre si.